Comércio Internacional de "Vestuário"
(2000-2016)
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1 – Nota introdutória
Neste
trabalho os produtos do grupo “Vestuário”
vão ser divididos em duas componentes: “Vestuário
de malha” (Capº 61 da Nomenclatura Combinada) e “Vestuário não de malha” (Capº 62).
O peso do
“Vestuário” na importação global, tendencialmente
crescente, que em 2000 representava 2,4% da importação global, atingiu uma
quota de 3,3% em 2016.
Por sua
vez, o seu peso na exportação global, que em 2000 era de 11,5% do total,
decresceu até 2013, ano em que se situou em 5,4%, invertendo-se a tendência a
partir de então, para representar 6,2% em 2016.
2 – Balança Comercial do “Vestuário”
A balança comercial do “Vestuário” é favorável a Portugal, com
um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações. O saldo comercial
reduziu-se sucessivamente entre 2000 e
2009, de 2034 milhões de Euros para 497 milhões, invertendo-se a tendência a
partir daí, para se situar em 1086 milhões de Euros em 2016.
Entre 2012 e 2016 a taxa de variação
média anual das importações foi de +6,4% e a das exportações de +5,7%.
Considerando o período alargado
2000-2016, as importações cresceram, em
termos nominais, à taxa média anual de +3,8% e as exportações decresceram à
taxa de -0,1%.
3 – Importação de “Vestuário” e suas componentes
As importações de “Vestuário” dividem-se em partes praticamente
iguais por “Vestuário de malha” e “Vestuário
não de malha”.
Entre 2000 e 2016 as importações de
ambas as componentes cresceram à taxa média anual de +3,8%.
Entre o “Vestuário de malha”
destacaram-se, em 2016, as importações de “Camisolas
e pull-overs, cardigans e coletes” (23,2%), de “T-shirts e camisolas interiores” (21,9%), e de “Fatos, conjuntos, casacos, vestidos e
saias, entre outros, para senhora” (12,3%). Seguiram-se as “Camisas para homem” (6,3%), as “Meias-calças e meias, incluindo para
varizes” (5,0%), as “Combinações,
calcinhas, roupões e robes, entre outros, para senhora” (4,8%), o “Vestuáro e seus acessórios para bebés”
(4,6%), os “Fatos, conjuntos, casacos,
calças e calções, entre outros, para homem” (3,8%), os “Camiseiros e blusas para senhora” (3,5%), as “Cuecas, ceroulas, pijamas, roupões e robes, entre outros, para homem”
(2,9%) e os “Fatos de treino, de macaco,
de banho, de esqui, biquínis e calções” (2,8%). Este conjunto de produtos
representou 91,3% das importações deste tipo de vestuário em 2016.
No mesmo ano, entre o “Vestuário
não de malha” predominaram os “Fatos,
conjuntos, vestidos, saias, entre outros, para senhora” (27,3% do total),
os “Fatos, conjuntos, casacos, calças e
calções, entre outros, para homem” (22,4%), e os “Camiseiros e blusas para senhora” (10,0%). Seguiram-se os “Casacos compridos, anoraques, blusões e
semelhantes, para senhora” (7,8%), as “Camisas
para homem” (7,3%), os “Sobretudos,
anoraques, blusões e semelhantes para homem” (5,5%), os “Soutiens, cintas, ligas e semelhantes,
mesmo de malha, para senhora” (5,3%) e os “Fatos de treino, de macaco, de banho, de esqui, biquínis e calções”
(5,1%), produtos que totalizaram 90,8% destas importações.
De sublinhar que todos os produtos relacionados,
nas duas componentes, apresentaram taxas médias de crescimento anual positivas
entre 2000 e 2016.
4 – Mercados de origem das importações de “Vestuário”
O peso das chegadas de ”Vestuário”
com origem no espaço intracomunitário no total das importações desceu de cerca
de 95,1%, em 2000, para 89,1%, em 2016, logo subindo a quota dos fornecimentos
a partir do espaço extracomunitário de 4,9% para 10,9%.
De 2000 a 2016, a taxa de variação
média anual das importações a partir dos parceiros comunitários foi de +3,4%,
com a dos países terceiros a crescer +9,1%.
Como se pode observar na figura
seguinte, o ritmo de crescimento das importações originárias dos países Extra-UE,
em particular de 2000 a 2011 e a partir de 2013, foi mais vivo do que o dos
fornecedores Intra-EU.
Em 2016, os vinte principais
mercados de origem das importações portuguesas de “Vestuário” representaram 98,7% do Total. A primeira posição, a
grande distância dos restantes fornecedores, foi ocupada pela Espanha (1,1 mil
milhões de Euros), seguida da França (202 milhões), da Itália (182 milhões), da
Alemanha (97 milhões) e da China (92 milhões de Euros).
Com valores ainda de dois dígitos
alinharam-se os Países Baixos, o Bangladesh, a Bélgica, a Índia, o Reino Unido,
a Croácia, o Paquistão e Marrocos. Menos expressivas foram as importações
provenientes de Cabo Verde, da Suécia, do Brasil, da Grécia, da Hungria, da
Turquia e da Irlanda.
5 – Exportação de “Vestuário” e suas componentes
Na exportação de “Vestuário” predomina o “Vestuário de malha”, que em 2016
representou 68,0% do Total.
Após um decréscimo significativo das suas exportações
entre 2000 e 2009, o “Vestuário”
inverteu essa tendência, recuperando em 2016 praticamente o nível que detinha
em 2000, para o que contribuiu decisivamente o “Vestuário de malha”.
Entre o “Vestuário de malha”
destacam-se, em 2016, as exportações de “T-shirts
e camisolas interiores” (39,6% do Total), seguidas das “Camisolas e pull-overs, cardigans e coletes (15,6%), dos
“Fatos, conjuntos, casacos, vestidos e saias, entre outros, para senhora” (13,0%),
e das “Meias-calças e meias, incluindo
para varizes” (6,7%). Com menor peso alinharam-se depois os “Camiseiros e blusas para senhora”
(4,5%), as “Camisas para homem”
(4,4%), o “Vestuário e seus acessórios
para bebés” (3,5%), os “Fatos,
conjuntos, casacos, calças, entre outros, para homem” (3,5%), as “Cuecas, ceroulas, pijamas, roupões e robes,
para homem” (2,0%), e as “Combinações,
calcinhas, roupões e robes, entre outros, para senhora” (1,8%).
Estes produtos representaram, no seu
conjunto, 94,6% das exportações totais neste ano.
Na
componente “Vestuário não de malha” salientam-se as exportações de “Fatos, conjuntos, casacos, calças, calções
e outros, para homem” (29,2%), de “Fatos,
conjuntos, casacos, vestidos, saias e outros, para senhora” (27,0%), de “Camisas para homem” (12,0%), e de “Camiseiros e blusas para senhora”
(10,4%). Seguiram-se os “Fatos de treino,
de macaco, de banho, de esqui, biquínis e calções” (6,5%), os “Soutiens, cintas, ligas e semelhantes,
mesmo de malha” (3,3%), e os “Sobretudos,
anoraques, blusões e semelhantes, para homem” (3,2%).
Estes produtos representaram 91,6% do Total em
2016.
6 – Mercados de destino das Exportações de “Vestuário”
De acordo com estatísticas do “International Trade Centre” (ITC),
consentâneas com as do INE no caso de Portugal, o país terá ocupado em 2016 a
21ª posição entre os principais exportadores mundiais de “Vestuário”, com uma quota de 0,8%.
O peso relativo das exportações de “Vestuário” para os países comunitários
e países terceiros em relação ao Total apresentou alguma estabilidade ao longo do
período 2000-2016.
No mesmo período foi nula a taxa de
crescimento médio anual das exportações para o espaço comunitário, com as
exportações para os países terceiros a decrescerem à taxa média de -0,6% ao
ano.
Tendencialmente decrescentes entre
2000 e 2009, as exportações para o espaço Intra e Extra-UE recuperaram a partir
de então, tendo estas últimas praticamente atingido o nível que detinham em
2000.
Desde 2001 que a primeira posição
entre os mercados de destino das exportações portuguesas de “Vestuário” é ocupada pela Espanha, que
absorveu 44,1% do Total em 2016. Seguiram-se, neste ano, a França (12,9%), o
Reino Unido (9,2%), a Alemanha (8,6%), os Países Baixos (4,0%), a Itália
(3,8%), os EUA (2,8%) e a Suécia (2,5%). Com pesos inferiores alinharam-se a
Bélgica, Dinamarca, Áustria, Suíça, Angola, Tunísia, Finlândia, Irlanda,
Hong-Kong, Noruega, Emiratos e China. Este conjunto de países representou 97,1%
das exportações totais em 2016.
16 de Dezembro de 2017.
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