Comércio Internacional de Mercadorias
Taxas de variação homóloga
Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Março de 2018/2017)
(Janeiro a Março de 2018/2017)
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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço do comércio internacional português de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2018, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em primeira versão preliminar, sendo também ainda preliminar a versão dos correspondentes dados de 2017.
Para o cálculo dos índices de preço as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado. Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis entre eles.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o
défice da balança comercial de mercadorias no 1º trimestre de 2018 aumentou +24,8%
face ao trimestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das
importações pelas exportações a descer de 83,6 para 80,8%.
As importações (somatório das chegadas
de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações
originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +6,3%, terão
registado um aumento em volume de +6,7% e um decréscimo em preço de -0,4%. Por
sua vez, o acréscimo em valor de +2,7% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +3,1%, com
o preço a decrescer -0,3%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente
atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos
produtos que integram o grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos
produtos “Energéticos”, terão
registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +6,1%, +7,4%
e -1,2%. Por sua vez, as exportações terão
averbado um aumento em valor de +3,8%, em resultado de num incremento em volume
de +4,3% e de uma quebra em preço de -0,5%.
Sem “Energéticos”, o défice da
balança comercial cresceu +22,1% (contra +24,8% em termos globais), com o grau
de cobertura das importações pelas exportações a descer de 87,5% para 85,6% (em
lugar de 83,6% para 80,8%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade
produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de
crescimento global de +3,1%, e de +4,3% se excluirmos os produtos “Energéticos”.
Nos primeiros três
meses de 2018, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze
grupos de produtos considerados, que representaram 30,4% das exportações e 17,1%
das importações totais: “Madeira, cortiça
e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados
diversos”.
4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com maior peso nas importações
de mercadorias em 2018 foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,3% do total em 2018 e 16,6% em 2017), “Químicos” (16,6% e 16,8%,
respectivamente), “Agro-alimentares”
(14,0% e 14,7%), “Material de transporte
terrestre e partes” (13,4% e 13,2%) e
“Energéticos” (11,9% e 11,7%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios
e metais” (8,9% em 2018 e 8,8% em 2017), “Produtos acabados diversos” (5,9% nos dois anos), “Têxteis e vestuário” (5,7% e 6,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2% nos
dois anos), “Calçado, peles e couros”
(2,3% e 2,5%) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (0,8% e 0,5%).
De acordo com os cálculos efectuados, à excepção do grupo “Têxteis e vestuário” todos os restantes
registaram taxas de crescimento em valor
positivas, com destaque para o grupo “Energéticos”
(+10,8%).
Em todos os grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para o
grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+14,6%),
seguido dos grupos “Produtos acabados
diversos” (+10,5%), “Material de
transporte terrestre e partes” (+6,8%) e “Calçado peles e couros” (+6,3%). A menor taxa de crescimento
ocorreu no grupo “Energéticos” (+1,7%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se
quebras na maioria dos grupos, com destaque para “Calçado, peles e couros” (-4,9%), “Produtos acabados diversos” (-4,8%) e “Têxteis e vestuário” (-4,.1%), tendo os principais aumentos
ocorrido nos grupos “Energéticos”
(+6,4%) e “Minérios e metais”
(+4,0%).
5 – Exportações
Nos primeiros três meses de 2018, os grupos de produtos com peso a dois
dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do total em 2018 e 15,4% em
2017), “Material de transporte terrestre
e partes” (14,1% e 10,6%), “Químicos”
(12,2% e 13,2%), e “Agro-alimentares”
(11,7% nos dois anos).
Em metade dos grupos de produtos para que foram calculados estes
indicadores verificaram-se decréscimos em valor
face ao período homólogo do ano anterior.
A quebra mais acentuada coube ao
grupo “Energéticos” (-10,2%), tendo o
maior aumento incidido no grupo “Material
de transporte terrestre” (+36,5%).
Nos restantes dois indicadores verificaram-se descidas na maioria dos
grupos.
Em volume, destaca-se uma
descida no grupo “Energéticos”
(-11,6%) e um aumento no grupo “Material
de transporte terrestre e partes” (+37,4%).
No âmbito do preço, a maior quebra verificou-se no
grupo “Produtos acabados diversos”
(-4,1%) e os dois maiores crescimentos nos grupos “Minérios e metais” (+5,0%) e “Madeira,
cortiça e papel” (+4,3%).
6 – Representatividade das
amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes
comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche neste primeiro trimestre foi, respectivamente
em 2017 e 2018, de 89,3% e 88,7% nas importações e de 92,1% e 92,7% nas
exportações.
Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo
dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura
Combinada em uso na União Europeia.
22 de Maio
de 2018.