Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Março de 2018
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 10 de Maio de 2018, nos três primeiros meses
de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,7% face ao mesmo
período do ano anterior (+381 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações
de +6,3% (+1058 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +6,2% (+647 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros decresceram -7,5% (-266 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +6,9% (+873 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +4,7% (+185 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+24,8%, ao situar-se em -3403 milhões de Euros (um acréscimo de 677 milhões, cabendo
227 milhões ao comércio intracomunitário e 450 milhões ao extracomunitário). Em
termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
desceu de 83,6%, em 2017, para 80,8%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que no conjunto dos dois primeiros meses de 2017 se
situou em 371 Euros/Ton, subiu para 413 Euros/Ton em igual período de 2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,9% e 6,7%
do total no período Janeiro-Março de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 80,8% para 85,6%, com
o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +21,2% para +17,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Março de 2018, as exportações
nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,1% do total (74,6% em
2017), cresceram em valor +6,2%, contribuindo com +4,6
pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +2,7%. As exportações para o espaço
extracomunitário, que representaram 22,9% do total em 2018 (25,4% em 2017),
registaram um decréscimo em valor -7,5%, contribuindo com -1,9 p.p. para a taxa
de crescimento global.
Os
principais mercados de destino em 2018 foram a Espanha (25,2%), a França (13,4%),
a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,5%), os EUA (4,8%), os Países Baixos e a
Itália (4,0% cada), a Bélgica (2,6%), Angola (2,4%), o Brasil (1,7%) e a
Polónia (1,3%), países que no seu conjunto absorveram 77,7% das nossas
exportações.
Angola, o
segundo mercado de destino entre os países terceiros depois dos EUA, registou no
primeiro trimestre de 2018, face ao homólogo de 2017, uma quebra em valor de -22,4%
(-100,4 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos, tendo as
descidas mais significativas incidido nos grupos “Agro-alimentares” (-26,8 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑25,1 milhões), “Químicos” (-16,8 milhões de Euros), e “Minérios e metais” (-15,3 milhões). O
único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1,2 milhões de Euros), o grupo menos representativo
(0,4% do total), essencialmente constituído por embarcações e estruturas
flutuantes.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+2,7%), couberam a França (+1,1 p.p.), Alemanha (+0,8 p.p.), Áustria
e Brasil (+0,5 p.p. cada), Itália (+0,4 p.p.), Bélgica, Espanha, Eslováquia,
Suécia e Provisões de bordo (+0,2 p.p. cada). Os maiores contributos negativos pertenceram
a Angola (-0,7 p.p.), e EUA, China e Marrocos (-0,4 p.p. cada).
O maior acréscimo em Euros nas
exportações para o espaço comunitário
(expedições), em termos homólogos, verificou-se em França, seguida da Alemanha,
da Áustria e da Itália. Com menor expressão alinharam-se depois a Bélgica, a Polónia,
a Eslováquia, a Suécia, a Hungria, as Provisões de Bordo, os Países Baixos e a
Espanha.
Os maiores
decréscimos couberam à Irlanda e à Finlândia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para o Brasil, seguido da Tunísia. Seguiram-se com menor peso as Provisões
de Bordo, o Canadá, a Croácia, a Colômbia e Taiwan. Os maiores decréscimos couberam a Angola, EUA, China, Marrocos, Gibraltar,
Argentina e Costa do Marfim.
3.2 - Importações
No
período em análise de 2018, as importações com origem na UE, que representaram 76,8%
do total (76,4% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +6,9% e contribuíram
com +5,2 p.p. para uma taxa de crescimento global de +6,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,7%,
representando 23,2% do total em 2018 (23,6% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +1,1 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (32,0%), a Alemanha
(13,9%) e a França (8,0%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%),
a China e a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,8%), o Brasil
(1,6%), a Federação Russa (1,3%), a Polónia (1,2%) e o Azerbaijão e a Turquia
(1,1% cada), países que representaram no seu conjunto 80,9% das nossas importações
totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+6,3%) destacam-se a
Espanha (+2,5 p.p.), a Alemanha (+0,9 p.p.), a Argélia e a França (+0,7 p.p.
cada), o Cazaquistão (+0,6 p.p.), o Azerbaijão (+0,4 p.p.), a Bélgica, a China
e a Itália (+0,3 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-1,7 p.p.), seguida
do Reino Unido (-0,2 p.p.) e da Colômbia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube a França (+502 milhões de Euros), seguido dos saldos do Reino Unido (+482
milhões), dos EUA (+361 milhões), de Angola (+224
milhões) e de Marrocos (+112 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2059
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑776 milhões), da Itália (-369
milhões), da China (‑365 milhões) e dos Países Baixos (‑350 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos
de produtos (ver Anexo). Os grupos com
maior peso nas exportações de
mercadorias, representando 81,2% do total em 2018, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do total e TVH -3,8%), “Material de transporte terrestre e partes”
(14,1% e TVH +36,5%), “Químicos” (12,2%
e TVH -5,3%), “Agro-alimentares” (11,7%
e TVH +2,2%) “Minérios e metais” (9,7%
e TVH +3,5%), “Têxteis e vestuário”
(9,6% e TVH -0,2%), e “Produtos acabados
diversos” (9,4% e TVH +4,5%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+538 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+59 milhões), “Minérios
e metais” (+47 milhões) e “Agro-alimentares”
(+36 milhões).
Os
maiores decréscimos incidiram nos grupos
“Energéticos” (-109 milhões de Euros),
“Químicos”
(-98 milhões) e “Máquinas, aparelhos e
partes” (-82 milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,2% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +10,8%) “Químicos” (16,6% do total e TVH de +5,1%), “Agro-alimentares” (14,0% e TVH de +1,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,4% e TVH de +8,0%)
e “Energéticos” (11,9% e TVH de +8,2%).
À excepçãp do grupo “Têxteis e vestuário”, que registou em 2018 uma quebra de 4 milhões
de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se
verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos
nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(+300 milhões de Euros), “Material de
transporte terrestre e partes” (+176 milhões), “Energéticos” (+160 milhões), “Químicos”
(+141 milhões) e “Minérios e metais”
(+111 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em Jan-Mar
2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do total,
ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (3ª posição), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,4%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,5%), os EUA (4,8%), a Itália e os Países
Baixos (4,0%), a Bélgica (2,6%), Angola (2,4%), e Brasil (1,7%). Estes dez
países cobriram 76,4% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º
lugar, antecedida dos EUA, França e Países Baixos).
Seguiram-se
a Alemanha (13,9%), a França (8,0%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a
China e a Bélgica (2,9% cada), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,8%) e o Brasil (1,6%).
Estes dez países cobriram 76,2% das
importações totais.
12 de Maio de 2018.
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