Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Setembro de 2018/2017)
(Janeiro a Setembro de 2018/2017)
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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor,
volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no
período de Janeiro a Setembro de 2018, face ao período homólogo do ano
anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche,
utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos
correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base
elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Setembro de 2018, em versão preliminar, sendo ainda
provisória a versão dos correspondentes dados utilizados para 2017.
Para o cálculo dos índices de
preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e exportações com movimento no período em análise, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na
selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo
de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente
ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, e estes por sua vez
ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra
automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em
análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à
evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado
produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de
um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de
destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do
intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um
comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o
défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de
2018 aumentou +12,4% face ao semestre homólogo do ano anterior, com o grau de
cobertura das importações pelas exportações a descer de 79,5% para 78,7%.
As importações (somatório das chegadas
de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações
originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +7,8%, terão
registado um aumento em volume de +6,2% e um acréscimo em preço de +1,5%. Por
sua vez, o acréscimo em valor de +6,7% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +5,6%, com
o preço a crescer +1,0%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente
atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos
produtos que integram o grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos
produtos “Energéticos”, terão
registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +6,8%, +7,5%
e -0,7%. Por sua vez, as exportações terão
averbado um aumento em valor de +6,5%, em resultado de num incremento em volume
de +6,7% e de um decréscimo em preço de -0,2%.
Sem “Energéticos”, o défice da
balança comercial cresceu +8,0%, contra +12,4% em termos globais, com o grau de
cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2017 e 2018, de 83,3%
para 83,1% (em vez de 79,5% para 78,7%).
A evolução em volume das exportações constitui uma
medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em
análise uma taxa de crescimento global de +5,6%, e de +6,7% se excluirmos os
produtos “Energéticos”.
Nos primeiros nove
meses de 2018, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze
grupos de produtos considerados, que representaram 30,2% das exportações e 17,1% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”
e “Produtos acabados diversos”.
4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas
importações de mercadorias foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,3% do total em 2018 e 16,9% em 2017), “Químicos” (16,2% em ambos os anos), “Agro-alimentares” (14,8% e 15,5%), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,4% e 12,2%) e “Energéticos” (12,4%
e 11,5%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios
e metais” (8,8% em 2018 e 8,6% em 2017), “Produtos acabados diversos” (5,9% e 6,0%), “Têxteis e vestuário” (5,8% e 6,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2% nos dois anos), “Calçado, peles e couros” (2,3% e 2,4%)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0%
e 1,4%).
De acordo com os cálculos efectuados, em todos os grupos de produtos se registaram
taxas de crescimento em valor
positivas, com destaque para o grupo “Energéticos”
(+16,0%), excepção feita ao grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (-21,6%), para o qual não são aqui calculados
índices de volume e preço.
À excepção do grupo “Energéticos” (-4,0%),
em todos os restantes se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para o
grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+13,4%),
seguido dos grupos “Material de
transporte terrestre e partes” (+9,9%), “Produtos
acabados diversos” (+9,4%), “Têxteis e vestuário” e “Calçado peles e couros” (+7,5% cada), “Químicos” (+7,0%), “Minérios e metais” (+5,5%), “Madeira,
cortiça e papel” (+4,3%) e “Agro-alimentares”
(+3,9%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se quebras em mais de
metade dos grupos, designadamente “Calçado,
peles e couros” (-5,1%), “Têxteis e
vestuário” (-4,4%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (-3,1%), “Produtos
acabados diversos” (‑2,8%), “Agro-alimentares”
(-1,0%) e “Material de transporte
terrestre e partes” (-0,1%), tendo o principal aumento ocorrido no grupo “Energéticos” (+20,9%), a que se
seguiram os grupos “Madeira, cortiça e
papel” (+4,2%) “Minérios e metais”
(+3,9%) e “Químicos” (+0,9%).
5 – Exportações
Nos primeiros nove meses de 2018, os grupos de produtos com peso a dois
dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do total em 2018 e 15,4% em
2017), “Material de transporte terrestre
e partes” (13,6% e 10,7%), “Químicos”
(12,1% e 12,8%) e “Agro-alimentares”
(11,9% e 12,2%).
Seguiram-se os grupos “Minérios e
metais” (9,8% e 9,7%), “Produtos
acabados diversos” (9,4% nos dois anos), “Têxteis e vestuário” (9,3% e 9,7%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5% e 7,6%), “Energéticos” (7,5% e 7,4%), “Calçado, peles e couros” (4,0% e 4,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% em 2018 e 0,8% em 2017).
Verificaram-se decréscimos em valor,
face ao período homólogo do ano anterior, em dois grupos de produtos: “Calçado, peles e couros” (‑1,8%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,4%),
para além do grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (-18,3%), em que, à semelhança das
importações, não são aqui calculados índices de volume e preço.
O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material
de transporte terrestre e partes” (+36,0%), a que se seguiram os grupos “Energéticos (+8,5%), “Minérios e metais” (+8,2%), “Produtos acabados diversos” (+6,1%), “Madeira, cortiça e papel” (+5,4%), “Agro-alimentares” (+4,6%), “Têxteis e vestuário” (+2,1%) e “Químicos” (+0,6%).
Em volume, verificaram-se
descidas nos grupos “Energéticos” (-8,6%)
e “Calçado, peles e couros” (-0,3%).
Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Material
de transporte terrestre e partes” (+36,6%), “Produtos acabados diversos” (+7,1%) e “Agro-alimentares” (+6,5%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras em mais de metade dos grupos de
produtos, designadamente “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑2,9%), “Químicos”
(‑2,0%), “Agro-alimentares” (-1,8%), “Calçado, peles e couros” (-1,5%), “Produtos acabados diversos” (-0,9%) e “Material de transporte terrestre e partes”
(-0,4%). O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo “Energéticos” (+18,6%), seguido dos “Minérios e metais” (+5,3%), “Madeira,
cortiça e papel” (+5,1%) e “Têxteis e
vestuário” (+0,3%).
6 – Representatividade das amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche nos primeiros nove meses do ano foi, respectivamente em 2017 e 2018, de 91,6% e 90,4% nas importações e de 94,3% e 92,7% nas exportações.
Em quadro anexo encontra-se definido o conteúdo dos
grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura
Combinada em uso na União Europeia.
22 de Novembro
de 2018.