terça-feira, 13 de novembro de 2018

Série mensal Jan-Set 2018 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2018 

( disponível para download  >> aqui )




1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Novembro de 2018, nos primeiros nove meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,7% face ao mesmo período do ano anterior (+2723 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,8% (+4027 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,4% (+2846 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,2 (-123milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +6,6% (+2563 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +11,9% (+1465 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +12,4%, ao situar-se em -11123 milhões de Euros (um acréscimo de 1304 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com uma redução de 283 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 1588 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,5%, em 2017, para 78,7%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos nove primeiros meses de 2017 se situou em 344 Euros/Ton, subiu para 444 Euros/Ton em 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,4% e 7,5% do total no período de Janeiro-Setembro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 78,7% para 83,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,0% do total (74,1% em 2017), cresceram em valor +9,4%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,7%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0% do total em 2018 (25,9% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,2% contribuindo negativamente, com -0,3 p.p., para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (25,3%), a França (12,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), o Brasil (1,4%), a Polónia (1,3%), Marrocos e a China (1,2%), países que representaram 79,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,0% nos primeiros nove meses do ano (-198,8 milhões de Euros), envolvendo nove dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑56,9 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑48,9 milhões), “Químicos” (-41,6 milhões), “Produtos acabados diversos” (-18,5 milhões) e “Minérios e metais” (‑17,3 milhões de Euros).
Os dois acréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,4 milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações e estruturas flutuantes, e  “Energéticos” (+248 mil Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+6,7%), couberam a Espanha (+1,7 p.p.), França (+1,1 p.p.), Alemanha (1,0 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), Áustria (+0,4 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE e EUA (0,3 p.p. cada).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.),  Taiwan, Reino Unido e Irlanda (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no período de Janeiro a Setembro de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da França, da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, as Provisões de bordo, a Suécia, a Bélgica, os Países Baixos, a Hungria e a Lituânia.
Os maiores decréscimos couberam ao Reino Unido e à Irlanda.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para Provisões de bordo, seguidas dos EUA, da Tunísia, da Austrália, da Turquia, da Argentina, do Canadá, do Chile e do México. Os maiores decréscimos couberam a Angola, à China, ao Líbano, a Ghana, à Arábia Saudita, a Taiwan, a Gibraltar, ao Irão, ao Bahrein e ao Brasil.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 75,2% do total (76,1% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +6,6% e contribuíram com +5,0 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,8%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,9%, representando 24,8% do total em 2018 (23,9% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,8 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), EUA e a Federação Russa (1,7% cada), e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,1% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+7,8%) destacam-se a Espanha (+1,6 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França e o Cazaquistáo (+0,7 p.p. cada), seguidos dos EUA e China (+0,4 p.p. cada), da Bélgica, Itália, Países Baixos, Argélia, Turquia e Azerbaijão (todos com +0,3 p.p.).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura (-0,6 p.p.), à Federação Russa (-0,3 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.) e à Colômbia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1402 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1338) e  aos EUA (+1317 milhões). Seguiram-se Angola (+442 milhões) e Marrocos (+423 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6248 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2521 milhões), da China (-1225 milhões), dos Países Baixos (-1198 milhões), e da Itália (‑1136 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,3% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do total e TVH -1,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6% e TVH +36,0%), “Químicos” (12,1% e TVH +0,6%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +4,6%) “Minérios e metais” (9,8% e TVH +8,2%), “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +6,1%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 2,1%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,6 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+325 milhões), “Energéticos” (+255 milhões), “Produtos acabados diversos” (+235 milhões), “Agro-alimentares” (+229 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+170 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-89 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-59 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-33 milhões).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,9%), “Químicos” (16,2% do total e TVH de +8,0%), “Agro-alimentares” (14,8% e TVH de +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH de +9,8%) e “Energéticos” (12,4% e TVH de +16,0%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -160 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Energéticos” (+950 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+858 milhões), “Químicos” (+665 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+615 milhões) e “Minérios e metais” (+426 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Setembro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), e o Brasil (1,4%). Estes dez países cobriram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações


Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da Alemanha, dos EUA, da França e dos Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,5%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), os EUA e a Rússia (1,7% cada).
Estes dez países cobriram 74,7% das importações totais.

Alcochete, 13 de Novembro de 2018.


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