Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2018
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Novembro de 2018, nos
primeiros nove meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,7%
face ao mesmo período do ano anterior (+2723 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +7,8% (+4027 milhões de Euros).
As exportações para o espaço
comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,4% (+2846 milhões de
Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,2
(-123milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes
dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +6,6% (+2563 milhões de
Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +11,9% (+1465 milhões de
Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial
externo (Fob-Cif) aumentou +12,4%, ao situar-se em -11123 milhões de Euros (um
acréscimo de 1304 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com uma
redução de 283 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 1588 milhões
no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 79,5%, em 2017, para 78,7%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na
Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos nove
primeiros meses de 2017 se situou em 344 Euros/Ton, subiu para 444 Euros/Ton em
2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,4% e 7,5%
do total no período de Janeiro-Setembro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 78,7% para 83,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para
a UE (expedições), que representaram 76,0% do total (74,1% em 2017), cresceram
em valor +9,4%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,7%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0%
do total em 2018 (25,9% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,2%
contribuindo negativamente, com -0,3 p.p., para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino foram a Espanha (25,3%), a França (12,7%), a
Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), o Brasil (1,4%), a Polónia
(1,3%), Marrocos e a China (1,2%), países que representaram 79,2% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –15,0% nos primeiros nove meses do ano (-198,8 milhões de Euros),
envolvendo nove dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑56,9 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑48,9 milhões), “Químicos”
(-41,6 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-18,5 milhões) e “Minérios
e metais” (‑17,3 milhões de Euros).
Os dois acréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,4
milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações e estruturas
flutuantes, e “Energéticos” (+248 mil Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+6,7%), couberam a Espanha (+1,7 p.p.), França (+1,1 p.p.), Alemanha
(1,0 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), Áustria (+0,4 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE
e EUA (0,3 p.p. cada).
Os
maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3
p.p.), Taiwan, Reino Unido e Irlanda
(-0,1 p.p. cada).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço
comunitário no período de Janeiro a Setembro de 2018, em termos homólogos, verificou-se
em Espanha, seguido dos da França, da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com
menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, as Provisões de
bordo, a Suécia, a Bélgica, os Países Baixos, a Hungria e a Lituânia.
Os maiores decréscimos couberam
ao Reino Unido e à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para Provisões de bordo, seguidas dos EUA, da Tunísia, da
Austrália, da Turquia, da Argentina, do Canadá, do Chile e do México. Os maiores decréscimos couberam a Angola, à
China, ao Líbano, a Ghana, à Arábia Saudita, a Taiwan, a Gibraltar, ao Irão, ao
Bahrein e ao Brasil.
3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas)
com origem na UE, que representaram 75,2% do total (76,1% no mesmo período de 2017),
registaram um acréscimo de +6,6% e contribuíram com +5,0 p.p. para uma taxa de
crescimento global de +7,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,9%,
representando 24,8% do total em 2018 (23,9% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +2,8 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha
(13,7%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%),
a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), EUA e a Federação Russa
(1,7% cada), e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,1%
das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+7,8%) destacam-se a
Espanha (+1,6 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França e o Cazaquistáo (+0,7
p.p. cada), seguidos dos EUA e China (+0,4 p.p. cada), da Bélgica, Itália, Países
Baixos, Argélia, Turquia e Azerbaijão (todos com +0,3 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura (-0,6 p.p.), à Federação
Russa (-0,3 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.) e à Colômbia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam à França (+1402 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1338) e aos EUA (+1317 milhões). Seguiram-se Angola (+442
milhões) e Marrocos (+423 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6248
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2521 milhões), da China (-1225
milhões), dos Países Baixos (-1198 milhões), e da Itália (‑1136 milhões de
Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11
grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias em 2018, representando 80,3% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do
total e TVH -1,4%), “Material de
transporte terrestre e partes” (13,6% e TVH +36,0%), “Químicos” (12,1% e TVH +0,6%), “Agro-alimentares”
(11,9% e TVH +4,6%) “Minérios e metais”
(9,8% e TVH +8,2%), “Produtos acabados
diversos” (9,4% e TVH +6,1%) e “Têxteis
e vestuário” (9,3% e TVH + 2,1%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+1,6 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+325 milhões), “Energéticos” (+255 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+235 milhões), “Agro-alimentares”
(+229 milhões) e “Madeira, cortiça e
papel” (+170 milhões de Euros). Os decréscimos
incidiram em “Máquinas, aparelhos e
partes” (-89 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (-59 milhões) e
“Calçado, peles e couros” (-33
milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,9%), “Químicos” (16,2% do total e TVH de +8,0%), “Agro-alimentares” (14,8% e TVH de +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH de +9,8%)
e “Energéticos” (12,4% e TVH de +16,0%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra
de -160 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os
restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos nos grupos “Energéticos”
(+950 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (+858 milhões), “Químicos”
(+665 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+615 milhões) e “Minérios
e metais” (+426 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro
a Setembro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), e o Brasil (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º
lugar, antecedida da Alemanha, dos EUA, da França e dos Países Baixos).
Seguiram-se
a Alemanha (13,7%), a França (7,5%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a
China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), os EUA e a Rússia (1,7%
cada).
Estes dez
países cobriram 74,7% das importações totais.
Alcochete, 13 de Novembro de 2018.
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