Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com a Itália
2014-2018
Janeiro-Novembro 2018-2019
Janeiro-Novembro 2018-2019
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1 – Nota introdutória
A Itália encontra-se
entre os principais parceiros comerciais de Portugal, tendo sido em 2018 o quarto
maior mercado de origem das importações, com 5,4% do total (5,1% nos primeiros
onze meses de 2019), precedida da Espanha (31,4%), da Alemanha (13,8%) e da
França (7,6%), sendo o sexto principal mercado de destino das exportações, com 4,3%
do total (4,5% em 2019), depois da Espanha (25,4%), da França (12,7%&), da Alemanha
(11,6%), do Reino Unido (6,3%) e dos EUA (5,0%).
Em 1985,
ano anterior à adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE),
o peso da Itália nas importações e nas exportações globais portuguesas era respectivamente
de 5,2% e 3,9%. O peso nas
importações aumentou sucessivamente até 1991 e 1992, anos em que atingiu 10,2%
do total, para decrescer até 2008, com 5,4%, mantendo-se a partir de então numa
faixa de 5 a 6%. Por sua vez o seu peso nas exportações tem-se mantido ao longo destes anos
em torno de 4%.
Após um breve relance sobre a evolução
do comércio externo de Itália no período 2014-2018, com base em dados de fonte EUROSTAT,
vai-se analisar a evolução das chegadas e das expedições de mercadorias (que
designaremos por importações e exportações) ao longo desses anos e primeiros
onze meses de 2018-2019, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto
Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014
a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização
em 1 de Janeiro de 2020.
Nos quadros que se seguem, os produtos
transaccionados foram agregados em 11 grupos
de produtos, cujo conteúdo, em termos de Nomenclatura Combinada, se encontra definido
em quadro anexo (Anexo-1).
2 – Alguns dados sobre o comércio externo italiano
2.1 – Balança Comercial da Itália
De acordo
com os dados disponíveis, entre 2014 e 2018 a Balança Comercial de mercadorias de
Itália foi ‘superavitária’, com saldos compreendidos entre +39 e +49 mil milhões
de Euros.
As quotas
de Portugal nas importações e nas exportações italianas, que em 2014 representaram respectivamernte 0,4% e 0,8%, aumentaram para
0,5% e 0,9% em 2018.
2.2 – Importações em Itália por grupos de produtos
Em 2018, face ao ano anterior, as importações italianas
cresceram +6,1%, cabendo a Portugal uma quota de 0,5%. As principais
importações, por grupos de produtos (conteúdo definido no Anexo-1),
incidiram em “Químicos” (17,7% do Total), “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,2%), “Energéticos“ (13,4%), “Minérios e metais” (12,8%),
“Material de transporte
terrestre e partes” (10,3%)
e “Agro-alimentares” (10,1%). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (6,1%), “Têxteis e vestuário” (5,5%), “Madeira, cortiça e papel” (3,0%), “Calçado, peles e couros” (2,9%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8%).
As maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Madeira,
cortiça e papel” (2,0% do total do grupo), “Agro-alimentares” e “Têxteis
e vestuário” (1,2% cada).
2.3 – Exportações da Itália por grupos de produtos
Por sua vez, em 2018, face ao ano anterior, as exportações
cresceram +3,6%, tendo Portugal contribuído com uma quota de 0,9%.
As principais exportações couberam aos grupos de
produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (25,6%), “Químicos” (15,6%),
“Minérios e metais” (12,1%), “Produtos acabados diversos” (9,5%),
“Agro-alimentares” (9,1%) e “Material de transporte terrestre e
partes” (8,5%).
Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário”
(6,8%), “Calçado, peles e couros” (5,0%), “Energéticos” (3,7%), “Madeira,
cortiça e papel” (2,1%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,9%).
As maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Têxteis
e vestuário” (1,7%), “Calçado, peles e couros” (1,2%) e “Madeira,
cortiça e papel” (1,1%). Seguiram-se os grupos “Químicos”, “Minérios e
metais”, “Máquinas, aparelhos e partes” e “Material de transporte
terrestre e partes” (0,9% cada), “Agro-alimentares” e “Produtos
acabados diversos” (0,7% cada), “Energéticos” e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,1% cada).
2.4 – Mercados das importações e das exportações italianas
Em 2018 tiveram origem no espaço intracomunitário 58,8%
das importações italianas
de mercadorias. Os principais fornecedores foram a Alemanha (16,5%), a França
(8,6%), os Países Baixos (5,3%), a Espanha (4,9%) e a Bélgica (4,5%). Portugal
ocupou a 39ª posição no ‘ranking’, com 0,5% do total.
Entre os países terceiros predominou a China (7,3%),
seguida dos EUA (3,7%) e da Rússia (3,5%).
No mesmo ano, as exportações Intra-UE representaram 56,5%
do Total, ocupando também aqui a Alemanha a primeira posição (12,5%), seguida da
França (10,5%), da Espanha (5,2%) e do Reino Unido (5,1%).
Portugal ocupou a 25ª posição, com 0,9% do total.
Entre os países terceiros os EUA foram o principal
destino (9,1%), seguidos da Suíça (4,8%) e da China (2,8%).
3 – Comércio de Portugal com a Itália
3.1 – Evolução do peso da Itália
nas importações
e nas
exportações portuguesas
Entre 2014 e 2018 o peso das importações com origem em Itália oscilou
entre 5,2% e 5,5%, tendo o das exportaçôes subido de 3,2% para 4,3%. Nos primeiros onze meses de 2019, face ao período homólogo do ano anterior,
o peso das importações desceu para 5,1%, tendo o das
exportações aumentado para 4,5%.
3.2 – Balança Comercial Portugal-Itália
Ao longo dos últimos cinco anos a Balança Comercial de
mercadorias de Portugal com a Itália foi deficitária, tendo o maior saldo negativo
ocorrido em 2017 (-1,8 mil milhões de Euros), com graus de cobertura das
importações pelas exportações da ordem dos 50 a 60%. Nos primeiros onze meses
de 2019, o défice situou-se em -1,3 mil milhões de Euros, com um grau de cobertura
das importações pelas exportações de 65,8%.
Neste período, o ritmo de crescimento das
exportações foi mais vivo do que o das importações, atingindo as primeiras
159,8% do valor que detinham em 2014, contra 131,6% nas importações.
3.3 – Importações por grupos de produtos
No período de Janeiro a Novembro de 2019 as
importações portuguesas cresceram +2,1% face ao período homólogo do ano
anterior, tendo a Itália pesado 5,1% no Total.
Os grupos de produtos dominantes foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (22,7% do Total), “Químicos” (18,6%), “Têxteis
e vestuário” (13,6%) e “Minérios e metais” (12,4%).
Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre
e partes” (8,8%), “Agro-alimentares” (7,8%), “Produtos acabados diversos”
(6,8%), “Calçado, peles e couros” (6,2%), “Madeira, cortiça e papel”
(2,5%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%) e “Energéticos”
(0,1%).
Por grupos de produtos, as maiores quotas de Itália
nas nossas importações globais incidiram nos grupos “Calçado, peles e
couros” (15,3%), “Têxteis e vestuário” (12,2%), “Minérios e
metais” (7,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (6,5%), “Químicos”
e “Produtos acabados diversos” (5,9% cada).
Em quadros anexos podem observar-se as principais
importações e exportações efectuadas no período de Janeiro a Novembro de 2018 e
2019, por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura
Combinada, com uma representatividade por grupo superior a 70% em cada um dos anos
(Anexo 2 e Anexo 3).
3.4 – Exportações por grupos de produtos
No período de Janeiro a Novembro de 2019 as exportações
portuguesas aumentaram +12,3% face ao período homólogo do ano anterior, tendo a
Itália pesado 4,5% no Total.
Destacaram-se as exportações de “Material de
transporte terrestre e partes” (24,8%) e de “Agro-alimentares” (19,6%),
a que se seguiram as dos grupos “Têxteis e vestuário” (12,3%), “Químicos”
(10,7%), “Madeira, cortiça e papel” (9,8%), “Máquinas, aparelhos e
partes” (9,1%), “Minérios e metais” (5,9%), “Produtos acabados
diversos” (4,4%), “Calçado, peles e couros” (2,7%), “Energéticos”
(0,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%).
As maiores quotas da Itália no conjunto das exportações
portuguesas para o Mundo por grupos de produtos, couberam aos grupos “Agro-alimentares”
e “Material de transporte terrestre e partes” (7,3% cada), “Têxteis e
vestuário” (6,2%) e “Madeira, cortiça e papel” (5,9%).
Alcochete, 22 de Janeiro de 2020.
ANEXO-1
ANEXO-2
ANEXO-3