Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Novembro de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Janeiro de 2020, no período
de Janeiro a Novembro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor
+3,5%, face ao período homólogo de 2018 (+1875 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +7,1% (+4902 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +4,6% (+1868 milhões de Euros), tendo as exportações para os países
terceiros crescido +0,1% (+7 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de
mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +8,1%
(+4262 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a
crescerem +3,8% (+640 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+19,0% ao situar-se em -18 995 milhões de Euros (um acréscimo de 3027 milhões
de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2394 milhões no
comércio intracomunitário e de 633 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 77,0%, em 2018, para 74,4%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do
petróleo em 2019 desceu, face ao mesmo período em 2018, de 456 Euros/Ton para 431
Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,1% e 11,4%
do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 6,8% e 5,8% na
vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe, em 2019, de 74,4% para 79,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Novembro de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,0% do total (76,2% no ano anterior), cresceram
em valor +4,6%, contribuindo com +3,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +3,5%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,9% do total em
2019 (23,8% em 2018), estabilizaram entre os dois anos.
Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,8%),
a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália
(4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%), a Polónia e o
Brasil (1,3% cada) e as Provisões de Bordo Extra-UE, Marrocos e Suíça (1,1%
cada), destinos que representaram 79,8% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor nas exportações de –18,1% em 2019 (-255,7
milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As
maiores descidas incidiram nos
grupos “Agro-alimentares” (‑81,3 milhões
de Euros), “Químicos” (‑60,0 milhões),
“Máquinas, aparelhos e partes” (-45,0
milhões), “Produtos acabados diversos”
(‑29,2 milhões) e “Minérios e metais” (-15,2 milhões de Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+3,5%), couberam à lemanha (+0,9 p.p.), França (+0,8
p.p.), à Itália e Canadá (+0,5 p.p.).
O maior contributo
negativo coube a Angola (-0,5 p.p.).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Novembro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na
Alemanha, em França e em Itália, seguidos dos Países Baixos, da Espanha, da
Irlanda, da Bélgica, da Grécia, da Roménia, da República Checa, da Eslovénia, da
Eslováquia, da Polónia, da Finlândia e da Hungria. Os maiores decréscimos couberam à Lituânia e ao Reino Unido.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
com o Canadá, Turquia, EUA e Egipto. Seguiram-se as Provisões de Bordo, Suíça, Cabo
Verde, Singapura, Noruega, Moçambique e Emiratos.
Os maiores decréscimos couberam a
Angola e à Tunísia, seguidos da Argentina, China, Argélia, Gibraltar,
Austrália. Brasil, Chile, Marrocos e Coreia do Sul.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Novembro de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 76,4% do total (75,6% em 2018), registaram um acréscimo de +8,1% e
contribuíram com +6,1 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,8%,
representando 23,6% do total em 2019 (24,4% em 2018), com um contributo para o
crescimento global de +0,9 p.p.. Os principais mercados de origem das
importações no período em análise, em 2019, foram a Espanha (30,1%), a Alemanha
(13,4%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%),
a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,9%), a Rússia
e Angola (1,4% cada), países que representaram no seu conjunto 77,7% das importações
totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros onze
meses de 2019 (+7,1%) destacam-se a França (+3,1 p.p.), a Espanha (+0,9 p.p.), a
China (+0,8 p.p.), a Alemanha (+0,6 p.p.), a Bélgica (+0,4 p.p.), o Reino
Unido, Angola e a Polónia (+0,3 p.p. cada), a Índia, os EUA e a Arábia Saudita (+0,2
p.p. cada) e a Hungria (+0,1 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,8 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,4 p.p.), à Rússia e ao Azerbaijão (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1411 milhões de Euros) e aos
EUA (+1369 milhões). Seguiram-se o Canadá (+454 milhões), Marrocos (+434
milhões) e a Suíça (+319 milhões). O maior défice, a grande distância
dos restantes, pertenceu a Espanha (-8691 milhões de Euros), seguido dos da
Alemanha (‑3247 milhões), da China (-2196 milhões), dos Países Baixos (-1500
milhões) e da Itália (‑1288 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Novembro de 2019, representando 82,0% do
total, foram “Material de transporte
terrestre e partes” (15,2% e TVH +16,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,0% do total e TVH +1,0%), “Químicos” (12,6% e TVH +5,4%), “Agro-alimentares” (12,1% e TVH +2,5%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH
+7,4%), “Minérios e metais” (9,4% e
TVH -1,0%) e
“Têxteis e vestuário” (8,9% e TVH (‑0,9%). O maior contributo para o acréscimo global de +1875
milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +1173 milhões de
Euros, seguido dos grupos “Produtos acabados diversos” (+377 milhões), “Químicos”
(+354 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+289 milhões).
Ocorreram decréscimos em quatro dos grupos: “Energéticos”, “Calçado, peles e
couros”, “Minérios e metais” e “Têxteis e vestuário”, com
destaque para o primeiro (‑433 milhões).
5.2 – Importações
De Janeiro
a Novembro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações,
representando 71,5% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +7,8%), “Químicos” (16,0% do total e TVH +4,8%), “Agro-alimentares” (14,0% e TVH +2,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH +7,3%) e “Energéticos” (11,4% e TVH +0,6%).
À
excepção dos grupos “Minérios e metais” e
“Calçado, peles e couros”, em que se registaram quebras de -16 e -1 milhões
de Euros, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações,
tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2142
milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+953 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+627
milhões) e “Químicos” (+545 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha,
“Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, França, Reino
Unido e Finlândia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha
(12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos
(3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%). Estes dez países
cobriram 75,2% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta vertente
do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 30,1% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,4%), a
França (10,0%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a
Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,7%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,4%).
Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
Alcochete, 11 de Janeiro de 2020.
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