sábado, 22 de agosto de 2020

Índices do Comérciio Internacional - Janeiro a Junho 2020/2019

 

Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga em
Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Junho 2020/2019)

" Disponível para download > aqui "

1 - Nota introdutória

No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2020, face ao período homólogo de 2019.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2020, em versão preliminar, e dados disponíveis para 2019 também ainda em versão preliminar, com última actualização em 7 de Agosto de 2020.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche globais aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em metodologia definida, ensaiada e testada na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo e utilizada ao longo dos anos nas que lhe sucederam, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados preliminares disponíveis, no período de Janeiro a Junho de 2020 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -27,6% face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 74,7% para 77,1%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -19,7%, terão registado uma quebra em volume de -16,5% e um decréscimo em preço de ‑3,8%.

Por sua vez, a descida em valor de -17,1% verificada nas exportações terá resultado de uma descida em volume de -14,8%, com o preço a decair –2,7%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2020 situa-se em -5,6 mil milhões de Euros, contra -7,5 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 79,4% em 2019 para 81,1% em 2020. De acordo com os dados disponíveis as importações terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de –18,2%, -16,8% e -1,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado uma quebra em valor de -16,4%, em resultado de descidas de -15,2% em volume e -1,4% em preço.

Em 2020, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,8% das exportações e 16,7% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (18,8% em 2020 e 16,2% em 2019), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e 17,7%), “Agro-alimentares” (16,0% e 13,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e 12,6%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (9,8% e 11,5%), ”Minérios e metais” (8,4% nos dois anos), “Produtos acabados diversos” (6,0% e 5,7%), “Têxteis e vestuário” (5,6% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (3,3% e 2,9%), “Calçado, peles e couros” (1,8% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% e 4,1%).


Em todos os onze grupos de produtos considerados se registaram, no primeiro semestre de 2020, taxas de variação homóloga em Valor negativas, incidindo as mais acentuadas nos grupos "Aeronaves, embarcações e partes", não constante dos gráficos por não serem calculados índices de volume e preço para este grupo (-69,9%), “Material de transporte terrestre” (-32,6%), “Energéticos” (-31,8%) e “Calçado, peles e couros” (-27,8%). 

Foram também negativas as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Material de transporte terrestre e partes” (-34,1%) e no “Calçado, peles e couros” (‑27,9%).

Na óptica do preço verificou-se algum crescimento nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+2,2%), “Têxteis e vestuário” (+0,7%), “Produtos acabados diversos” (+0,4%) e “Calçado, peles e couros” (+0,2%). A principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-20,0%),

5 – Exportações

Em 2020, no período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,3% em 2020 e 13,7% em 2019), “Agro-alimentares” (14,2% e 11,7%), “Químicos” (13,4% e 12,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e 15,8%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e 9,7%), “Minérios e metais” (9,5% e 9,6%), “Têxteis e vestuário” (8,9% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (8,0% e 7,5%), “Energéticos” (5,2% e 5,9%), “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e 1,2%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao ano anterior, em dez dos grupos de produtos, sendo a excepção o grupo “Agro-alimentares”, em que se registou uma taxa de variação nula.

 Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑31,7%) e “Energéticos” (-27,2%). Seguiram-se os grupos “Calçado, peles e couros” (‑20,8%), “Produtos acabados diversos” (-18,2%), “Minérios e metais" (‑17,9%), “Têxteis e vestuário”” (‑17,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-13,5%), “Químicos” (-11,6%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑11,3%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se uma quebra em valor de -46,9%.

Em volume, verificaram-se descidas das exportações em todos os grupos è excepção do grupo “Agro-alimentares” (+3,0%).

O maior descréscimo ocotrreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-33,3%), seguido dos grupos “Calçado, peles e couros” (-21,2%), “Têxteis e vestuário” (‑20,3%), “Produtos acabados diversos” (--15,9%), “Minérios e metais” (-13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-13,2%), “Químicos” (-9,1%), “Energéticos” (-8,0%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑7,1%)

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações dos grupos “Têxteis e vestuário” (+3,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+2,5%) e “Calçado, peles e couros” (+0,5%).

O maior decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (‑20,9%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (‑4,8%), “Madeira, cortiça e papel” (‑4,5%), “Agro-alimentares” (-3,0%), “Produtos acabados diversos” e “Químicos” (-2,7% nos dois anos) e “Máquinas, aparelhos e partes” (‑0,4%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro, a representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche, foi da ordem dos 90%, o que também aconteceu em granmde parte nos grupos de produtos.


.Alcochete, 19 de Agosto de 2020.

ANEXO



sábado, 15 de agosto de 2020

Acréscimos e decréscimos das exportações - Junho de 2020

 

Acréscimos e decréscimos 
das exportações
por produtos e mercados
Evolução mensal
- Junho de 2020 -
 ( disponível para download >> aqui )

1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, nos cinco primeiros meses de 2020, acumulados e não acumulados, face ao período homólogo de 2019. São para este fim utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão preliminar para estes dois anos, com última actualização em 7 de Agosto de 2020.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Junho de 2019 e 2020

Em 2020, no período acumulado de Janeiro a Junho, as exportações de mercadorias decresceram em valor -17,1% face a igual período do ano anterior (-5,2 mil milhões de Euros), abrangendo todos os grupos de produtos.

O maior decréscimo, em Euros, incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (‑1,5 mil milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Máquinas., aparelhos e partes” (-562 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑535 milhões), “Minérios e metais” (-521 milhões), “Energéticos” (-487 milhões), “Têxteis e vestuário” (-477 milhões), “Químicos” (-441 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-256 milhões), “Calçado, peles e couros” (-215 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-164 milhões) e “Agro-alimentares”  (-1 milhão de Euros). 

Considerando a partição entre espaço Intra-UE27 (Reino Unido excluído) e Extra-UE, verifica-se que no período em análise, no seio da Comunidade, as exportações, que representaram 71,4% do Total, decresceram -17,0% face ao mesmo período do ano anterior (‑3,7mil milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram uma quebra também de ‑17,0% (-1,5 mil milhões).

O Total do espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal (Reino Unido excluído), acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores decréscimos couberam a Espanha (-1,2 mil milhões de Euros), Alemanha (-693 milhões), França (-621 milhões), Reino Unido (-438 milhões), Itália (-338 milhões), Países Baixos (-226 milhões), EUA (-220 milhões), Angola (-173 milhões), Canadá (-156 milhões), Marrocos (-116 milhões), Provisões de Bordo para Países Terceiros (-111 milhões), Áustria (‑108 milhões) e Bélgica (‑95 milhões de Euros).

O acréscimo mais significativo pertenceu à Irlanda (+44 milhões de Euros), seguida de Taiwan (+32 milhões), Japão (+25 milhões), Dinamarca e Gibraltar (+23 milhões cada) e Ceuta (+20 milhões).

3 – Exportações no mês de Junho de 2020 (não acumulado) face a 2019, por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Junho de 2020 (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,2% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,9%), “Agro-alimentares” (14,0%), “Químicos” (13,6%), e “Produtos acabados diversos” (10,7%)..

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,5%), “Têxteis e vestuário” (8,4%), “Madeira, cortiça e papel” (6,7%), “Calçado, peles e couros” (3,4%), “Energéticos” (2,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%).

O maior decréscimo, face ao mês de Junho de 2019, ocorreu no grupo “Energéticos” (-140 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-87 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (-71 milhões), “Têxteis e vestuário” (-59 milhões), “Minérios e metais” (-50 milhões), “Calçado, peles e couros” (-36 milhões), “Químicos” (‑35 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-25 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-6 milhões).

Registaram-se acréscimos nos restantes dois grupos de produtos: “Agro-alimentares” (+26 milhões de Euros) e ”Aeronaves, embarcações e partes” (+5 milhões).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais produtos definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o segundo grupo com maior peso entre os onze grupos considerados (14,9% do Total no mês de Junhp de 2020), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados, encontrando-se no quadro seguinte os principais produtos desagregados a um nível mais fino da Nomenclatura (NC-4).

4 – Evolução comparada das exportações mensais por grupos de produtos


Alcochete, 11 de Agosto de 2020

ANEXO



domingo, 9 de agosto de 2020

Série mensal - Janeiro-Junho 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2020 

( disponível para download  > aqui

Nota introdutória

Na divulgação, no portal do Instituto Nacional de Estatística, dos dados do Comércio Internacional para os meses de Maio e também de Junho de 2020, no Resumo da sua análise chama-se a atenção do utilizador para os efeitos da pandemia que atravessa o país, designadamente no que se refere à “quantidade de informação primária disponível na compilação dos resultados apresentados”.

Reportando-se a análise da evolução do comércio internacional que se segue ao período acumulado de Janeiro a Junho de 2020, face ao período homólogo do ano anterior, esta estará assim afectada de alguma falta de informação.

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 7 de Agosto de 2020, no período acumulado de Janeiro a Junho de 2020, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano anterior, decresceram em valor ‑17,1% (-5,2 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -19,7% (-8,0 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras significativas verificadas nos meses de Março, Abril, Maio e Junho, respectivamente -12,4%, -39,8%, -39,8% e -23,1% na importação, e -13,0%,  -41,0%, ‑38,7% e -10,1% na exportação, em termos homólogos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui ao somatório dos valores dos actuais 27 membros, incluindo provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade (Reino Unido excluído), registaram uma quebra de ‑17,1% (‑3,7 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -17,0% (‑1,5 mil milhões). Por sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –20,6% (-6,2 mil milhões), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -17,4% (-1,9 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -27,6% ao situar-se em -7,5 mil milhões de Euros (menos 2,8 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 2,5 mil milhões no comércio intracomunitário e de 378 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,7%, em 2019, para 77,1%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 438 para 313 Euros/Ton., com uma subida sensível no mês de Junho.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,5% e 9,8% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 5,9% e 5,2% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 77,1% para 81,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,4% do total (também 71,4% em 2019), decresceram em valor -17,1%, contribuindo com -12,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -17,1%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,6% do total em 2020 (também 28,6% em 2019), decaíram -17,0%, contribuindo com -4,9 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros seis meses de 2020 foram a Espanha (24,9%), a França (13,5%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,1%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%), a Polónia e o Brasil (1,4% cada), a Suíça e a Suécia (1,2% cada) e a Turquia (1,0%), destinos que  representaram 79,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –28,7% em 2020 (-173,3 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-48,9 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-31,7 milhões), “Químicos” (‑30,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑18,6 milhões), “Agro-alimentares” (-17,9 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-10,6 milhões de Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-17,1%), pertenceram à Irlanda (+0,14 p.p.) e à Dinamarca (+0,08 p.p.). O maior contributo negativo coube a Espanha (‑4,1 p.p.), seguida da Alemanha (-2,3 p.p.), da França (-2,0 p.p.), do Reino Unido (-1,4 p.p.), da Itália (-1,1 p.p.), dos Países Baixos e EUA (-0,7 p.p. cada), de Angola (-0,6 p.p.), do Canadá (-0,5 p.p.) e de Marrocos (-0,4 p.p.). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Dinamarca. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, seguidos da Áustria,  Bélgica, Provisões de Bordo, Polónia, Eslováquia, Grécia, Finlândia e Roménia.

Nos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Taiwan, Japão, Gibraltar, Ceuta e Coreia do Sul. Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA, Angola, Canadá, Marrocos, Provisões de Bordo e China.

3.2 - Importações

De Janeiro a Junho de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 72,9% do total (73,7% em 2019), registaram um decréscimo de -20,6% e contribuíram com -15,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -19,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑17,4%, representando 27,1% do total em 2020 (26,3% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,6 p.p.. 

Os principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (31,3%), a Alemanha (13,1%) e a França (7,3%). Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,6%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido e o Brasil (2,7% cada), os EUA (1,7%) e a Nigéria (1,6%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,6% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑19,7%) destacou-se o do Brasil (+1,0 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), da China (+0,2 p.p.), de Taiwan e da Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-4,5 p.p.), à França (-4,4 p.p.) e à Alemanha (-3,1 p.p.). Seguiram-se a Rússia (-1,2 p.p.), a Itália (-1,0 p.p.), o Azerbaijão (-0,9 p.p.), os EUA, Bélgica e Arábia Saudita (‑0,6 p.p. cada), e o Reino Unido (-0,4 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.

4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1026 milhões de Euros), aos EUA (+731 milhões) e ao Reino Unido (+518 milhões). Seguiram-se a Turquia (+245 milhões) e Marrocos (+146 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3943 milhões de Euros), seguido dos da China (‑1288 milhões), da Alemanha (-1266 milhões), dos Países Baixos (-819 milhões) e do Brasil (-527 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 55,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e ‑13,5% de TVH), “Agro-alimentares” (14,2% e TVH nula), “Químicos” (13,4% e -11,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -31,7%).

Registaram-se decréscimos, face a 2019, nas exportações de todos os 11 grupos de produtos, sendo de um pouco mais de 1 milhão de Euros o decréscimo no grupo “Agro-alimentares”. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,2 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,5 mil milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-562 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑535 milhões), “Minérios e metais” (-521 milhões), “Energéticos” (-487 milhões), “Têxteis e vestuário” (-477 milhões) e “Quimicos” (-441 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,2% do total, foram “Químicos” (18,8% do total e TVH -6,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e -18,4%), “Agro-alimentares” (16,0% e TVH -4,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e TVH -32,6%) e “Energéticos” (9,8% e TVH -31,8%).

À semelhança das exportações, verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -8,0 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,7 mil milhões), “Energéticos” (-1,5 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1,2 mil milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações