domingo, 9 de agosto de 2020

Série mensal - Janeiro-Junho 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2020 

( disponível para download  > aqui

Nota introdutória

Na divulgação, no portal do Instituto Nacional de Estatística, dos dados do Comércio Internacional para os meses de Maio e também de Junho de 2020, no Resumo da sua análise chama-se a atenção do utilizador para os efeitos da pandemia que atravessa o país, designadamente no que se refere à “quantidade de informação primária disponível na compilação dos resultados apresentados”.

Reportando-se a análise da evolução do comércio internacional que se segue ao período acumulado de Janeiro a Junho de 2020, face ao período homólogo do ano anterior, esta estará assim afectada de alguma falta de informação.

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 7 de Agosto de 2020, no período acumulado de Janeiro a Junho de 2020, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano anterior, decresceram em valor ‑17,1% (-5,2 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -19,7% (-8,0 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras significativas verificadas nos meses de Março, Abril, Maio e Junho, respectivamente -12,4%, -39,8%, -39,8% e -23,1% na importação, e -13,0%,  -41,0%, ‑38,7% e -10,1% na exportação, em termos homólogos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui ao somatório dos valores dos actuais 27 membros, incluindo provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade (Reino Unido excluído), registaram uma quebra de ‑17,1% (‑3,7 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -17,0% (‑1,5 mil milhões). Por sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –20,6% (-6,2 mil milhões), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -17,4% (-1,9 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -27,6% ao situar-se em -7,5 mil milhões de Euros (menos 2,8 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 2,5 mil milhões no comércio intracomunitário e de 378 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,7%, em 2019, para 77,1%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 438 para 313 Euros/Ton., com uma subida sensível no mês de Junho.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,5% e 9,8% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 5,9% e 5,2% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 77,1% para 81,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,4% do total (também 71,4% em 2019), decresceram em valor -17,1%, contribuindo com -12,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -17,1%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,6% do total em 2020 (também 28,6% em 2019), decaíram -17,0%, contribuindo com -4,9 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros seis meses de 2020 foram a Espanha (24,9%), a França (13,5%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,1%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%), a Polónia e o Brasil (1,4% cada), a Suíça e a Suécia (1,2% cada) e a Turquia (1,0%), destinos que  representaram 79,7% do total das exportações.

Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –28,7% em 2020 (-173,3 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-48,9 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-31,7 milhões), “Químicos” (‑30,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑18,6 milhões), “Agro-alimentares” (-17,9 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-10,6 milhões de Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-17,1%), pertenceram à Irlanda (+0,14 p.p.) e à Dinamarca (+0,08 p.p.). O maior contributo negativo coube a Espanha (‑4,1 p.p.), seguida da Alemanha (-2,3 p.p.), da França (-2,0 p.p.), do Reino Unido (-1,4 p.p.), da Itália (-1,1 p.p.), dos Países Baixos e EUA (-0,7 p.p. cada), de Angola (-0,6 p.p.), do Canadá (-0,5 p.p.) e de Marrocos (-0,4 p.p.). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Dinamarca. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, seguidos da Áustria,  Bélgica, Provisões de Bordo, Polónia, Eslováquia, Grécia, Finlândia e Roménia.

Nos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Taiwan, Japão, Gibraltar, Ceuta e Coreia do Sul. Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA, Angola, Canadá, Marrocos, Provisões de Bordo e China.

3.2 - Importações

De Janeiro a Junho de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 72,9% do total (73,7% em 2019), registaram um decréscimo de -20,6% e contribuíram com -15,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -19,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑17,4%, representando 27,1% do total em 2020 (26,3% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,6 p.p.. 

Os principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (31,3%), a Alemanha (13,1%) e a França (7,3%). Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,6%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido e o Brasil (2,7% cada), os EUA (1,7%) e a Nigéria (1,6%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,6% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑19,7%) destacou-se o do Brasil (+1,0 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), da China (+0,2 p.p.), de Taiwan e da Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-4,5 p.p.), à França (-4,4 p.p.) e à Alemanha (-3,1 p.p.). Seguiram-se a Rússia (-1,2 p.p.), a Itália (-1,0 p.p.), o Azerbaijão (-0,9 p.p.), os EUA, Bélgica e Arábia Saudita (‑0,6 p.p. cada), e o Reino Unido (-0,4 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.

4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1026 milhões de Euros), aos EUA (+731 milhões) e ao Reino Unido (+518 milhões). Seguiram-se a Turquia (+245 milhões) e Marrocos (+146 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3943 milhões de Euros), seguido dos da China (‑1288 milhões), da Alemanha (-1266 milhões), dos Países Baixos (-819 milhões) e do Brasil (-527 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 55,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e ‑13,5% de TVH), “Agro-alimentares” (14,2% e TVH nula), “Químicos” (13,4% e -11,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -31,7%).

Registaram-se decréscimos, face a 2019, nas exportações de todos os 11 grupos de produtos, sendo de um pouco mais de 1 milhão de Euros o decréscimo no grupo “Agro-alimentares”. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,2 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,5 mil milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-562 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑535 milhões), “Minérios e metais” (-521 milhões), “Energéticos” (-487 milhões), “Têxteis e vestuário” (-477 milhões) e “Quimicos” (-441 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,2% do total, foram “Químicos” (18,8% do total e TVH -6,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e -18,4%), “Agro-alimentares” (16,0% e TVH -4,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e TVH -32,6%) e “Energéticos” (9,8% e TVH -31,8%).

À semelhança das exportações, verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -8,0 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,7 mil milhões), “Energéticos” (-1,5 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1,2 mil milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações



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