sábado, 22 de agosto de 2020

Índices do Comérciio Internacional - Janeiro a Junho 2020/2019

 

Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga em
Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Junho 2020/2019)

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1 - Nota introdutória

No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2020, face ao período homólogo de 2019.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2020, em versão preliminar, e dados disponíveis para 2019 também ainda em versão preliminar, com última actualização em 7 de Agosto de 2020.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche globais aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em metodologia definida, ensaiada e testada na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo e utilizada ao longo dos anos nas que lhe sucederam, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados preliminares disponíveis, no período de Janeiro a Junho de 2020 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -27,6% face ao período homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 74,7% para 77,1%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -19,7%, terão registado uma quebra em volume de -16,5% e um decréscimo em preço de ‑3,8%.

Por sua vez, a descida em valor de -17,1% verificada nas exportações terá resultado de uma descida em volume de -14,8%, com o preço a decair –2,7%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2020 situa-se em -5,6 mil milhões de Euros, contra -7,5 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 79,4% em 2019 para 81,1% em 2020. De acordo com os dados disponíveis as importações terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de –18,2%, -16,8% e -1,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado uma quebra em valor de -16,4%, em resultado de descidas de -15,2% em volume e -1,4% em preço.

Em 2020, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,8% das exportações e 16,7% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (18,8% em 2020 e 16,2% em 2019), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e 17,7%), “Agro-alimentares” (16,0% e 13,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e 12,6%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (9,8% e 11,5%), ”Minérios e metais” (8,4% nos dois anos), “Produtos acabados diversos” (6,0% e 5,7%), “Têxteis e vestuário” (5,6% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (3,3% e 2,9%), “Calçado, peles e couros” (1,8% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% e 4,1%).


Em todos os onze grupos de produtos considerados se registaram, no primeiro semestre de 2020, taxas de variação homóloga em Valor negativas, incidindo as mais acentuadas nos grupos "Aeronaves, embarcações e partes", não constante dos gráficos por não serem calculados índices de volume e preço para este grupo (-69,9%), “Material de transporte terrestre” (-32,6%), “Energéticos” (-31,8%) e “Calçado, peles e couros” (-27,8%). 

Foram também negativas as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Material de transporte terrestre e partes” (-34,1%) e no “Calçado, peles e couros” (‑27,9%).

Na óptica do preço verificou-se algum crescimento nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+2,2%), “Têxteis e vestuário” (+0,7%), “Produtos acabados diversos” (+0,4%) e “Calçado, peles e couros” (+0,2%). A principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-20,0%),

5 – Exportações

Em 2020, no período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,3% em 2020 e 13,7% em 2019), “Agro-alimentares” (14,2% e 11,7%), “Químicos” (13,4% e 12,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e 15,8%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e 9,7%), “Minérios e metais” (9,5% e 9,6%), “Têxteis e vestuário” (8,9% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (8,0% e 7,5%), “Energéticos” (5,2% e 5,9%), “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e 1,2%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao ano anterior, em dez dos grupos de produtos, sendo a excepção o grupo “Agro-alimentares”, em que se registou uma taxa de variação nula.

 Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑31,7%) e “Energéticos” (-27,2%). Seguiram-se os grupos “Calçado, peles e couros” (‑20,8%), “Produtos acabados diversos” (-18,2%), “Minérios e metais" (‑17,9%), “Têxteis e vestuário”” (‑17,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-13,5%), “Químicos” (-11,6%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑11,3%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se uma quebra em valor de -46,9%.

Em volume, verificaram-se descidas das exportações em todos os grupos è excepção do grupo “Agro-alimentares” (+3,0%).

O maior descréscimo ocotrreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-33,3%), seguido dos grupos “Calçado, peles e couros” (-21,2%), “Têxteis e vestuário” (‑20,3%), “Produtos acabados diversos” (--15,9%), “Minérios e metais” (-13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-13,2%), “Químicos” (-9,1%), “Energéticos” (-8,0%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑7,1%)

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações dos grupos “Têxteis e vestuário” (+3,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+2,5%) e “Calçado, peles e couros” (+0,5%).

O maior decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (‑20,9%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (‑4,8%), “Madeira, cortiça e papel” (‑4,5%), “Agro-alimentares” (-3,0%), “Produtos acabados diversos” e “Químicos” (-2,7% nos dois anos) e “Máquinas, aparelhos e partes” (‑0,4%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro, a representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche, foi da ordem dos 90%, o que também aconteceu em granmde parte nos grupos de produtos.


.Alcochete, 19 de Agosto de 2020.

ANEXO



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