quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Export/Import Produtos Industriais Transformados (2015-2019 e Janeiro-Julho 2020)

 

Exportações e importações

de Produtos Industriais Transformados

por níveis de intensidade tecnológica

(2015-2019 e Janeiro-Julho 2019-2020)

                                                       ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base do INE para os anos de 2015 a 2019 e, com maior pormenor, no período acumulado de Janeiro a Julho de 2020, com última actualização em 9/9/2020, a evolução do comércio internacional português destes produtos por níveis de intensidade tecnológica.

2 – Metodologia

Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl. 2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).

A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2020, com alguns ajustamentos introduzidos à tabela utilizada em trabalhos anteriores.

3 – Balança comercial dos Produtos Industriais Transformados            por níveis de intensidade tecnológica

Ao longo dos últimos cinco anos e período acumulado de Janeiro a Julho de 2020, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa do conjunto dos Produtos Industriais Transformados foi negativo.

Neste período o saldo da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia foi positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi negativo.


4 – Exportação de Produtos Industriais Transformados                        por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa decresceu sucessivamente, no período de 2015 a 2019, de 94,5%, em 2015, para 93,6%, em 2019, situando-se respectivamente em 93,8% e 93,5% nos primeiros sete meses de 2019 e 2020.

Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no período Janeiro-Julho 2020 incidiu na Baixa tecnologia (36,0%), seguida da Média-alta tecnologia (30,4%), da Média-baixa tecnologia (22,4%) e da Alta tecnologia (11,2%).


O peso da Alta tecnologia no total das exportações de produtos industriais transformados, exceptuando uma pequena desaceleração em 2018, tem subido sustentadamente desde 2015.

Aqui se encontram incluídos, por ordem decrescente do seu peso nos primeiros sete meses de 2020, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (32,7%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (30,6%), os “Produtos farmacêuticos” (25,1%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (6,7%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,9%).

A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor no período em análise de 2020, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (43,8%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,1%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (19,6%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,6%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,9%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor em 2020, os “Produtos da borracha e do plástico” (27,0%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” e a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (20,3% cada), os “Produtos minerais não metálicos” (16,0%), a “Metalurgia de base” (15,9%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,5%).

Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (36,4%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (31,6%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (13,5%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,4%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (9,1%).

As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos. Verificaram-se desacelerações, face ao ano anterior, nas exportações dos produtos de Média-alta tecnologia em 2016 e de Média-baixa tecnologia em 2016 e 2019.

4.1 – Mercados de destino das exportações

As exportações globais de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário. No período acumulado de Janeiro a Julho de 2020 as exportações para o espaço comunitário representaram 71,1% do Total destes produtos (70,8% em 2019) e 28,9% para os países terceiros (29,2% em 2019). 

Neste período, o maior peso da União Europeia nas exportações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (75,9%). Seguiram-se a Baixa tecnologia (70,6%), a Média-baixa tecnologia (67,8%) e a Alta tecnologia (65,7%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 75,1% das exportações globais portuguesas nos primeiros sete meses de 2020 e 75,0% das exportações de Produtos Industriais Transformados.

Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,7% do total), seguida da França (14,3%) e da Alemanha (12,4%). Com pesos menores alinham-se depois o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,4%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,3%).

Em 2020, no período em análise, a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia. Ao nível da Alta tecnologia, depois da Alemanha (24,3%) alinharam-se a Espanha (11,8%), a França (8,2%), os EUA (8,1%), o Reino Unido (6,7%), Angola (2,4%), os Países Baixos e a Itália (2,3% cada), a Bélgica (1,8%) e a Polónia (1,1%).

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.


5 – Importação de Produtos Industriais Transformados                        por níveis de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou de 82,4% em 2015 para 85,0% em 2016, manteve-se em cerca de 84% nos dois anos seguinte, subindo para 85,5% em 2019.

No período de Janeiro a Julho de 2020, de acordo com os dados preliminares disponíveis, o conjunto dos Produtos Industriais Transformados representou 85,2% do total global das importações.

Neste período, por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (38,4%).

Seguiu-se a Baixa tecnologia (26,8%), a Alta tecnologia (18,3%) e a Média-baixa tecnologia (16,4%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no no período em análise de 2020, os “Produtos farmacêuticos” (32,1%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (29,6%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (15,9%), o “Equipamento de escritório e computação” (12,3%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (10,0%).

No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (33,1%), os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (32,0%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (22,1%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (10,9%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (1,9%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de a “Metalurgia de base” (34,4%), os “Produtos da borracha e do plástico” (24,8%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (18,3%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (11,8%), os “Produtos minerais não metálicos” (10,4%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,3%).

Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (46,3%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (30,8%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,5%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,0%), e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,5%).

As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se verificou uma desaceleração em 2016.

O ritmo de crescimento anual com maior amplitude verificou-se-se na Alta tecnologia (+76,6% em 2019, face a 2015).

5.1 – Mercados de origem das importações

À semelhança do que acontece na vertente das exportações, as importações globais portuguesas, e igualmente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.

Nos primeiros sete meses de 2020 as importações provenientes do espaço comunitário representaram 79,9% do Total destes produtos industriais (81,1% em igual período de 2019), contra 20,1% das oriundas dos países terceiros (18,9% em 2019).

Neste período, o maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (81,9%).

Seguiram-se a Média-baixa tecnologia (79,5%), a Baixa tecnologia (78,9%) e a Alta tecnologia (77,3%).



Os países constantes do quadro seguinte representaram 77,4% das importações globais portuguesas no período de Janeiro a Julho de 2020 e 82,3% das importações de produtos industriais transformados.

Entre estes dez países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (31,9% do total), seguida da Alemanha (15,2%) e da França (11,7%).

Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (6,0%), os Países Baixos (5,4%), a China (4,3%), a Bélgica (3,5%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,5%) e o Brasil (0,5%).


Neste período de 2020 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-baixa (44,8%), na Baixa (44,0%) e da Média-alta tecnologia (29,9%), cabendo à Alemanha a primeira posição ao nível da Alta tecnologia (20,3%).

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


Alcochete, 23 de Setembro de 2020.





































































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