1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Setembro de 2020, para o período
acumulado de Janeiro a Julho de 2020, e dados agora já definitivos para o ano
de 2019, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano
anterior, decresceram em valor ‑15,5% (‑5,5 mil milhões de Euros), a par de uma
quebra nas importações de -19,4% (-9,2 mil milhões).
Estas descidas reflectem quebras significativas, em termos homólogos, verificadas
de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio, respectivamente -39,5%
e ‑39,7% nas importações e -41,3% e -38,7% nas exportações. No mês de Julho as
importações decresceram -21,2% face ao ano anterior, tendo as exportações
registado uma quebra de -7,3%, a mais baixa destes cinco meses.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total
corresponde aqui ao somatório dos valores dos actuais 27 membros, incluindo
provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade (Reino Unido
excluído), registaram uma quebra de ‑15,1% (‑3,8 mil milhões de Euros), tendo
as exportações para os países terceiros decaído -16,5% (‑1,7 mil milhões). Por
sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –19,5% (-6,8 mil milhões),
com as originárias dos países terceiros a decrescerem -19,0% (-2,4 mil milhões).
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 438 para 309 Euros/Ton., com prática estagnação no mês de Julho.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,7% e 9,4% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 5,9% e 4,8% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 78,6% para 82,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2020, no
período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que
representaram 71,6% do total (71,2% em 2019), decresceram em valor -15,1%, contribuindo
com -10,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global
negativa de -15,5%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,4%
do total em 2020 (28,8% em 2019), decaíram -16,5%, contribuindo com -4,8 p.p.
para o ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos nos primeiros sete meses de 2020 foram a Espanha (25,1%), a
França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália
(4,4%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%), a Polónia e o
Brasil (1,3% cada), a Suíça e a Suécia (1,2% cada) e a Turquia (1,0%), destinos
que representaram 79,8% do total das
exportações.
Angola, o
terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos
EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –29,0% em 2020 (-209,2
milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As
maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-58,6 milhões de Euros), “Minérios
e metais” (-36,8 milhões), “Químicos”
(‑33,9 milhões), “Agro-alimentares” (-25,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑21,9 milhões),
e “Têxteis e vestuário” (-12,2 milhões) e “Madeira, cortiça e papel”
(-11,0 milhões de Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
negativo das exportações neste período (-15,5%), pertenceram à Irlanda (+0,16
p.p.) e a Cabo Verde (+0,03 p.p.).
O maior contributo
negativo coube a Espanha (‑3,5 p.p.), seguida da Alemanha (-2,0 p.p.), da
França (-1,7 p.p.), do Reino Unido (-1,3 p.p.), da Itália (-1,0 p.p.), dos EUA
(‑0,8 p.p.), dos Países Baixos (-0,7 p.p.), de Angola (-0,6 p.p.), das
Provisões de Bordo para Países Terceiros e Canadá (-0,5 p.p. cada).
Os maiores acréscimos, em Euros,
nas expedições para o espaço comunitário,
em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Suécia. Os maiores
decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, seguidos
das Provisões de Bordo, Áustria, Bélgica, Polónia, Grécia e Eslováquia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, Taiwan, Coreia do
Sul, Ceuta e Gibraltar.
Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA,
Angola, Provisões de Bordo, Canadá, Marrocos, China, México e Egipto.
3.2 - Importações
De
Janeiro a Julho de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 73,3% do total (73,5% em 2019), registaram um decréscimo de -19,5%
e contribuíram com -14,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -19,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑19,0%,
representando 26,7% do total em 2020 (26,5% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’
global de -5,0 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (31,8%
do Total), a Alemanha (13,3%) e a França (7,2%).
Seguiram-se
os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (3,0%), o
Reino Unido (2,8%), o Brasil (2,7%), a Nigéria e os EUA (1,7% cada).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 79,0% das importações totais.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑19,4%)
destacou-se o do Brasil (+1,0 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), e de
Taiwan e Suécia (+0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos negativos
couberam a França (-4,6 p.p.), Espanha (-4,2 p.p.), e Alemanha (-2,6 p.p.).
Seguiram-se a Federação Russa e a
Itália (-1,1 p.p. cada), o Azerbaijão (-0,8 p.p.) e a Argélia, Arábia Saudita,
Bélgica e EUA (-0,6 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1378 milhões de Euros), aos EUA (+920 milhões) e ao Reino Unido (+594 milhões). Seguiram-se a Turquia (+308 milhões) e Angola (+206 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4614 milhões de Euros), seguido dos da China (‑1478 milhões), da Alemanha (-1448 milhões), dos Países Baixos (-946 milhões) e do Brasil (-626 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando
cerca de 55% do total, foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,3% do total e ‑11,3% de
TVH), “Agro-alimentares” (14,0% e TVH
+1,3%), “Químicos” (13,4% e ‑11,5%) e “Material
de transporte terrestre e partes” (13,1% e -28,5%).
À
excepção do grupo “Agro-alimentares”, (+54 milhões de Euros), em todos
os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a
2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,5 mil milhões de
Euros), couberam aos grupos “Material de
transporte terrestre e partes” (-1,6
mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑681 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (-551 milhões), “Quimicos” (-526 milhões), “Minérios
e metais” (-512 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑507
milhões) e “Têxteis e vestuário” (-494 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2020,
os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,0% do total, foram “Químicos”
(18,8% do total e TVH -7,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e
TVH -16,1%), “Agro-alimentares”
(16,1% e TVH -4,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,5% e TVH -30,8%) e
“Energéticos” (9,4% e TVH -35,2%).
Verificaram-se
decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -9,2 mil
milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos”
(-2,0 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(-1,8 mil milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (‑1,4 mil milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões), “Minérios
e metais” (-680 milhões de Euros)
e “Químicos” (-566 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 25,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Brasil, dos EUA, da França e da Roménia).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,7%), a
Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália (4,4%), os
Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%) e Polónia (1,3%). Estes
dez países representaram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 31,8% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha
e EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,2%), a
França (7,2%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica
(3,0%), o Reino Unido (2,8%), Brasil (2,7% cada) e Nigéria (1,7%). Estes dez
países cobriram 77,4% das importações totais.
Alcochete, 12 de Setembro de 2020.
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