domingo, 13 de setembro de 2020

Série mensal - Janeiro-Julho 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Julho de 2020 

( disponível para download  > aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Setembro de 2020, para o período acumulado de Janeiro a Julho de 2020, e dados agora já definitivos para o ano de 2019, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano anterior, decresceram em valor ‑15,5% (‑5,5 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -19,4% (-9,2 mil milhões).


Estas descidas reflectem quebras significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio, respectivamente -39,5% e ‑39,7% nas importações e -41,3% e -38,7% nas exportações. No mês de Julho as importações decresceram -21,2% face ao ano anterior, tendo as exportações registado uma quebra de -7,3%, a mais baixa destes cinco meses.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui ao somatório dos valores dos actuais 27 membros, incluindo provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade (Reino Unido excluído), registaram uma quebra de ‑15,1% (‑3,8 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -16,5% (‑1,7 mil milhões). Por sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –19,5% (-6,8 mil milhões), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -19,0% (-2,4 mil milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -30,9% ao situar-se em -8,2 mil milhões de Euros (menos 3,7 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 3,0 mil milhões no comércio intracomunitário e de 700 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2019, para 78,6%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 438 para 309 Euros/Ton., com prática estagnação no mês de Julho.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.


Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,7% e 9,4% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 5,9% e 4,8% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 78,6% para 82,6%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,6% do total (71,2% em 2019), decresceram em valor -15,1%, contribuindo com -10,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -15,5%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,4% do total em 2020 (28,8% em 2019), decaíram -16,5%, contribuindo com -4,8 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros sete meses de 2020 foram a Espanha (25,1%), a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%), a Polónia e o Brasil (1,3% cada), a Suíça e a Suécia (1,2% cada) e a Turquia (1,0%), destinos que  representaram 79,8% do total das exportações.

Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –29,0% em 2020 (-209,2 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-58,6 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-36,8 milhões), “Químicos” (‑33,9 milhões), “Agro-alimentares” (-25,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑21,9 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-12,2 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-11,0 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-15,5%), pertenceram à Irlanda (+0,16 p.p.) e a Cabo Verde (+0,03 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑3,5 p.p.), seguida da Alemanha (-2,0 p.p.), da França (-1,7 p.p.), do Reino Unido (-1,3 p.p.), da Itália (-1,0 p.p.), dos EUA (‑0,8 p.p.), dos Países Baixos (-0,7 p.p.), de Angola (-0,6 p.p.), das Provisões de Bordo para Países Terceiros e Canadá (-0,5 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda e na Suécia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, seguidos das Provisões de Bordo, Áustria, Bélgica, Polónia, Grécia e Eslováquia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Ceuta e Gibraltar.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA, Angola, Provisões de Bordo, Canadá, Marrocos, China, México e Egipto.

3.2 - Importações

De Janeiro a Julho de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,3% do total (73,5% em 2019), registaram um decréscimo de -19,5% e contribuíram com -14,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -19,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑19,0%, representando 26,7% do total em 2020 (26,5% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -5,0 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (31,8% do Total), a Alemanha (13,3%) e a França (7,2%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,8%), o Brasil (2,7%), a Nigéria e os EUA (1,7% cada).

Estes países representaram, no seu conjunto, 79,0% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑19,4%) destacou-se o do Brasil (+1,0 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), e de Taiwan e Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-4,6 p.p.), Espanha (-4,2 p.p.), e Alemanha (-2,6 p.p.).

Seguiram-se a Federação Russa e a Itália (-1,1 p.p. cada), o Azerbaijão (-0,8 p.p.) e a Argélia, Arábia Saudita, Bélgica e EUA (-0,6 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1378 milhões de Euros), aos EUA (+920 milhões) e ao Reino Unido (+594 milhões). Seguiram-se a Turquia (+308 milhões) e Angola (+206 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4614 milhões de Euros), seguido dos da China (‑1478 milhões), da Alemanha (-1448 milhões), dos Países Baixos (-946 milhões) e do Brasil (-626 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando cerca de 55% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e ‑11,3% de TVH), “Agro-alimentares” (14,0% e TVH +1,3%), “Químicos” (13,4% e ‑11,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e -28,5%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares”, (+54 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-5,5 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,6 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑681 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-551 milhões), “Quimicos” (-526 milhões), “Minérios e metais” (-512 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑507 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-494 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,0% do total, foram “Químicos” (18,8% do total e TVH -7,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e TVH -16,1%), “Agro-alimentares” (16,1% e TVH -4,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,5% e TVH -30,8%) e “Energéticos” (9,4% e TVH -35,2%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -9,2 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-2,0 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-1,8 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑1,4 mil milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões), “Minérios e metais” (-680 milhões de Euros) e “Químicos” (-566 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, dos EUA, da França e da Roménia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,7%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (5,2%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,7%) e Polónia (1,3%). Estes dez países representaram 75,1% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,8% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,2%), a França (7,2%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,6%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,8%), Brasil (2,7% cada) e Nigéria (1,7%). Estes dez países cobriram 77,4% das importações totais.

 Alcochete, 12 de Setembro de 2020.

ANEXO



Sem comentários:

Enviar um comentário