Importações e Exportaçõesportuguesas de 'Fruta'2018-2019Janeiro-Setembro de 2019-2020
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1 - Nota introdutória
As exportações portuguesas de ‘Fruta’,
sustentadamente crescentes entre 2008 e 2019, representaram 1,5% das
exportações globais portuguesas no período de Janeiro a Setembro de 2020 (1,2% em
2019). Por sua vez, as importações, após algum decréscimo entre 2008 e 2012, cresceram
a partir de então mas a um ritmo mais moderado do que as exportações, tendo
representado 1,4% do Total nos primeiros nove meses de 2020 (1,0% no ano
anterior).
Contudo, apesar desde comportamento
anual favorável, a balança portuguesa de ‘Fruta’ é deficitária.
Pretende-se neste trabalho analisar a
evolução das suas importações e exportações por tipos de produtos, valor médio
unitário ponderado dos principais produtos transaccionados, e mercados dominantes
de origem e de destino nos anos de 2018 e 2019 e período acumulado de Janeiro a
Setembro de 2019 e 2020.
São aqui utilizados dados de base do Instituto Nacional de Estatística divulgados no seu Portal, definitivos para 2018 e 2019 e preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Novembro de 2020.
2 – Estrutura das importações e exportações de ‘Fruta’ por tipos de produtos
Em 2020, no período de Janeiro a Setembro, 78,4% das importações
incidiram em “Citrinos” (22,8%), “Bananas e plátanos” (15,9%), “Figos,
ananases e outros”, como tâmaras, abacates, goiabas e mangas (12,9%), “Fruta
fresca diversa”, como morangos, mirtilos e kiwis entre outros
(9,2%), “Damascos, cerejas e outros”, como pêssegos, ameixas e abrunhos
(8,8%) e “Melão, melancia e papaia” (8,8%).
As exportações dominantes (75,2% do Total) couberam a “Fruta
fresca diversa”, (37,5%), “Citrinos” (22,9%) e ”Maçãs, peras e
marmelos” (14,8%).
3 – Balança Comercial
Em 2019, o saldo da balança comercial
de ‘Fruta’ foi de -33 milhões de Euros, com um grau de cobertura das
importações pelas exportações de 95,7%.
No período de Janeiro a Setembro de
2020, o saldo foi de -84 milhões de Euros, com o grau de cobertura a descer de
89,9%, no período homólogo do ano anterior, para 87,4%.
No quadro seguinte pode observar-se a
evolução da balança comercial dos 14 tipos de ‘Fruta’, correspondentes à
desagregação a 4 dígitos do ‘Capítulo 08’ da Nomenclatura Combinada, com o
conteúdo atrás referido.
Encontram-se assinalados, entre os 14
tipos de fruta considerados, os tipos em que a balança registou um saldo positivo:
- “Fruta fresca diversa”
(+158,0 milhões de Euros nos primeiros nove meses de 2020), cabendo +143,6
milhões a Framboesas, seguidas de Mirtilos, Amoras, Kiwis
e Groselhas, entre outros;
- “Maçãs, peras e marmelos” (+51,5 milhões), designadamente
Peras (+48,0 milhões) e Maçãs (+3,6 milhões);
- “Fruta congelada” (+15,7 milhões);
- “Cascas de citrinos e melões” (+62 mil Euros).
Entre os “Frutos de casca rija”,
com um saldo negativo no seu conjunto (-4,6 milhões de Euros), cabendo às Nozes
(-10,6 milhões), registaram saldos positivos os Pinhões (+4,6 milhões) e
Castanhas (+1,6 milhões).
Entre os saldos negativos
destacam-se:
- “Bananas e plátanos” (89,9 milhões de Euros);
- “Melão, melancia e papaia” (-52,9 milhões)
designadamente Melões e Melancias (-39,6 milhões) e Papaias
(-13,3 milhões);
- “Figos, ananases e outros” (-47,4 milhões),
principalmente Goiabas e Mangas (-22,7 milhões), Ananases (-16,6
milhões) e Abacates (-6,0 milhões);
- “Uvas” (-30,1 milhões);
- “Citrinos” (-18,5 milhões), principalmente Limões
e Limas (-15,2 milhões), tendo sido positivo o saldo de Laranjas
(+1,2 milhões).
De salientar que neste tipo de fruta, o segundo mais importante em ambas as vertentes comerciais, em que as Laranjas ocupam a primeira posição, no período de Janeiro a Setembro de 2020 as importações cifraram-se em 98,0 milhões de Euros e as exportações num valor apenas ligeiramente superior, 99,2 milhões.
- Cocos e castanha – do Brasil e de cajú” (-11,3 milhões de Euros), com destaque para a Castanha de cajú, (‑8,3 milhões).
4 – Valor médio unitário por tipos de produtos
5 – Mercados de origem e de destino
O espaço
intracomunitário foi a principal origem e destino das importações e exportações
portuguesas de ‘Fruta’, respectivamente 60,2% e 87,0% no período de Janeiro
a Setembro de 2020, sendo a Espanha o mercado dominante, com 47,1% e 42,0%.
Do lado das
importações, entre os principais fornecedores, seguiram-se África do Sul
(16,3%), a Costa Rica (7,0%) e a Alemanha (4,5%). Na vertente das exportações
destacaram-se a França (13,0%), os Países Baixos (11,8%) e a Alemanha (10,1%).
Do quadro
seguinte constam também os principais mercados de origem e de destino por tipos
de fruta.
6 – Taxas de variação homóloga do comércio internacional de ‘Fruta’em Valor, Volume e Preço
Foram
calculados índices de preço de Paasche para as importações e exportações
de ‘Fruta’, a partir de posições pautais a oito dígitos da
Nomenclatura Combinada com movimento nos períodos homólogos em análise. Estes índices,
calculados por métodos estatísticos, foram depois utilizados como deflatores
dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume.
De acordo
com os cálculos efectuados, verifica-se que no ano de 2019, face a 2018, as
importações de ‘Fruta’, que quebraram em valor -4,3%, viram o seu preço
decrescer -1,6%, com uma descida em volume de -2,7%. Por sua vez, no mesmo ano,
as exportações, que aumentaram em valor +9,5%, terão decrescido em preço -0,9%,
a par de um aumento em volume de +10,4%
No período
acumulado de Janeiro a Setembro de 2020, face ao período homólogo do ano
anterior, as importações, com +16,2% em valor, aumentaram +4,5% em preço e +11,1%
em volume. Neste período, na vertente da exportação, que viu o seu valor
aumentar +13,0%, ter-se-ão registado acréscimos em volume e preço respectivamente
de +7,5% e +5,2%.
A representatividade das amostras que
serviram de base a estes cálculos foi nas duas vertentes superior a 85%.
Alcochete, 25 de Novembro de 2020.
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