quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Importações e Exportações de 'Fruta' - 2018-2019 e Jan-Set 2019-2020

 

Importações e Exportações
portuguesas de 'Fruta'
2018-2019
Janeiro-Setembro de 2019-2020

                                                    ( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória

As exportações portuguesas de ‘Fruta’, sustentadamente crescentes entre 2008 e 2019, representaram 1,5% das exportações globais portuguesas no período de Janeiro a Setembro de 2020 (1,2% em 2019). Por sua vez, as importações, após algum decréscimo entre 2008 e 2012, cresceram a partir de então mas a um ritmo mais moderado do que as exportações, tendo representado 1,4% do Total nos primeiros nove meses de 2020 (1,0% no ano anterior).


Contudo, apesar desde comportamento anual favorável, a balança portuguesa de ‘Fruta’ é deficitária.

Pretende-se neste trabalho analisar a evolução das suas importações e exportações por tipos de produtos, valor médio unitário ponderado dos principais produtos transaccionados, e mercados dominantes de origem e de destino nos anos de 2018 e 2019 e período acumulado de Janeiro a Setembro de 2019 e 2020.

São aqui utilizados dados de base do Instituto Nacional de Estatística divulgados no seu Portal, definitivos para 2018 e 2019 e preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Novembro de 2020.

2 – Estrutura das importações e exportações de ‘Fruta’                              por tipos de produtos


Em 2020, no período de Janeiro a Setembro, 78,4% das importações incidiram em “Citrinos” (22,8%), “Bananas e plátanos” (15,9%), “Figos, ananases e outros”, como tâmaras, abacates, goiabas e mangas (12,9%), “Fruta fresca diversa”, como morangos, mirtilos e kiwis entre outros (9,2%), “Damascos, cerejas e outros”, como pêssegos, ameixas e abrunhos (8,8%) e “Melão, melancia e papaia” (8,8%).

As exportações dominantes (75,2% do Total) couberam a “Fruta fresca diversa”, (37,5%), “Citrinos” (22,9%) e ”Maçãs, peras e marmelos” (14,8%).

3 – Balança Comercial


Em 2019, o saldo da balança comercial de ‘Fruta’ foi de -33 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 95,7%.

No período de Janeiro a Setembro de 2020, o saldo foi de -84 milhões de Euros, com o grau de cobertura a descer de 89,9%, no período homólogo do ano anterior, para 87,4%.

No quadro seguinte pode observar-se a evolução da balança comercial dos 14 tipos de ‘Fruta’, correspondentes à desagregação a 4 dígitos do ‘Capítulo 08’ da Nomenclatura Combinada, com o conteúdo atrás referido.

Encontram-se assinalados, entre os 14 tipos de fruta considerados, os tipos em que a balança registou um saldo positivo:

- “Fruta fresca diversa” (+158,0 milhões de Euros nos primeiros nove meses de 2020), cabendo +143,6 milhões a Framboesas, seguidas de Mirtilos, Amoras, Kiwis e Groselhas, entre outros;

- “Maçãs, peras e marmelos” (+51,5 milhões), designadamente Peras (+48,0 milhões) e Maçãs (+3,6 milhões);

- “Fruta congelada” (+15,7 milhões);

- “Cascas de citrinos e melões” (+62 mil Euros).

Entre os “Frutos de casca rija”, com um saldo negativo no seu conjunto (-4,6 milhões de Euros), cabendo às Nozes (-10,6 milhões), registaram saldos positivos os Pinhões (+4,6 milhões) e Castanhas (+1,6 milhões).

Entre os saldos negativos destacam-se:

- “Bananas e plátanos” (89,9 milhões de Euros);

- “Melão, melancia e papaia” (-52,9 milhões) designadamente Melões e Melancias (-39,6 milhões) e Papaias (-13,3 milhões);

- “Figos, ananases e outros” (-47,4 milhões), principalmente Goiabas e Mangas (-22,7 milhões), Ananases (-16,6 milhões) e Abacates (-6,0 milhões);

- “Uvas” (-30,1 milhões);

- “Citrinos” (-18,5 milhões), principalmente Limões e Limas (-15,2 milhões), tendo sido positivo o saldo de Laranjas (+1,2 milhões).

De salientar que neste tipo de fruta, o segundo mais importante em ambas as vertentes comerciais, em que as Laranjas ocupam a primeira posição, no período de Janeiro a Setembro de 2020 as importações cifraram-se em 98,0 milhões de Euros e as exportações num valor apenas ligeiramente superior, 99,2 milhões.  

- Cocos e castanha – do Brasil e de cajú” (-11,3 milhões de Euros), com destaque para a Castanha de cajú, (‑8,3 milhões).


4 – Valor médio unitário por tipos de produtos


5 – Mercados de origem e de destino

O espaço intracomunitário foi a principal origem e destino das importações e exportações portuguesas de ‘Fruta’, respectivamente 60,2% e 87,0% no período de Janeiro a Setembro de 2020, sendo a Espanha o mercado dominante, com 47,1% e 42,0%.

Do lado das importações, entre os principais fornecedores, seguiram-se África do Sul (16,3%), a Costa Rica (7,0%) e a Alemanha (4,5%). Na vertente das exportações destacaram-se a França (13,0%), os Países Baixos (11,8%) e a Alemanha (10,1%).

Do quadro seguinte constam também os principais mercados de origem e de destino por tipos de fruta.




6 – Taxas de variação homóloga do comércio internacional                        de ‘Fruta’em Valor, Volume e Preço

Foram calculados índices de preço de Paasche para as importações e exportações de ‘Fruta’, a partir de posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada com movimento nos períodos homólogos em análise. Estes índices, calculados por métodos estatísticos, foram depois utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume.

De acordo com os cálculos efectuados, verifica-se que no ano de 2019, face a 2018, as importações de ‘Fruta’, que quebraram em valor -4,3%, viram o seu preço decrescer -1,6%, com uma descida em volume de -2,7%. Por sua vez, no mesmo ano, as exportações, que aumentaram em valor +9,5%, terão decrescido em preço -0,9%, a par de um aumento em volume de +10,4%

No período acumulado de Janeiro a Setembro de 2020, face ao período homólogo do ano anterior, as importações, com +16,2% em valor, aumentaram +4,5% em preço e +11,1% em volume. Neste período, na vertente da exportação, que viu o seu valor aumentar +13,0%, ter-se-ão registado acréscimos em volume e preço respectivamente de +7,5% e +5,2%.

A representatividade das amostras que serviram de base a estes cálculos foi nas duas vertentes superior a 85%.

Alcochete, 25 de Novembro de 2020.




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