sábado, 20 de fevereiro de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Produtos e mercados - Dezembro 2020

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Dezembro de 2020

                                                        ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, ao longo do ano de 2020, acumulados e não acumulados, face a 2019. São para este fim utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2019 e preliminar para 2020, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro-Dezembro              2019-2020

Em 2020, as exportações de mercadorias decresceram em valor -10,2% face 2019 (-6,1 mil milhões de Euros), abrangendo todos os grupos de produtos à excepção do grupo “Agro-alimentares”, que aumentou 158 milhões de Euros, +2,2% (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo).

Os maiores decréscimos, em Euros, incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑1,5 mil milhões de Euros) e “Energéticos” (-1,2 mil milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (‑583 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑493 milhões), “Minérios e metais” (477 milhões), “Químicos” (-466 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-455 milhões), “Máquinas., aparelhos e partes” (-422 milhões), “Calçado, peles e couros” (-369 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (‑329 milhões de Euros). 

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações, que representaram 71,4% do Total, decresceram -9,4% face ao ano anterior (‑4,0 mil milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram uma quebra de ‑12,3% (-2,1 mil milhões).

O Total do espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal, acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, o maior decréscimo coube a Espanha (-1,1 mil milhões de Euros). Com quebras superiores a 100 milhões de Euros seguiram-se a Alemanha (-814 milhões), o Reino Unido (-575 milhões), a França (-475 milhões), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (‑384 milhões), Angola (-367 milhões), os EUA (-366 milhões), os Países Baixos (-344 milhões), a Itália (-331 milhões), as Provisões de Bordo para a UE (-325 milhões), o Canadá (-287 milhões), a Áustria (‑130 milhões) e a Bélgica (‑111 milhões).

Os maiores acréscimos pertenceram a Gibraltar (+96 milhões de Euros) e ao Japão (+92 milhões), seguidos da Coreia do Sul e da Irlanda (+77 milhões cada), de Israel (+46 milhões), da Suíça (+35 milhões) e da Roménia (+32 milhões).

3 – Exportações no mês de Dezembro de 2020 (não acumulado)                face a 2019, por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Dezembro de 2020, não acumulado, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,2%), “Agro-alimentares” (13,9%), “Químicos” (13,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,3%), “Minérios e metais” (10,3%) e “Produtos acabados diversos” (10,1%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,1%), “Energéticos” (6,1%), “Calçado, peles e couros” (3,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4%).

O maior decréscimo, face a 2019, ocorreu no grupo “Energéticos” (-191 milhões de Euros), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-143 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-62 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-35 milhões), “Calçado, peles e couros” (-26 milhões), “Produtos acabados diversos” e “Têxteis e vestuário” (-12 milhões cada), e “Agro-alimentares” (-2 milhões).

Registaram-se acréscimos nos restantes grupos de produtos: “Químicos” (+50 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+41 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+34 milhões).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os principais acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o grupo com maior peso (16,2%), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2020 e respectivos acréscimos e decréscimos com um valor absoluto superior a 750 mil Euros.

4 – Evolução mensal comparada das exportações                                        em 2019 e 2020, por grupos de produtos

Numa análise das exportações de mercadorias por meses não acumulados ao longo de 2020, face a 2019, por grupos de produtos, verifica-se que após uma quebra acentuada das exportações da generalidade dos grupos, em particular nos meses de Abril e Maio, se assistiu ao longo dos meses seguintes, na maioria dos grupos, a uma aproximação aos níveis mensais do ano anterior, que foram mesmo ultrapassados em alguns dos grupos, como se pode observar nos gráficos que se seguem.


Alcochete, 17 de Fevereiro de 2021.

ANEXO




terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Dezembro 2020/2019

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Dezembro 2020/2019)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória

No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias calculados para o período de Janeiro a Dezembro de 2020, face ao período homólogo de 2019.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versão definitiva para 2019 e preliminar para 2020.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em metodologia definida, ensaiada e testada na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo e utilizada ao longo dos anos nos organismos que lhe sucederam, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados preliminares disponíveis, em 2020 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -30,0% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 74,9% para 79,3%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -15,2%, terão registado uma quebra em volume de -11,3% e um decréscimo em preço de ‑4,4%. Por sua vez, a descida em valor de -10,2% verificada nas exportações terá resultado de uma descida em volume de -7,5%, com o preço a decair –2,9%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2020 situou-se em -10,6 mil milhões de Euros, contra -14,1 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações, em 2020, sobe de 79,3% em termos globais para 82,8%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de –12,6%, -11,2% e -1,6%. Por sua vez, as exportações terão averbado uma quebra em valor de -8,8%, em resultado de descidas de -7,5% em volume e de -1,4% em preço.

Em 2020, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 43,4% das exportações e 28,0% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (19,1% em 2020 e 17,9% em 2019),  “Químicos” (18,5% e 16,0%), “Agro-alimentares” (15,9% e 14,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,9% e 12,2%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (8,7% e 11,4%), ”Minérios e metais” (8,4% e 7,9%), “Produtos acabados diversos” (6,5% e 6,0%), “Têxteis e vestuário” (5,7% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (3,2% e 3,0%), “Calçado, peles e couros” (1,8% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% e 3,8%).


Em todos os onze grupos de produtos considerados se registaram, em 2020, taxas de variação homóloga em Valor negativas, incidindo as mais acentuadas nos grupos "Aeronaves, embarcações e partes" (-67,2%), não constante dos gráficos por não serem calculados índices de volume e preço para este grupo, “Energéticos” (-35,4%), “Calçado, peles e couros” (‑25,0%) e “Material de transporte terrestre” (-24,4%). 

Foram também negativas as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Calçado, peles e couros” (‑26,1%) e no “Material de transporte terrestre e partes” (-25,3%).

Na óptica do preço verificou-se algum crescimento nos grupos “Calçado, peles e couros” (+1,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+1,2%). A principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-26,1%).

5 – Exportações

Em 2020 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,7% em 2020 e 13,9% em 2019), “Material de transporte terrestre e partes” (13,9% e 15,0%) “Agro-alimentares” (13,9% e 12,2%), “Químicos” (13,2% e 12,6%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e 9,8%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,4% e 9,2%), “Têxteis e vestuário” (8,7% e 8,8%), “Madeira, cortiça e papel” (7,4% nos dois anos), “Energéticos” (4,6% e 6,1%), “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 1,3%).


À excepção do grupo “Agro-alimentares” (+2,2%), verificaram-se decréscimos em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Energéticos” (-32,2%), “Calçado, peles e couros” (‑17,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (‑16,9%). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário”” (‑11,0%), “Madeira, cortiça e papel” (‑10,3%), “Minérios e metais” (‑8,6%), “Produtos acabados diversos” (‑8,4%), “Químicos” (-6,2%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-5,1%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se uma quebra em valor de -41,5%.

Em volume, verificaram-se descidas das exportações em todos os grupos de produtos à excepção do grupo “Agro-alimentares” (+3,9%). 

Os maiores decréscimos ocorreram nos grupos “Calçado, peles e couros” (-17,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (‑17,6%) .

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (‑10,7%), “Energéticos” (-8,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-6,0%), “Madeira, cortiça e papel” (‑5,1%), “Produtos acabados diversos” (-5,0%), “Minérios e metais” e “Químicos” (-4,8% cada).

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,0%), “Calçado, peles e couros” e “Material de transporte terrestre e partes” (+0,9% cada).

O maior decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (‑26,0%). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,5%), “Minérios e metais” (‑4,0%), “Produtos acabados diversos” (-3,6%), “Agro-alimentares” (-1,7%). “Químicos” (-1,5%) e “Têxteis e vestuário” (-0,4%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais de cada uma das vertentes comerciais, envolvendo um total de 18 188 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada, que serviram de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche,, foi da ordem dos 90%, o que também aconteceu na maioria dos grupos de produtos, mas sempre superior a 80% nos restantes.


Alcochete, 16 de Fevereiro de 2021.              

ANEXO



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Série mensal - Janeiro-Dezembro 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2020 

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Fevereiro de 2021, para o ano de 2020, e definitivos para 2019, as exportações de mercadorias, face ao ano anterior, decresceram em valor ‑10,2% (‑6,1 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -15,2% (-12,2 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras mensais significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio (-39,2% e ‑39,4% nas importações e -41,3% e -38,8% nas exportações). A partir de então, e até Setembro, o volume destas quebras, face ao mês homólogo do ano anterior, reduziu-se sucessivamente, situando-se a taxa de variação, em Setembro, em -8,3% nas importações, tornando-se mesmo ligeiramente positiva nas exportações, +0,3%. No mês de Dezembro, de acordo com os dados preliminares disponíveis, face ao ano anterior, as importações decresceram -6,9% e as exportações -7,8%.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido excluído), registaram em 2020 uma quebra de ‑9,4% (‑4,0 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -12,3% (‑2,1 mil milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –14,2% (-8,4 mil milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -18,0% (-3,8 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -30,0% ao situar-se em -14,1 mil milhões de Euros (menos 6,0 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de -4,4 mil milhões no comércio intracomunitário e de -1,6 mil milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,9%, em 2019, para 79,3%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020 o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 433 para 295 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 8,7% no total das importações em 2020 e 4,6% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações no comércio global sobe de 79,3% para 82,8%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,4% do total (70,7% em 2019), decresceram em valor -94%, contribuindo com -6,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -9,4%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,6% do total em 2020 (29,3% em 2019), decaíram -12,3%, contribuindo com -3,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.


Os principais destinos em 2020 foram a Espanha (25,4%), a França (13,5%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (5,0 %), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 74,8% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –30,4% em 2020 (-317 milhões de Euros), envolvendo a otalidade dos onze grupos de produtos.

As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-85,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-67,0 milhões), “Químicos” (‑47,2 milhões), “Minérios e metais” (-42,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑29,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-20,9 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-13,3 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste período (-10,2%), pertenceram à Irlanda (+0,13 p.p.), à Suíça (+0,06 p.p.) e à Roménia (+0,05 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑1,9 p.p.), seguida da Alemanha (-1,4 p.p.), do Reino Unido (-1,0 p.p.), da França (-0,8 p.p.), das Provisões de Bordo para Países Terceiros, Angola, EUA, Países Baixos e Itália (todos com -0,6 p.p.) e Provisões de Bordo para Países Comunitários (-0,5 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda, seguida da Roménia e da Suécia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália e Provisões de Bordo, seguidos da Áustria, Bélgica, Grécia, Finlândia, Eslováquia, Polónia, Eslovénia, Malta e Bulgária.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Gibraltar, do Japão, da Coreia do Sul, de Israel e da Suíça.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido das Provisões de Bordo, Angola, EUA, Canadá, Marrocos, México, Egipto, Argélia, África do Sul, China, Noruega e Emiratos.

3.2 - Importações


Em 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,6% do total (73,8% em 2019), registaram um decréscimo de -14,2% e contribuíram com -10,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑15,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑18,0%, representando 25,4% do total em 2020 (26,2% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,7 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020 foram a Espanha (32,6% do Total), a Alemanha (13,3%) e a França (7,3%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,4%) e os EUA (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,4% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑15,2%) destacou-se o do Brasil (+0,8 p.p.), seguido da Nigéria (+0,2 p.p.), da China e da Polónia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-3,6 p.p.), Espanha (-2,9p.p.) e Alemanha (-2,0 p.p.).

Seguiram-se a Turquia (-1,2 p.p.), Angola (-0,9 p.p.), a Rússia (-0,7 p.p.), a Itália (-0,7 p.p.), a Bélgica (0,6 p.p.), o Azerbaijão, a Arábia Saudita e o Azerbaijão (-0,5 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2288 milhões de Euros), aos EUA (+1423 milhões) e ao Reino Unido (+1224 milhões). Seguiram-se a Turquia (+549 milhões) e Angola (+482 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8452 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (-2670 milhões), da China (‑2499 milhões), dos Países Baixos (-1720 milhões) e da Itália (-1186 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 65,7% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do total e ‑5,1% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (13,9% e -16,9%), “Agro-alimentares” (13,9% e +2,2%), “Químicos” (13,2% e ‑6,2%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e -8,4%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares” (+157 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-6,1 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,5 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑1,2 mil milhões) e “Têxteis e vestuário” (-583 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 81,5% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,1% e TVH -9,4%), “Químicos” (18,5% do total e TVH -2,3%), “Agro-alimentares” (15,9% e TVH -4,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,9% e TVH -24,4%), “Energéticos” (8,7% e TVH -35,4%) e “Minérios e metais” (8,4% e TVH -10,6%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -12,2 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-3,2 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,4 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑2,1 mil milhões). e “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões.

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Brasil, da França, da Roménia, dos EUA e do Reino Unido).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,5%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (5,0%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 74,8% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Alemanha, EUA e Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9 %), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,4%) e os EUA (1,8%). Estes dez países cobriram 78,4% das importações totais.

Alcochete, 10 de Fevereiro de 2021.

ANEXO



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Comércio Internacional do calçado - UE e Portugal (Jan-Nov 2020)

 

Comércio Internacional do Calçado
União Europeia
Portugal 
(Janeiro-Novembro 2019-2020)

"Disponível para download >> aqui "

1 - Nota introdutória

As exportações portuguesas de calçado, sustentadamente crescentes desde o início da década de 80 do século passado atingiram 1,7 mil milhões de Euros em 2001, decrescendo a partir de então. Mantiveram-se num patamar em torno dos 1,3 mil milhões de Euros entre 2005 e 2009, tendo-se assistido a partir de então a uma recuperação sustentada do crescimento destas exportações, que atingiram 2 mil milhões de Euros em 2017, para decrescerem nos dois anos seguintes, situando-se em 1,8 mil milhões de Euros em 2019.

O peso do calçado na exportação global, que em 2001 se situava em 6,3%, decresceu significativamente até 2007, mantendo-se em cerca de 4% até 2016, para voltar a decrescer a partir de então, representando 3,1% do Total em 2019.

Ao longo deste período cerca de 80% da exportação portuguesa de calçado teve por destino o espaço comunitário.

A desaceleração do crescimento da exportação de calçado de Portugal para os nossos parceiros comunitários não se ficou a dever apenas à concorrência de países asiáticos. Como se poderá observar nos quadros seguintes, ao longo dos últimos anos tem-se assistido também a um incremento significativo das exportações com origem nos próprios parceiros comunitários.

2 – Importação de calçado no espaço comunitário

No período de 2015 a 2019, cerca de 60% das importações de calçado no espaço comunitário (Reino Unido excluído) tiveram origem em países da própria Comunidade.

De acordo com dados do “International Trade Centre” (ITC), no período de 2014 a 2019 os principais exportadores mundiais de calçado foram dois países asiáticos, designadamente a China (incluindo Hong-Kong e Macau) e o Vietname, que terão representado em conjunto cerca de metade da exportação mundial.

Foram também estes dois países os principais fornecedores da UE-27 no período 2015-2019, seguidos do Reino Unido, da Indonésia e da Índia.

Do quadro seguinte consta o valor médio unitário do calçado exportado por Portugal para a UE-27 em 2019, por tipos de calçado (NC-4), obtido por ponderação dos valores dos produtos desagregados a oito dígitos da Nomenclatura Combinada, comparado com o praticado pelos principais países terceiros fornecedores.

Seguem-se quadros com os principais fornecedores Intra e Extracomunitários dos oito maiores importadores de calçado na UE-27 em 2019 (81,4% do Total): Alemanha, França, Itália, Bélgica, Países Baixos, Espanha, Polónia e Áustria.




3 – Importação e exportação portuguesa de calçado                                    (2018-2019 e Janeiro-Novembro 2019-2020)

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial portuguesa do calçado é fortemente favorável a Portugal.

Em 2019, as importações cresceram +3,6% face ao ano anterior, tendo decrescido -21,6% no período de Janeiro a Novembro de 2020, em termos homólogos. Por sua vez as exportações registaram decréscimos de -5,7% em 2019 e -16,4% nos primeiros onze meses de 2020.

O saldo da Balança reduziu-se em -12,3% em 2019 e -12,0% no período em análise de 2020.

3.2 – Importação por tipos de calçado

No período de Janeiro a Novembro de 2020 predominaram as importações de calçado com a parte superior em couro e em têxteis, respectivamente 28,0% e 27,9% do Total.

Seguiram-se as partes de calçado, com 21,8% e o calçado com a parte superior em borracha ou plástico, 19,0%.

3.3 – Exportação por tipos de calçado

As exportações portuguesas incidem em sua grande parte no calçado com a parte superior em couro, o de maior valor, tendo representado 84,7% do Total nos primeiros onze meses de 2020.

3.4 – Mercados de origem das importações

No ano de 2019 tiveram origem no espaço comunitário 73,2% das importações de calçado (72,4% em Jan-Nov 2020), tendo sido os principais fornecedores a Espanha, com 33,0% do Total (30,3% em 2020) e a China (10,3% e 10,6% respectivamente).

Seguiram-se a Alemanha, a Itália, a França, os Países Baixos, a Índia, a Indonésia e o Reino Unido.

Estes dez países representaram 92,6% das importações totais em 2019 (93,2% em Jan-Nov 2020).


3.5 – Mercados de destino das exportações

Em 2019 destinaram-se ao espaço comunitário 73,2% das exportações de calçado (72,4% em Jan-Nov 2020). Os principais destinos foram a França (21,7% e 20,7% respectivamente), a Alemanha (18,1% e 18,5%) e os Países Baixos (13,5% e 13,8%).

Seguiram-se a Espanha, o Reino Unido, a Dinamarca, EUA, a Itália, a Bélgica, a Suécia, o Canadá, a China, a Polónia e a Rússia.

Este conjunto de países representou 90,2% do Total das exportações de calçado em 2019 e também nos primeiros onze meses de 2020.

3.6 – Índices de variação homóloga

Foram calculados Índices de variação homóloga em Valor, Volume e Preço (Paasche), por tipos de calçado, para o período de Janeiro a Setembro de 2020, a preços de 2019: 



Alcochete, 1 de Fevereiro de 2021.