Comércio internacional de mercadoriasTaxas de variação homólogaem Valor, Volume e Preçopor Grupos e Subgrupos de produtos(Janeiro-Dezembro 2020/2019)
( disponível para download >> aqui )
1 - Nota
introdutória
No presente trabalho apresentam-se
indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações
portuguesas de mercadorias calculados para o período de Janeiro a Dezembro de 2020,
face ao período homólogo de 2019.
Para o cálculo dos índices
de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).
Os índices de preço, do tipo
Paasche, utilizados como deflatores
dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume,
foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto
Nacional de Estatística (INE) em versão definitiva para 2019 e preliminar
para 2020.
2 – Nota
metodológica
O método utilizado para o
cálculo dos índices de preço de Paasche
aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do
comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em
metodologia definida, ensaiada e testada na antiga Direcção-Geral do Comércio
Externo e utilizada ao longo dos anos nos organismos que lhe sucederam, índices
posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de
produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em
cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada
subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos
produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações
pautais, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise
crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas
que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de
um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode
vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se
à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso
relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo
a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na
proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança
Comercial
De acordo com os dados preliminares
disponíveis, em 2020 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -30,0%
face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações
a aumentar de 74,9% para 79,3%.
As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes
do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com
um decréscimo em valor de -15,2%, terão registado uma quebra em volume de -11,3%
e um decréscimo em preço de ‑4,4%. Por sua vez, a descida em valor de -10,2% verificada
nas exportações terá resultado de uma
descida em volume de -7,5%, com o preço a decair –2,9%.
Excluindo os produtos “Energéticos”
do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em
2020 situou-se em -10,6 mil milhões de Euros, contra -14,1 mil milhões em
termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas
exportações, em 2020, sobe de 79,3% em termos globais para 82,8%. De acordo com
os dados disponíveis as importações, excluindo “Energéticos”, terão
registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de –12,6%,
-11,2% e -1,6%. Por sua vez, as exportações terão averbado uma quebra em
valor de -8,8%, em resultado de descidas de -7,5% em volume e de -1,4% em preço.
Em 2020, o saldo da balança
comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que
representaram 43,4% das exportações e 28,0% das importações totais,
designadamente “Madeira, cortiça e papel”,
“Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte
terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.
4 –
Importações
No período em análise, os grupos
de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (19,1% em
2020 e 17,9% em 2019), “Químicos”
(18,5% e 16,0%), “Agro-alimentares” (15,9%
e 14,1%) e “Material de transporte
terrestre e partes” (10,9% e 12,2%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (8,7% e 11,4%), ”Minérios e metais” (8,4% e 7,9%), “Produtos acabados diversos” (6,5% e 6,0%),
“Têxteis e vestuário” (5,7% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (3,2% e 3,0%), “Calçado, peles e couros” (1,8% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5%
e 3,8%).
Em
todos os onze grupos de produtos considerados se registaram, em 2020, taxas
de variação homóloga em Valor negativas, incidindo as mais
acentuadas nos grupos "Aeronaves, embarcações e partes" (-67,2%), não
constante dos gráficos por não serem calculados índices de volume e preço para
este grupo, “Energéticos” (-35,4%), “Calçado, peles e
couros” (‑25,0%) e “Material de transporte terrestre” (-24,4%).
Foram também negativas as
taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Calçado,
peles e couros” (‑26,1%) e no “Material de transporte terrestre e partes”
(-25,3%).
Na óptica do preço verificou-se
algum crescimento nos grupos “Calçado, peles e couros” (+1,5%) e “Material
de transporte terrestre e partes” (+1,2%). A principal quebra coube ao
grupo “Energéticos” (-26,1%).
5 –
Exportações
Em 2020 os grupos de produtos
com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,7% em
2020 e 13,9% em 2019), “Material de
transporte terrestre e partes” (13,9% e 15,0%) “Agro-alimentares” (13,9% e 12,2%), “Químicos” (13,2% e 12,6%) e “Produtos acabados diversos”
(10,0% e 9,8%). Seguiram-se os grupos “Minérios
e metais” (9,4% e 9,2%), “Têxteis e
vestuário” (8,7% e 8,8%), “Madeira,
cortiça e papel” (7,4% nos dois anos),
“Energéticos” (4,6% e 6,1%), “Calçado,
peles e couros” (3,3% e 3,6%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,9% e 1,3%).
À excepção do grupo “Agro-alimentares”
(+2,2%), verificaram-se decréscimos em valor,
face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.
Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Energéticos” (-32,2%), “Calçado, peles e couros” (‑17,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (‑16,9%). Seguiram-se os grupos “Têxteis
e vestuário”” (‑11,0%), “Madeira,
cortiça e papel” (‑10,3%), “Minérios
e metais” (‑8,6%), “Produtos acabados
diversos” (‑8,4%), “Químicos” (-6,2%) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (-5,1%).
No grupo “Aeronaves,
embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à
semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se
uma quebra em valor de -41,5%.
Os maiores decréscimos ocorreram
nos grupos “Calçado, peles e couros” (-17,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (‑17,6%) .
Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (‑10,7%), “Energéticos” (-8,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-6,0%), “Madeira, cortiça e papel” (‑5,1%), “Produtos
acabados diversos” (-5,0%), “Minérios
e metais” e “Químicos” (-4,8% cada).
No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas
exportações dos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+1,0%), “Calçado,
peles e couros” e “Material de
transporte terrestre e partes” (+0,9% cada).
O maior decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (‑26,0%). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,5%), “Minérios e metais” (‑4,0%), “Produtos
acabados diversos” (-3,6%), “Agro-alimentares”
(-1,7%). “Químicos” (-1,5%) e “Têxteis e vestuário” (-0,4%).
6 –
Representatividade das amostras
Como se pode observar no
quadro seguinte, a representatividade das amostras globais de cada uma das
vertentes comerciais, envolvendo um total de 18 188 posições pautais a oito
dígitos da Nomenclatura Combinada, que serviram de base ao cálculo dos respectivos
índices de preço de Paasche,, foi da
ordem dos 90%, o que também aconteceu na maioria dos grupos de produtos, mas
sempre superior a 80% nos restantes.
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