quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Série mensal - Janeiro-Dezembro 2020 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2020 

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Fevereiro de 2021, para o ano de 2020, e definitivos para 2019, as exportações de mercadorias, face ao ano anterior, decresceram em valor ‑10,2% (‑6,1 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -15,2% (-12,2 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras mensais significativas, em termos homólogos, verificadas de Março a Julho, principalmente nos meses de Abril e Maio (-39,2% e ‑39,4% nas importações e -41,3% e -38,8% nas exportações). A partir de então, e até Setembro, o volume destas quebras, face ao mês homólogo do ano anterior, reduziu-se sucessivamente, situando-se a taxa de variação, em Setembro, em -8,3% nas importações, tornando-se mesmo ligeiramente positiva nas exportações, +0,3%. No mês de Dezembro, de acordo com os dados preliminares disponíveis, face ao ano anterior, as importações decresceram -6,9% e as exportações -7,8%.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido excluído), registaram em 2020 uma quebra de ‑9,4% (‑4,0 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -12,3% (‑2,1 mil milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –14,2% (-8,4 mil milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -18,0% (-3,8 mil milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -30,0% ao situar-se em -14,1 mil milhões de Euros (menos 6,0 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de -4,4 mil milhões no comércio intracomunitário e de -1,6 mil milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,9%, em 2019, para 79,3%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020 o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 433 para 295 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 8,7% no total das importações em 2020 e 4,6% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações no comércio global sobe de 79,3% para 82,8%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 71,4% do total (70,7% em 2019), decresceram em valor -94%, contribuindo com -6,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -9,4%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 28,6% do total em 2020 (29,3% em 2019), decaíram -12,3%, contribuindo com -3,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.


Os principais destinos em 2020 foram a Espanha (25,4%), a França (13,5%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (5,0 %), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 74,8% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –30,4% em 2020 (-317 milhões de Euros), envolvendo a otalidade dos onze grupos de produtos.

As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-85,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-67,0 milhões), “Químicos” (‑47,2 milhões), “Minérios e metais” (-42,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑29,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-20,9 milhões), e “Têxteis e vestuário” (-13,3 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste período (-10,2%), pertenceram à Irlanda (+0,13 p.p.), à Suíça (+0,06 p.p.) e à Roménia (+0,05 p.p.).

O maior contributo negativo coube a Espanha (‑1,9 p.p.), seguida da Alemanha (-1,4 p.p.), do Reino Unido (-1,0 p.p.), da França (-0,8 p.p.), das Provisões de Bordo para Países Terceiros, Angola, EUA, Países Baixos e Itália (todos com -0,6 p.p.) e Provisões de Bordo para Países Comunitários (-0,5 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda, seguida da Roménia e da Suécia. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália e Provisões de Bordo, seguidos da Áustria, Bélgica, Grécia, Finlândia, Eslováquia, Polónia, Eslovénia, Malta e Bulgária.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Gibraltar, do Japão, da Coreia do Sul, de Israel e da Suíça.

Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido das Provisões de Bordo, Angola, EUA, Canadá, Marrocos, México, Egipto, Argélia, África do Sul, China, Noruega e Emiratos.

3.2 - Importações


Em 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,6% do total (73,8% em 2019), registaram um decréscimo de -14,2% e contribuíram com -10,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑15,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑18,0%, representando 25,4% do total em 2020 (26,2% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,7 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2020 foram a Espanha (32,6% do Total), a Alemanha (13,3%) e a França (7,3%).

Seguiram-se os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,4%) e os EUA (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,4% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑15,2%) destacou-se o do Brasil (+0,8 p.p.), seguido da Nigéria (+0,2 p.p.), da China e da Polónia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-3,6 p.p.), Espanha (-2,9p.p.) e Alemanha (-2,0 p.p.).

Seguiram-se a Turquia (-1,2 p.p.), Angola (-0,9 p.p.), a Rússia (-0,7 p.p.), a Itália (-0,7 p.p.), a Bélgica (0,6 p.p.), o Azerbaijão, a Arábia Saudita e o Azerbaijão (-0,5 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2288 milhões de Euros), aos EUA (+1423 milhões) e ao Reino Unido (+1224 milhões). Seguiram-se a Turquia (+549 milhões) e Angola (+482 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8452 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (-2670 milhões), da China (‑2499 milhões), dos Países Baixos (-1720 milhões) e da Itália (-1186 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 65,7% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do total e ‑5,1% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (13,9% e -16,9%), “Agro-alimentares” (13,9% e +2,2%), “Químicos” (13,2% e ‑6,2%) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e -8,4%).

À excepção do grupo “Agro-alimentares” (+157 milhões de Euros), em todos os restantes dez grupos se registaram decréscimos nas exportações face a 2019. Os maiores contributos para o decréscimo global (-6,1 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,5 mil milhões de Euros), “Energéticos” (‑1,2 mil milhões) e “Têxteis e vestuário” (-583 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 81,5% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,1% e TVH -9,4%), “Químicos” (18,5% do total e TVH -2,3%), “Agro-alimentares” (15,9% e TVH -4,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,9% e TVH -24,4%), “Energéticos” (8,7% e TVH -35,4%) e “Minérios e metais” (8,4% e TVH -10,6%).

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -12,2 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-3,2 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,4 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (‑2,1 mil milhões). e “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões.

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Brasil, da França, da Roménia, dos EUA e do Reino Unido).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,5%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,7%), os EUA (5,0%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,3%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 74,8% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição, precedida da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Alemanha, EUA e Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (7,3%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,2%), a China (4,5%), a Bélgica (2,9 %), o Reino Unido (2,7%), o Brasil (2,4%) e os EUA (1,8%). Estes dez países cobriram 78,4% das importações totais.

Alcochete, 10 de Fevereiro de 2021.

ANEXO



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