1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2021, e também ainda
preliminares para o ano de 2020, com última actualização em 9 de Abril de 2021,
as exportações de mercadorias decresceram em valor, em termos homólogos, -3,7%
(‑368 milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -13,8% (-1,8 mil
milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE são
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries
mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB,
corresponndendo ao somatório dos valores dos dois novos códigos, que designamos
pela sigla “GB-RUn. e Irl. NT”.
O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -47,6% ao situar-se em -1577
milhões de Euros (menos 1431 milhões do que no ano anterior), a que
correspondeu uma redução de 675 milhões no comércio intracomunitário e de 756
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 76,9%, em 2020, para 86,0%, em 2021.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros dois meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo desceu, face ao período homólogo de 2020, de 442 para 332 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,0% no total das importações em Janeiro-Fevereiro de 2021 e 6,3% do lado das
exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe
de 86,0%, no comércio global, para 89,3%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,9%
do total (72,3% em 2020), decresceram -2,8%, contribuindo com -2,0 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -3,7%.
As exportações para o espaço extracomunitário (27,1% do total em Janeiro-Fevereiro de 2021 e 27,7% em 2020), decaíram -6,0%, contribuindo com -1,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações nos primeiros dois meses de 2021 foram a
Espanha (27,1%), a França (13,8%), a Alemanha (11,1%), o Reino Unido (incl.
Irlanda NT) (5,2%), a Itália (4,9%), os EUA (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a
Bélgica (2,4%), Marrocos (2,0%), a Polónia (1,4%), Angola (1,2%), Brasi, Suécia
e China (1,1% cada), destinos que representaram 81,0% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –21,4% (‑31
milhões de Euros), envolvendo 9 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções
os grupos “Químicos”, “Material de transporte terrestre“ e “Aeronaves,
embarcações e partes”.
A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-21 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ (negativo)
das exportações neste período (-3,7%), pertenceram a Marrocos (+0,8 p.p.), à
China (+0,3 p.p.), à Dinamarca e Finlândia (+0,2 p.p. cada) e à Itália (+0,1 p.p.).
Os maiores contributos negativos couberam ao Reino Unido (-5,9 p.p.), à
Alemanha (‑1,0 p.p.), às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,7
p.p.), e às Provisões de Bordo para países terceiros e EUA (-0,6 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Dinamarca, Finlândia, Malta, Itália, Polónia e Eslováquia. Os maiores decréscimos couberam à Alemanha, Provisões de Bordo, Bélgica, França, Áustria, Irlanda, Eslovénia e Suécia.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os de Marrocos, Japão, Gibraltar,
China, Austrália e Vietname.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido, Provisões de
Bordo, EUA, Brasil, Angola, Emiratos, Ceuta e Turquia.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Fevereiro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem
na UE, que representaram 75,2% do total (71,5% em 2020), registaram um
decréscimo de ‑9,4% e contribuíram com -7,1 p.p. para uma taxa de variação
homóloga global de ‑13,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑24,9%,
representando 24,8% do total em 2021 (28,5% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’
global de -7,1 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,3% do Total), a Alemanha (13,9%) e a França (7,0%). Seguiram-se os Países Baixos (5,4%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), os EUA (2,6%), a Polónia (2,4%), a Nigéria (2,1%) e o Brasil (2,90%). Estes países representaram, no seu conjunto, 80,2% das importações totais.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações em Janeiro-Fevereiro
de 2021 (‑13,8%) destacaram-se os da Federação Russa, (+0,7 p.p.), da Polónia
(+0,5 p.p.), da Nigéria (+0,4 p.p.) e da Turquia (+0,2 p.p.).
Os maiores contributos negativos
couberam a França (-2,4 p.p.), ao Reino Unido (‑2,1 p.p.) e a Espanha (-2,0
p.p.). Seguiram-se Angola (-1,4 p.p.), a Alemanha (-1,3 p.p.), o Brasil (-1,2
p.p.), a Argélia (‑1,1 p.p.), a Guiné Equatorial (-0,9 p.p.), a Itália (-0,5
p.p.) e a Bélgica (‑0,4 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Fevereiro de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+538 milhões de
Euros) e ao Reino Unido (+384 milhões). Seguiram-se Marrocos (+160 milhões), os
EUA (+155 milhões) e Angola (+10 milhões). O maior défice, a grande
distância dos restantes, pertenceu a Espanha (1017 milhões de Euros), seguida da
Alemanha (-483 milhões), da China (‑409 milhões), dos Países Baixos (‑236
milhões) e da Nigéria (-225 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,2% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% do Total e -10,1% de TVH), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% e ‑1,2%), “Químicos” (13,0% e +6,5%) “Agro-alimentares” (12,3% e +1,5%), “Minérios e metais” (9,9% e +8,6%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e -6,1%) e “Têxteis e vestuário” (8,6% e -7,6%).
À
excepção dos grupos “Químicos” (+77 milhões de Euros), “Minérios e
metais” (+76 milhões), “Agro-alimentares” (+17 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (+4 milhões de Euros), em todos os restantes grupos se
registaram decréscimos face ao período homólogo do ano anterior
Os maiores
contributos para o decréscimo global (-368 milhões de Euros), couberam aos
grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-162 milhões), e “Energéticos”
(‑122 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 84,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% do Total e TVH ‑0,6%), “Químicos” (19,6% e +0,2%), “Agro-alimentares” (14,4% e -6,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e -22,6%), “Energéticos” (9,7% e -32,6%) “Minérios e metais” (9,1% e -1,3%).
À
excepção do grupo “Químicos” (+5 milhões de Euros), em todos os
restantes dez se verificaram decréscimos, cabendo os mais significativos
aos grupos “Energéticos” (-529 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (-376 milhões), “Aeronaves, embarcações e
partes” (-302 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-220 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 27,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida do Reino Unido, França, Brasil e Suíça).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,8%), a
Alemanha (11,1%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,9%), os EUA (4,7%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Marrocos (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países representaram 76,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,3% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida da
Nigéria e Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois
dos EUA e da França).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), os EUA (2,6%), a Polónia (2,4%) e a Nigéria (2,1%). Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais.
Alcochete, 10 de Abril de 2021.
ANEXO
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