sábado, 10 de abril de 2021

Série Mensal - Janeiro a Fevereiro de 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2021, e também ainda preliminares para o ano de 2020, com última actualização em 9 de Abril de 2021, as exportações de mercadorias decresceram em valor, em termos homólogos, -3,7% (‑368 milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -13,8% (-1,8 mil milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE são acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, corresponndendo ao somatório dos valores dos dois novos códigos, que designamos pela sigla “GB-RUn. e Irl. NT”.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 uma quebra de ‑2,8% (‑201 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -6,0% (‑167 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –9,4% (-876 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -24,9% (-923 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -47,6% ao situar-se em -1577 milhões de Euros (menos 1431 milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 675 milhões no comércio intracomunitário e de 756 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 76,9%, em 2020, para 86,0%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros dois meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo desceu, face ao período homólogo de 2020, de 442 para 332 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,0% no total das importações em Janeiro-Fevereiro de 2021 e 6,3% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 86,0%, no comércio global, para 89,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,9% do total (72,3% em 2020), decresceram -2,8%, contribuindo com -2,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -3,7%.

As exportações para o espaço extracomunitário (27,1% do total em Janeiro-Fevereiro de 2021 e 27,7% em 2020), decaíram -6,0%, contribuindo com -1,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações nos primeiros dois meses de 2021 foram a Espanha (27,1%), a França (13,8%), a Alemanha (11,1%), o Reino Unido (incl. Irlanda NT) (5,2%), a Itália (4,9%), os EUA (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Marrocos (2,0%), a Polónia (1,4%), Angola (1,2%), Brasi, Suécia e China (1,1% cada), destinos que representaram 81,0% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –21,4% (‑31 milhões de Euros), envolvendo 9 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Químicos”, “Material de transporte terrestre“ e “Aeronaves, embarcações e partes”.

A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-21 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste período (-3,7%), pertenceram a Marrocos (+0,8 p.p.), à China (+0,3 p.p.), à Dinamarca e Finlândia (+0,2 p.p. cada) e à Itália (+0,1 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam ao Reino Unido (-5,9 p.p.), à Alemanha (‑1,0 p.p.), às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,7 p.p.), e às Provisões de Bordo para países terceiros e EUA (-0,6 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Dinamarca, Finlândia, Malta, Itália, Polónia e Eslováquia. Os maiores decréscimos couberam à Alemanha, Provisões de Bordo, Bélgica, França, Áustria, Irlanda, Eslovénia e Suécia.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Marrocos, Japão, Gibraltar, China, Austrália e Vietname.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido, Provisões de Bordo, EUA, Brasil, Angola, Emiratos, Ceuta e Turquia.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Fevereiro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,2% do total (71,5% em 2020), registaram um decréscimo de ‑9,4% e contribuíram com -7,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑13,8%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑24,9%, representando 24,8% do total em 2021 (28,5% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -7,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,3% do Total), a Alemanha (13,9%) e a França (7,0%). Seguiram-se os Países Baixos (5,4%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), os EUA (2,6%), a Polónia (2,4%), a Nigéria (2,1%) e o Brasil (2,90%). Estes países representaram, no seu conjunto, 80,2% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em Janeiro-Fevereiro de 2021 (‑13,8%) destacaram-se os da Federação Russa, (+0,7 p.p.), da Polónia (+0,5 p.p.), da Nigéria (+0,4 p.p.) e da Turquia (+0,2 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam a França (-2,4 p.p.), ao Reino Unido (‑2,1 p.p.) e a Espanha (-2,0 p.p.). Seguiram-se Angola (-1,4 p.p.), a Alemanha (-1,3 p.p.), o Brasil (-1,2 p.p.), a Argélia (‑1,1 p.p.), a Guiné Equatorial (-0,9 p.p.), a Itália (-0,5 p.p.) e a Bélgica (‑0,4 p.p.). 

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial       

No período acumulado de Janeiro a Fevereiro de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+538 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+384 milhões). Seguiram-se Marrocos (+160 milhões), os EUA (+155 milhões) e Angola (+10 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (1017 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-483 milhões), da China (‑409 milhões), dos Países Baixos (‑236 milhões) e da Nigéria (-225 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,2% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% do Total e -10,1% de TVH), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% e ‑1,2%), “Químicos” (13,0% e +6,5%) “Agro-alimentares” (12,3% e +1,5%), “Minérios e metais” (9,9% e +8,6%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e -6,1%) e “Têxteis e vestuário” (8,6% e -7,6%).

À excepção dos grupos “Químicos” (+77 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+76 milhões), “Agro-alimentares” (+17 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+4 milhões de Euros), em todos os restantes grupos se registaram decréscimos face ao período homólogo do ano anterior

Os maiores contributos para o decréscimo global (-368 milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-162 milhões), e “Energéticos” (‑122 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 84,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% do Total e TVH ‑0,6%), “Químicos” (19,6% e +0,2%), “Agro-alimentares” (14,4% e -6,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e -22,6%), “Energéticos” (9,7% e -32,6%) “Minérios e metais” (9,1% e -1,3%). 

À excepção do grupo “Químicos” (+5 milhões de Euros), em todos os restantes dez se verificaram decréscimos, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-529 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-376 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-302 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-220 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 27,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Reino Unido, França, Brasil e Suíça).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,8%), a Alemanha (11,1%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,9%), os EUA (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Marrocos (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 76,5% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,3% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida da Nigéria e Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois dos EUA e da França).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (4,9%), a China (4,6%), a Bélgica (2,9%), os EUA (2,6%), a Polónia (2,4%) e a Nigéria (2,1%). Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais.

Alcochete, 10 de Abril de 2021.

ANEXO


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