quinta-feira, 18 de março de 2021

Série Mensal-Janeiro de 2021-Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro  de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o mês de Janeiro de 2021 e também ainda preliminares para o ano de 2020, com última actualização em 12 de Março de 2021, as exportações de mercadorias decresceram em valor, em termos homólogos, -9,8% (‑506 milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -17,2% (-1,1 mil milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE são acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, corresponndendo ao somatório dos valores dos dois novos códigos, que designamos pela sigla “GB-RUn. e Irl. NT”.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 uma quebra de ‑6,8% (‑252 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -17,6% (‑255 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –9,3% (-428 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -34,9% (-708 milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -43,0% ao situar-se em -834 milhões de Euros (menos 630 milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 176 milhões no comércio intracomunitário e de 454 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 77,9%, em 2020, para 84,8%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em Janeiro de 2021 o valor médio de importação do petróleo desceu, face ao mês homólogo de 2020, de 462 para 310 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,0% no total das importações em Janeiro de 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 84,8%, no comércio global, para 87,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em Janeiro de 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 74,3% do total (71,8% em 2020), decresceram -6,8%, contribuindo com -4,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -9,8%. As exportações para o espaço extracomunitário ( 25,7% do total em Janeiro de 2021 e 28,2% em 2020), decaíram -17,6%, contribuindo com -4,9 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos em Janeiro de 2021 foram a Espanha (27,4%), a França (14,0%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (incl. Irlanda NT) (5,5%), os EUA (4,9%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,4%), Marrocos (1,3%), a Suécia e o Brasil (1,2% cada), Angola (1,1%) e a Suíça (1,0%), destinos que representaram 81,6% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou em Janeiro de 2021 uma quebra nas exportações de –36,0% (‑28,2 milhões de Euros), envolvendo 9 dos 11 grupos, sendo as excepções os grupos “Energéticos”, “Material de transporte terrestre“ e “Aeronaves, embarcações e partes”.

As principais descidas nas exportações portuguesas para Angola incidiram nos grupos “Energéticos” (-16,4 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-5,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-2,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-2,6 milhões) e “Minérios e metais” (-2,5 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ (negativo) das exportações neste mês de Janeiro (-9,8%), pertenceram a Marrocos (+0,16 p.p.), à Finlândia (+0,15 p.p.), à China (+0,13 p.p.) à Eslováquia (+0,07 p.p.) e  à Polónia (+0,06 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam à Alemanha (‑1,3 p.p.), Espanha (-1,2 p.p.), EUA (-1,0 p.p.), França e Reino Unido (-0,8 p.p. cada), Provisões de Bordo para Países Terceiros, para Países Comunitários e Países Baixos (-0,6 p.p. cada), Angola (-0,5 p.p.) e Brasil (-0,4 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário, incidiram em Malta, Finlândia, Grécia, Eslováquia, Polónia e Lituânia. Os maiores decréscimos couberam à Alemanha, Espanha, França, Provisões de Bordo, Países Baixos, Irlanda e Áustria.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os do Japão, Vietname, Marrocos, China, Austrália e Chile.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os EUA, Reino Unido, Provisões de Bordo, Argélia, Brasil, Ceuta e Gibraltar.  

3.2 - Importações

Em Janeiro de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,8% do total (69,3% em 2020), registaram um decréscimo de -9,3% e contribuíram com -6,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑17,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑34,9%, representando 24,2% do total em 2021 (30,7% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -10,7 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,7% do Total), a Alemanha (13,9%) e a França (7,1%). Seguiram-se os Países Baixos (5,4%), a China (4,9%), a Itália (4,8%), a Bélgica (3,0%), o Brasil (2,9%), os EUA (2,5%), a Polónia (2,4%) e a Nigéria (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 81,4% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em Janeiro de 2020 (‑17,2%) destacaram-se os da Nigéria (+0,8 p.p.), da Rússia (+0,6 p.p.), da Polónia e da Turquia (+0,4 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-2,6 p.p.) e ao Reino Unido (‑2,4 p.p.).

Seguiram-se Angola (-1,9 p.p.), a Alemanha (-1,8 p.p.), o Brasil (-1,7 p.p.), a Argélia (‑1,0 p.p.), a Guiné Equatorial (-0,9 p.p.), a França e a China (-0,7 p.p. cada) e a Arábia Saudita (‑0,6 p.p.). 

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial

Em Janeiro de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+262 milhões de Euros), ao Reino Unido (+228 milhões) e aos EUA (+89 milhões). Seguiram-se Angola (+47 milhões) e Marrocos (+45 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-514 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (-233 milhões), da China (‑222 milhões), dos Países Baixos (‑121 milhões) e do Brasil (-104 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em Janeiro de 2021, representando 83,2% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,8% do Total e -13,1% de TVH), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% e ‑8,5%), “Químicos” (13,2% e +0,2%) “Agro-alimentares” (12,1% e -5,6%), “Minérios e metais” (9,8% e +0,7%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e -7,3%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e -10,1%).

À excepção dos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+9 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+3 milhões) e “Químicos” (+1 milhão), nos restantes grupos registaram-se decréscimos nas exportações face a Janeiro de 2020.

Os maiores contributos para o decréscimo global (-506 milhões de Euros), couberam aos grupos “Energéticos” (‑165 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (-104 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-62 milhões), “Têxteis e vestuário” (-47 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-43 milhões).

5.2 – Importações

Em Janeiro de 2021, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 84,2% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (20,3% do Total e TVH ‑5,1%), “Químicos” (19,7% e -3,6%), “Agro-alimentares” (15,0% e -6,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,2% e -21,6%), “Minérios e metais” (9,0% e -5,3%) e “Energéticos” (9,0% e -45,9%). 

Verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -1,1 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-416 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-168 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-129 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro de 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 27,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida do Reino Unido, França, Brasil Angola e Suíça).

Seguiram-se no “ranking” a França (14,0%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (5,5%), os EUA (4,9%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,4%) e Marrocos (1,3%). Estes dez países representaram 77,1% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,7% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Israel e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a França (7,1%), os Países Baixos (5,4%), a China (4,9%), a Itália (4,8%), a Bélgica (3,0%), o Brasil (2,9%), os EUA (2,5%) e a Polónia (2,4%). Estes dez países cobriram 79,5% das importações totais.

Alcochete, 18 de Março de 2021.

ANEXO




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