terça-feira, 26 de outubro de 2021

Comércio Internacional - Portugal-Marrocos (2016-2020 e Jan-Agosto 2021)

 

Comércio Internacional de mercadorias
de Portugal com Marrocos
(2016-2020 e Janeiro-Agosto 2020-2021)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

As trocas comerciais de mercadorias entre Portugal e Marrocos aumentaram significativamente a partir de 2009. As importações, que em 2009 se situavam em 58 milhões de Euros, atingiram 183 milhões em 2020. Por sua vez, as exportações aumentaram, no mesmo período, de 215 milhões para 626 milhões de Euros.

Nos anos de 2017 e 2018 Marrocos ocupava a 28ª posição no ‘ranking’ das importações de Portugal com origem no comércio Extracomunitário (incluindo o Reino Unido), tendo subido para o 21º lugar nos dois anos seguintes. Do lado das exportações, Marrocos ocupa uma posição importante, oscilando entre a 4ª posição em 2016 (4,5% do Total Extra-UE) e a 6ª em 2020 (4,1%).


2 – Alguns dados sobre o ‘Comércio Externo’ de Marrocos

2.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de Marrocos face ao Mundo foi deficitária nos últimos três anos

2.2 – Mercados de origem e de destino

De acordo com as estatísticas marroquinas, Portugal terá ocupado em 2020 a 9ª posição entre os principais mercados de origem das importações e o 12º lugar nas exportações.

2.3 – Importações em Marrocos por Grupos de Produtos

Do quadro seguinte consta a evolução das importações em Marrocos por grupos de produtos (ver definição do conteúdo em Anexo) nos últimos dois anos e as respectivas quotas de Portugal. 

Em 2020 as principais importações em Marrocos, a dois dígitos, incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (21,5% do Total), “Agro-alimentares” (15,3%), “Químicos” (14,0%) e “Energéticos” (11,8%). As maiores quotas de Portugal couberam aos grupos “Têxteis e vestuário” (7,2%) e “Calçado, peles e couros” (6,8%).

2.4 – Exportações de Marrocos por Grupos de Produtos

Na vertente da exportação destacaram-se em 2020 os grupos “Agro-alimentares” (23,7% do Total), “Químicos” (18,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1%) e “Têxteis e vestuário” (10,9%).

Sobressaíram aqui, ainda com base em estatísticas marroquinas, as quotas de Portugal nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (7,7%) e “Têxteis e vestuário” (4,3%).

3 – Comércio de Portugal com Marrocos                                                                              2016-2020 e Janeiro-Agosto 2020-2021

3.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Marrocos foi favorável ao longo do último quinquénio e nos primeiros oito meses de 2021. O saldo positivo, que em 2017 se situou em +578 milhões de Euros, desceu para 443 milhões em 2020. No período de Janeiro a Agosto de 2021, face ao período homólogo do ano anterior, o saldo subiu de +214 para +455 milhões de Euros.

O ritmo de evolução anual das importações, face ao valor que detinham em 2016 (2016=100), aumentou significativamente em 2019 (128,9%), desacelerando em 2020 (118,1%).

Por sua vez as exportações mantiveram-se praticamente ao nível de 2016 até 2019, descendo em 2020 para 88,0%.

3.2 – Importações por Grupos de Produtos

Em 2020 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Têxteis e vestuário” (41,7 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (33,4 milhões), “Agro-alimentares” (26,4 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (24,5 milhões) e “Químicos” (21,8 milhões), grupos que representaram  80,7% do Total.

No período de Janeiro a Agosto de 2021, as principais importações, a dois dígitos, incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (40,2 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (27,8 milhões), “Químicos” (25,3 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (21,8 milhões) e “Agro-alimentares” (17,1 milhões), grupos que pesaram 83,7% no Total.

No quadro seguinte encontram-se desagregados, a 4 dígitos da Nomenclatura Combinada, os principais produtos importados de Marrocos nos primeiros oito meses de 2021.

3.3 – Exportações por Grupos de Produtos

Em 2020 os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas para Marrocos foram “Minérios e metais” (145,6 milhões de Euros), “Energéticos” (128,3 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (85,8 milhões), Químicos” (61,4 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (47,9 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (46,0 milhões). Este conjunto de grupos representou 82,3% do Total.

No período de Janeiro a Agosto de 2021 prevaleceu igualmente o grupo “Minérios e metais”, com 28,2% do Total e um valor de 173,1 milhões de Euros, exportações que mais que duplicaram face ao período homólogo do ano anterior, essencialmente constituídas por produtos do ferro e do aço.

Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Energéticos” (18,7% e 114,7 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (12,0% e 73,8 milhões), “Químicos” (9,2% e 56.6 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (9,0% e 55,3 milhões de Euros).

Com pesos inferiores alinharam-se os grupos “Agro-alimentares” (6,9% e 42,6 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (6,5% e 39,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (3,5%, e 21,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (3,5% e 21,4 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,1% e 12,6 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e 1,4 milhões de Euros). 


No quadro seguinte encontram-se desagregados, a 4 dígitos da Nomenclatura Combinada, os principais produtos exportados para Marrocos nos primeiros oito meses de 2021.




Alcochete, 25 de Outubro de 2021. 

ANEXO


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Agosto de 2021 - Produtos e mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Agosto de 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos das exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Agosto e mês autónomo de Agosto de 2021, face aos homólogos de 2020, bem como a evolução mensal comparada do valor das exportações por grupos de produtos de Janeiro de 2020 a Agosto de 2021. São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2020 e preliminar para 2021, com última actualização em 11 de Outubro de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Agosto de 2020-2021

No período de Janeiro a Agosto de 2021 as exportações de mercadorias cresceram em valor +21,5% face ao mesmo período de 2020 (+7,3 mil milhões de Euros). À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-23 milhões de Euros), registaram-se acréscimos nos restantes dez grupos de produtos considerados (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), sendo por ordem decrescente de valor: “Minérios e metais” (+1,2 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” e “Químicos” (+1,1 mil milhões cada), “Energéticos” (+832 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+821 milhões), “Produtos acabados diversos” (+617 milhões), “Têxteis e vestuário” (+531 milhões), Agro-alimentares” (+469 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+440 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+132 milhões).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido e Irlanda NT, excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações (expedições), que representaram 71,0% do Total em 2021, cresceram +20,8% face ao ano anterior (+5,0 mil milhões de Euros).

Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +29,0% (+2,2 mil milhões de Euros). 

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+2,3 mil milhões de Euros) e à França (+802 milhões). Seguiram-se os EUA (+554 milhões), a Alemanha (+470 milhões),  a Itália (+398 milhões), os Países Baixos (+337 milhões), o Reino Unido (+314 milhões), Marrocos (+283 milhões), Gibraltar (+256 milhões), a Bélgica (+247 milhões), a China (+140 milhões) e a Polónia (+137 milhões).

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações para Provisões de Bordo Intra-UE (-95 milhões de Euros), Taiwan (-44 milhões), Irlanda (-40 milhões), Provisões de Bordo Extra-UE (‑12 milhões) e Malásia (-10 milhões).

3 – Exportações no mês de Agosto de 2021 (não acumulado) face a 2020,                      por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações no mês de Agosto de 2021, não acumulado, foram “Agro-alimentares” (14,8%), “Químicos” (14,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,4%) e “Minérios e metais” (11,2%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (9,0%), “Produtos acabados diversos” (8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (8,3%), “Energéticos” (7,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (7,1%), “Calçado, peles e couros” (4,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4%).

Registaram-se acréscimos (em Euros) nas exportações de oito dos onze grupos de produtos, com destaque para “Energéticos” (+165 milhões), “Minérios e metais” (+159 milhões), “Químicos” (+155 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+96 milhões), “Agro-alimentares” (+87 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+63 milhões), “Têxteis e vestuário” (+35 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+8 milhões de Euros.).

Os decréscimos incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-131 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-13 milhões), e “Calçado, Peles e couros” (-4 milhões de Euros).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, com um peso de 13,4% do Total no mês de Agosto, engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2021 e respectivos acréscimos e decréscimos.


4 – Evolução mensal comparada das exportaçõe em 2020 e 2021,                                    por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, no período de Janeiro de 2020 a Agosto de 2021.


Alcochete, 20  de Outubro de 2021.


ANEXO




quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Série mensal - Janeiro a Agosto 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Agosto de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 11 de Outubro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +21,5% (+7286 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +18,1% (+7892 milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Agosto de 2021 um acréscimo de +20,8% (+5040 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +23,2% (+2247 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +19,0% (+6107 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +15,4% (+1785 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +6,2% ao situar-se em -10437 milhões de Euros (superior em 606 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1067 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 461 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 77,5%, em 2020, para 79,8%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros oito meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 307 para 402 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Setembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,6% no total das importações no período de Janeiro-Agosto de 2021 e 6,0% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 79,8%, no comércio global, para 83,9%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período de Janeiro a Agosto, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,0% do Total, cresceram +20,8%, contribuindo com +14,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +21,5%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,0% do Total), cresceram +23,2%, contribuindo com +6,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,2%), a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%), Angola e a Polónia (1,4% cada), a Suécia e a China (1,2% cada), e o Brasil (1,1%), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 2,6% nas nossas exportações (+15,0 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 8 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+28,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+6,0 milhões), Químicos (+4,1 milhões), “Minérios e metais” (+3,0 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,6 milhões),“Têxteis e vestuário” (+480 mil Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (+443 mil Euros).

As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-28,3 milhões de Euros), “Energéticos” (-1,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-392 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+21,5%) pertenceram a Espanha (+6,7 p.p.), à França (+2,4 p.p.), aos EUA (+1,6 p.p.),  à Alemanha (+1,4 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.), aos Países Baixos (+1,0%) e ao Reino Unido (+0,9 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,3 p.p.) e à Irlanda (-0,1 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Suécia e Rep. Checa.

Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo e à Irlanda.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Reino Unido, Marrocos, Gibraltar, a China, a Austrália, a Noruega, o México, Israel, a Tunísia, o Japão e a África do Sul.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, das Provisões de Bordo e da Malásia.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Agosto de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +19,0% e contribuíram com +14,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +15,4%, representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +4,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (13,1%). Seguiram-se a França (6,9%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil e a Bélgica (3,1% cada), os EUA (2,2%), a Nigéria e a Polónia (2,0% cada). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,9% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Agosto de 2021 (+18,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,7 p.p.) e da Alemanha (+2,4 p.p.), seguidos do Brasil (+1,1 p.p), da Itália, dos Países Baixos e dos EUA (+0,9 p.p. cada), e da Polónia (+0,8 p.p.). Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Argélia (-0,2 p.p.) e na Dinamarca (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise  de 2020 e 2021.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Agosto de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1930 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+1498 milhões). Seguiram-se os EUA (+1184 milhões), Angola (+519 milhões) e Marrocos (+455 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6035 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2236 milhões), da China (‑1818 milhões), dos Países Baixos (‑1180 milhões) e do Brasil (-1153 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-23 milhões de Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1127 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1127 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +469 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +821 milhões), “Minérios e metais” (10,7% e +1214 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e +617 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,8% e +531 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e +440 milhões), “Energéticos” (6,0% e +832 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,3% e +132 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Também nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor nos oito primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,9% na estrutura, (‑306 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,3% e +1878 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,6% e +1495 milhões), “Agro-alimentares” (14,8% e +544 milhões), “Energéticos” (10,6% e +1372 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (10,0% e +670 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,7% e +1398 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,3% e +450 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e +143 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +236 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +13 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, do Brasil, do Reino Unido e da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,2% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, da Alemanha e dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,1%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil (3,1%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Nigéria (2,2%).

Estes dez países cobriram 77,9% das importações totais.

 

Alcochete, 13 de Outubro de 2021.

ANEXO




domingo, 10 de outubro de 2021

Comércio internacional da Pesca - 1º Semestre 2020-2021

 

Comércio Internacional da pesca, preparações, conservas 
e outros produtos do mar
(1º Semestre 2020-2021)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Portugal, detentor de uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) a nível europeu e mundial, mantém no âmbito da pesca, preparações, conservas e outros produtos do mar, uma balança comercial deficitária, representando as importações (Fob) um valor cerca de duas vezes superior ao das exportações (Fob).

Neste trabalho vai-se analisar a evolução destas trocas comerciais com o exterior no 1º Semestre de 2021, face ao semestre homólogo de 2020, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em versão definitiva para 2020 e preliminar para 2021, com última actualização em 9 de Setembro de 2021.

2- Peso do sector no comércio internacional global

As importações deste conjunto de produtos representaram 3,2% das importações globais em 2016 e 2,8% em 2020. Por sua vez, o peso das exportações decresceu, entre os dois anos, de 1,9% para 1,7%.  

No 1º Semestre de 2021, as importações, que no semestre homólogo do ano anterior tinham representado 3,0% das importações globais, viram o seu peso descer para 2,4%, tendo no mesmo período o peso das exportações no Total descido ligeiramente, de 1,6% para 1,5%.

3 – Balança Comercial

No 1º Semestre de 2020 e 2021 a balança comercial destes produtos do mar foi deficitária, com défices (Fob-Cif) respectivamente de -575 milhões de Euros e -457 milhões, o que representou um decréscimo de -20,4%.

Em 2021, face ao ano anterior, as importações decresceram -5,4% e as exportações aumentaram +15,9%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações (Fob/Cif) a subir de 41,5% para 50,8%. 

Entre os agregados de produtos considerados destacam-se, nas duas vertentes comerciais, o “Peixe”, os “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” e as “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos”, produtos que representaram no seu conjunto, nos dois últimos anos, cerca de 98% das importações e das exportações totais.

No quadro seguinte consta a balança comercial no 1º Semestre de 2020 e 2021 de cada um dos sete agregados de produtos aqui considerados

O único agregado em que a Balança Comercial foi favorável a Portugal foi o de “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” no 1º Semestre de 2021, +24,8 milhões de Euros, contra um défice de -1,1 milhões no ano anterior.

Os défices dominantes incidiram no “Peixe”, -375,2 milhões de Euros em 2021 e -458,1 milhões em 2020 e no agregado “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos”, ‑99,2 e -105,2 milhões respectivamente.


Em Anexo apresentam-se quadros e gráficos com a balança comercial dos diversos componentes desagregados por produtos a quatro ou a seis dígitos da Nomenclatura Combinada (NC), com indicação das respectivas quantidades transacionadas.

4 – Importação

No 1º Semestre de 2021, face ao homólogo do ano anterior, as importações decresceram ‑5,4% (‑52,7 milhões de Euros). As maiores quebras couberam ao “Peixe”, -66,4 milhões de Euros, seguidas das “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos”, -18,0 milhões.


Nas importações de “Peixe” assumem relevância, entre outras, as de bacalhau nos seus diversos estados, que serão mais adiante objecto de uma análise mais pormenorizada.

4.1 – Mercados de origem

No 1º Semestre de 2021 os principais fornecedores foram a Espanha (40,8%), a Suécia (14,5%), os Países Baixos (9,0%), a Dinamarca (3,8%), a China (3,4%), a Rússia (2,6%) e a Índia (2,3%), países que totalizaram 76,4% dos fornecimentos.

Os maiores decréscimos, em Euros, couberam aos Países baixos (-27,8 milhões), à China (‑12,2 millhões) e à Rússia (-6,7 milhões).

Por sua vez, entre os 20 maiores fornecedores os principais acréscimos incidiram em Espanha (+8,0 milhões), Suécia (+2,5 milhões), Índia (+2,4 milhões), Marrocos (+2,0 milhões), Equador (+1,8 milhões) e Moçambique (+1,1 milhões de Euros).


5 – Exportação

As exportações aumentaram neste 1º Semestre +15,9% em termos homólogos (+64,7 milhões de Euros). Ocorreram acréscimos em todas as componentes à excepção das “Gorduras e óleos de peixe e mamíferos aquáticos” (-18,6%, -186 mil Euros).

Os principais aumentos, em Euros. incidiram nos “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (+36,6 milhões, +47,7%) e no “Peixe” (+16,5 milhões, +8,2%).

Seguiram-se as “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos“ (+7,9 milhões de Euros, +6,5%), o “Sal,águas-mãe de salinas e algas” (+2,0 milhões, +49,1%) e os “Produtos da pesca impróprios para a alimentação humana” (+1,8 milhões, +83,6%).

5.1 – Mercados de destino

No 1º Semestre de 2021 as expedições portuguesas de mercadorias para o espaço intracomunitário representaram 78,8% do Total, com predomínio do mercado espanhol (45,6%), seguido da França (13,7% e da Itália (11,4%).

Entre os países terceiros o destino dominante foi o Brasil (6,4%), seguido dos EUA (3,5%).

Os principais acréscimos, em Euros, incidiram nas exportações para Espanha (+26,7 milhões), seguidas da Itália e da França (+8,6 milhões cada), dos EUA (+7,3 milhões), da China (+4,2 milhões), dos Países Baixos (+2,3 milhões) e do Brasil (+2,0 milhões de Euros).

O maior decréscimo coube a Angola (-1,6 milhões de Euros), seguido do Reino Unido (-870 mil Euros).

6 – Importação e exportação de sardinha

São conhecidas as limitações impostas ultimamente à pesca da sardinha em zonas em que habitualmente operam os pescadores portugueses e espanhóis, face à acentuada redução do “stock” de sardinha verificada ao longo da última década, tendo havido mesmo um parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) que aconselhava a sua proibição.

No 1º Semestre de 2021, face ao semestre homólogo do ano anterior, reduziu-se a importação de “Sardinha fresca, refrigerada ou congelada” (-6,1% em valor e -9,9% em quantidade), tendo aumentado a sua exportação (respectivamente +18,4% e +21,5%).

O grau de cobertura da importação pela exportação subiu de 57,7%, no 1º Semestre de 2020, para 72,8% no semestre homólogo de 2021.



No 1º Semestre de 2021 o principal mercado de origem das importações foi a Espanha (71,8%), seguida por Marrocos (12,9%) e pela França (9,0%).

O principal mercado de destino das exportações foi ainda a Espanha (47,9%), seguida da França (13,8%), do Canadá (9,7%) e dos EUA (8,3%).

As principais exportações portuguesas de sardinha incidem nas tradicionais conservas, com um elevadíssimo grau de cobertura das importações pelas exportações, que registaram no 1º semestre de 2021 acréscimos de +4,9% em valor e +8,2% em quantidade.


Nos primeiros seis meses de 2021, o principal destino das conservas de sardinha foi a França (41,3% do Total), seguida da Áustria (10,5%), do Reino Unido (9,5%), da Bélgica (6,8%) e dos EUA (5,2%). Os principais fornecedores das importações foram a Espanha (53,8%), Marrocos (34,5%) e a Alemanha (9,0%).

7 – Importação e exportação de bacalhau

O bacalhau, também conhecido em Portugal pela designação de “fiel amigo”, ocupa uma posição importante na alimentação dos portugueses.

A importação de bacalhau é, em valor, mais de 4 vezes superior à de exportação. No 1º Semestre de 2021, nos seus diversos estados, a sua importação representou 26,0% do conjunto dos componentes em análise e 29,4% no ano anterior, com a exportação a pesar respectivamente 12,1% e 14,2%.

Entre os vários tipos de bacalhau destaca-se o bacalhau ‘Seco, salgado, em salmoura ou fumado’, que pesou 64,4% no 1º Semestre de 2021, seguido do bacalhau ‘Congelado, excluindo filetes’, 27,1%.


Estes mesmos tipos de bacalhau predominaram também do lado da exportação, com pesos respectivamernte de 39,3% e 36,2%. 

O principal mercado de origem do bacalhau é a Suécia (47,5% do Total no 1º Semestre de 2021 e 40,0% em 2020), seguida dos Países Baixos (25,8% e 30,4%, respectivamente), da Rússia (10,0% e 10,7%) e da Espanha (6,3% e 6,9%).

Sabe-se que uma grande parte do bacalhau consumido em Portugal tem origem na Noruega, país extracomunitário limítrofe da Suécia. Tudo indica que a prevalência da Suécia entre os fornecedores de Portugal contabilizados pelo INE reside no facto de ser este um país de “introdução em livre prática” na União Europeia do bacalhau norueguês destinado a Portugal, após cumpridas as formalidades aduaneiras. 

No 1º Semestre de 2021 as principais exportações de bacalhau tiveram por destino o Brasil (41,5%, com 37,8% no mesmo período do ano anterior), a França (19,7% e 17,9%) e a Espanha (10,5% e 18,2%), Seguiram-se a Itália, a Suíça, os EUA, a Bélgica, Angola, o Luxemburgo, o Reino Unido, a Alemanha, a Dinamarca e o Canadá.

Este conjunto de países representou 96,3% em 2021 e 95,1% em 2020 do Total das exportações de bacalhau neste primeiro Semestre.

Seguem-se, em Anexo, quadros e gráficos com a balança comercial dos componentes do conjunto dos produtos consideradas neste trabalho, desagregadas a 4 ou 6 dígitos da Nomenclatura Combinada, com indicação das quantidades transaccionadas.

Alcochete, 9  de Outubro de 2021.

ANEXO