1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Agosto de 2021 e definitivos para
2020, com última actualização em 11 de Outubro de 2021, as exportações de
mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +21,5% (+7286 milhões de
Euros), a par de uma subida nas importações de +18,1% (+7892 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Agosto de 2021
um acréscimo de +20,8% (+5040 milhões de Euros), tendo as exportações para os
países terceiros aumentado +23,2% (+2247 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +19,0% (+6107 milhões de Euros), com as
originárias dos países terceiros a crescerem +15,4% (+1785 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +6,2% ao situar-se em -10437
milhões de Euros (superior em 606 milhões ao do ano anterior), a que
correspondeu um agravamento de 1067 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo
de 461 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura
(Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 77,5%, em 2020, para 79,8%,
em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros oito meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2020, de 307 para 402 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Setembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
10,6% no total das importações no período de Janeiro-Agosto de 2021 e 6,0% do lado
das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
sobe de 79,8%, no comércio global, para 83,9%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro a Agosto, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,0% do Total, cresceram +20,8%, contribuindo com +14,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +21,5%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,0% do Total), cresceram +23,2%, contribuindo com +6,6 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a
Espanha (26,2%), a França (13,3%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a
Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%), Angola e a Polónia (1,4% cada), a Suécia e a China
(1,2% cada), e o Brasil (1,1%), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise um aumento de 2,6% nas nossas exportações (+15,0
milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 8 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas,
aparelhos e partes” (+28,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (+6,0
milhões), Químicos (+4,1 milhões), “Minérios e metais” (+3,0 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1,8 milhões), “Material de transporte terrestre
e partes“ (+1,6 milhões),“Têxteis e vestuário” (+480 mil Euros) e “Madeira,
cortiça e papel” (+443 mil Euros).
As
excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-28,3 milhões de
Euros), “Energéticos” (-1,9 milhões) e “Calçado, peles e couros”
(-392 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+21,5%) pertenceram a Espanha (+6,7 p.p.), à França
(+2,4 p.p.), aos EUA (+1,6 p.p.), à
Alemanha (+1,4 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.), aos Países Baixos (+1,0%) e ao
Reino Unido (+0,9 p.p.).
Os maiores
contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países
comunitários (-0,3 p.p.) e à Irlanda (-0,1 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia,
Suécia e Rep. Checa.
Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo e à Irlanda.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Reino Unido, Marrocos, Gibraltar,
a China, a Austrália, a Noruega, o México, Israel, a Tunísia, o Japão e a
África do Sul.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, das Provisões de
Bordo e da Malásia.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Agosto de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +19,0% e
contribuíram com +14,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +18,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +15,4%, representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +4,1 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (13,1%). Seguiram-se a França (6,9%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o Brasil e a Bélgica (3,1% cada), os EUA (2,2%), a Nigéria e a Polónia (2,0% cada). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,9% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Agosto de 2021 (+18,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,7 p.p.) e da
Alemanha (+2,4 p.p.), seguidos do Brasil (+1,1 p.p), da Itália, dos Países
Baixos e dos EUA (+0,9 p.p. cada), e da Polónia (+0,8 p.p.). Os principais contributos
negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na
Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), na Argélia (-0,2 p.p.) e na Dinamarca (-0,1
p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária e nos países terceiros entre o período em análise de 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Agosto de 2021, os maiores saldos
positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1930 milhões
de Euros) e ao Reino Unido (+1498 milhões). Seguiram-se os EUA (+1184 milhões),
Angola (+519 milhões) e Marrocos (+455 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-6035 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-2236 milhões), da China
(‑1818 milhões), dos Países Baixos (‑1180 milhões) e do Brasil (-1153 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Todos os
grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-23 milhões de
Euros) registaram em 2021 acréscimos nas exportações face ao período homólogo
de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do Total e +1127 milhões de
Euros), “Químicos” (13,8% e +1127 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +469 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +821 milhões),
“Minérios e metais” (10,7% e +1214 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,6% e +617 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,8% e +531 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4%
e +440 milhões), “Energéticos” (6,0% e +832 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (3,3% e +132 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Também
nas importações o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em
valor nos oito primeiros meses de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”,
com um peso de 0,9% na estrutura, (‑306 milhões de Euros).
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,3% e +1878 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,6% e +1495 milhões), “Agro-alimentares” (14,8% e +544 milhões), “Energéticos” (10,6% e +1372 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (10,0% e +670 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,7% e +1398 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,3% e +450 milhões), “Têxteis e vestuário”
(5,0% e +143 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +236 milhões) e
“Calçado, peles e couros” (1,6% e +13 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, do Brasil, do Reino Unido e da Roménia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez países representaram 75,2% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, da Alemanha e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,1%), a
França (6,9%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), o
Brasil (3,1%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Nigéria (2,2%).
Estes dez
países cobriram 77,9% das importações totais.
Alcochete, 13 de Outubro de 2021.
ANEXO
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