Comércio Internacional com os PALOP
(Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
2018-2022
Janeiro-Outubro 2022-2023
Neste trabalho analisa-se a evolução do
Comércio internacional de mercadorias de Portugal com os “Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa” (PALOP), no seu conjunto e com cada um dos
países, no período de 2018 a 2022 e Janeiro a Outubro de 2022 e 2023, com base
em dados do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em
versões definitivas até 2022 e preliminar para 2023, com última actualização em
11-12-2023.
2 –
Conjunto dos PALOP
O
peso do conjunto dos PALOP na importação global portuguesa de mercadorias, após
uma ligeira subida de 2018 para 2019 (de 1,3% para 1,4% do Total), decresceu
sucessivamente até 2021 (0,2%), tendo aumentado em 2022 (0,6%). Por sua vez o
seu peso na exportação decresceu sustentadamente de 2018 a 2021 (de 3,6% para
2,5%), invertendo-se o sentido dessa evolução em 2022 (2,8%).
No
quadro seguinte pode observar-se a peso relativo de cada componente no Total das
importações e exportações dos PALOP entre 2018 e 2022 e no período de Janeiro a
Outubro de 2022 e 2023.
Entre
2018 e 2022 e Janeiro-Outubro de 2022 e 2023, Angola ocupou a
primeira posição em ambas as vertentes, seguida de Moçambique, Cabo Verde,
S.Tomé e Príncipe e da Guiné-Bissau, nas importações (com alternância nos
dois últimos países em 2020 e 2021), e de Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau
e S.Tomé e Príncipe, nas exportações.
Seguem-se gráficos com o ritmo de evolução anual das importações e exportações de Portugal com o conjunto dos PALOP e com cada um dos componentes entre 2018 e 2022.
2.1–
Balança Comercial
No
período em análise a Balança Comercial foi favorável a Portugal, com elevados graus
de cobertura das importações pelas exportações. O saldo da balança, tendo
decrescido de 1,1 mil milhões de Euros, em 2018, para 737 mil Euros, em 2019,
aumentou sucessivamente até atingir 1,5 mil milhões de Euros em 2022. Nos
primeiros dez meses de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, o saldo
aumentou de 1,2 para cerca de 1,5 mil milhões de Euros.
2.2–
Importação
As posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura
Combinada (NC-8), foram aqui agregadas, nas duas vertentes comerciais, em 11
grupos de produtos (ver Anexo).
A
importação portuguesa com origem no conjunto dos PALOP tem como forte
componente o grupo “Energéticos”, centrado em Angola e constituído
por óleos brutos do petróleo, que representou 67,3% do Total de Janeiro a
Outubro de 2023 (86,1% em 2022.
Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Agro-alimenares”
com 17,6% do Total (8,6% no ano anterior), “Madeira, cortiça e papel”
(5,5% e 1,9% respectivamente), “Minérios e metais” (3,2% e 0,9%) “Têxteis
e vestuário” (2,4% e 1,1%), “Máquinas, aparelhos e partes” (1,5%
e 0,4%), “Produtos acabados diversos” (1,1% e 0,4%), e “Calçado,
Peles e couros” (1,1% e 0,4%).
2.3 –
Exportação
Na
Exportação, bem mais diversificada, nos primeiros dez meses de 2023
destacaram-se os grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”
(26,9% e 23,7%), “Agro-alimentares” (21,7% e 23,3%), “Químicos”
(15,5% e 16,4%), “Minérios e metais” (10,3% e 10,1%) e “Produtos
acabados diversos” (9,7% e 9,9%).
Com
pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Energéticos”
(5,9% e 6,3%), “Madeira, cortiça e papel” (3,6% e 4,4%), “Material
de transporte terrestre e partes” (3,1% e 2,3%), “Têxteis e
vestuário” (2,1% e 2,3%), “Calçado, peles e couros” (0,6%
e 0,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,4%).
● Comércio
de Portugal com cada um dos PALOP
Segue-se
uma análise da evolução das importações e exportações de Portugal com cada um
dos PALOP entre 2018 e Janeiro a Outubro de 2022 e 2023.
3 - Angola
3.1 -
Balança Comercial
Nos primeiros dez meses de 2023, face ao período homólogo do ano anterior, as importações registaram uma descida de -65,7% e as exportações uma quebra de -6,4%, com o saldo a aumentar +44,6%.
A
principal importação incide no grupo de produtos “Energéticos”
que de Janeiro a Outubro de 2023 representou 82,4% do Total (95,3%
no mesmo período do ano anterior), essencialmente petróleo bruto.
Seguiu-se o grupo “Agro-alimentares” (11,2% e 2,9%),
essencialmente constituído por bananas e outras frutas, crustáceos e moluscos,
farelos e outros resíduos de cereais e café. Com pesos inferiores alinharam-se
depois os grupos “Minérios e metais” (2,9% e 0,6%), como granito,
mármores e outras pedras de construção, ouro e artefactos de joalharia, barras
e perfis de alumínio, e recipientes para gases em ferro ou aço, “Máquinas,
aparelhos e partes” (1,3% e 0,3%), “Madeira, cortiça e papel”
(1,2% e 0,5%) e “Produtos acabados diversos” (0,8% e 0,3%).
3.3 –
Exportação
As principais exportações portuguesas com destino a Angola nos primeiros dez meses de 2023 couberam ao grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (26,9% e 23,7% no ano anterior), muito diversificadas, com destaque para as partes de guinchos e macacos, guindastes, pontes rolantes, veículos para remoção de cargas, elevadores, ‘bulldozers’, niveladoras, escavadoras e pás mecânicas, para as máquinas de tratamento de substâncias minerais sólidas, para os quadros e outros suportes de comando eléctrico, para as máquinas automáticas de tratamento de dados, para os aparelhos de centrifugação, para os fios e cabos eléctricos, para os aparelhos telefónicos, para os refrigeradores e congeladores, para os aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, para as bombas para líquidos, para os transformadores eléctricos, para as torneiras e válvulas, bombas de ar ou vácuo, aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar louça, limpar, secar, encher ou rolhar garrafas, máquinas de embalar mercadorias, grupos electrogéneos e conversores rotativos, entre muitas outras máquinas e aparelhos.
Seguiram-se
os grupos de produtos “Agro-alimentares” (21,7% e 23,5%),
principalmente vinhos, óleo de soja, enchidos, queijos, preparações
alimentícias, preparações para alimentação animal, leite, bacalhau, produtos de
padaria e azeite, entre muitos outros, “Químicos” (15,5% e
16,4%), com destaque para os medicamentos, tubos, acessórios e outras obras de
plástico, reagentes de laboratório, misturas de substâncias odoríficas, artigos
de embalagem, rolhas, tampas e cápsulas em plástico, preparações tensoactivas e
para lavage, pneus, produtos de beleza, tintas e vernizes, chapas e folhas de
plástico, colas e adesivos, matérias corantes e insecticidas, entre outros, “Minérios
e metais” (10,3% e 10,1%), como construções e suas partes em
ferro, aço ou alumínio, perfis e obras em ferro ou aço não especificadas,
cordas e cabos de cobre, parafusos, porcas e artigos semelhantes em ferro ou
aço, guarnições e ferragens diversas em metais comuns, entre muitos outros.
Com
peso inferior a dois dígitos alinharam-se depois os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,7% e 9,9%), muito diversificado, como aparelhos
médicos, móveis, aparelhos de iluminação, assentos, ladrilhos de cerâmica,
mobiliário médico, aparelhos para análises físicas ou químicas, telhas e outros
produtos cerâmicos, louça sanitária, construções pré-fabricadas, relógios,
aparelhos de medida e raios X, entre outros, “Energéticos” (5,9%
e 6,3%), principalmente óleos médios para motores, transmissões hidráulicas,
engrenagens e óleos lubrificantes, “Madeira, cortiça e papel”
(3,6% e 4,4%), principalmente embalagens de papel ou cartão, papel e cartão
para escrita, impressão e outros fins gráficos em rolos ou folhas, painéis de
fibras de madeira, livros, jornais e outras publicações, livros de registo e
contabilidade, obras de marcenaria e carpintaria para construções, papel fara
fins domésticos ou sanitários, papel e cartão ‘kraft’, entre outros, “Material
de transporte terrestre e partes” (3,1% e 2,3%), designadamente partes
de veículos automóveis, veículos para
transporte de mercadorias, tractores, veículos especiais, reboques.
automóveis de passageiros, contentores, motociclos, bicicletas e suas partes, e
veículos para pessoas com incapacidade, “Têxteis e vestuário”
(2,1% e 2,3%), principalmente artefactos
têxteis confeccionados incluindo moldes, ‘T’shirts’ e camisolas
interiores de malha, roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, fatos de
treino, fatos de banho, calções, redes de malhas com nós, fatos, casacos e
calças de uso masculino, tapetes, cordéis e cordas, cortinados, tecidos de
fibras sintéticas, camisas, camisolas e ‘pullovers’ para homem, entre muitos
outros, “Calçado, peles e couros” (0,6% e 0,7%), designadamente calçado
de couro e outro, partes de calçado, malas de viagem, malas, maletas e estojos
diversos, e “Aeronaves, embarcações e
partes” (0,6% e 0,4%), como embarcações e veículos aéreos não tripulados.
4 – Cabo
Verde
4.1 -
Balança Comercial
De Janeiro a Outubro de 2023 as importações portuguesas de Cabo Verde representaram 3,8% do Total do mundo (9 milhões de Euros), com um acréscimo de +0,2% face ao ano anterior.
Por
sua vez, as exportações ocuparam a segunda posição no conjunto dos PALOP, a
seguir a Angola, com 17,7% do Total (303 milhões de Euros), com uma quebra de
-1,2% em relação ao período homólogo do ano anterior.
4.2 –
Importação
Nos
primeiros dez meses de 2023 as principais importações incidiram no grupo “Têxteis
e vestuário” (48,8% do Total e 49,7%), com destaque para a roupa
interior, pijamas, robes e semelhantes de malha, para homem, ‘T’shirts’
e camisolas interiores de malha, fatos, casacos e calças para homem, fatos,
casacos, vestidos, saias e outro vestuário para senhora.
Seguiram-se
os grupos “Calçado, peles e couros” (27,5% e 27,0%),
essencialmente partes de calçado, “Produtos acabados diversos”
(11,1% e 11,2%), com destaque para as canas de pesca, anzóis e outros artigos
de pesca, “Máquinas, aparelhos e partes”
(5,1% e 2,6%), como cábreas,
guindastes e suas partes, pontes rolantes, bombas de ar ou vácuo,
máquinas de costura, pulverizadores e extintores, máquinas para tratamento de
minerais, máquinas automáticas de processamento de dados, emissores de rádio e
TV, centrifugadores e máquinas ferramentas, entre outras, “Agro-alimentares”
(3,2% e 3,1%), principalmente álcool etílico, aguardentes e outras bebidas
espitituosas, crustáceos e café, “Minérios e metais” (1,9% e
1,6%), como desperdícios e resíduos de ferro ou aço, alumínio e cobre, pedras
de cantaria ou construção, cadeias e correntes em ferro ou aço, ferramentas
manuais e recipientes para gases, e “Energéticos” (1,7% e 0,6%),
centrados em resíduos de óleos de petróleo ou de minerais betuminosos. Os
restantes grupos registaram movimento pouco significativo.
4.3 –
Exportação
De Janeiro a Outubro de 2023 as principais exportações couberam ao grupo “Agro-alimentares” (30,6% e 29,3% no ano anterior), com destaque para o leite, cerveja, óleo de soja, azeite, enchidos, sumos de fruta, produtos de padaria, margarina, produtos hortícolas preparados, citrinos, preparações para alimentação animal e queijos, entre muitos outros, “Químicos” (13,8% e 14,1%), principalmente medicamentos, tubos e acessórios, artigos de embalagem, tampas e cápsulas, e outras obras de plástico, preparações tensoactivas e outras para lavagem, aglutinantes para moldes, artigos farmacêuticos, chapas e folhas de plástico, entre outros, “Minérios e metais” (13,7% e 14,4%), com destaque para os cimentos hidráulicos, obras em ferro ou aço, como barras, construções e suas partes por exemplo torres, pórticos e estruturas para telhados, portas e janelas, parafusos, porcas e semelhantes, entre muitos outros, “Máquinas, aparelhos e partes” (12,1% e 11,4%),muito diversificados, com destaque para os computadores e suas unidades, fios e cabos eléctricos, aparelhos telefónicos, máquinas de impressão, torneiras e válvulas, bombas para líquidos, refrigeradores e congeladores, aparelhos para interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, centrifugadores e dispositivos semicondutores entre muitos outros e “Energéticos” (11,0% e 14,3%), em sua grande parte ‘fuel’.
Com
pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados
diversos” (8,1% e 7,4%), como móveis, recipientes de vidro, aparelhos
para medicina, ladrilhos de cerâmica, pedra de cantaria ou construção, fibras
ópticas, assentos, louça sanitária, aparelhos de iluminação, telhas e outros
produtos cerâmicos para construção e contadores diversos, entre outros,
“Madeira, cortiça e papel”, com destaque para o papel para fins
domésticos ou sanitários, caixas e outras embalagens de papel ou cartão,
painéis de fibras e partículas de madeira, obras de marcenaria e carpintaria
para construções, papel e cartão para escrita, impressão e outros fins
gráficos, livros e brochuras, “Têxteis e vestuário” (2,5% e
2,4%), “Calçado, peles e couros” (0,6% nos dois anos) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,2% e 01%), essencialmente embarcações.
5 – Guiné-Bissau
5.1 -
Balança Comercial
De Janeiro a Outubro de 2023 as importações portuguesas com origem na
Guiné-Bissau cifraram-se em apenas 200 mil Euros, tendo crescido +40,0% face ao
mesmo período do ano anterior. Por sua vez, as exportações
situaram-se em 102 milhões de Euros, com uma quebra de -4,0% em relação a ano
anterior.
5.2 –
Importação
Nos
primeiros dez meses de 2023 a principal importação incidiu no grupo “Máquinas,
aparelhos e partes” (55,9% e 56,0% no período homólogo de 2022), designadamente
‘bulldozers’, niveladoras e rolos ou cilindros compressores.
Seguiram-se
os grupos: “Agro-alimentares” (22,3% e 27,9%), constituído por sucos e
extractos vegetais; “Madeira, cortiça e papel” (8,0% e 22,3%),
designadamente obras de cestaria; “Material de transporte terrestre e
partes” (7,9% e 17,9%), como veículos automóveis para o transporte de
mercadorias, e “Produtos acabados diversos” (0,2% e 2,4%), como câmaras e
projectores cinematográficos. Os restantes grupos registaram peso nulo.
5.3 –
Exportação
De Janeiro
a Outubro de 2023 o principal grupo de produtos nas exportações para a
Guiné-Bissau foi “Energéticos” (48,6% e 47,3% em 2022), principalmente
gasolina e gasóleo, “Agro-alimentares” (30,6% e 32,5%),
principalmente cerveja, vinhos, águas minerais, iogurtes, leite e natas, carnes
e miudezas, ovos e preparações alimentícias de farinhas. Com pesos inferiores
alinharam-se depois os grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(5,4% e 4,2%), com destaque para os dispositivos semicondutores, fios e cabos
eléctricos, computadores e suas unidades, refrigeradores e congeladores, grupos
electrogéneos, transformadores eléctricos, máquinas de impressão, bombas para
líquidos, ‘bulldozers’, niveladoras, escavadoras e semelhantes,
aparelhos para interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, entre outros, “Produtos
acabados diversos” (4,7% e 4,6%), principalmente telhas, ladrilhos e
outros produtos cerâmicos para construção, móveis, assentos, aparelhos fixos de
cerâmica para uso sanitário, pedra de cantaria ou de construção, aparelhos para
medicina, ‘sommiers’, colchões, almofadas e semelhantes, aparelhos de
iluminação, entre outros, “Minérios e metais” (3,6% e 3,4%), com
destaque para cimentos hidráulicos, construções metálicas de alumínio, suas
partes e outras obras não especificadas,
obras diversificadas de ferro ou aço, e gesso, “Químicos”
(3,5% e 4,3%), principalmente medicamentos, tubos e acessórios, artigos de
embalagem, rolhas, tampas, cápsulas e obras diversas em plástico, reagentes de
laboratório, tintas e vernizes, aglutinantes para moldes, pneumáticos,
preparações corporais e outras preparações cosméticas, vestuário e acessórios
de borracha, sabões e produtos de beleza, entre outros, “Material de
transporte terrestre e partes” (1,6% nos dois anos), principalmente
veículos para o transporte de mercadorias, automóveis de passageiros, tractores
e partes e acessórios para este conjunto de veículos, “Têxteis e
vestuário” (0,9% e 1,0%), com destaque
para os artigos usados de matérias têxteis, ‘T-shirts’ e camisolas
interiores de malha, sacos para embalagem, artefactos têxteis confeccionados
incluindo moldes para vestuário, vestuário para homem e tecidos sintéticos, “Madeira
cortiça e papel” (0,9% e 1,0%), principalmente obras de marcenaria e
carpintaria para construções, papel para fins domésticos ou sanitários, caixas
e outras embalagens de papel ou cartão, livros, brochuras e impressos diversos,
painéis de fibras de madeira, entre outros, “Calçado, peles e couros”
(0,1% nos dois anos), designadamente malas, maletas e estojos para fins
diversos, calçado de couro e com sola de outras matérias. O grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” registou peso nulo.
6 – Moçambique
6.1 -
Balança Comercial
A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com
Moçambique foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos, com
elevados graus de cobertura das importações pelas exportações. O saldo da Balança
oscilou entre um mínimo de 146 milhões de Euros em 2018 e um máximo de 164
milhões em 2022 tendo-se situado de Janeiro a Outubro de 2023 em 147 milhões de
Euros.
6.2 -
Importação
Pouco diversificadas, de
Janeiro a Outubro de 2023 as importações portuguesas de mercadorias com origem
em Moçambique centraram-se nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (58,4% em 2023 e 71,8%
em 2022), principalmente crustáceos e moluscos, açúcar de cana, tabaco, cocos e
castanha de cajú, e “Madeira, cortiça e papel” (31,8% e 18,2%,
respectivamente), designadamente madeira em bruto.
Seguiram-se os grupos “Minérios e
metais”
(4,2% e 3,2%), com destaque para os fios de alumínio, “Têxteis e
vestuário” (3,7%
e 5,2%), principalmente fios de algodão e de outras fibras têxteis, algodão e
seus desperdícios, cordéis, cordas e cabos entrançados ou não, artigos usados
diversos de matérias têxteis e vestuário diversos de uso masculino, “Máquinas,
aparelhos e partes” (1,4% e 1,1%), como máquinas de terraplanagem, nivelamento, escavação e
semelhantes, máquinas e aparelhos para tratamento de substâncias minerais sólidas, e partes de ‘bulldozers’,
niveladoras escavadoras, pás mecânicas e semelhantes, e “Produtos
acabados diversos” (0,3% e 0,4%), como quadros decorativos, objectos de arte, móveis de
madeira e assentos de rotim. Os restantes grupos de produtos registaram
movimento nulo ou praticamente nulo.
6.3 -
Exportação
De Janeiro a Outubro de
2023 os grupos de produtos com maior peso no total das exportações foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (28,2%
e 26,6% em 2022), com destatque para os fios e cabos eléctricos, aparelhos eléctricos
de interrupção, seccionamento e protecção, aparelhos telefónicos, máquinas e
aparelhos agrícolas, transformadores, computadores e suas unidades,
impressoras, refrigeradores e congeladores, quadros eléctricos e cabines, partes
de bate-estacas, de escavadoras e de pás-mecânicas, torneiras e válvulas,
aquecedores eléctricos, e dispositivos de armazenamento de dados à base de
semicondutores, entre muitos outros, “Químicos” (24,1% e 22,3%), principalmente
medicamentos, reagentes de laboratório, matérias corantes, artigos de
embalagem, tampas e cápsulas de plástico, tubos e acessórios de plástico,
produtos de beleza ou de maquilhagem, preparações tensoactivas e para lavagem, polímeros
acrílicos em formas primárias, e tintas e vernizes, entre outros, e “Agro-alimentares”
(21,6% e 17,7%), muito diversificado, com destaque para o óleo de soja, vinhos,
preparações e conservas de peixe, preparações alimentícias diversas, azeite,
enchidos, café, margarina, produtos de padaria e pastelaria, conservas de
frutas, peixe congelado, conservas hortícolas e queijos, entre muitos outros.
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (8,1% e 11,0%), como barras e
perfis de alumínio, construções e suas partes em ferro, aço ou alumínio,
guarnições, ferragens, cadeados, fechaduras, parafusos, porcas e semelhantes em
metais comuns, obras de alumínio diversas, reservatórios e outros recipientes
em ferro ou aço, artigos de uso doméstico em ferro ou aço, tubos de cobre,
artefactos para tubos em ferro ou aço, artefactos de higiene ou toucador em
ferro ou aço, e ferramentas manuais, entre muitos outros, “Produtos
acabados diversos” (7,3% e 9,8%), principalmente móveis, ladrilhos de
cerâmica, aparelhos para análises físicas ou químicas, aparelhos de iluminação,
aparelhos de raios X, louça sanitária, relógios, assentos, aparelhos para
medicina, pedra de cantaria ou de construção, serviços de mesa e outros ojectos
de uso doméstico de cerâmica, vassouras, escovas e semelhantes mecânicas ou de
uso manual, aparelhos vários de medida ou controlo, contas e imitações de
pedras preciosas, osciloscópios, garrafas e outras embalagens de vidro, “Madeira.
cortiça e papel” (5,3% e 5,6%), como caixas e outras embalagens de
papel ou cartão, livros, brochuras e impressos, papel para fins domésticos ou
sanitários, papel e cartão em tiras ou rolos, obras de marcenaria e carpintaria
para construções, painéis de fibras de madeira e madeira contraplacada ou
folheada.
Com
pesos inferiores alinharam-se depois os grupo “Têxteis e vestuário”
(2,1% e 1,6%), com destaque para as roupas de cama, seguidas de vestuário
diversificado, “Material de transporte terrestre e partes” (1,7%
e 1,8%), principalmente partes e acessórios de veículos automóveis, reboques,
veículos para o transporte de mercadorias e tractores, “Calçado, peles e
couros” (0,9% e 0,8%), essencialmente calçado, malas, maletas e estojos
para diversos fins, “Energéticos” (0,6% e 2,8%), principalmente
óleos de motor, líquidos para transmissões hidráulicas e óleos lubrificantes,
tendo sido praticamente nulo nos dois anos o movimento do grupo “Aeronaves,
embarcações e partes”.
7 – São
Tomé e Príncipe
7.1 -
Balança Comercial
No período de Janeiro a Outubro de 2023, face ao período homólogo do ano anterior as importações portuguesas com origem em São Tomé e Príncipe decresceram de 2,1 para 0,4 milhões de Euros (-79,0%), tendo decrescido também as exportações, de 56 para 42 milhões de Euros (-25,1%).
7.2 -
Importação
Nos
primeiros dez meses de 2023 as principais importações incidiram no grupo “Minérios
e metais” (59,2% e 9,6% no mesmo período do ano anterior), na sua quase
totalidade constituído por desperdícios e resíduos de ferro ou aço, e também de
cobre, alumínio e níquel, “Agro-alimentares” (19,4% e 85,1%),
designadamente cacau em bruto ou torrado, baunilha, chocolate e potras
preparações alimentícias contendo cacau (a importação em 2023 incidiu em sua
grande parte no óleo de palma), “Químicos” (0,4% e 2,9%), exclusivamente
obras de borracha vulcanizada e alguns produtos de beleza (essencialmente
ácidos monocarboxílicos acíclicos no ano anterior). As importações dos
restantes grupos foram de valor muito reduzido ou praticamente nulo.
7.3 -
Exportação
De Janeiro
a Outubro de 2023 as principais exportações portuguesas para São Tomé e
Príncipe couberam ao grupo de produtos “Agro-alimentares” (45,7%
em 2023 e 44,4% em 2022), principalmente vinhos, óleo de soja, farinha de trigo
ou mistura com centeio, preparações para alimentação animal, águas minerais,
legumes de vagem, secos ou em grão, cerveja, malte, enchidos, leite, produtos
de padaria e pastelaria, iogurtes, massas alimentícias, produtos hortícolas
preparados ou conservados, tomate preparado ou em conserva, carnes e miudezas,
margarina, sumos de fruta, arroz e queijos, “Máquinas, aparelhos e
partes” (15,4% e 16,1%), principalmente computadores e suas unidades,
impressoras, aparelhos eléctricos de interrupção, seccionamento e protecção,
aparelhos telefónicos, partes de máquinas e aparelhos diversos, grupos
electrogéneos, fios e cabos eléctricos, acumuladores eléctricos, bombas para
líquidos, monitores e projectores, refrigeradores e congeladores, aquecedores
eléctricos, centrifugadores, dispositivos semicomdutores, transformadores
eléctricos, partes de motores de pistão, aparelhos de ar condicionado e
dispositivos de armazenamento de dados, “Químicos” (12,6% e
14,0%), principalmente sabões e produtos tensoactivos diversos, lavagem ,
medicamentos, tintas e vernizes, pneus novos, artigos de embalagem, rolhas,
tampas, cápsulas tubos e acessórios e outras obras de plástico, soda e potassa
cáustica, reagentes de diagnóstico, preparações para barbear, desodorizantes e
outros produtos de perfumaria ou de toucador, matérias corantes e insecticidas,
entre muitos outros, “Minérios e metais” (7,0% e 6,4%), como
construções e suas partes em ferro, aço ou alumínio, sal, barras e perfis de
ferro ou aço, guarnições e ferragens de metais comuns, cordas e cabos entrançados
de alumínio para usos eléctricos, taxas, pregos, parafusos, porcas e
semelhantes de ferro ou aço, utensílios de cozinha e outros de uso doméstico em
ferro ou aço e ferramentas manuais, entre outros, “Produtos acabados
diversos” (6,7% e 5,9%), muito diversificado, com destaque para móveis,
ladrilhos de cerâmica, aparelhos para medicina, aparelhos de geodesia,
topografia, agrimensura e outros, aparelhos de iluminação e assentos, “Madeira,
cortiça e papel” (3,7% e 2,6%), principalmente impressos, estampas e
gravuras, papel para fins domésticos ou sanitários, papel e cartão em rolos ou
folhas, livros de escritório, blocos, agendas, cadernos e semelhantes, livros e
brochuras, “Material de transporte terrestre e partes” (3,2% e
3,7%), em sua grande parte automóveis de passageiros, partes e acessórios de
veículos automóveis, veículos de mercadorias e reboques, “Energéticos”
(2,6% e 2,4%), designadamente óleos de motor, líquidos para transmissões
hidráulicas, óleos para engrenagens e lubrificantes, “Têxteis e
vestuário” (2,5% e 4,1%), com destaque para os artigos usados de
matérias têxteis, ‘T-shirts’ de malha, sacos para embalagem e vestuário
diverso de uso masculino, “Calçado, peles e couros” (0,5% e 0,4%),
principalmente calçado, e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e
0,0%), como partes de veículos aéreos e estruturas flutuantes.
ANEXO