1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em versão preliminar, com última actualização em 11 de Dezembro, as exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,0% (-642 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -3,6% (-3295 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores correspondentes
os dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo
de -1,0% (-450 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido também ‑1,0% (-191 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +3,7% (+2299 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -19,8% (-5593 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -10,3% face a 2022, situou-se em -23011 milhões de
Euros (inferior em 2653 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 2749 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 5402 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 71,8%, em 2022, para 73,8%, em 2023.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Outubro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu
de 746 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 581 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Novembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
11,9% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2023 de 73,8%, no
comércio global, para 78,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,5%
do Total, decresceram -1,0%, contribuindo com -0,7 pontos percentuais (p.p.)
para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,5% do Total), decresceram
também -1.0%, com um contributo de -0,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,2%), a Alemanha
(10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e as Provisões de
Bordo (1,5%), que representaram 74,5% do total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido,
registou no período em análise um decréscimo de -6,4% nas nossas exportações (-74,4
milhões de Euros).
Ocorreram
decréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-54,6
milhões de Euros), Químicos (-28,0 milhões), “Madeira, cortiça e
papel” (-19,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (-9,7 milhões),
“Têxteis e vestuário” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros”
(-2,8 milhões).
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+29,1
milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,0
milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,7 milhões), “Minérios
e metais” (+1,7 milhões) e “Energéticos” (+1,1 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (-1,0%) pertenceram à França (+0,7 p.p.), a Marrocos (+0,4
p.p.), à China (+0,2 p.p.), à Roménia, Bélgica, Brasil, Suécia, Polónia,
Provisões de Bordo e Eslováquia (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos
(-0,5 p.p.), à Itália (-0,3 p.p.), e aos EUA, Gibraltar e Prov. Bordo para
Terceiros (-0,2 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, seguidos dos da Roménia, Bélgica, Suécia, Polónia,
Provisões de Bordo, Eslováquia e República Checa. Os maiores decréscimos
ocorreram com a Espanha, Países Baixos, Itália, Finlândia, Dinamarca, Irlanda e
Lituânia e Alemanha.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, a China, os Emiratos Árabes Unidos,
o Brasil e a Austrália.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Reino
Unido, da Argentina, do Panamá, de Israel, de Angola e da Noruega.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Outubro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +3,7% e
contribuíram com +2,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -3,6%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -19,8% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -6,1 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em
2023 foram a Espanha (33,6% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,3%),
da China (5,0%), da Itália (4,9%), do Brasil (3,8%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,2%) e da Polónia (1,9%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (-3,9%), destacaram-se os da Irlanda (+0,9 p.p.), da Espanha, (+0,6
p.p.), da França (+0,5 p.p.), da Alemanha (+0,4 p.p.), da Polónia (+0,2 p.p.),
seguidos da Suíça, Países Baixos e Ucrânia (+0,1 p.p. cada).
Os
principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,0 p.p.), Brasil
(-0,7 p.p.), Nigéria (-0,5 p.p.), Azerbaijão (-0,4 p.p.), e Federação Russa,
Turquia e China (-0,3 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de
Janeiro a Outubro de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Outubro de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2622 milhões de Euros), aos
EUA (+2289 milhões), ao Reino Unido (+2086 milhões), a Angola (+903 milhões) e a
Marrocos (+459 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha
(-12800 milhões de Euros), seguida da China (-3751 milhões), da Alemanha (‑3104
milhões), do Brasil (-2504 milhões) e dos Países Baixos (-2354 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
No
período de Janeiro-Outubro de 2023, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +857
milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,6% e -383 milhões), “Agro-alimentares”
(13,6% e +470 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%
e +656 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -345
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +477 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,7% e -258milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,9% e -668 milhões), “Energéticos”
(6,6% e -1335 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,1% e -88 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e -25 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,7% do Total e +404 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (17,5% e -276 milhões), “Agro-alimentares”
(15,5% e +862 milhões), “Energéticos”
(11,9% e ‑5357 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e +2101 milhões
de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,0% e -572 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (6,0% e +181 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -274 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0%
e -282 milhões), “Calçado, peles e couros”
(1,8% e -3 milhões) e “Aeronaves, embarcações
e partes” (0,7% e -81 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois das Provisões de
Bordo Extra-UE e dos EUA), “Calçado, peles
e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e Provisões de Bordo
P.Terceiros (1,5%).
Estes dez
destinos representaram 74,5% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,6% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da
Alemanha, do Brasil e dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,8%), os Países Baixos (5,3%), a China (5,0%), a Itália (4,9%), o
Brasil (3,8%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Polónia (1,9%).
Estes dez
países cobriram 78,2% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Dezembro de 2023.
ANEXO
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