Comércio Internacional
no 'Ramo automóvel'
2021-2022
Janeiro-Setembro 2022-2023
( disponível para download >> aqui )
1 – Introdução
O comércio internacional
português de veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes
diversos, que designamos aqui por ‘Ramo
automóvel’, tem um peso importante no
comércio internacional português, tendo representado as suas importações, nos
primeiros nove meses do ano, 9,9% do Total em 2022 e 13,1% em 2023, com respectivamente
15,1% e 17,1% nas exportações.
Neste trabalho, para além dos
produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada, foram incluídos outros
componentes desta indústria dispersos por variados capítulos, como motores, dispositivos
eléctricos, assentos, pneus e muitos outros, que embora não sendo exaustivos, complementam
o tipo de produtos em causa.
2 – Balança Comercial
De acordo com os dados de base
divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões definitivas
para 2021 e 2022 e preliminar para 2023, a Balança Comercial deste conjunto de
produtos foi favorável a Portugal em 2021 e 2022, tendo registado no período em
análise de 2023 um saldo negativo de -235 milhões de Euros.
3 – Importações e exportações por tipos de produtos
No período de Janeiro a
Setembro de 2023 predominaram, nas importações, os “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto”
(47,4% do Total, com um acréscimo
de +1,6 mil milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior).
Nas
exportações destacaram-se as “Partes, acessórios e componentes
diversos” (58,5% do Total, com um acréscimo de +666 milhões
de Euros).
3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto
Nos primeiros nove meses de 2023 os veículos novos pesaram 74,8% nas importações de
automóveis ligeiros de passageiros e uso misto, predominando os veículos
a gasolina, seguidos de perto pelos veículos com motor eléctrico. Por sua
vez, no mesmo período, a importação de veículos usados representou 22,8% do Total,
com destaque para os veículos com motor a diesel, seguidos dos veículos com
motor a gasolina.
Na vertente da exportação, de Janeiro a Setembro de 2023 os automóveis ligeiros de passageiros novos representaram 99,5% do Total, em sua grande parte veículos com motor a gasolina. A exportação de veículos usados representou apenas 0,5% do Total.
No quadro em ANEXO pode
observar-se os diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo
a cilindrada dos veículos.
3.2- Outros veículos
No período de Janeiro a
Setembro de 2023, o conjunto dos restantes veículos, incluindo chassis com motor
e carroçarias com cabine, representou 12,3% das importações do sector, englobando,
para além dos ‘Veículos para transporte
de mercadorias’ (44,7% do Total), ‘Outros veículos’ (42,2%), como tractores,
carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e veículos sem dispositivo
de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns, portos e aeroportos, ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’ (7,6%), ‘Veículos para usos especiais’ (3,2%), como por exemplo os de carros auto-socorro, carros de
bombeiros ou carros-betoneira, ‘Chassis
com motor’ (1,9%) e as ‘Carroçarias,
incluindo as cabines’ (0,4%).
As exportações
destes produtos representaram, no mesmo período, 11,1% das exportações do sector, com destaque para
os ‘Veículos para transporte de mercadorias’
(76,6% do Total), seguidos dos ‘Outros veículos’ (9,6%), dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’ (7,6%), dos ‘Veículos para usos especiais’ (3,6%), das ‘Carroçarias,
incluindo as cabines’ (2,2%) e dos
‘Chassis com motor’ (0,3%).
3.3- Partes, acessórios e componentes diversos
No período em análise de 2023,
o conjunto das “Partes, acessórios e
componentes diversos”, muito diversificado, representou 40,3% das importações
do ‘Ramo automóvel’ a que correspondeu
um saldo positivo de +1,6 mil milhões de Euros.
Destacaram-se as aquisições do
conjunto ‘Outras partes e acessórios’
(61,9% do Total), como caixas de velocidades, acessórios de carroçarias,
travões e servo-freios, tubos de escape, “airbags”, volantes e caixas de
direcção, rodas, suspensão e eixos. Seguiram-se ‘Outros componentes’ (15,0%),
principalmente pneus, os ‘Motores’ (13,6%), tanto a diesel como de explosão, e os ‘Componentes eléctricos’ (9,5%), como cablagens, aparelhos de iluminação
e sinalização, baterias e aparelhos de ar condicionado, entre outros.
No mesmo período, o conjunto destes
produtos, também muito diversificado, representou 58,5% das exportações do
‘Ramo automóvel’ a que correspondeu um
saldo positivo de +666 milhões de Euros.
Predominaram aqui as exportações
de ‘Outras partes e acessórios’ (43,2%), como tubos de escape, “airbags”, caixas de velocidades, acessórios
de carroçaria, travões e servo-freios, volantes e caixas de direcção. Seguiram-se
os ‘Outros componentes’ (39,0%), como pneus, conta-quilómetros,
fechaduras, obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’ (17,8%), como rádios com gravador ou reprodutor
de som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição, entre outros, e os “Motores”
(apenas 0,1% do Total).
No quadro em ANEXO pode observar-se
a grande diversidade dos restantes produtos.
4 – Principais mercados de origem e de destino
4.1 -Veículos automóveis, chassis
com motor e carroçarias
- Importações
Os principais mercados de
origem das importações portuguesas de ‘Veículos automóveis
(ligeiros e outros), chassis com motor e carroçarias’ encontram-se na
União Europeia (90,0% nos primeiros nove meses de 2023 (88,2% no período
homólogo do ano anterior). O principal fornecedor neste período foi a Espanha (28,0%
do Total em 2023 e 23,9% em 2022), seguida da Alemanha (21,3% e 23,4%) e da
França (15,9% e 17,9%), cobrindo estes três países cerca de 2/3 das importações
nos dois anos.
Entre os restantes fornecedores
destacaram-se a Bélgica (8,0% e 9,0%), a Itália (5,0% e 2,2%), os Países Baixos
(2,6% e 52%), a Coreia do Sul (2,4% e 3,1%), a Hungria (2,0% e 1,5%), a Turquia
(1,9% e 1,7%) e a Eslováquia (1,7% e 1,9%).
- Exportações
Os principais mercados de destino das exportações encontram-se também na União Europeia (68,0% nos primeiros nove meses de 2023 e 78,9% no mesmo período de 2022). Destacaram-se aqui a França (18,6% em 2023 e 23,3% em 2022), a Alemanha (16,0% e 16,2%), a Itália (10,2% e 10,7%) e a Espanha (10,1% e 7,1%), países que representaram mais de 55% das exportações nos dois anos. Entre os países terceiros sobressaíram o Reino Unido (8,8% em 2023 e 10,0% no ano anterior) e o Japão (6,3% e 3,8%).
4.2 -Partes, acessórios e
componentes diversos
- Importações
Os principais mercados de
origem das importações encontram-se também situados na União Europeia (90,3% no
período em análise de 2023 e 90,0% em 2022), com destaque para a Espanha (33,5%
e 31,5%), Alemanha (24,2% e 26,4%) e França (10,9% e 10,2%).
Em termos globais alinharam-se
depois, com pesos inferiores, a Polónia (4,5% do Total em ambos os anos), a
Itália (3,5% e 3,7%), a República Checa (3,1% e 2,8%), o Japão (2,9% e 3,8%), a
Hungria (2,6% e 3,4%), os Países Baixos (2,3% e 2,2%), a Bélgica (2,1% e 2,0%),
a China (1,6% e 1,4%), a Turquia (1,3% e 1,5%) e Marrocos (1,1% e 0,8%).
- Exportações
Os principais mercados de
destino das exportações encontram-se também na União Europeia (84,7% nos
primeiros nove meses de 2023 e 82,5% no mesmo período de 2022), destacando-se
aqui a Espanha (29,0% nos dois anos), a Alemanha (25,1 em 2023 e 23,7% em 2022%)
e a França (10,7% e 10,6%).
Entre os restantes mercados de
destino, intra e extracomunitários, seguiram-se os EUA (4,8% e 6,6%), o Reino
Unido/Irl NT, a Eslováquia (4,0% e 4,2%), a Itália (2,7% e 2,5%), a Bélgica
(2,5% e 2,4%), a Roménia (2,2% e 2,1%), a Hungria (1,6% e 1,7%), a República
Checa (1,5% nos dois anos), a Suécia (1,4% e 1,3%), a Polónia (1,3% e 1,1%), a
Áustria (1,2% e 1,1%) e a Coreia do Sul (1,0% e 1,1%).
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