Comércio Externo do Reino Unido
e Portugal-Reino Unido
(2017-2021 e Janeiro-Outubro 2021-2022)
1 – Introdução
Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio
internacional de mercadorias do Reino Unido (incluindo a Irlanda do Norte) face
ao mundo, entre 20217 e 2021, com base em dados de fonte ’International
Trade Centre’ (ITC) calculados a partir de dados “Comtrade”
da ONU, e de Portugal com o Reino Unido ao longo do período
2017-2021 e Janeiro a Outubro 2021-2022, com base em dados de fonte “Instituto
Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2021 e
preliminar para 2022, com última actualização em 9 de Dezembro de 2022.
Relativamente a Portugal é analisada com maior
pormenor a evolução no período de Janeiro a Outubro dos dois últimos anos,
tendo em vista o comportamento das importações e das exportações na sequência
do “Brexit”.
2 – Comércio Externo
do Reino Unido (2017-2021)
2.1 – Balança
Comercial
A Balança
Comercial do Reino Unido, face ao mundo, foi deficitária entre 2017 e 2021, com
saldos oscilando entre -150 e -210 mil milhões de Euros.
2.2 – Importação
Numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos, em
2021 as principais importações de mercadorias no Reino Unido incidiram nos
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (20,5% do Total e 20,0% em 2020), “Minérios
e metais” (17,5% e 21,6%) e “Químicos” (14,1% e 13,1%).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (10,2% e 5,3%), “Agro-alimentares”
(9,8% e 10,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (9,2% e 9,3%)
e “Produtos acabados diversos” (9,2% e 9,0%). Com pesos inferiores
alinhara-se depois os grupos, “Têxteis e vestuário” (4,4% e 5,5%), “Madeira,
cortiça e papel” (2,9% e 2,7%), “Calçado, peles e couros” (1,2% e
1,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e 1,4%).
De acordo com os
dados do ITC, em 2021 o peso de Portugal nestas importações terá sido de 0,53%,
cabendo as maiores quotas aos grupos “Madeira, cortiça e papel” (1,5%), “Calçado, peles e couros” (1,15%), “Têxteis e vestuário”
(1,0%), “Material de transporte
terrestre e partes” (0,95%),
“Agro-alimentares” (0,73%) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (0,62%).
2.3 – Exportação
Em 2021 as principais exportações de mercadorias do Reino Unido incidiram
nos grupos de produtos “Maquinas, aparelhos e partes” (20,3% e 21,6% em
2020), “Minérios e metais” (19,6% e 15,9%), “Químicos” (16,8% e
18,7%) e “Produtos acabados diversos” (13,0% e 11,1%). Seguiram-se os
grupos “Material de transporte terrestre e partes” (8,7% e 9,3%), “Energéticos”
(8,0% e 6,7%), “Agro-alimentares” (6,3% e 7,3%), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,2% e 3,9%), “Têxteis e vestuário”
(1,9% e 2,9%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6% e 1,8%) e “Calçado,
peles e couros” (0,6% e 0,9%).
Em 2021 o peso de
Portugal nas exportações do Reino Unido terá sido de 0,35%, cabendo as maiores
quotas aos grupos “Agro-alimentares”
(0,54%), “Madeira,
cortiça e papel” (0,5%), “Energéticos” (0,48%), “Maquinas,
aparelhos e partes” (0,47%), “Material de transporte terrestre e partes”
(0,45%) e “Têxteis e vestuário” (0,42%).
2.4 – Principais mercados
Em 2021, do lado
das importações, destacaram-se a China (13,2%), a Alemanha (11,0%) e os EUA
(8,7%). Seguiram-se, entre os principais, os Países Baixos (6,0%), a Noruega
(5,2%), a Bélgica e a França (4,5% cada). Portugal terá sido a origem de 0,5%
das importações.
Nas exportações,
depois dos EUA (12,7%), alinharam-se, entre os principais destinos, a Alemanha (8,7%),
a Suíça (8,4%), os Países Baixos (7,9%), a Irlanda (6,2%), a França (5,6%), a
China (4,4%) e a Bélgica (4,2%). Portugal terá pesado 0,4% no total.
3 – Comércio de Portugal com o Reino Unido
Desde o início do século que Portugal vem
mantendo um saldo positivo na Balança Comercial com o Reino Unido, à excepção
dos anos 2008 (saldo nulo) e 2010 (-179 milhões de Euros). A partir de 2010 o
saldo cresceu sustentadamente até 2017 (+1785 milhões), decrescendo
sucessivamente a partir de então até 2020 (+1132 milhões), para em 2021
registar um acréscimo significativo face ao ano anterior (+2313 milhões), na
sequência de uma quebra acentuada das importações.
3.1 – Balança Comercial (2017-2021 e Janeiro-Outubro 2021-2022)
Entre
2017 e 2020 as importações mantiveram-se próximo de dois mil milhões de Euros,
tendo caído, acentuadamente, para 994 milhões em 2021, situando-se em 960
milhões no período de Janeiro a Outubro de 2022.
Por
sua vez as exportações mantiveram-se na ordem de três mil milhões de Euros
entre 2017 e 2019, atenuando-se sensivelmente nos dois anos seguintes, para se
situarem em 3,2 mil milhões no período em análise de 2022.
3.2 – Importação
Numa análise por
grupos de produtos (ver a composição dos grupos no Anexo-1), as
principais importações portuguesas com origem no Reino Unido nos primeiros dez
meses de 2022 incidiram nos grupos “Minérios e metais” (23,2% em 2022 e
19,3% em 2021), “Químicos” (14,9% e 12,7%), “Energéticos” (13,2%
e 17,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (12,7% e 13,6%) e “Agro-alimentares”
(12,0% e 12,2%).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (7,4% e 7,6%), “Material de
transporte terrestre e partes” (7,3% e 8,1%), “Madeira, cortiça e papel”
(3,4% e 2,9%), “Têxteis e vestuário” (3,2% e 3,4%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (1,6% nos dois anos) e “Calçado, peles e couros”
(1,2% nos dois anos).
3.3 – Exportação
As principais
exportações portuguesas para o Reino Unido no período em análise de 2022
couberam ao grupo de produtos “Material de transporte terrestre e partes”
(15,7% e 18,8% em 2021).
Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (12,3 e 10,2%), “Máquinas, aparelhos e
partes” (11,7% e 12,3%), “Têxteis e vestuário” (11,0% e 12,1%), “Madeira,
cortiça e papel” (10,4% e 8,3%) e “Agro-alimentares” (10,4% e
11,5%).
Com pesos inferiores
a 10% em 2022 alinharam-se depois os grupos “Químicos” (8,9% e 10,0%), “Produtos
acabados diversos” (8,8% e 10,9%), “Energéticos” (7,2% e 0,6%), “Calçado,
peles e couros” (3,5% e 3,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,2% e 2,2% em 2021).
Na
sequência da figura seguinte identificam-se, por Grupos de Produtos, os
principais produtos exportados no período de Janeiro a Outubro de 2022, a par dos
correspondentes no período homólogo do ano anterior, desagregados por Capítulos
da Nomenclatura Combinada (NC-2).
Nos
gráficos seguintes pode observar-se a evolução da exportação mensal comparada,
para o Total e grupos de produtos, ao longo de 2021 e período disponível para
2022.
Anexo-1
Alcochete, 5 de Janeiro de 2023.
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