1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Novembro de 2021 e 2022, respectivamente em versão
definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Janeiro de 2023,
as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,5% (+14
260 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +33,4% (+25 182
milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)”
e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a
zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este
código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Novembro de 2022
um acréscimo de +22,8% (+9 483 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +28,7% (+4 777 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +25,3% (+13 994 milhões) e as originárias
dos Países Terceiros +56,3% (+11 188
milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +64,3% ao situar-se em -27
907 milhões de Euros (superior em 10 922 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 4 511 milhões no comércio intracomunitário e de 6
411 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 77,4%, em 2021, para 72,2%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Novembro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 426 para 748 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Dezembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
17,0% no total das importações em 2022 e 8,4% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio
global, de 72,2% para 79,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Novembro, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 70,5% do Total, cresceram +22,8%, contribuindo com +16,3 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,5%. As exportações para o espaço
extracomunitário (29,5% do Total), cresceram +28,7%, contribuindo com +8,2 p.p.
para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,0%),
a França (12,4%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,6%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%),
as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos
que representaram 74,8% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 51,7%
nas nossas exportações (+448,0 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+124,1
milhões), “Agro-alimentares” (+102,2 milhões), Químicos (+69,9
milhões), “Produtos acabados diversos” (+46,3 milhões), “Minérios e
metais” (+46,2 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+23,1 milhões),
“Material de transporte terrestre e partes” (+10,3 milhões), “Têxteis
e vestuário” (+9,9 milhões), “Energéticos” (8,5%), “Calçado,
peles e couros” (+4,4 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(+3,1 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+24,5%) pertenceram a Espanha (+5,8 p.p.), aos EUA e
Alemanha (+2,6 p.p. cada), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE
(1,5 p.p.), aos Países Baixos (+1,1 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.), ao Reino
Unido/Irl NT (+0,9 p.p.) â Bélgica (+0,5 p.p.) e à Turquia (+0,4 p.p.). Os
maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,3 p.p.) e à China (-0,1
p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de
Bordo, Bélgica, Irlanda, Suécia, Polónia, Eslováquia, Roménia, Rep.Checa, Lituânia
e Áustria. O único decréscimo ocorreu com Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola e
Turquia e Brasil, seguidos do Panamá, Israel, Suíça, Canadá, Gibraltar, Argélia
e Arábia Saudita.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia e China.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 69,1% do total, registaram um acréscimo de +25,3% e contribuíram
com +18,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +25,3%.
As importações
com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo
de +56,3%, representando 30,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +14,9 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,0% do
Total), seguida da Alemanha (11,1%), França (6,0%), China (5,1%), Países Baixos
(4,9%), Itália (4,6%), Brasil (4,3%), EUA (3,2%), Bélgica (3,1%) e Nigéria (1,7%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,0% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+33,4%) destacou-se o da Espanha, (+9,9 p.p.), seguida do Brasil (+2,7
p.p.), da Alemanha (+2,3 p.p.), da China (+2,2 p.p.), dos EUA (+1,9 p.p.), da
França e Países Baixos (+1,3 p.p. cada), da Itália e Bélgica (+1,0 p.p. cada). O
principal contributo negativo incidiu na Federação Russa (‑0,4 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros,
entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análse de 2022, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam à França (+3003 milhões de Euros), ao Reino Unido
(+2496 milhões), aos EUA (+1569 milhões), a Angola (+775 milhões) e a Gibraltar
(+477 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-13220 milhões de Euros), seguida da China (-4557 milhões), do Brasil
(-3496 milhões), da Alemanha (‑3186 milhões) e dos Países Baixos (-2060
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No período
de Janeiro a Novembro de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas
exportações face a 2021.
Os grupos
que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,0% do Total e
+2117 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,6% e +1686 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +1584 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (11,7% e +1104 milhões), “Minérios e
metais” (10,6% e +1370 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,3% e +1006 milhões), “Energéticos” (8,4% e +2748 milhões), “Têxteis
e vestuário” (8,0% e +744 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8%
e +1338 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +437 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,6% e +127 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em
valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(17,2% e +3122 milhões de Euros), “Energéticos”
(17,0% e +8569 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,5% e +2710 milhões), “Agro-alimentares” (14,1% e +3183 milhões de Euros). Seguiram-se os
grupos “Minérios e metais” (9,4% e +1985 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,2% e +2041 milhões),
“Produtos acabados diversos” (5,6% e +882 milhões), “Têxteis e
vestuário” (5,1% e +1146 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e
+890 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +514 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e +140 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Novembro de 2022
a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,4%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (6,6%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE
(1,7%).
Estes dez
destinos representaram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha,
Canadá, EUA e Brasil).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,1%), a
França (6,0%), a China (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,6%), o
Brasil (4,3%), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Nigéria (1,7%). Estes dez
países cobriram 76,0% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 11 de Janeiro de 2023.
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