segunda-feira, 26 de junho de 2023

Comércio Internacional com os PALOP - 2018-2022 e Janeiro-Abril 2022-2023


Comércio Internacional com os PALOP
(Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
2018-2022
Janeiro Abril 2022-2023

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Neste trabalho vai-se analisar a evolução do Comércio internacional de Portugal com os “Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa” (PALOP), no seu conjunto e com cada um dos países, no período de 2018 a 2022 e Janeiro a Abril de 2022 e 2023, com base em dados do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versões definitivas até 2021 e preliminares para 2022 e 2023, com última actualização em 9 de Junho de 2023.

O peso do conjunto dos PALOP na importação global portuguesa de mercadorias, após uma ligeira subida de 2018 para 2019 (de 1,3% para 1,4% do Total), decresceu sucessivamente até 2021 (0,2%), tendo aumentado em 2022 (0,6%). Por sua vez o seu peso na exportação decresceu sustentadamente de 2018 a 2021 (de 3,6% para 2,5%), invertendo-se o sentido dessa evolução em 2022 (2,8%).

2 – Balança Comercial

No período em análise a Balança Comercial foi favorável a Portugal, com elevadas taxas de cobertura das importações pelas exportações. O saldo da balança, tendo decrescido de 1,1 mil milhões de Euros em 2018 para 737 mil Euros em 2019, aumentou sucessivamente até atingir 1,5 mil milhões de Euros em 2022. Nos primeiros quatro meses de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, o saldo aumentou de 503 para 613 milhões de Euros.

3 – Importações

As posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias, foram aqui agregadas em 11 grupos de produtos afins (ver Anexo).

A importação portuguesa com origem no conjunto dos PALOP tem como forte componente o grupo “Energéticos” relativo a Angola, constituído por óleos brutos do petróleo, tendo representado este grupo, 85,4% do Total dos PALOP em 2022, após uma quebra acentuada no ano anterior, e 73,4% no período de Janeiro a Abril de 2023. O segundo grupo dominante ao longo de todo o período em análise foi o de “Agro-alimentares”, que no período de Janeiro a Abril de 2023 representou 15,7% do Total. Neste período seguiram-se, entre os principais, os grupos “Madeira, cortiça e papel” (4,5%), “Têxteis e vesturário” (2,1%), “Máquinas, aparelhos e partes” (1,3%) “Minérios e metais” (1,1%), “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos” (0,9% cada).

No quadro seguinte englobam-se os principais produtos, definidos por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2), excluindo os “Energéticos”, importados no período de Janeiro a Abril de 2023, que representaram mais de 97% do total, e sua taxa de variação em valor face ao período homólogo do ano anterior.

4 – Exportações

Os principais grupos de produtos na exportação. no período de Janeiro a Abril, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (26,7% em 2023 e 24,1% em 2022), “Agro-alimentares” (20,9% e 24,5%), “Químicos” (16,5% e 16,8%), “Minérios e metais” (10,4% em ambos os anos) e “Produtos acabados diversos” (10,0% e 11,0%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (5,9% em 2023 e 3,5% em 2022), “Madeira, cortiça e papel” (3,5% e 4,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (2,8% e 2,1%), “Têxteis e vestuário” (2,1% e 2,0%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,4%) e “Calçado, peles e couros (0,6% e 0,5%).

No quadro seguinte englobam-se os principais produtos, definidos por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2), exportados no período de Janeiro a Abril de 2023, que representaram mais de 90% do total, e sua taxa de variação em valor face ao período homólogo do ano anterior.

5 – Comércio de Portugal com cada um dos PALOP

No período em análise Angola foi o país dominante em cada uma das vertentes comerciais, seguida de Moçambique e Cabo Verde, nas importações, e por estes mesmos países mas por ordem inversa, nas exportações.

5.1- Angola

5.1.1 - Balança Comercial

5.1.2 – Importação

No período de Janeiro a Abril de 2023, 85,9% das importações incidiram no grupo “Energéticos” (91,2% no mesmo período do ano anterior), constituídas por óleos brutos do petróleo.

Seguiu-se o grupo “Agro-alimentares” (10,3% e 4,9% respectivamente), essencialmente bananas e outras frutas, resíduos do tratamento de cereais ou leguminosas, crustáceos e café.

Entre os restantes grupos, com mais reduzida expressão, destacaram-se as importações de madeira serrada ou em bruto, de ouro, de quartzo, pedra de cantaria ou de construção, de máquinas para o tratamento de pedra e outras substâncias minerais ou para aglomerar matérias diversas, e de relógios de pulso, de bolso e semelhantes.

5.1.3 – Exportação

O grupo de produtos com maior peso nas exportações nos quatro primeiros meses de 2023 foi “Máquinas, aparelhos e partes” (32,1% do Total e 28,8% no ano anterior), muito diversificadas, com destaque para as partes de guindastes, empilhadores, “bulldozers”, etc, máquinas para tratar terras, pedra e outras substâncias minerais, máquinas automáticas para tratamento de dados, entre muitas outras. Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (17,6% em 2023 e 21,0% em 2022), principalmente vinho e outras bebidas alcoólicas, leite e lacticínios, gorduras e óleos, conservas de carne, peixe e crustáceos, entre outros, “Químicos” (17,3% e 16,9%), com destaque para os produtos farmacêuticos, plástico e suas obras, produtos de perfumaria e cosmética, tintas e vernizes, sabões, borracha e suas obras, “Produtos acabados diversos” (11,4% e 12,6%), como aparelhos ópticos, de fotografia, de medida, de precisão ou médicos, mobiliário, colchões almofadas, candeeiros, pré-fabricados e produtos cerâmicos, “Minérios e metais” (10,0% e 8,9%), essencialmente ferro ou aço, alumínio, cobre e suas obras, e ferramentas.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,1% e 4,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,1% e 2,3%), “Têxteis e vestuário” (2,0% e 2,1%), “Energéticos” (1,8% e 1,3%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 0,7%) e “Calçado, peles e couros” (0,6% nos dois anos).

5.2- Cabo Verde

5.2.1 - Balança Comercial

5.2.2 – Importação

No período de Janeiro a Abril de 2023, as principais importações incidiram nos grupos “Têxteis e vestuário” (52,5% do Total e 51,7% no mesmo período do ano anterior), constituídas por vestuário de malha ou outro e seus acessórios, e “Calçado, peles e couros” (25,4% e 26,6%), essencialmente partes de calçado.

Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e 14,7%), principalmente canas de pesca, anzóis e outros artigos para a pesca, bússulas e outros instrumentos de navegação, “Máquinas, aparelhos e partes” (7,7% e 3,1%), como aparelhos para pulverizar líquidos ou gases, extintores e outros aparelhos de jacto, máquinas automáticas para processamento de dados, suas partes e de outras máquinas de escritório, “Energéticos” (2,3% e 0,4%), como coque e resíduos de óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, e “Agro-alimentares (1,1% e 1,8%), como águas minerais, cerveja e álcool etílico.

5.2.3 – Exportação

O grupo de produtos dominante na exportação é o de “Agro-alimentares”, que representou 29,8% do Total no período de Janeiro a Abril de 2023 (35,5% no ano anterior), principalmente constituído por leite e lacticínios, gorduras e óleos, bebidas alcoólicas, frutas, produtos hortícolas, alimentos para animais, carnes e miudezas e preparações alimentares diversas. 

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (14,7% e 17,1% respectivamente), como cimentos hidráulicos e barras de ferro ou aço, “Químicos” (13,1% e 15,5%), principalmente plástico e suas obras, produtos farmacêuticos, sabões, tintas e vernizes, entre outros produtos das indústrias químicas, “Energéticos”, com muito pouca expressão em 2022 (12,7% e 0,6%), essencialmente óleos de petróleo, “Máquinas, aparelhos e partes” (12,4% e 13,0%), como máquinas automáticas para processamento de dados, fios e cabos eléctricos, bombas para líquidos e máquinas de impressão, “Produtos acabados diversos” (7,7% e 8,5%), com destaque para os aparelhos ópticos, de fotografia, de medida, de precisão ou médicos, mobiliário, colchões, almofadas e candeeiros, vidro e suas obras, produtos cerâmicos e  obras de pedra, cimento, gesso ou outros, “Madeira, cortiça e papel” (4,5% e 4,9%), principalmente papel, embalagens de papel ou cartão, obras de marcenaria para construções, painéis de partículas ou madeira serrada tratada, “Têxteis e vestuário” (2,4% e 2,5%), principalmente obras de malha, como ‘T-shirts’, camisolas interiores e semelhantes, e “Material de transporte terrestre e partes” (1,9% e 1,7%), designadamente veículos de passageiros ou de mercadorias, partes e peças.

Os grupos “Calçado, peles e couros” e “Aeronaves, embarcações e partes’’ representaram menos de 1% do Total.

5.3- Moçambique

5.3.1 - Balança Comercial

5.3.2 – Importação

No período de Janeiro a Abril de 2023, as principais importações incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (61,0% do Total e 75,9% no mesmo período do ano anterior), constituídas por peixe, crustáceos e moluscos, tabaco, frutas e açúcar, e “Madeira, cortiça e papel” (30,9% e 16,6%), designadamente madeira em bruto. Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (3,8% e 3,1%), constituído por alumínio e suas obras, e “Têxteis e vestuário” (3,1% e 3,0%), designadamente fios de algodão. Os restantes grupos representaram menos de 1% do Total.

5.3.3 – Exportação

A exportação incidiu principalmente nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (28,3% no período de Janeiro a Abril de 2023 e 25,1% em 2022), muito diversificado, com destaque para os fios e cabos eléctricos, aparelhos telefónicos, aparelhos de protecção, interrupção e seccionamento eléctrico, máquinas para a área agrícola, refrigeradores e congeladores, quadros eléctricos, motores de pistão, máquinas automáticas para processamento de dados, aparelhos diversos que utilizam mudança de temperatura, veios de transmissão, dispositivos de armazenamento de dados, aparelhos de sinalização acústica ou visual, entre muitos outros, e “Químicos” (24,7% e 23,7%), como produtos farmacêuticos, plástico e suas obras, tintas e vernizes, sabões e produtos de perfumaria e cosmética. 

Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (17,1% e 18,6%), principalmente preparados à base de cereais ou leite, preparações de carne, peixe, crustáceos e moluscos, bebidas alcoólicas, gorduras e óleos, “Minérios e metais” (9,2% e 12,9%), designadamente obras de ferro ou aço e de alumínio, “Produtos acabados diversos” (8,0% e 10,0%), como mobiliário, colchões, almofadas e candeeiros, aparelhos ópticos, de fotografia, de medida, de precisão ou médicos, produtos cerâmicos, artigos de relojoaria e obras de pedra, gesso, cimento e outras matérias, “Madeira, cortiça e papel” (6,1% e 5,2%), essencialmente papel e cartão, livros e outros produtos das indústrias gráficas, “Material de transporte terrestre e partes” (2,9% e 1,3%), principalmente partes e peças de veículos automóveis, “Têxteis e vestuário” (2,4% e 1,3%), centrado no vestuário, “Calçado, peles e couros” (0,8% e 0,7%), designadamente calçado de couro e “Energéticos” (0,5% e 1,2%), designadamente óleos leves, óleos para motores e outras engrenagens e lubrificantes, tendo sido praticamente nulas as exportações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.

5.4- Guiné-Bissau

5.4.1 - Balança Comercial

5.4.2 – Importação

De acordo com os dados disponíveis, as importações com origem na Guiné-Bissau nos primeiros quatro meses de 2023 resumiram-se ao grupo de produtos “Agro-alimentares”, designadamente sucos e extractos vegetais.

5.4.3 – Exportação

Os grupos de produtos dominantes nas exportações no período de Janeiro a Abril de 2023 foram “Energéticos” (46,9% e 41,1% no mesmo período do ano anterior), principalmente gasóleo e gasolina, “Agro-alimentares” (32,4% e 33,3%), com destaque para as bebidas alcoólicas, gorduras e óleos, carnes e miudezas, preparações de produtos hortícolas, de frutas e à base de cereais.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (4,9% e 5,2%), como produtos cerâmicos e mobiliário, colchões, almofadas e candeeiros, “Minérios e metais” (4,5% e 5,1%), como obras de ferro ou aço e de alumínio, e cimentos hidráulicos, “Máquinas, aparelhos e partes” (4,2% e 5,6%), com destaque para os fios e cabos eléctricos, refrigeradores e congeladores, dispositivos semicondutores, bombas para líquidos, aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, máquinas de impressão e  máquinas automáticas para processamento de dados, e “Químicos” (3,7% e 5,5%), designadamente plástico e suas obras.

 Os restantes grupos de produtos registaram pesos inferiores a 2% do Total.

5.5- São Tomé e Príncipe

5.5.1 - Balança 

5.5.2 – Importação

No período de Janeiro a Abril de 2023, as principais importações incidiram nos grupos “Minérios e metais” (79,2% do Total e 53,9% no mesmo período do ano anterior), constituídas por desperdícios e resíduos de ferro fundido, de alumínio e de cobre. Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (19,3% e 21,0%), designadamente cacau, chocolate, caroços e amêndoas de frutos e outros produtos vegetais, incluindo as raízes de chicória, e “Máquinas. Aparelhos e partes” (1,4% e 9,8%), como máquinas para seleccionar, lavar e tratar substâncias minerais e desperdícios eléctricos e electrónicos. Os restantes grupos registaram movimento insignificante ou mesmo nulo.

5.5.3 – Exportação

Neste mesmo período, as principais exportações incidiram no grupo de produtos “Agro-alimentares” (42,9% e 44,8%), com destaque para as bebidas alcoólicas, gorduras e óleos, leite e lacticínios, produtos da indústria de moagem, alimentos para animais, preparações à base de cereais, produtos hortícolas, carnes e miudezas, preparações de carne, peixe, crustáceos e moluscos, entre outras.

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (16,8% e 15,0%), principalmente máquinas automáticas para processamento de dados, aparelhos para interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, partes de guindastes, empilhadores, máquinas de elevação de carga, de obras públicas e semelhantes, máquinas de impressão, bombas para líquidos, acumuladores eléctricos, aparelhos telefónicos, fios e cabos eléctricos, e partes de motores de pistão, entre outros, “Químicos” (12,7% e 16,9%), como plástico e suas obras, sabões, tintas e vernizes, borracha e suas obras, produtos farmacêuticos e outros produtos das indústrias químicas, “Minérios e metais” (7,5% e 6,3%), com destaque para estruturas, portas, janelas, caixilhos, torres e semelhantes em ferro, aço ou alumínio, cabos de alumínio não isolados para uso eléctrico, barras de ferro ou aço, sal, ferragens de metais comuns, tachas, pregos e semelhantes em ferro ou aço, entre outros, “Produtos acabados diversos” (6,2% e 4,9%), como mobiliário, colchões, almofadas e candeeiros, aparelhos ópticos, de fotografia, de medida, de precisão ou médicos e produtos cerâmicos, “Energéticos” (2,7% e 2,9%), designadamente óleos para motores e outras engrenagens, mástiques betuminosas e betume de petróleo, “Madeira, cortiça e papel” (3,2% e 1,8%), como papel, cartão, livros e outros produtos da indústria gráfica, “Material de transporte terrestre e partes” (2,9% e 4,3%), principalmente veículos automóveis e suas partes e peças, “Têxteis e vestuário” (1,6% e 2,6%), principalmente artigos têxteis usados, “T-Shirts”, tecidos de algodão e toldos, entre outros, e “Calçado, peles e couros” (0,4% em cada um dos anos), constituído por calçado e obras de couro, não tendo tido insignificado as exportações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.


ANEXO


Alcochete, 25 de Junho de 2023.



terça-feira, 13 de junho de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Abril de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Abril de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 9 de Junho de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +8,9% (+2157 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +5,3% (+1773 milhões).


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +5,6% (+1001 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +17,5% (+1156 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +11,5% (+2734 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -9,7% (-961 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,2%, situou-se em -8834 milhões de Euros (inferior em 384 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1733 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 2117 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 72,6%, em 2022, para 75,0%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 674 Euros/ton, no mesmo período de 2022, para 584 Euros/Ton.

 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 12,0% no total das importações em 2023 e 6,7% nas exportações, em 2023 o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 75,0%, no comércio global, para 79,6%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,7% do Total, cresceram +5,6% contribuindo com +4,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +8,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,3% do Total), cresceram +17,5%, contribuindo com +4,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.


Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,2%), a França (13,5%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%), que representaram 74,7% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +20,6% nas nossas exportações (+81,9 milhões de Euros).

O único decréscimo ocorreu no grupo de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-4,3 milhões de Euros)

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+39,5 milhões), Químicos (+15,8 milhões), “Minérios e metais” (+12,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+5,6 milhões), “Produtos acabados diversos” (+4,9 milhões), “Energéticos” (+3,2 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,6 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,3 milhões), “Agro-alimentares” (+1,0 milhão) e Calçado, peles e couros” (+615 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+8,9%) pertenceram à França (+1,5 p.p.), aos EUA (+1,2 p.p.), à Alemanha e à Espanha (+0,9 p.p. cada), ao Reino Unido e Irl NT (+0,6 p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), à Bélgica (+0,4 p.p.), às Provisões de Bordo, tanto Intracomunitárias, Angola e Brasil (+0,3 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia (-0,17 p.p.) e à Itália e Dinamarca (-0,12 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, Alemanha, Espanha, Bélgica, Provisões de Bordo, Suécia, Eslováquia, Rep. Checa, Polónia, Roménia e Irlanda. 

Os maiores decréscimos ocorreram com a Finlândia, Itália, Dinamarca e Países Baixos.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Reino Unido, Marrocos, a Argélia, o Japão, Angola, o Brasil, as Provisões de Bordo, a Turquia, a Austrália, a África do Sul e a Suíça.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Panamá, da Argentina, do Catar, do Canadá e de Gibraltar.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Abril de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,8% do total, registaram um acréscimo de +11,5% e contribuíram com +8,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -9,7 representando 25,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -2,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,3% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,9%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (4,8%), da China (4,5%), do Brasil (4,0%), da Bélgica (3,0%), dos EUA e da Irlanda (2,5% cada).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+5,3%) destacou-se o da Espanha, (+2,6 p.p.), seguida da Irlanda (+2,0 p.p.), da França (+1,1 p.p.), da Alemanha (+0,6 p.p.), da Polónia (0,5 p.p.), dos Países Baixos, Itália e Brasil (0,4 p.p. cada), e da Ucrânia (0,3 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Azerbaijão (-1,1 p.p.), na Federação Russa (-0,8 p.p.), nos EUA e na Nigéria (‑0,7 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o  período de Janeiro a Abril de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Abril de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1155 milhões de Euros), aos EUA (+852 milhões), ao Reino Unido (+767 milhões), a Angola (+391 milhões) e a Marrocos (+230 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5087 milhões de Euros), seguida da China (-1365 milhões), da Alemanha (‑1151 milhões), do Brasil (-1094 milhões) e doa Países Baixos (-814 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).

Em Janeiro-Abril de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% do Total e +759 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (14,2% e +428 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e +646 milhões), “Agro-alimentares” (12,7% e +289 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (10,3% e -47 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +323 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,8% e -444 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e -12 milhões), “Energéticos” (6,7% e -199 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e +19 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -6 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,7% do Total e +522 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e +522 milhões), “Agro-alimentares” (14,9% e +768 milhões), “Energéticos” (12,0 %) e -1133 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +1188 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -178 milhões de Euros),   “Produtos acabados diversos” (5,7% e +175 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -52 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +24 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -91 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,5%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez destinos representaram 74,7% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,3% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Alemanha e do Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,8%), a China (4,5%), o Brasil (4,0%), a Bélgica (3,0%), os EUA e a Irlanda (2,5% cada).

Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Junho de 2023.

ANEXO



sábado, 10 de junho de 2023

Exportação portuguesa de mercadorias em números - 1º Trimestre 2022-2023

 

Exportação portuguesa
de mercadorias
em números

                            1º Trimestre de 2022 e 2023

     
(disponível para download  >> aqui)

1 - Introdução

O conjunto de quadros e gráficos reunidos neste trabalho facilitará a elaboração de análises da evolução recente das exportações portuguesas por produtos e mercados de destino.

Na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia os produtos da importação e exportação de mercadorias encontram-se distribuídos por 98 Capítulos em posições pautais a 2 dígitos, por sua vez desagregados sucessivamente a 4, 6 e 8 dígitos.

Neste trabalho os Capítulos foram agregados em onze Grupos de Produtos (ver ANEXO). Para se ter uma percepção mais fina do tipo de produtos envolvidos nas nossas exportações, apresenta-se também, em cada grupo, a sua desagregação a 4 dígitos da Nomenclatura, com uma representatividade do conjunto superior a 80%.

Na óptica dos mercados de destino, apresentam-se gráficos, por Grupos de Produtos, com o peso relativo das exportações partilhadas por espaço Extra e Intra-comunutário.

Ao nível de países, relacionam-se, por Grupo de Produtos, os 10 principais destinos, a sua evolução face ao período homólogo do ano anterior e o seu contributo para a evolução da exportação global do grupo.

É nesta base que é aqui apresentada a evolução das exportações portuguesas de mercadorias no 1º Trimestre de 2023 face ao homólogo de 2022, a partir de dados de base preliminares do “Instituto Nacional de Estatística” (INE), com última actualização em 10 de Maio de 2023.

2 – Evolução por Grupos de Produtos














3 – Evolução das exportações por mercados de destino

3.1 – Partição das exportações por espaço Intra e Extra UE-27               - 1º Trimestre de 2022 e 2023





3.2 – Os 10 principais mercados de destino das exportações



























ANEXO




Alcochete, 9 de Junho de 2023.