Comércio Externo da Índia2017-2021e Portugal-Índia2018-22 e 1º Trimestre 2022-23
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1 - Introdução
A Índia tem uma superfície
de cerca de 3 milhões de Km2, idêntica à da China, e uma população de cerca de
1,4 mil milhões de habitantes. Compreende 28 “Estados” e 8 “Territórios da
União”.
Os antigos territórios
coloniais portugueses de Goa, enclaves de Dadrá e Nagar Aveli, Damão e Diu, que
constituíam o então chamado “Estado da Índia”, estão agora integrados no “Conselho
Zonal do Oeste” da Índia, que compreende os estados de Goa, Guzerate,
Maarastra e os territórios da União de Dadrá e Nagar Aveli, Damão e Diu.
As
exportações anuais portuguesas de mercadorias para a Índia cresceram
moderadamente entre 2000 e 2022, tendo subido de 25 para 163 milhões de Euros.
Por sua vez as exportações aumentaram a um ritmo acentuado, passando de 170
milhões de Euros, em 2000, para 1,2 mil milhões, em 2022.
Neste
trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Índia ao longo do
período 2017-2021, com base em dados calculados pelo ’International Trade
Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte ‘Directorate General of
Commercial Inteligence & Statistics’ , para 2017 e 2018, e de fonte ‘COMTRADE’,
da ONU, para o período 2019-2021.
Segue-se
uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país,
com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de
Portugal’ (INE) para os anos de 2018 a 2021 e preliminares para 2022
e 2023.
2 – Comércio Externo da
Índia (2017-2021)
2.1 – Balança
Comercial
Entre os anos 2017
e 2021 a Balança Comercial da Índia foi deficitária, com o saldo a situar-se em
-148,4 mil milhões de Euros em 2021.
Nesse ano as
importações aumentaram +49,6% face ao ano anterior e as exportações +38,3%, com
o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 69,2%.
2.2 – Importação
Em 2021, numa análise das importações de mercadorias por grupos de
produtos (ver Anexo), as principais importações na Índia incidiram nos
grupos “Energéticos” (29,9% do Total em 2021 e 28,4% em 2020), “Minérios
e metais” (23,0% e 18,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4% e
21,2%) e “Químicos” (15,1% e 15,8%).
Entre os restantes, de referir os grupos “Agro-alimentares” (5,1%
e 5,6%) e “Produtos acabados diversos” (3,3% e 4,0%)
De acordo com os
dados calculados pelo ITC, em 2021 as importações indianas com origem em
Portugal terão totalizado cerca de 136 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos
aos grupos de produtos “Minérios e metais”, “Madeira, cortiça e
papel”, “Químicos” e “Máquinas, aparelhos e partes”.
2.3 – Exportação
Em 2021 as principais exportações de mercadorias da Índia incidiram no
grupo de produtos “Minérios e metais” (22,6% em 2021 e 20,4% em 2020), “Químicos”
(17,7% e 21,0%), “Energéticos” (14,3% e 10,0%), “Agro-alimentares” (11,7%
e 13,2%), “Maquinas, aparelhos e partes” (10,9% e 11,4%) e “Têxteis e
vestuário” (10,7% e 10,9%).
Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes”
(4,9% e 4,8%) e “Produtos acabados diversos” (3,6% e 3,9%).
Com pesos inferiores alinharam-se
depois os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (1,4% e 2,0%), “Calçado,
peles e couros” (1,3% e 1,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (1,0% e
0,9%).
De acordo com os
dados calculados pelo ITC, em 2021 as exportações da Índia para Portugal terão
totalizado 937 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos “Têxteis
e vestuário”, “Químicos” e “Minérios e metais”, seguidos de “Agro-alimentares”,
“Aeronaves, embarcações e partes”, “Calçado, peles e couros” e “Máquinas,
aparelhos e partes”.
Em 2021 o principal mercado de origem das
importações indianas foi a China (16,3% do Total). Seguiram-se os Emiratos
Árabes Unidos (7,6%), os EUA (7,3%) a Suíça (5,2%), a Arábia Saidita (4,9%), o
Iraque (4,7%), Hong-Kong (3,2%), Singapura (3,2%), Coreia do Sul (3,0%),
Indonésia (2,9%), Austrália (2,6%), Japão (2,5%), Alemanha (2,3%), Malásia (2,1%
e Qatar (2,0%).
Do lado das exportações prevaleceram os EUA (18,1%
do Total), seguidos dos Emiratos árabes Unidos (6,4%), China (5,8%), Bangladesh
(3,5%), Hong-Kong (2,9%), Singapura (2,7%), Reino Unido (2,6%), Países Baixos
(2,6%), Alemanha (2,4%), Nepal (2,3%), Bélgica (2,3%, Arábia Saudita (2,1%),
Indonésia (2,0%) e Itália (2,0%).
3 – Comércio de Portugal com a Índia
(2018-2022 e 1º Trimestre 2022-2023)
3.1 – Balança
Comercial
A Balança
Comercial de Portugal com o Índia foi deficitária entre 2018 e 2022, bem como
no 1º Trimestre de 2023.
No período de
Janeiro a Março de 2023, face ao período homólogo do ano anterior, as
importações decresceram -31,9%% e as exportações aumentaram +5,3%, com o grau
de cobertura das importações pelas exportações a subir de apenas 9,8% para
15,2%.
Entre 2018 e 2022,
como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de evolução anual em valor
das exportações como que quis acompanhar, embora com taxas inferiores, o das
importações.
3.2 – Importação
Numa análise por
grupos de produtos (ver a composição dos grupos no Anexo-1), as
principais importações portuguesas com origem na Índia no 1º Trimestre de 2023
incidiram nos grupos “Têxteis e vestuário” (30,3% em 2023 e 39,0 em
2022), “Químicos” (25,8% e 24,6%) e “Minérios e metais” (16,9% e 17,7%),
“Máquinas, aparelhos e partes” (4,6% e 3,6%),
Seguiram-se os
grupos “Calçado, peles e couros” (8,0% e 4,9%), “Agro-alimentares”
(7,8% e 6,4%), “Produtos acabados diversos” (2,9% e 1,7%), “Material
de transporte terrestre e partes” (2,7% e 1,4%), “Madeira, cortiça e
papel” (0,9% e 0,5%) e “Energéticos” (0,1% em ambos os anos), tendo
sido nulas nos dois anos as importações do grupo “Aeronaves, embarcações e
partes”.
3.3 – Exportação
No 1º Trimestre de
2023 as principais exportações para a Índia couberam aos grupos de produtos “Minérios
e metais” (24,4% em 2023 e 26,6% em 2022), “Químicos” (22,8% e
25,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,6% e 21,5%) e “Madeira,
cortiça e papel” (17,2% e 7,4%).
Seguiram-se os
grupos “Produtos acabados diversos” (10,2% e 10,7%), “Têxteis e
vestuário” (4,8% e 6,5%), “Agro-alimentares” (2,3% e 2,8%),
“Calçado, peles e couros” (2,1% e 2,9%), “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,4% e 0,3%), “Material de
transporte terrestre e partes” (0,4% e 0,8%), tendo sido praticamente nulas
as exportações do grupo “Energéticos” em 2023 e mesmo nulas em 2022.
Na figura seguinte
encontram-se desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC4), por
grupos de produtos, os principais produtos exportados no 1º Trimestre de
2022-2023.
Alcochete, 1 de Junho de 2023.
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