quinta-feira, 1 de junho de 2023

Comércio Externo da Índia e Portugal-Índia (2018-22 e 1º Trim 2022-23)

 

Comércio Externo da Índia
2017-2021
e Portugal-Índia
2018-22 e 1º Trimestre 2022-23

                                                     (disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

A Índia tem uma superfície de cerca de 3 milhões de Km2, idêntica à da China, e uma população de cerca de 1,4 mil milhões de habitantes. Compreende 28 “Estados” e 8 “Territórios da União”.

Os antigos territórios coloniais portugueses de Goa, enclaves de Dadrá e Nagar Aveli, Damão e Diu, que constituíam o então chamado “Estado da Índia”, estão agora integrados no “Conselho Zonal do Oeste” da Índia, que compreende os estados de Goa, Guzerate, Maarastra e os territórios da União de Dadrá e Nagar Aveli, Damão e Diu.

As exportações anuais portuguesas de mercadorias para a Índia cresceram moderadamente entre 2000 e 2022, tendo subido de 25 para 163 milhões de Euros. Por sua vez as exportações aumentaram a um ritmo acentuado, passando de 170 milhões de Euros, em 2000, para 1,2 mil milhões, em 2022.

Neste trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Índia ao longo do período 2017-2021, com base em dados calculados pelo ’International Trade Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte ‘Directorate General of Commercial Inteligence & Statistics’ , para 2017 e 2018, e de fonte ‘COMTRADE’, da ONU, para o período 2019-2021.

Segue-se uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país, com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE) para os anos de 2018 a 2021 e preliminares para 2022 e 2023.

2 – Comércio Externo da Índia (2017-2021)

2.1 – Balança Comercial

Entre os anos 2017 e 2021 a Balança Comercial da Índia foi deficitária, com o saldo a situar-se em -148,4 mil milhões de Euros em 2021.

Nesse ano as importações aumentaram +49,6% face ao ano anterior e as exportações +38,3%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 69,2%.

2.2 – Importação

Em 2021, numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (ver Anexo), as principais importações na Índia incidiram nos grupos “Energéticos” (29,9% do Total em 2021 e 28,4% em 2020), “Minérios e metais” (23,0% e 18,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4% e 21,2%) e “Químicos” (15,1% e 15,8%).

Entre os restantes, de referir os grupos “Agro-alimentares” (5,1% e 5,6%) e “Produtos acabados diversos” (3,3% e 4,0%)

De acordo com os dados calculados pelo ITC, em 2021 as importações indianas com origem em Portugal terão totalizado cerca de 136 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Minérios e metais”, “Madeira, cortiça e papel”, “Químicos” e “Máquinas, aparelhos e partes”.

2.3 – Exportação

Em 2021 as principais exportações de mercadorias da Índia incidiram no grupo de produtos “Minérios e metais” (22,6% em 2021 e 20,4% em 2020), “Químicos” (17,7% e 21,0%), “Energéticos” (14,3% e 10,0%), “Agro-alimentares” (11,7% e 13,2%), “Maquinas, aparelhos e partes” (10,9% e 11,4%) e “Têxteis e vestuário” (10,7% e 10,9%).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (4,9% e 4,8%) e “Produtos acabados diversos” (3,6% e 3,9%).

 Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (1,4% e 2,0%), “Calçado, peles e couros” (1,3% e 1,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (1,0% e 0,9%).

De acordo com os dados calculados pelo ITC, em 2021 as exportações da Índia para Portugal terão totalizado 937 milhões de Euros, cabendo os maiores pesos aos grupos “Têxteis e vestuário”, “Químicos” e “Minérios e metais”, seguidos de “Agro-alimentares”, “Aeronaves, embarcações e partes”, “Calçado, peles e couros” e “Máquinas, aparelhos e partes”.

2.4 – Principais mercados

Em 2021 o principal mercado de origem das importações indianas foi a China (16,3% do Total). Seguiram-se os Emiratos Árabes Unidos (7,6%), os EUA (7,3%) a Suíça (5,2%), a Arábia Saidita (4,9%), o Iraque (4,7%), Hong-Kong (3,2%), Singapura (3,2%), Coreia do Sul (3,0%), Indonésia (2,9%), Austrália (2,6%), Japão (2,5%), Alemanha (2,3%), Malásia (2,1% e Qatar (2,0%).

Do lado das exportações prevaleceram os EUA (18,1% do Total), seguidos dos Emiratos árabes Unidos (6,4%), China (5,8%), Bangladesh (3,5%), Hong-Kong (2,9%), Singapura (2,7%), Reino Unido (2,6%), Países Baixos (2,6%), Alemanha (2,4%), Nepal (2,3%), Bélgica (2,3%, Arábia Saudita (2,1%), Indonésia (2,0%) e Itália (2,0%). 


3 – Comércio de Portugal com a Índia

       (2018-2022 e 1º Trimestre 2022-2023)

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com o Índia foi deficitária entre 2018 e 2022, bem como no 1º Trimestre de 2023.

No período de Janeiro a Março de 2023, face ao período homólogo do ano anterior, as importações decresceram -31,9%% e as exportações aumentaram +5,3%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de apenas 9,8% para 15,2%.

Entre 2018 e 2022, como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de evolução anual em valor das exportações como que quis acompanhar, embora com taxas inferiores, o das importações.

3.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (ver a composição dos grupos no Anexo-1), as principais importações portuguesas com origem na Índia no 1º Trimestre de 2023 incidiram nos grupos “Têxteis e vestuário” (30,3% em 2023 e 39,0 em 2022), “Químicos” (25,8% e 24,6%) e “Minérios e metais” (16,9% e 17,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (4,6% e 3,6%),

Seguiram-se os grupos “Calçado, peles e couros” (8,0% e 4,9%), “Agro-alimentares” (7,8% e 6,4%), “Produtos acabados diversos” (2,9% e 1,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (2,7% e 1,4%), “Madeira, cortiça e papel” (0,9% e 0,5%) e “Energéticos” (0,1% em ambos os anos), tendo sido nulas nos dois anos as importações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.

3.3 – Exportação

No 1º Trimestre de 2023 as principais exportações para a Índia couberam aos grupos de produtos “Minérios e metais” (24,4% em 2023 e 26,6% em 2022), “Químicos” (22,8% e 25,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,6% e 21,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (17,2% e 7,4%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (10,2% e 10,7%), “Têxteis e vestuário” (4,8% e 6,5%), “Agro-alimentares” (2,3% e 2,8%), “Calçado, peles e couros” (2,1% e 2,9%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4%  e 0,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,4% e 0,8%), tendo sido praticamente nulas as exportações do grupo “Energéticos” em 2023 e mesmo nulas em 2022.

Na figura seguinte encontram-se desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC4), por grupos de produtos, os principais produtos exportados no 1º Trimestre de 2022-2023.



ANEXO


Alcochete, 1 de Junho de 2023.


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