terça-feira, 13 de junho de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Abril de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Abril de 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2022 e 2023, em versões preliminares com última actualização em 9 de Junho de 2023, as exportações de mercadorias em 2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +8,9% (+2157 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +5,3% (+1773 milhões).


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +5,6% (+1001 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +17,5% (+1156 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +11,5% (+2734 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -9,7% (-961 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,2%, situou-se em -8834 milhões de Euros (inferior em 384 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 1733 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 2117 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 72,6%, em 2022, para 75,0%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 674 Euros/ton, no mesmo período de 2022, para 584 Euros/Ton.

 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 12,0% no total das importações em 2023 e 6,7% nas exportações, em 2023 o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 75,0%, no comércio global, para 79,6%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,7% do Total, cresceram +5,6% contribuindo com +4,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +8,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,3% do Total), cresceram +17,5%, contribuindo com +4,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.


Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,2%), a França (13,5%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%), que representaram 74,7% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +20,6% nas nossas exportações (+81,9 milhões de Euros).

O único decréscimo ocorreu no grupo de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-4,3 milhões de Euros)

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+39,5 milhões), Químicos (+15,8 milhões), “Minérios e metais” (+12,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+5,6 milhões), “Produtos acabados diversos” (+4,9 milhões), “Energéticos” (+3,2 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,6 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,3 milhões), “Agro-alimentares” (+1,0 milhão) e Calçado, peles e couros” (+615 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+8,9%) pertenceram à França (+1,5 p.p.), aos EUA (+1,2 p.p.), à Alemanha e à Espanha (+0,9 p.p. cada), ao Reino Unido e Irl NT (+0,6 p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), à Bélgica (+0,4 p.p.), às Provisões de Bordo, tanto Intracomunitárias, Angola e Brasil (+0,3 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia (-0,17 p.p.) e à Itália e Dinamarca (-0,12 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, Alemanha, Espanha, Bélgica, Provisões de Bordo, Suécia, Eslováquia, Rep. Checa, Polónia, Roménia e Irlanda. 

Os maiores decréscimos ocorreram com a Finlândia, Itália, Dinamarca e Países Baixos.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Reino Unido, Marrocos, a Argélia, o Japão, Angola, o Brasil, as Provisões de Bordo, a Turquia, a Austrália, a África do Sul e a Suíça.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Panamá, da Argentina, do Catar, do Canadá e de Gibraltar.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Abril de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,8% do total, registaram um acréscimo de +11,5% e contribuíram com +8,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -9,7 representando 25,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -2,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,3% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,9%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (4,8%), da China (4,5%), do Brasil (4,0%), da Bélgica (3,0%), dos EUA e da Irlanda (2,5% cada).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+5,3%) destacou-se o da Espanha, (+2,6 p.p.), seguida da Irlanda (+2,0 p.p.), da França (+1,1 p.p.), da Alemanha (+0,6 p.p.), da Polónia (0,5 p.p.), dos Países Baixos, Itália e Brasil (0,4 p.p. cada), e da Ucrânia (0,3 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Azerbaijão (-1,1 p.p.), na Federação Russa (-0,8 p.p.), nos EUA e na Nigéria (‑0,7 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o  período de Janeiro a Abril de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Abril de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1155 milhões de Euros), aos EUA (+852 milhões), ao Reino Unido (+767 milhões), a Angola (+391 milhões) e a Marrocos (+230 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5087 milhões de Euros), seguida da China (-1365 milhões), da Alemanha (‑1151 milhões), do Brasil (-1094 milhões) e doa Países Baixos (-814 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).

Em Janeiro-Abril de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% do Total e +759 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (14,2% e +428 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e +646 milhões), “Agro-alimentares” (12,7% e +289 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (10,3% e -47 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +323 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,8% e -444 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,1% e -12 milhões), “Energéticos” (6,7% e -199 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e +19 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -6 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,7% do Total e +522 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e +522 milhões), “Agro-alimentares” (14,9% e +768 milhões), “Energéticos” (12,0 %) e -1133 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +1188 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -178 milhões de Euros),   “Produtos acabados diversos” (5,7% e +175 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -52 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +24 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -91 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,5%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez destinos representaram 74,7% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,3% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Alemanha e do Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,8%), a China (4,5%), o Brasil (4,0%), a Bélgica (3,0%), os EUA e a Irlanda (2,5% cada).

Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Junho de 2023.

ANEXO



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