1 - Balança comercial
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Abril de 2022 e 2023, em versões preliminares com
última actualização em 9 de Junho de 2023, as exportações de mercadorias em
2023 aumentaram em valor, em termos homólogos, +8,9% (+2157 milhões de Euros), a
par de um aumento das importações de +5,3% (+1773 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos
códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um
acréscimo de +5,6% (+1001 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +17,5% (+1156 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +11,5% (+2734 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -9,7% (-961 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,2%, situou-se em -8834 milhões de
Euros (inferior em 384 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 1733 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 2117 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 72,6%, em 2022, para 75,0%, em 2023.
A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 674 Euros/ton, no mesmo período de 2022, para 584 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
12,0% no total das importações em 2023 e 6,7% nas exportações, em 2023 o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 75,0%, no
comércio global, para 79,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,7%
do Total, cresceram +5,6% contribuindo com +4,1 pontos percentuais (p.p.) para
uma taxa de ‘crescimento’ global de +8,9%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,3% do Total), cresceram
+17,5%, contribuindo com +4,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2023 foram a Espanha (25,2%),
a França (13,5%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl.
Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%),
Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%), que representaram 74,7% do total.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um aumento de +20,6% nas nossas
exportações (+81,9 milhões de Euros).
O único decréscimo
ocorreu no grupo de produtos “Madeira, cortiça e papel” (-4,3 milhões de
Euros)
Os acréscimos
incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+39,5
milhões), Químicos (+15,8 milhões), “Minérios e metais” (+12,6
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+5,6 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+4,9 milhões), “Energéticos” (+3,2 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1,6 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,3
milhões), “Agro-alimentares” (+1,0 milhão) e Calçado, peles e couros”
(+615 mil Euros).
Entre os principais
destinos, os maiores contributos positivos
para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+8,9%) pertenceram à França (+1,5 p.p.), aos EUA
(+1,2 p.p.), à Alemanha e à Espanha (+0,9 p.p. cada), ao Reino Unido e Irl NT
(+0,6 p.p.), a Marrocos (+0,5 p.p.), à Bélgica (+0,4 p.p.), às Provisões de
Bordo, tanto Intracomunitárias, Angola e Brasil (+0,3 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam à Finlândia (-0,17 p.p.) e à Itália e
Dinamarca (-0,12 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em França, Alemanha, Espanha, Bélgica, Provisões de Bordo, Suécia, Eslováquia,
Rep. Checa, Polónia, Roménia e Irlanda.
Os maiores decréscimos ocorreram com a Finlândia, Itália, Dinamarca
e Países Baixos.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, o Reino Unido, Marrocos, a Argélia, o Japão, Angola, o
Brasil, as Provisões de Bordo, a Turquia, a Austrália, a África do Sul e a
Suíça.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os do Panamá, da Argentina, do Catar, do Canadá e de Gibraltar.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Abril de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,8% do total, registaram um acréscimo de +11,5% e
contribuíram com +8,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -9,7 representando 25,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de -2,9 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,3% do Total),
seguida da Alemanha (11,5%), da França (6,9%), dos Países Baixos (5,2%), da
Itália (4,8%), da China (4,5%), do Brasil (4,0%), da Bélgica (3,0%), dos EUA e
da Irlanda (2,5% cada).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em
análise (+5,3%) destacou-se o da Espanha, (+2,6 p.p.), seguida da Irlanda (+2,0
p.p.), da França (+1,1 p.p.), da Alemanha (+0,6 p.p.), da Polónia (0,5 p.p.),
dos Países Baixos, Itália e Brasil (0,4 p.p. cada), e da Ucrânia (0,3 p.p.).
Os
principais contributos negativos incidiram no Azerbaijão (-1,1 p.p.), na
Federação Russa (-0,8 p.p.), nos EUA e na Nigéria (‑0,7 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com
origem intracomunitária e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Abril de 2023 e de 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período de Janeiro a Abril de 2023, os maiores saldos positivos
da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1155 milhões de Euros), aos
EUA (+852 milhões), ao Reino Unido (+767 milhões), a Angola (+391 milhões) e a Marrocos
(+230 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-5087 milhões de Euros), seguida da China (-1365 milhões), da Alemanha
(‑1151 milhões), do Brasil (-1094 milhões) e doa Países Baixos (-814 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2023 face ao ano anterior (ver ANEXO).
Em Janeiro-Abril
de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (15,0% do Total e +759 milhões de Euros face ao ano
anterior), “Químicos” (14,2% e +428 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (13,0% e +646 milhões), “Agro-alimentares” (12,7% e +289 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (10,3% e -47 milhões
de Euros), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +323 milhões), “Têxteis
e vestuário” (7,8% e -444 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (7,1% e -12 milhões), “Energéticos”
(6,7% e -199 milhões), “Calçado, peles e
couros” (3,0% e +19 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,6% e -6 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2023 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,7% do Total e +522 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% e
+522 milhões), “Agro-alimentares” (14,9%
e +768 milhões), “Energéticos” (12,0
%) e -1133 milhões), e “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e +1188 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -178 milhões
de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,7% e +175 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -52 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e
+28 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +24 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e -91 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,5%), a
Alemanha (11,0%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%),
os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,8%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez destinos representaram 74,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,3% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da
Alemanha e do Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%), a
França (6,9%), os Países Baixos (5,2%), a Itália (4,8%), a China (4,5%), o
Brasil (4,0%), a Bélgica (3,0%), os EUA e a Irlanda (2,5% cada).
Estes dez países cobriram 78,2% das importações totais
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023 face a 2022, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 13 de Junho de 2023.
ANEXO
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