segunda-feira, 15 de abril de 2024

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Fevereiro de 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -

(Janeiro-Fevereiro 2024)


( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Abril de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +1,4% (+177 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -1,2% (-213 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,6% (+233 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -1,5% (-55 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,2% (+150 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -8,1% (-363 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -8,8% face a 2023, situou-se em -4039 milhões de Euros (inferior em 390 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos de 83 milhões no comércio intracomunitário e de 307 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,2%, em 2023, para 76,2%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Fevereiro de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 586 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 569 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Março).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,5% no total das importações em 2024 e 7,3% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,2% no comércio global, para 78,9%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024 as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,1% do Total, cresceram +2,6%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +1,4%. As exportações para o espaço extracomunitário, 27,9% do Total, decresceram -1,5%, contribuindo com uma taxa negativa de -0,4% para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (26,3%), a França (12,8%), a Alemanha (11,7%), os EUA (5,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,6%), a Bélgica (3,3%), os Países Baixos (3,1%), o Brasil (1,7%) e a Polónia (1,5%), países que representaram 75,7% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -39,5% nas nossas exportações (-97,4 milhões de Euros).

À excepção do grupo “Energéticos” (+1,5 milhões de Euros), correram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo os maiores incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-28,5 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (‑17,5 milhões), Químicos (-17,5 milhões), “Produtos acabados diversos” (-13,6 milhões) e “Minérios e metais” (-11,7 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-4,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,7 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-876 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (-593 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+1,4%) pertenceram à Alemanha (+1,1 p.p.), a Espanha (+0,9 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT (+0,7 p.p.), aos EUA e Itália (+0,5 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos Países Baixos (-0,9 p.p.), Angola (-0,8 p.p.), França (-0,5 p.p.) e Turquia (-0,4 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, República Checa, Irlanda e Polónia. Os maiores decréscimos ocorreram com os Países Baixos, França, Eslováquia, Provisões de Bordo, Suécia, Dinamarca e Roménia.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se o Reino Unido/ Irl. NT, os EUA, Marrocos, Egipto, Brasil, Ucrânia, México, Gibraltar e Vietname.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, Turquia, Provisões de Bordo, Israel, África do Sul, Panamá, Austrália, Noruega, China, Argélia, Japão e Taiwan.

3.2 - Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,6% do total, registaram um acréscimo de +1,2% e contribuíram com +0,9 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -1,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -8,1% representando 24,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -2,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (33,4% do Total), seguida da Alemanha (12,2%), da França (7,0%), dos Países Baixos (4,9%), da Ttália (4,8%), da China (4,5%), da Bélgica (3,2%), da Irlanda (2,9%) do Brasil (2,4%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-1,2%), destacaram-se os da Nigéria (+1,0 p.p.), da Argélia (0,9 p.p.), da Irlanda (+0,6 p.p.), da Turquia (+0,5 p.p.), da Alemanha e Espanha (+0,4 p.p. cada), de Azerbaijão e Roménia (+0,2 p.p. cada).

 Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-1,3 p.p.), EUA (-0,5 p.p.), Países Baixos, China e Polónia (-0,3 p.p.), e na Suécia (-0,2 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Fevereiro de 2024 e 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Fevereiro de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+2983 milhões), à França (+473 milhões de Euros), aos EUA (+354 milhões), a Marrocos (+97 milhões) e a Angola (+72 milhões) .

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2270 milhões de Euros), seguida da China (-663 milhões), da Alemanha (‑556 milhões), dos Países Baixos (-430 milhões) e da Irlanda (-400 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% do Total e +64 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (14,4% e +182 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e +54 milhões), “Químicos” (12,7% e -35 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +13 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,7% e +24 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,3% e +25 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,3% e -84 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,4% e -47 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e -40 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +21 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2024 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,8% do Total e +21 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e +140 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (15,1% e +73 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +244 milhões), “Energéticos” (10,5% e ‑359 milhões) e “Minérios e metais” (9,0% e -31 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (5,9% e +12 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,5% e -88 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -41 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,6% e -33 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e -152 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 26,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França, R.Unido/ Irl. NT e Ucrânia).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,8%), a Alemanha (11,7%), os EUA (5,6%), o Reino Unido e Irl NT (5,2%), a Itália (4,6%), a Bélgica (3,3%), os Países Baixos (3,1%), o Brasil (1,7%) e a Polónia (1,5%).

Estes dez destinos representaram 75,7% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,4% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (3º lugar, depois da Alemanha e da França.

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,2%), a França (7,0%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,8%), a China 4,5), a Bélgica (3,2%), a Irlanda (2,9%), o Brasil (2,4%), os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 77,5% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 202                         face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 15 de Abril de 2024.

                                                                        ANEXO




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