domingo, 30 de junho de 2024

Contributo dos Grupos de Produtos e seus principais mercados para a evolução das Exportações - Jan-Dez 2022-2023

 

Contributo dos Grupos de Produtos
e seus principais mercados para
a evolução das exportações
(Janeiro-Dezembro de 2022-2023)

disponível para download  >> (aqui)
1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho através de um conjunto de quadros e gráficos os contributos dos onze Grupos de Produtos (definição do conteúdo em Anexo) em que foram agregados os produtos a 8 dígitos da Nomenclatura Combinada, bem como dos principais mercados de destino, para a evolução global das exportações de mercadorias no período de Janeiro a Dezembro de 2023, face ao período homologo de 2022. Ao nível de cada Grupo são apresentados os principais mercados e respectivos contributos. Os dados de base, extraídos do portal do “Instituto Nacional de Estatística” (INE), correspondem a versões já definitivas.

2 – Estrutura e contributos dos Grupos de Produtos

Os Grupos de Produtos com maior peso no total das exportações em Janeiro-Dezembro de 2023 foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4%), “Agro-alimentares” (13,9%), “Químicos” (13,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%), “Minérios e metais” (10,1 %) e “Produtos acabados diversos” (9,8%).

Alinharam-se depois os grupos “Têxteis e vestuário” (7,6%), “Madeira, cortiça e papel” (6,8%), “Energéticos” (6,6%) e, com menor peso, os grupos “Calçado, peles e couros” (3,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).

O maior contributo para a taxa de ‘crescimento’ negativa das exportações (-1,1%) coube, em pontos percentuais, ao Grupo de Produtos “Energéticos” (-1,9 p.p.).

Seguiram-se, por ordem decrescente, os grupos “Madeira, cortiça e papel” (-1,0 p.p.), “Minérios e metais” e “Têxteis e vestuário” (-0,4 p.p. cada), “Químicos” e “Calçado, peles e couros” (-0,2 p.p. cada), e “Aeronaves, embarcações e partes” (-0,02 p.p.).

Os contributos positivos incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,0 p.p.), “Agro-alimentares” (+0,9 p.p.), “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos” (+0,6 p.p. cada).

3 – Contributos dos principais mercados de destino                                     para a exportação global



Dez mercados, sendo sete do espaço comunitário, foram o destino de 69,2% das exportações portuguesas de mercadorias em 2023, com destaque para a Espanha (25,8% do Total). Alinharam-se depois a França (13,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (6,8%), o Reino Unido/Irl.NT (4,7%), a Itália (4,2%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%), as Provisões de Bordo para países terceiros (1,5%).

4 – Contributos dos 10 principais mercados de destino                                ao nível de cada Grupo de Produtos

4.1- Agro-alimentares





4.2- Energéticos


4.3- Químicos



4.4- Madeira, cortiça e papel




4.5- Têxteis e vestuário


4.6- Calçado, peles e couros



4.7- Minérios e metais



4.8- Máquinas, aparelhos e partes



4.9- Material de transporte terrestre e partes



4.10- Aeronaves, embarcações e partes



4.11- Produtos acabados diversos




ANEXO


Alcochete, 23 de Junho de 2024.










quinta-feira, 20 de junho de 2024

Comércio Externo de Moçambique (2021-2022) e Portugal-Moçambique 2019-2023 e Jan-Abr 2023-2024

 

Comércio Externo de Moçambique
2021-2022
e
Portugal-Moçambique
2019-2023 e Janeiro-Abril 2023-2024

                                                      (Disponível para download >>> aqui )

 1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias de Moçambique  face ao mundo, entre 2021 e 2022, com base em dados divulgados na publicação da série anual “Estatísticas do Comércio Externo de Bens-Moçambique - Instituto Nacional de Estatística”, e quotas de PortugalAnalisa-se em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com Moçambique ao longo do período 2019-2023 e Janeiro a Abril de 2023-2024, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024, com última actualização em 7 de Junho de 2024.

Moçambique é um dos estados-membros da “Southern Africa Development Community – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral” (SADC), que integra dezasseis países: Africa do Sul, Angola, Botswana, Comores, Eswatini (a antiga Suazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Congo (RD), Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Organização criada em 1992, na sequência do fim do apartheid na África do Sul, sucedendo à SADCC, esta criada em 1980 por nove dos actuais membros da SADC, tem entre os seus principais objectivos aprofundar a cooperação económica e estimular o comércio de produtos e serviços entre os seus membros. As línguas oficiais são o inglês, o português e o francês.

Moçambique foi também, em 1996, um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), a par de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002 foi admitido Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, a Guiné-Equatorial, que foi observador associado desde 2006.

2 – Comércio Externo de Moçambique

2.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Moçambique tem-se mantido deficitária desde 2010, em níveis superiores ao desse ano, à excepção do ano de 2017.

Em 2022 aumentaram significativamente em Moçambique, face ao ano anterior, a importação (+91,2%), a exportação (+66,6%) e o défice da Balança Comercial (+136,4%), com o grau de cobertura da importação pela exportação a decrescer de 64,8%, em 2021, para 56,4%.


2.2 – Importações em Moçambique por grupos de produtos                           (2021-2022) e quotas de Portugal em 2022                               

Para o cálculo das quotas de Portugal foram utilizados, tanto nas importações como nas exportações, dados de base do INE de Portugal, com as necessárias conversões Cif/Fob e Fob/Cif, numa tentativa de se obter dados o mais próximos possível da realidade. À parte os dados do INE de Moçambique, em US$ (desconhecendo-se o câmbio do dólar ali considerado), relativos a Portugal, terem sido convertidos em Euros, há desfasamentos entre as duas fontes ao nível de produtos. 

Em termos globais, em 2022 o peso de Portugal nas importações moçambicanas terá sido de 1,9%, segundo o INE de Moçambique e de 1,7%, de acordo com cálculos com base no INE de Portugal.

Em 2022, por grupos de produtos (ver em ANEXO a definição do conteúdo definido por Capítulos das Nomenclaturas NC-2/ SH2), as principais importações em Moçambique incidiram nos grupos de produtos “Aeronaves, embarcações e partes” (32,0%), “Energéticos” (19,1%), “Agro-alimentares” e “Químicos” (12,0% cada).

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (9,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (5,0%), “Minérios e metais” (4,9%), “Produtos acabados diversos” (2,7%), “Têxteis e vestuário” (1,8%), “Madeira cortiça e papel” (1,2%) e “Calçado, peles e couros” (0,3%).  

As maiores quotas de Portugal, por grupos de produtos, incidiram em “Madeira, cortiça e papel” (7,8%), “Produtos acabados diversos” (6,1%), “Máquinas, aparelhos e partes” (5,0%), “Calçado, peles e couros” (4,0%) e “Minérios e metais” (3,9%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados por Moçambique em 2021 e 2022, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (NC-2/ SH-2).


2.3 – Exportações de Moçambique por grupos de produtos                             (2021-2022) e quotas de Portugal em 2022                                           

As principais exportações de Moçambique em 2022 incidiram nos grupos de produtos “Energéticos” (50,8% e 42,0% em 2021), “Minérios e metais” (34,1% e 39,2%) e “Agro-alimentares” (11,0% e 13,8%).

Com pesos muito inferiores alinharam-se depois os grupos “Químicos” (1,4% nos dois anos), Têxteis e vestuário” (1,2% e 1,4%), “Madeira, cortiça e papel” (0,6% e 1,1%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,5% e 0,6%), sendo as exportações dos restantes grupos muito pouco significativas.

Em 2022 Portugal, que terá pesado 0,7% no Total das exportações moçambicanas, registou as maiores quotas nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (24,8%), “Agro-alimentares” (4,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (4,3%) e “Calçado, peles e couros” (4,0%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos exportados por Moçambique em 2021 e 2022, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (NC-2/ SH2).

2.4 – Principais mercados de origem e de destino em 2022

De acordo com os dados de base divulgados pelo INE de Moçambique, em 2022 o principal mercado de origem das importações moçambicanas foi a Coreia do Sul (32,0% em 2022 e apenas 0,5% em 2021), seguida da África do Sul, que vem sendo no passado o mercado dominante (15,6% e 26,6%), dos Emiratos Árabes Unidos (10,0% e 8,4%), da China (7,2% e 10,8%), da Índia (5,7% e 8,6%) e de Singapura (4,6% e 6,9%).

Portugal, segundo a fonte moçambicana, terá ocupado a 7ª posição no ‘ranking’, com 1,9% em 2022 (3,4% em 2021).

O conjunto dos países da SADC representou 18,2% do Total das importações em 2022 e 30,0% no ano anterior. Por sua vez a UE-27 foi a origem de 5,8% das importações em 2022, com 10,5% em 2021. 

Em 2022 o principal mercado de destino das exportações de Moçambique foi a Índia (21,1% e 14,1% em 2021), seguida da África do Sul (13,5% e 17,0%) e do Reino Unido (11,9% e 10,5%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois a Coreia do Sul (6,1% e 3,7%), a China (5,2% e 8,8%), Singapura (3,9% e 6,9%), os Países Baixos (3,8% e 8,2%), o Zimbabwe (2,5% e 3,9%), a Itália (2,5% e 3,2%) e a Espanha (2,2% e 2,1%).

A SADC, no seu conjunto, pesou 19,8% (24,0% no ano anterior), cabendo 14,1% à UE-27 (19,8% em 2021). Segundo a fonte moçambicana, Portugal terá representado 0,3% do Total das exportações em 2022 e 0,5% em 2021.

3 – Comércio de Portugal com Moçambique                                                  2019-2023 e Janeiro-Abril 2023-2024

Após um comportamento algo irregular entre 2010 a 2013, em que atingiram 63 milhões de Euros, no período de 2014 a 2023 o ritmo das importações de mercadorias com origem em Moçambique, à excepção de uma subida pontual significativa em 2022, manteve-se numa faixa compreendida entre 35 e 41 milhões de Euros, face a 29 milhões em 2010.

Por sua vez o ritmo das exportações, que entre 2010 e 2015, numa subida sustentada, havia crescido de 151 para 355 milhões de Euros, decresceu acentuadamente a partir de então, mantendo-se nos anos seguintes num patamar entre 180 e 223 milhões de Euros.

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos e primeiros quatro meses de 2024, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

O saldo anual da Balança oscilou entre um mínimo de 154,1 milhões de Euros, em 2021, e 179,0 milhões, em 2023.

No período de Janeiro a Abril de 2024, face ao período homólogo do ano anterior, o saldo subiu de 52,3 para 66,2 milhões de Euros.

3.2 – Importações por grupos de produtos

Pouco diversificadas, as principais importações portuguesas com origem em Moçambique nos primeiros quatro meses de 2024 centraram-se no grupo de produtos “Agro-alimentares” (84,4% em 2024 e 61,0% em 2023), seguidas dos grupos “Têxteis e vestuário” (8,8% e 3,1%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (5,6% e 0,2%). As importações de “Madeira, cortiça e papel”, que em 2023, no mesmo período, haviam atingido 3,6 milhões de Euros, reduziram-se a escassos 5 mil Euros, ao mesmo tempo que as de “Minérios e metais” decresceram de 447 mil Euros para apenas 15 mil.

No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos importados, definidos por Capítulos da Nomenclatura (NC-2/ SH-2).

3.3 – Exportações por grupos de produtos

No período em análise de 2024, face a 2023, os grupos de produtos com maior peso no Total foram “Máquinas, aparelhos e partes” (26,9% e 28,3%), “Químicos” (26,4% e 24,7%), “Agro-alimentares” (17,8% e 17,1%), “Produtos acabados diversos” (9,1% e 8,0%) e “Minérios e metais” (7,2% e 9,2%).

Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,7% e 6,1% ), “Material de transporte terrestre e partes” (2,5% e 2,9%), “Energéticos” (1,8% e 0,5%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,7% e 0,0%), “Têxteis e vestuário” (1,5% e 2,4%) e “Calçado, peles e couros” (1,4% e 0,8%).

No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos importados, definidos por Capítulos da Nomenclatura (NC-2/SH-2).



ANEXO



Alcochete, 18 de Junho de 2024.


sexta-feira, 14 de junho de 2024

Comércio Internacional da Pesca (2022-2023)

 

Comércio Internacional da Pesca,
preparações, conservas e outros
produtos do mar
(2022-2023)

(Disponível para download >>> aqui )

1 - Introdução

Portugal, detentor de uma das maiores “Zonas Económicas Exclusivas” (ZEE) a nível europeu e mundial, mantém, no âmbito da “Pesca, preparações, conservas e outros produtos do mar” uma balança comercial deficitária, com as importações (Fob) a representarem cerca do dobro do valor das exportações.

O peso destes produtos, no contexto do comércio global, foi tendencialmente decrescente ao longo dos últimos cinco anos, mais do lado das importações (de 2,7%, em 2019, para 2,4%, em 2023), do que das exportações (respectivamente de 1,8% para 1,7%).

Neste trabalho vai-se analisar a evolução das importações e das exportações anuais destes produtos em 2023, face a 2022, a partir de dados de base em versão definitiva divulgados no portal do ‘Instituto Nacional de Estatística’ (INE).

2 – Balança Comercial

Em 2022 e 2023 a Balança Comercial destes produtos do mar foi deficitária, com défices (Fob-Cif) respectivamente de -1317 milhões de Euros, em 2022, e -1211 milhões de Euros, em 2023.

Em 2023 a importações decresceram em valor -2,2% e as exportações aumentaram +3,8%, tendo a défice decrescido -8,1%. O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de 49,4% para 52,5%.

Entre os agregados de produtos aqui considerados destacam-se o “Peixe”, os “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” e as “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos”, que representaram 97,8% do total das importações e 98,4% do total das exportações em 2023.

Na figura seguinte pode observar-se a Balança Comercial das sete componentes em que foram agregados os produtos em análise.

Como se pode observar, “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” foi a única componente em que o saldo da Balança Comercial foi positivo, e em cada um dos anos em análise, +45,2 milhões de Euros em 2023 contra +35,0 milhões em 2022.

Os maiores défices incidiram nas componentes “Peixe” (-955 milhões de Euros em 2023 e ‑1022 milhões em 2022) e “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (respectivamente -266 milhões e -306 milhões de Euros).

Apresentam-se em Anexo quadros e gráficos com a Balança Comercial da desagregação das diversas componentes por produtos a 4 ou 6 dígitos da Nomenclatura Combinada, com indicação das quantidades transaccionadas.

3 – Importação

Em 2023 as importações deste conjunto de produtos decresceram -2,2% face ao ano anterior (-57,8 milhões de Euros) tendo o maior decréscimo cabido à componente “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (-60,6 milhões de Euros), seguida da componente “Peixe” (-20,1 milhões de Euros).

Nas importações de “Peixe” assumem particular relevância as de bacalhau, nos seus diversos estados, que serão mais adiante abordadas com algum pormenor.

3.1 – Mercados de Origem

Em 2023 os principais mercados de origem das importações destes produtos foram a Espanha (42,6% do Total), os Países Baixos (13,0%) e a Suécia (7,9%).

Seguiram-se a Dinamarca (3,9%), a Federação Russa (3,6%), a China (3,5%), o Equador (2,6%), a Índia (1,9%), a França (1,7%), a Alemanha (1,3%), o Vietname (1,2%), a África do Sul e Marrocos (1,1% cada), a Turquia (1,0%), Namíbia, Grécia e Chile (0,9% cada), Mauritânia (0,7%), Itália e EUA (0,6% cada)..   

Este conjunto de países representou 91,0% do Total das importações dos produtos do mar em 2023 (90,2% em 2022).

4 – Exportação

Em 2023 as exportações cresceram +4,2% face ao ano anterior (+54,4 milhões de Euros), tendo o maior acréscimo incidido na componente “Peixe” (+46,7 milhões),

Seguiram-se as “Preparações, conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (+30,4 milhões de Euros), “Sal, águas-mãe de salinas e algas” (+840 mil Euros), “Gorduras e óleos de peixe de mamíferos aquáticos” (+434 mil Euros) e “Extractos e sucos de carnes” (+181 mil Euros).

Registaram-se decréscimos em valor, face a 2022, nas exportações de “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (- 20,8 milhões) e de “Farinhas e outros produtos da pesca” (-3,3 milhões de Euros).


4.1 – Mercados de Destino

Cerca de 80% das exportações destes produtos tiveram por destino a União Europeia, com destaque, em 2023, para a Espanha (50,5% do Total), França (10,8%), Itália (9,2%) e Brasil (8,1%).

Seguiram-se, entre os principais países de destino os EUA (2,7%), a China (2,5%), a Alemanha (2,0%), a Suíça e o Reino Unido (1,5% cada), a Bélgica (1,3%), ao Países Baixos (1,2%) e Angola (1,1%).

5 – Importação e exportação de sardinha

Face à acentuada redução da espécie ao longo dos últimos anos em zonas em que operam habitualmente os pescadores portugueses e espanhois, existem limitações anuais impostas à pesca da sardinha, importante para o sector português da exportação de conservas, tendo mesmo havido um parecer científico do “Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES)” que aconselhava a sua proibição.

Em 2023 diminuiu a importação de “Sardinha fresca, refrigerada ou congelada” (-3,7%) em valor e -5,5% em quantidade), e aumentou a exportação (+4,8% e +15,7%, respectivamente). O valor médio por quilo manteve-se em 1,5 Euros/Kg na importação e desceu de 1,7 para 1,5 Euros/Kg na exportação. Os principais fornecedores foram a Espanha (68,1%), Marrocos (16,7%) e a França (9,8%). Os principais mercados de destino foram a Espanha (58,9%), a França (13,1%), o Canadá (5,0%), a Alemanha (4,5%) e os EUA (4,4%).


Em 2023 decresceu a importação de “Conservas de sardinha” (-14,6%), cifrando-se em 4,1 milhões de Euros, com o valor médio por quilo a subir de 3,2 para 4,9 Euros/Kg.

A exportação, num valor de 70,3 milhões de Euros, aumentou +12,7% em valor face a 2022, com o valor médio a subir de 6,1 para 6,5 Euros/Kg.

Em 2023 os principais mercados de origem foram a Espanha (61,7%), Marrocos (21,7%), e os Países Baixos (15,6%).

Os principais destinos foram a França (40,0%), o Reino Unido/Irl.NT (10,5%), os EUA (8,7%)  e a Espanha (8,4%), seguidos da Áustria (5,9%), da Bélgica (4,6%), dos Países Baixos (3,3%),  da Suíça (2,2%), da Alemanha (1,6%), de Hong-Kong (1,5%), de Macau e Brasil (1,4% cada), da Austrália e Canadá (1,3% cada).


6 – Importação e exportação de bacalhau

Em 2023 o bacalhau pesou 26,2% no total das importações dos produtos do mar (igual ao do ano anterior) e 12,7% no total das exportações (12,4% em 2022).

O bacalhau ocupa uma posição importante na alimentação dos portugueses, tendo nos últimos dois anos o peso das importações sido cerca de quatro vezes superior ao das exportações.

Em 2023, face ao ano anterior, a importação de bacalhau decaiu -2,0% em valor e a exportação aumentou +6,7%. De 2022 para 2023 o valor médio por quilo da importação desceu de 7,1 para 7,0 Euros/Kg e o da exportação subiu de 8,4 para 9,3 Euros/Kg.

Entre os vários tipos de bacalhau destaca-se, nas importações, o “Seco, salgado, em salmoura ou fumado” (63,3% em 2023) e o “Congelado excluindo filetes” (26,4%).

Nas exportações predominaram, em 2023, o bacalhau “Congelado excluindo filetes” (46,7%), o “Seco, salgado, em salmoura ou fumado” (26,7%), a “Carne de bacalhau congelado, excepto filetes” (16,3%) e os “Filetes em qualquer estado” (8,1%).

Em 2023 os principais mercados de origem das importações de bacalhau foram os Países Baixos (42,3% do Total), a Suécia (24,8%) e a Federação Russa (13,7%). Seguiram-se, entre os principais, a Espanha (5,7%), a Dinamarca (5,4%), a China (3,5%), a Noruega (1,6%), os EUA (1,2%), Malta (0,6%) e a Alemanha (0,3%), conjunto de países que representaram 99,2% do Total.

Os principais países de destino foram o Brasil (37,0%), a França (17,0%), a Espanha (11,6%) e a Itália (9,9%). Seguiram-se a Suíça (3,8%), Angola (3,7%), os EUA (3,2%), a Bélgica (2,2%) o Reino Unido/ Irl.NT (2,0%) e o Luxemburgo (1,9%), países que representaram 92,3% do Total.


Segue-se, em Anexo, a Balança Comercial dos produtos que integram as componentes dos produtos da pesca, consideradas neste trabalho.


ANEXO