Entre os agregados de
produtos aqui considerados destacam-se o “Peixe”, os “Crustáceos,
moluscos e outros invertebrados aquáticos” e as “Preparações e conservas
de peixe, crustáceos e moluscos”, que representaram 97,8% do total das
importações e 98,4% do total das exportações em 2023.
Na figura seguinte pode
observar-se a Balança Comercial das sete componentes em que foram agregados os
produtos em análise.
Como se pode observar, “Preparações
e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” foi a única componente em que
o saldo da Balança Comercial foi positivo, e em cada um dos anos em análise, +45,2
milhões de Euros em 2023 contra +35,0 milhões em 2022.
Os maiores défices
incidiram nas componentes “Peixe” (-955 milhões de Euros em 2023 e ‑1022
milhões em 2022) e “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos”
(respectivamente -266 milhões e -306 milhões de Euros).
Apresentam-se em Anexo
quadros e gráficos com a Balança Comercial da desagregação das diversas
componentes por produtos a 4 ou 6 dígitos da Nomenclatura Combinada, com
indicação das quantidades transaccionadas.
3 – Importação
Em 2023 as importações deste
conjunto de produtos decresceram -2,2% face ao ano anterior (-57,8 milhões de
Euros) tendo o maior decréscimo cabido à componente “Crustáceos, moluscos e
outros invertebrados aquáticos” (-60,6 milhões de Euros), seguida da
componente “Peixe” (-20,1 milhões de Euros).
Nas importações de “Peixe”
assumem particular relevância as de bacalhau, nos seus diversos estados, que
serão mais adiante abordadas com algum pormenor.
3.1 – Mercados
de Origem
Em 2023 os principais
mercados de origem das importações destes produtos foram a Espanha (42,6% do
Total), os Países Baixos (13,0%) e a Suécia (7,9%).
Seguiram-se a Dinamarca
(3,9%), a Federação Russa (3,6%), a China (3,5%), o Equador (2,6%), a Índia
(1,9%), a França (1,7%), a Alemanha (1,3%), o Vietname (1,2%), a África do Sul
e Marrocos (1,1% cada), a Turquia (1,0%), Namíbia, Grécia e Chile (0,9% cada), Mauritânia
(0,7%), Itália e EUA (0,6% cada)..
Este conjunto de países
representou 91,0% do Total das importações dos produtos do mar em 2023 (90,2%
em 2022).
4 – Exportação
Em 2023 as exportações
cresceram +4,2% face ao ano anterior (+54,4 milhões de Euros), tendo o maior acréscimo incidido na componente “Peixe” (+46,7 milhões),
Seguiram-se as “Preparações,
conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (+30,4 milhões de Euros), “Sal,
águas-mãe de salinas e algas” (+840 mil Euros), “Gorduras
e óleos de peixe de mamíferos aquáticos” (+434 mil Euros) e “Extractos e
sucos de carnes” (+181 mil Euros).
Registaram-se
decréscimos em valor, face a 2022, nas exportações de “Crustáceos, moluscos e
outros invertebrados aquáticos” (- 20,8 milhões) e de “Farinhas e outros produtos
da pesca” (-3,3 milhões de Euros).
4.1 – Mercados
de Destino
Cerca de 80% das
exportações destes produtos tiveram por destino a União Europeia, com destaque,
em 2023, para a Espanha (50,5% do Total), França (10,8%), Itália (9,2%) e
Brasil (8,1%).
Seguiram-se, entre os
principais países de destino os EUA (2,7%), a China (2,5%), a Alemanha (2,0%),
a Suíça e o Reino Unido (1,5% cada), a Bélgica (1,3%), ao Países Baixos (1,2%)
e Angola (1,1%).
5 –
Importação e exportação de sardinha
Face à acentuada redução
da espécie ao longo dos últimos anos em zonas em que operam habitualmente os pescadores
portugueses e espanhois, existem limitações anuais impostas à pesca da
sardinha, importante para o sector português da exportação de conservas, tendo
mesmo havido um parecer científico do “Conselho Internacional para a
Exploração do Mar (ICES)” que aconselhava a sua proibição.
Em 2023 diminuiu a
importação de “Sardinha fresca, refrigerada ou congelada” (-3,7%) em
valor e -5,5% em quantidade), e aumentou a exportação (+4,8% e +15,7%,
respectivamente). O valor médio por quilo manteve-se em 1,5 Euros/Kg na
importação e desceu de 1,7 para 1,5 Euros/Kg na exportação. Os principais
fornecedores foram a Espanha (68,1%), Marrocos (16,7%) e a França (9,8%). Os
principais mercados de destino foram a Espanha (58,9%), a França (13,1%), o
Canadá (5,0%), a Alemanha (4,5%) e os EUA (4,4%).
Em 2023 decresceu a
importação de “Conservas de sardinha” (-14,6%), cifrando-se em 4,1
milhões de Euros, com o valor médio por quilo a subir de 3,2 para 4,9 Euros/Kg.
A exportação, num valor
de 70,3 milhões de Euros, aumentou +12,7% em valor face a 2022, com o valor
médio a subir de 6,1 para 6,5 Euros/Kg.
Em 2023 os principais
mercados de origem foram a Espanha (61,7%), Marrocos (21,7%), e os Países
Baixos (15,6%).
Os principais destinos
foram a França (40,0%), o Reino Unido/Irl.NT (10,5%), os EUA (8,7%) e a Espanha (8,4%), seguidos da Áustria (5,9%),
da Bélgica (4,6%), dos Países Baixos (3,3%), da Suíça (2,2%), da Alemanha (1,6%), de
Hong-Kong (1,5%), de Macau e Brasil (1,4% cada), da Austrália e Canadá (1,3%
cada).
6 –
Importação e exportação de bacalhau
Em 2023 o bacalhau pesou 26,2%
no total das importações dos produtos do mar (igual ao do ano anterior) e 12,7%
no total das exportações (12,4% em 2022).
O bacalhau ocupa uma
posição importante na alimentação dos portugueses, tendo nos últimos dois anos o
peso das importações sido cerca de quatro vezes superior ao das exportações.
Em 2023, face ao ano
anterior, a importação de bacalhau decaiu -2,0% em valor e a exportação aumentou
+6,7%. De 2022 para 2023 o valor médio por quilo da importação desceu de 7,1
para 7,0 Euros/Kg e o da exportação subiu de 8,4 para 9,3 Euros/Kg.
Entre os vários tipos de
bacalhau destaca-se, nas importações, o “Seco, salgado, em salmoura ou
fumado” (63,3% em 2023) e o “Congelado excluindo filetes” (26,4%).
Nas exportações
predominaram, em 2023, o bacalhau “Congelado excluindo filetes” (46,7%),
o “Seco, salgado, em salmoura ou fumado” (26,7%), a “Carne de
bacalhau congelado, excepto filetes” (16,3%) e os “Filetes em qualquer
estado” (8,1%).
Em 2023 os principais
mercados de origem das importações de bacalhau foram os Países Baixos (42,3% do
Total), a Suécia (24,8%) e a Federação Russa (13,7%). Seguiram-se, entre os
principais, a Espanha (5,7%), a Dinamarca (5,4%), a China (3,5%), a Noruega
(1,6%), os EUA (1,2%), Malta (0,6%) e a Alemanha (0,3%), conjunto de países que
representaram 99,2% do Total.
Os principais países de
destino foram o Brasil (37,0%), a França (17,0%), a Espanha (11,6%) e a Itália
(9,9%). Seguiram-se a Suíça (3,8%), Angola (3,7%), os EUA (3,2%), a Bélgica
(2,2%) o Reino Unido/ Irl.NT (2,0%) e o Luxemburgo (1,9%), países que
representaram 92,3% do Total.
Segue-se, em Anexo, a Balança Comercial dos
produtos que integram as componentes dos produtos da pesca, consideradas neste
trabalho.