sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Julho 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Julho 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Setembro de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,3% (+1079 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +0,1% (+72 milhões milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,5% (+826 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +1,9% (+253 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -0,4% (-208 milhões) e as originárias dos Países Terceiros aumentaram +1,7% (+280 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -6,4% face a 2023, situou-se em -14362 milhões de Euros (inferior em 1008 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 1034 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 27 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,6%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo importante no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Julho o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 564 Euros/Ton, em 2023, para 594 Euros/Ton, em 2024. 


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das importações em 2024 e 7,2% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,6% no comércio global, para 79,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,0% do Total, cresceram +2,5%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +2,3%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,0% do Total, cresceram +1,9%, contribuindo com +0,5 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,4%), a França (12,8%), a Alemanha (12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%), países que representaram 75,7% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -28,6% nas nossas exportações (-228,7 milhões de Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+3,9 milhões de Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+598 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-84,5 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-35,0 milhões), “Agro-alimentares” (‑33,2 milhões), Químicos (-32,9 milhões e “Minérios e metais” (-26,6 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-8,0 milhões),“Madeira, cortiça e papel” (‑6,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,1 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +2,3 p.p. couberam a França (-0,9 p.p.), Turquia e Angola
(-0,5% cada), Países Baixos (-0,3 p.p.), China, Irlanda e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Eslováquia, Israel e Roménia (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,2 p.p.), EUA (+1,0 p.p.), Espanha (+0,4 p.p.), Brasil e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), Itália e Finlândia (+0,2 p.p. cada), Bélgica, Marrocos e Rep. Checa (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, República Checa, Polónia e Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Irlanda, Provisões de Bordo, Eslováquia e Roménia. 


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, do Brasil, de Gibraltar, do Egipto, de Marrocos e das Provisões de Bordo.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os da Turquia, Angola, Japão, China, Israel, Austrália, Panamá e Arábia Saudita.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,9% do total, registaram um decréscimo de -0,4% e contribuíram com -0,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +0,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +1,7% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,6% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (5,1%), da China (4,7%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Irlanda (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,1% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+0,1%), destacaram-se os da Argélia (+0,4 p.p.), do Azerbaijão, da Turquia e da França (+0,3 p.p.), e da Alemanha, da Nigéria, da Arábia Saudita, da Áustria, da Índia e da Irlanda (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-0,9 p.p.), na Polónia (-0,3 p.p.), nos EUA, na China e nos Países Baixos (-0,2 p.p. cada), e no Brasil e Hungria (‑0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Julho de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Julho de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2002 milhões de Euros), a França (+2115 milhões) e  ao Reino Unido (+1487 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8258 milhões de Euros), seguida da China (-2603 milhões), dos Países Baixos (-1623 milhões), do Brasil (-1605 milhões) e da Alemanha (‑1103 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (15,3% e +1001 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -177 milhões), “Agro-alimentares” (13,9% e +598 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e -532 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +24 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑25 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,2% e +440 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,2% e -209 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +45 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -132 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +46 milhões de Euros).


5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e +45), “Químicos” (17,5% e +48 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +171 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e +150 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑425 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -172 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,0% e +66 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -76 milhões de Euros), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -90 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +27 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (1,1% e +328 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA.


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,8%), a França (12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,7% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Brasil, Áustria e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), França (7,1%), Países Baixos  (5,2%), Itália (5,1%), China (4,7%), Brasil (3,6%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Irlanda (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,1% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                        face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Setembro de 2024.


ANEXO



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