Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Julho 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Julho de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar,
com última actualização em 9 de Setembro de 2024, as exportações de mercadorias
em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,3% (+1079 milhões de Euros), a par
de um acréscimo das importações de +0,1% (+72 milhões milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações
para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais
27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,5% (+826 milhões
de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo
de +1,9% (+253 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) decresceram -0,4% (-208 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros aumentaram +1,7% (+280 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -6,4% face a 2023, situou-se em -14362 milhões de
Euros (inferior em 1008 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento
de 1034 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 27 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,6%, em 2024.
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”,
com reflexo importante no comportamento da Balança Comercial. No período de
Janeiro a Julho o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 564
Euros/Ton, em 2023, para 594 Euros/Ton, em 2024.
Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das importações em 2024 e 7,2% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,6% no comércio global, para 79,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,0% do Total,
cresceram +2,5%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de ‘crescimento’ global de +2,3%. As
exportações para o espaço extracomunitário, 29,0% do Total, cresceram +1,9%,
contribuindo com +0,5 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,4%), a França (12,8%), a Alemanha
(12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países
Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%), países que
representaram 75,7% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -28,6% nas nossas exportações (-228,7 milhões de
Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+3,9 milhões de Euros) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (+598 mil Euros), ocorreram decréscimos em
todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-84,5 milhões de Euros), “Produtos
acabados diversos” (-35,0 milhões), “Agro-alimentares” (‑33,2
milhões), Químicos (-32,9 milhões e “Minérios e metais” (-26,6
milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e
partes” (-8,0 milhões),“Madeira, cortiça e papel” (‑6,9 milhões), “Têxteis
e vestuário” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,1
milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de +2,3 p.p. couberam a França (-0,9 p.p.), Turquia e Angola
(-0,5% cada), Países Baixos (-0,3 p.p.), China, Irlanda e Provisões de Bordo
Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Eslováquia, Israel e Roménia (-0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha
(+2,2 p.p.), EUA (+1,0 p.p.), Espanha (+0,4 p.p.), Brasil e Gibraltar (+0,3
p.p. cada), Itália e Finlândia (+0,2 p.p. cada), Bélgica, Marrocos e Rep. Checa
(+0,1 p.p. cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, República Checa, Polónia e
Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Irlanda,
Provisões de Bordo, Eslováquia e Roménia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os dos EUA, do Brasil, de Gibraltar, do Egipto, de Marrocos e das
Provisões de Bordo.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os da Turquia, Angola, Japão, China, Israel,
Austrália, Panamá e Arábia Saudita.
3.2 – Importações
Em 2024 as
chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,9% do total,
registaram um decréscimo de -0,4% e contribuíram com -0,3 p.p. para uma taxa de
variação homóloga global de +0,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +1,7% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,4 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,6% do Total), seguida
da Alemanha (11,5%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (5,1%),
da China (4,7%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Irlanda
(1,8%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,1% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(+0,1%), destacaram-se os da Argélia (+0,4 p.p.), do Azerbaijão, da Turquia e
da França (+0,3 p.p.), e da Alemanha, da Nigéria, da Arábia Saudita, da
Áustria, da Índia e da Irlanda (+0,2 p.p. cada).
Os principais contributos
negativos incidiram em Espanha (-0,9 p.p.), na Polónia (-0,3 p.p.), nos
EUA, na China e nos Países Baixos (-0,2 p.p. cada), e no Brasil e Hungria (‑0,1
p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária
(chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Julho de 2024 e
de 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Julho de 2024, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2002 milhões de Euros), a França
(+2115 milhões) e ao Reino Unido (+1487
milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-8258 milhões de Euros), seguida da China (-2603 milhões), dos Países
Baixos (-1623 milhões), do Brasil (-1605 milhões) e da Alemanha (‑1103 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos”
(15,3% e +1001 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos
e partes” (14,7% do Total e -177 milhões), “Agro-alimentares” (13,9% e +598
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e -532 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +24
milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑25
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Energéticos” (7,2% e +440 milhões), “Têxteis e vestuário”
(7,2% e -209 milhões), “Madeira cortiça e
papel” (6,8% e +45 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -132 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,7% e +46 milhões de
Euros).
No período em análise de 2024
os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e +45), “Químicos”
(17,5% e +48 milhões), “Agro-alimentares”
(15,6% e +171 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,4% e +150 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑425 milhões).
Seguiram-se os grupos “Minérios
e metais” (9,1% e -172 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,0% e +66 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário”
(4,8% e -76 milhões de Euros), Madeira,
cortiça e papel” (3,0% e -90 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,8% e +27 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes”
(1,1% e +328 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,4%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França
e EUA.
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (12,8%), a
França (12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,6%), a Itália (4,4%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%).
Estes dez destinos representaram
75,7% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total.
As excepções foram os grupos “Energéticos”
(2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º
lugar, depois da França, Brasil, Áustria e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%),
França (7,1%), Países Baixos (5,2%), Itália
(5,1%), China (4,7%), Brasil (3,6%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Irlanda
(1,8%).
Estes dez países cobriram 77,1%
da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 13 de Setembro de 2024.
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