sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025


Comércio Internacional 
de mercadorias
de Portugal com os EUA
(2020-2024)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do Comércio Internacional de Portugal com os EUA no período 2020-2024, com base em dados definitivos do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE) até 2023 e em versão preliminar para 2024. O ritmo de crescimento do valor das importações portuguesas de mercadorias com origem nos EUA face a 2020 (2020=100), após um acréscimo significativo até 2022 (283,1%), desacelerou no ano seguinte para 182,1%, situando-se em 195,3% em 2024. Por sua vez o ritmo de crescimento das exportações aumentou sustentadamente até 2024, atingindo 199,2% face a 2020.

Em 2024, os EUA ocuparam a 4ª posição no conjunto das exportações portuguesas, com 6,7% do Total, precedidos da Espanha (26,0%), da França (12,3%) e da Alemanha (12,2%). Na vertente das importações ocuparam a 9ª posição entre os principais fornecedores, com 2,3% do Total, e a 3ª posição face ao conjunto dos fornecedores extracomunitários, com 8,8% do seu Total, precedidos da China (18,7%) e do Brasil (13,6%).

No gráfico seguinte consta a evolução das quotas de mercado de Portugal nas importações de mercadorias nos EUA, com base em estatísticas do “International Trade Centre” (ITC).

2 – Balança comercial

A balança comercial de Portugal com os EUA foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

Em 2022 ocorreram significativos acréscimos em valor nas importações e nas exportações face ao ano anterior, respectivamente +74,8% e + 43,0%. Em 2023 as importações registaram uma quebra significativa (-35,7%) e, embora as exportações tenham crescido +3,3%, o saldo da Balança Comercial aumentou +90,1% face ao ano anterior, ao situar-se em cerca de 3 mil milhões de Euros.

Em 2024 as importações cresceram +7,3% e as exportações +1,5%, com um saldo de +2,9 mil milhões de Euros, inferior ao do ano anterior em 84 milhões de Euros.

3 – Importações por Grupos de Produtos

Para uma análise do tipo de produtos transaccionados, as 97 posições a dois dígitos da Nomenclatura de codificação de mercadorias (NC2/SH2) foram agregadas em 11 Grupos de Produtos (ver Anexo).

Em 2024 as principais importações incidiram no grupo “Energéticos”  (54,9%, e 56,4% no ano anterior), principalmente petróleo bruto e gás de petróleo. Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (14,0% e 9,7%, respectivamente), com destaque para as importações de soja, bagaço de soja, milho, peixe congelado e tabaco, entre outros, “Máquinas aparelhos e partes” (9,4% e 8,4%), muito diversificados, com os circuitos integrados e microconjuntos electrónicos em evididência, turborreatores e outras turbinas a gás, aparelhos telefónicos e de telecomunicação por fios, máquinas automáticas para processamento de dados, torneiras e válvulas, emissores de radiodifusão e de televisão, elevadores, escadas rolantes e teleféricos, entre muitos outros, “Químicos” (8,5% e 8,8%), com destaque para os hidrocarbonetos acíclicos, polímeros de etileno em formas primárias, álcoois acíclicos e seus derivados, soda e potassa cáusticas e polímeros de cloreto de vinilo, entre outros.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (3,8% e 4,0% em 2023), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,3% e 5,6%), “Madeira, cortiça e papel” (2,2% e 2,3%), “Minérios e metais (1,9% e 2,3%), Têxteis e vestuário” (1,1% e 1,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,7% e 0,9%) e “Calçado, peles e couros” (0,2% e 0,4%).

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados, desagregados por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

Em Anexo (Anexo-2) encontram-se discriminados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4), por Grupos de Produtos, os principais produtos importados dos EUA em 2024.

4 – Exportações por grupos de produtos

Em 2024 os grupos de produtos com maior peso nas exportações de Portugal para os EUA foram os grupos “Energéticos” (20,0% do Total e 16,6% em 2023), essencialmente gasolinas para motor e óleos leves e “Químicos” (17,3% e 15,2%), constituído principalmente por medicamentos e pneus novos.

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (13,0% e 14,3%), principalmente mobiliário, louça e artigos de uso doméstico não de porcelana, contadores diversos como por exemplo velocímetros e taxímetros, partes e acessórios de armas, espingardas e carabinas de caça, pedra de cantaria e construção, relógios, assentos mesmo transformáveis em camas, ladrilhos cerâmicos, suportes elásticos para camas, colchões e edredões, aparelhos de medida e controlo, estatuetas e outros objectos ornamentais de cerâmica, e instrumentos de medicina e cirurgia, entre outros, “Têxteis e vestuário” (12,9% e 12,8%), muito diversificados, como roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, camisolas e pulôveres de malha, esboços de feltro para chapéus, T-shirts e camisolas interiores de malha, cordéis, cordas e cabos, fatos, vestidos e outro vestuário de uso masculino e feminino, tecidos de malha-urdidura, cobertores e mantas, artigos para guarnição de interiores, camisas de tecido para homem e tecidos impregnados ou revestidos com plástico, entre muitos outros, “Máquinas, aparelhos e partes” (9,8% nos dois anos), muito diversificados, com destaque para os aparelhos telefónicos e de telecomunicação por fios, aparelhos para interrupção, seccionamento e protecção de circuitos eléctricos, caixas de fundição e moldes para diversos materiais, emissores de radiodifusão e televisão, aparelhos para tratamento de matérias que impliquem mudança de temperatura, elevadores, escadas rolantes e teleféricos, bombas, compressores, ventiladores e exaustores, quadros eléctricos, receptores de radiodifusão, telefonia ou telegrafia, aparelhos de sinalização, torneiras e válvulas, condensadores eléctricos e máquinas de impressão, entre outros, “Madeira, cortiça e papel” (9,7% e 11,6%), com destaque para as obras de cortiça, papel e cartão, “Agro-alimentares” (6,9% e 7,2%), principalmente vinhos e também produtos de padaria ou pastelaria, azeite, produtos hortícolas não congelados, tripas e conservas de peixe, “Minérios e metais” (6,6% e 6,7%), como construções em ferro ou aço, barras e perfis de aço inoxidável, cordas e cabos de ferro ou aço para uso não eléctrico, construções em alumínio, barras de ferro ou aço, ferragens e outras guarnições em metais comuns.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (2,6% e 2,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,8% e 0,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e 2,2% ).

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados, desagregados por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

Em Anexo (Anexo-3) encontram-se discriminados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4), por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados para os EUA em 2024.


 Alcochete, 19 de Fevereiro de 2025.


ANEXO-1



ANEXO-2



ANEXO-3






















































































































































































































































































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