Comércio Internacional
de mercadorias
de Portugal com os EUA
(2020-2024)
1 – Introdução
Analisa-se neste trabalho a
evolução do Comércio Internacional de Portugal com os EUA no período 2020-2024,
com base em dados definitivos do ‘Instituto Nacional de Estatística de
Portugal’ (INE) até 2023 e em versão preliminar para 2024. O ritmo de crescimento
do valor das importações portuguesas de mercadorias com origem nos EUA face a
2020 (2020=100), após um acréscimo significativo até 2022 (283,1%), desacelerou
no ano seguinte para 182,1%, situando-se em 195,3% em 2024. Por sua vez o ritmo
de crescimento das exportações aumentou sustentadamente até 2024, atingindo 199,2%
face a 2020.
Em 2024, os EUA ocuparam a 4ª posição no
conjunto das exportações portuguesas, com 6,7% do Total, precedidos da Espanha (26,0%),
da França (12,3%) e da Alemanha (12,2%). Na vertente das importações ocuparam a
9ª posição entre os principais fornecedores, com 2,3% do Total, e a 3ª posição face
ao conjunto dos fornecedores extracomunitários, com 8,8% do seu Total, precedidos
da China (18,7%) e do Brasil (13,6%).
No gráfico seguinte consta a evolução das
quotas de mercado de Portugal nas importações de mercadorias nos EUA, com base
em estatísticas do “International Trade Centre” (ITC).
2 – Balança comercial
A balança comercial de
Portugal com os EUA foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos,
com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.
Em 2022 ocorreram significativos acréscimos em valor nas importações e nas
exportações face ao ano anterior, respectivamente +74,8% e + 43,0%. Em 2023 as
importações registaram uma quebra significativa (-35,7%) e, embora as
exportações tenham crescido +3,3%, o saldo da Balança Comercial aumentou +90,1%
face ao ano anterior, ao situar-se em cerca de 3 mil milhões de Euros.
Em 2024 as importações cresceram +7,3% e as exportações +1,5%, com um saldo
de +2,9 mil milhões de Euros, inferior ao do ano anterior em 84 milhões de
Euros.
3 – Importações por Grupos de Produtos
Para uma análise do tipo de
produtos transaccionados, as 97 posições a dois dígitos da Nomenclatura de
codificação de mercadorias (NC2/SH2) foram agregadas em 11 Grupos de Produtos (ver Anexo).
Em 2024 as principais
importações incidiram no grupo “Energéticos” (54,9%, e 56,4% no ano anterior),
principalmente petróleo bruto e gás de petróleo. Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares”
(14,0% e 9,7%, respectivamente), com destaque para as importações de soja, bagaço
de soja, milho, peixe congelado e tabaco, entre outros, “Máquinas
aparelhos e partes” (9,4% e 8,4%), muito diversificados, com os
circuitos integrados e microconjuntos electrónicos em evididência, turborreatores
e outras turbinas a gás, aparelhos telefónicos e de telecomunicação por fios, máquinas
automáticas para processamento de dados, torneiras e válvulas, emissores de
radiodifusão e de televisão, elevadores, escadas rolantes e teleféricos, entre muitos
outros, “Químicos” (8,5% e 8,8%), com destaque para os
hidrocarbonetos acíclicos, polímeros de etileno em formas primárias, álcoois
acíclicos e seus derivados, soda e potassa cáusticas e polímeros de cloreto de
vinilo, entre outros.
Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (3,8% e 4,0% em 2023), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,3% e 5,6%), “Madeira, cortiça e papel” (2,2% e 2,3%), “Minérios e metais” (1,9% e 2,3%), “Têxteis e vestuário” (1,1% e 1,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,7% e 0,9%) e “Calçado, peles e couros” (0,2% e 0,4%).
Na figura seguinte discriminam-se,
por Grupos de Produtos, os principais produtos importados, desagregados por
Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).
Em Anexo (Anexo-2) encontram-se discriminados a quatro dígitos da
Nomenclatura (NC4/SH4), por Grupos de Produtos, os principais produtos
importados dos EUA em 2024.
4 – Exportações por grupos de
produtos
Em 2024 os grupos de produtos
com maior peso nas exportações de Portugal para os EUA foram os grupos “Energéticos”
(20,0% do Total e 16,6% em 2023), essencialmente gasolinas para motor e óleos
leves e “Químicos” (17,3% e 15,2%), constituído principalmente
por medicamentos e pneus novos.
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (13,0% e 14,3%), principalmente mobiliário, louça e
artigos de uso doméstico não de porcelana, contadores diversos como por exemplo
velocímetros e taxímetros, partes e acessórios de armas, espingardas e
carabinas de caça, pedra de cantaria e construção, relógios, assentos mesmo
transformáveis em camas, ladrilhos cerâmicos, suportes elásticos para camas,
colchões e edredões, aparelhos de medida e controlo, estatuetas e outros
objectos ornamentais de cerâmica, e instrumentos de medicina e cirurgia, entre
outros, “Têxteis e vestuário” (12,9% e 12,8%), muito
diversificados, como roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, camisolas e
pulôveres de malha, esboços de feltro para chapéus, T-shirts e camisolas
interiores de malha, cordéis, cordas e cabos, fatos, vestidos e outro vestuário
de uso masculino e feminino, tecidos de malha-urdidura, cobertores e mantas,
artigos para guarnição de interiores, camisas de tecido para homem e tecidos
impregnados ou revestidos com plástico, entre muitos outros, “Máquinas,
aparelhos e partes” (9,8% nos dois anos), muito diversificados, com
destaque para os aparelhos telefónicos e de telecomunicação por fios, aparelhos
para interrupção, seccionamento e protecção de circuitos eléctricos, caixas de
fundição e moldes para diversos materiais, emissores de radiodifusão e
televisão, aparelhos para tratamento de matérias que impliquem mudança de
temperatura, elevadores, escadas rolantes e teleféricos, bombas, compressores,
ventiladores e exaustores, quadros eléctricos, receptores de radiodifusão,
telefonia ou telegrafia, aparelhos de sinalização, torneiras e válvulas,
condensadores eléctricos e máquinas de impressão, entre outros, “Madeira,
cortiça e papel” (9,7% e 11,6%), com destaque para as obras de cortiça,
papel e cartão, “Agro-alimentares” (6,9% e 7,2%), principalmente
vinhos e também produtos de padaria ou pastelaria, azeite, produtos hortícolas
não congelados, tripas e conservas de peixe, “Minérios e metais”
(6,6% e 6,7%), como construções em ferro ou aço, barras e perfis de aço
inoxidável, cordas e cabos de ferro ou aço para uso não eléctrico, construções
em alumínio, barras de ferro ou aço, ferragens e outras guarnições em metais
comuns.
Com pesos inferiores
alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (2,6% e
2,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,8% e 0,9%)
e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e 2,2% ).
Na figura seguinte discriminam-se,
por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados, desagregados por
Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).
Em Anexo (Anexo-3) encontram-se discriminados a quatro dígitos da
Nomenclatura (NC4/SH4), por Grupos de Produtos, os principais produtos
exportados para os EUA em 2024.
Alcochete, 19 de Fevereiro de 2025.
ANEXO-1
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