Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Dezembro 2024)
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2024 em versão preliminar, com última actualização em 10 de Fevereiro de 2025, e de 2024 em versão definitiva, as exportações de mercadorias cresceram, em termos homólogos, +2,5% (+1945 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,9% (+2023 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,9% (+2134 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -0,8% (-189 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,8% (+1418 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +2,3% (+605 milhões de Euros).
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”,
com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Dezembro
o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 587 Euros/Ton, em
2023, para 571 Euros/Ton, em 2024.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se excluirmos do total das
importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das
importações em 2024 e 7,0% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,0% no comércio global, para 77,1%.
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total,
cresceram +3,9%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de ‘crescimento’ global de +2,5%. As
exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com -0,2
p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (26,0%), a Alemanha (12,3%), a França
(12,2%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/Irl.NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países
Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada), destinos que
representaram 75,3% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -18,4% nas nossas exportações (-232,3milhões de
Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+7,1 milhões de Euros), ocorreram
decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras
incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-123,2 milhões de
Euros), “Produtos acabados diversos” (-36,7 milhões), “Agro-alimentares”
(‑19,3 milhões), Químicos (-18,3 milhões), “Minérios e metais” (-13,0 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (-11,9 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e
vestuário” (-5,8 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑5,5 milhões),
“Aeronaves, embarcações e partes” (-3,8 milhões) e “Calçado, peles e
couros” (-1,9 milhões de Euros).
Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha
(+1,9 p.p.), Espanha (+0,9 p.p.), Gibraltar, Marrocos e Itália
(+0,2 p.p.).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Polónia, e República
Checa. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo,
Roménia, Eslováquia e Irlanda.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia,
Ceuta e Argentina.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia,
China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.
3.2 – Importações
Em 2024,
no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +1,8% e uma contribuição
de +1,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +2,3% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,6 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do
Total), seguida da Alemanha (11,4%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,5%),
da Itália (5,2%), da China (4,8%), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA
(2,3%) e da Irlanda (1,9%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,8% do total das importações.
Os principais contributos
negativos incidiram na Polónia, Nigéria e Angola (-0,2 p.p. cada), Rússia,
Espanha e China (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das
importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Dezembro de 2024
e de 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Dezembro de 2024 os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2903 milhões de Euros), Reino
Unido/Irl. NT (+2406 milhões), França (+1947 milhões), Angola (932 milhões) e
Marrocos (640 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes
coube a Espanha (-14826 milhões de Euros), seguida da China (-4509
milhões), Países Baixos (-3049 milhões), Brasil (-2590 milhões) e Alemanha (‑2440
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,9% do Total e -78
milhões face ao ano anterior), “Agro-alimentares”
(14,7% e +919 milhões), “Químicos” (14,3% e +802 milhões de Euros), “Material
de transporte terrestre e partes” (12,1% e -217 milhões),
“Minérios e metais” (9,9% e +93 milhões) e “Produtos acabados
diversos” (9,5% e ‑52 milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e -163 milhões),
“Energéticos” (7,0% e +525 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8%
e +140 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -100 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,7% e +74 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
No período em análise de 2024
os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,3% e +509 milhões de Euros), “Químicos”
(17,6% e +1075 milhões), “Agro-alimentares”
(15,7% e +369 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,0% e +247 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑717 milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Minérios
e metais” (8,8% e -21 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,2% e +230 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0%
e +103 milhões), Madeira, cortiça e
papel” (2,8% e -69 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,8% e +119 milhões) e “Aeronaves. embarcações e
partes” (1,0% e +178 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 26,0%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Provisões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil
e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (12,3%), a
França (12,2%), os EUA (6,7%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,6%), o
Reino Unido/Irl.NT (3,0%), a Bélgica (2,6%), Polónia e Marrocos (1,5% cada).
Estes dez destinos representaram
73,8% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 33,1% do total.
A excepção foi o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil, Áustria e Canadá).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,4%),
França (7,2%), Países Baixos (5,5%), Itália
(5,2%), China (4,8%), Brasil (3,5%), Bélgica (3,2%), EUA (2,3%) e Irlanda (1,9%).
Estes dez países cobriram 77,8%
da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
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