quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Dezembro 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2024 em versão preliminar, com última actualização em 10 de Fevereiro de 2025, e de 2024 em versão definitiva, as exportações de mercadorias cresceram, em termos homólogos, +2,5% (+1945 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,9% (+2023 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,9% (+2134 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -0,8% (-189 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,8% (+1418 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +2,3% (+605 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +0,3% face a 2023, situou-se em -27 887 milhões de Euros, superior em 78 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 715 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 793 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,6%, em 2023, para 74,0%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Dezembro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 587 Euros/Ton, em 2023, para 571 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das importações em 2024 e 7,0% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,0% no comércio global, para 77,1%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, cresceram +3,9%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +2,5%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, decresceram -0,8%, contribuindo com -0,2 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (26,0%), a Alemanha (12,3%), a França (12,2%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/Irl.NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada), destinos que representaram 75,3% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -18,4% nas nossas exportações (-232,3milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+7,1 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-123,2 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-36,7 milhões), “Agro-alimentares” (‑19,3 milhões), Químicos (-18,3 milhões), “Minérios e metais”    (-13,0 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-11,9 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (-5,8 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑5,5 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,8 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,9 milhões de Euros).


Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +2,5% couberam a França (-0,6 p.p.), Turquia e Angola (-0,3 p.p. cada) e China (­-0,2 p.p.).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+1,9 p.p.), Espanha (+0,9 p.p.), Gibraltar, Marrocos e Itália (+0,2 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Polónia, e República Checa. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo, Roménia, Eslováquia e Irlanda.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia, Ceuta e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia, China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +1,8% e uma contribuição de +1,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +2,3% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,6 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do Total), seguida da Alemanha (11,4%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,5%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA (2,3%) e da Irlanda (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,8% do total das importações.


Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+1,9%) destacaram-se os da França (+0,4 p.p.), Irlanda, Turquia, Azerbaijão e Argélia (0,3 p.p.), Itália, Alemanha e EUA (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Polónia, Nigéria e Angola (-0,2 p.p. cada), Rússia, Espanha e China (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Dezembro de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Dezembro de 2024 os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2903 milhões de Euros), Reino Unido/Irl. NT (+2406 milhões), França (+1947 milhões), Angola (932 milhões) e Marrocos (640 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes coube a Espanha (­­-14826 milhões de Euros), seguida da China (-4509 milhões), Países Baixos (-3049 milhões), Brasil (-2590 milhões) e Alemanha (‑2440 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,9% do Total e -78 milhões face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (14,7% e +919 milhões), “Químicos” (14,3% e +802 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (12,1% e -217 milhões), “Minérios e metais” (9,9% e +93 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑52 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e -163 milhões), “Energéticos” (7,0% e +525 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +140 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -100 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +74 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,3% e +509 milhões de Euros), “Químicos” (17,6% e +1075 milhões), “Agro-alimentares” (15,7% e +369 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e +247 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑717 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,8% e -21 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +230 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e ­­­­+103 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e -69 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +119 milhões) e “Aeronaves. embarcações e partes” (1,0% e +178 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Provisões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,3%), a França (12,2%), os EUA (6,7%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,6%), o Reino Unido/Irl.NT (3,0%), a Bélgica (2,6%), Polónia e Marrocos (1,5% cada).

Estes dez destinos representaram 73,8% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,1% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil, Áustria e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,4%), França (7,2%), Países Baixos  (5,5%), Itália (5,2%), China (4,8%), Brasil (3,5%), Bélgica (3,2%), EUA (2,3%) e Irlanda (1,9%).

Estes dez países cobriram 77,8% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Fevereiro de 2025.

 

ANEXO











 













































































































Sem comentários:

Enviar um comentário