domingo, 10 de agosto de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Junho 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Junho de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2025 (versão preliminar com última actualização em 9 de Agosto de 2025) e de 2024 (versão definitiva), as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +3,1% (+1239 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,9% (+3610 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +5,6% (+1570 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,9% (-330 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,1% (+3537 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +0,5% (+73 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +19,0% face a 2024, situou-se em -14872 milhões de Euros (superior em 2371 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 1967 milhões no comércio intracomunitário e 404 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,1%, em 2024, para 73,4%, em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Junho o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 591 Euros/Ton em 2024, para 517 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Julho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,0% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 73,4% no comércio global, para 76,1%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +5,6%, contribuindo com +3,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,1%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,9%, com um contributo negativo de -0,8 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (26,0%), a Alemanha (14,3%), a França (12,0%), os EUA (6,2%), a Itália (4,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 76,3% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +6,9% nas nossas exportações com este destino (+33,3 milhões de Euros).

Por Grupos de Produtos ocorreram acréscimos nos grupos “Produtos acabados diversos” (+17,7 milhões), “Minérios e metais” (+17,6 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+11,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,1 milhões) e Químicos (+5,9 milhões).

 Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-11,7 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (-4,5 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,5 milhões), “Energéticos” (-1,4 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-175 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+3,1%) pertenceram à Alemanha (+3.5 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+0,9 p.p.), Turquia (+0,3 p.p.), Irlanda, Canadá, Hungria e Angola (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,6 p.p.), à Finlândia (-0,3 p.p.), à Argélia, França, Brasil e Reino Unido/Irl NT (-0,2 p.p. cada), e a Marrocos e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Roménia, Dinamarca e Eslováquia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Grécia , Provisões de Bordo, Itália, Bulgária e Bélgica.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Ucrânia, Canadá, Panamá, Taiwan, Angola, Israel e Egipto.

Entre os decréscimos evidenciaram-se os EUA, Argélia, Brasil, Reino Unido/Irl NT, Marrocos, Austrália, Moçambique, Argentina, Rússia e Ceuta.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Junho de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +9,1% e contribuíram com +6,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +0,5% representando 24,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,1%

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (31,8% do Total) seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,4%), dos Países Baixos (6,2%), da Itália (5,2%), da China (4,9%), da Bélgica (3,4%), da Irlanda (3,2%), do Brasil (2,6%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,6% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+6,9%), destacaram-se a Irlanda (+1,8 p.p.), a Espanha (+1,5 p.p.), os Países Baixos (+1,3 p.p.), a Alemanha (+0.9 p.p.), a França (+0,7 p.p.), a China e Bélgica (+0,5 p.p. cada), e os EUA e Argélia (+0,3 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil e Arábia Saudita (-0,6 p.p. cada), na Noruega (-0,4 p.p.), na Nigéria (-0,3 p.p.), na Áustria (-0,2 p.p.) e no Azerbaijão, Índia e Japão (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.



4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1282 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1229 milhões), à França (+808 milhões), a Angola (+425 milhões) e a Gibraltar (+258 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7105 milhões de Euros), seguido da China (-2434 milhões), dos Países Baixos (-2036 milhões), da Irlanda (-1536 milhões) e da Itália (-1052 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (16,6% do Total e +1349 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% e +489 milhões), “Agro-alimentares” (14,0% e +96 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e +62 milhões), “Minérios e metais” (9,7% e -55 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,1% e -90 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,0% e -33 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -97 milhões), “Energéticos” (5,7% e -581 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +21 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +79 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,6% do Total e +1865 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,5% e +192 milhões), “Agro-alimentares” (15,8% e +696 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,2% e +823 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,0% e -435 milhões), “Minérios e metais” (8,7% e +161 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +283 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +182 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +42 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +50 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e -249 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2º depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (14,3%), a França (12,0%), os EUA (6,2%), a Itália (4,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e Suécia (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,3% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,8% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,4%), os Países Baixos (6,2%), a Itália (5,2%), a China (4,9%), a Bélgica (3,4%), a Irlanda (3,2%), o Brasil (2,6%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,6% da importação total.


 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                        face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 10 de Agosto de 2025.

 

ANEXO





Sem comentários:

Enviar um comentário