Comércio internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado de Janeiro a Abril de 2017
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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Junho de 2017, no período de
Janeiro a Abril de 2017 as exportações de mercadorias cresceram em valor +12,8%
face ao mesmo período do ano anterior (+2062 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +14,2% (+2741 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +8,5% (+1058 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresceram +27,8% (+1004 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +9,9% (+1508 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +30,0% (+1234 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+21,4%, ao situar-se em -3848 milhões de Euros (um acréscimo de 679 milhões, cabendo
450 milhões ao comércio intracomunitário e 229 milhões ao extracomunitário).
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações nos quatro primeiros meses do ano desceu de 83,6%, em 2016, para 82,5%,
em 2017.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que nos quatro primeiros meses de 2016 se situou em 233
Euros/Ton, subiu para 365 Euros/Ton em 2017.
Para além da variação da cotação internacional do barril
de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também
um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se excluirmos do total das importações e das
exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”
(respectivamente 11,8% e 7,7% no período de Janeiro-Abril de 2017), o grau de
cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações dos restantes produtos sobe
nesse período de 82,5% para 86,4%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período acumulado de Janeiro a Abril de 2017, as exportações
nacionais para a UE (expedições), que representaram 74,6% do total (77,5% em
2016), cresceram em valor +8,5%, contribuindo com +6,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +12,8%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 25,4% do total em
2017 (22,5% em 2016), registaram um crescimento em valor de +27,8%,
contribuindo com +6,2 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,9%),
a França (12,6%), a Alemanha (11,2%), o Reino Unido (6,6%), os EUA (5,4%), os
Países Baixos (3,9%), a Itália (3,7%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,5%), Marrocos
(1,5%) e a China (1,5%), conjunto de países que absorveu 78,0% das nossas exportações.
Angola,
o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois
dos EUA, que vinha apresentando no passado recente sucessivos decréscimos, em
termos homólogos, nas exportações da quase totalidade dos onze grupos de
produtos considerados, registou nos primeiros quatro meses do ano apenas uma
taxa de variação homóloga negativa, designadamente na área das aeronaves e
embarcações.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações (+12,8%),
couberam a Espanha (+2,7 p.p.), EUA (+1,7 p.p.), Angola (+1,1 p.p.), França (0,8
p.p.), Alemanha e China (0,7 p.p. cada), Itália (0,6 p.p.), Países Baixos (0,5
p.p.), Marrocos e Brasil (+0,4 p.p. cada).
O maior acréscimo do valor das
exportações para o espaço comunitário
(expedições), em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido a grande
distância pela França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Provisões de Bordo, e,
com menor expressão, pela Bélgica, Luxemburgo, Roménia, Polónia, Reino Unido, eslováqia,
Finlândia, Dinamarca e Irlanda. Os maiores decréscimos, pouco expressivos,
couberam à Áustria e à Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para os EUA, Angola, China, Brasil, Gibraltar, Provisões de Bordo,
Gabão, Marrocos, México e Suíça.
Entre os maiores decréscimos figuram a Argélia, Moçambique
o Egipto e Ghana.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Abril de 2017, as importações
com origem na UE (chegadas), que representaram 75,7% do total (78,7% em 2016), contribuíram
com +7,8 p.p., para uma taxa de crescimento global de
+14,2%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +30,0%,
representando 24,3% do total (21,3% no período homólogo de 2016), com um
contributo para o crescimento de +6,4 p.p..
Os onze principais
mercados de origem das importações nos quatro primeiros meses do ano foram a
Espanha (31,3%), a Alemanha (13,8%) e a França (7,6%). Seguiram-se a Itália (5,4%),
os Países Baixos (5,2%), a China e o Reino Unido (2,8% cada), a Bélgica (2,7%),
a Federação Russa (2,6%), o Brasil (1,7%) e os EUA (1,6%), conjunto de países
que representou 77,6% das nossas importações totais.
Entre os maiores contributos positivos para o crescimento
das importações (+14,2%) destacam-se a Espanha (+3,0 p.p.), Federação Russa (+2,4
p.p.) e a Alemanha (+2,1 p.p.). Seguiram-se os Países Baixos (+0,8 p.p.), a
Itália, França, Arábia Saudita e Turquia (+0,5 p.p. cada), os EUA (+0,4 p.p.) e
o Azerbaijão (+0,3 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-1,0 p.p.), à Argélia (‑0,5
p.p.), à Irlanda e República Checa (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores decréscimos e acréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube a França (+626 milhões de Euros), seguido dos EUA (+616 milhões), do Reino
Unido (+581 milhões), de Angola (+515 milhões) e de Marrocos (+226 milhões de
Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2188
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1006 milhões), da Rússia (‑526
milhões), da Itália (‑519 milhões) e dos Países Baixos (-424 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos
da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2) em uso na União Europeia foram aqui
agregados em 11 grupos de produtos (ver
Anexo).
Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias, representando 70,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,5% do total, com uma taxa de
variação homóloga de +14,7%), “Químicos”
(13,1% e TVH +11,6%), “Agro-alimentares”
(12,2% e TVH +15,1%) “Material de
transporte terrestre e partes” (10,6% e TVH +4,9%), “Têxteis e vestuário” (9,8% e TVH +3,4%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +16,5%) e “Produtos acabados
diversos” (9,3% e TVH +8,4%).
Registaram-se acréscimos em termos homólogos em
todos os grupos de produtos. Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos
grupos “Energéticos” (+571 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+360
milhões), “Agro-alimentares” (+291
milhões) “Minérios e metais” (+249
milhões) e “Químicos” (+247 milhões
de Euros).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,7% do total, foram “Químicos” (16,6% do total, com taxa de
variação homóloga em valor de +6,2%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,4%, TVH +17,1%),
“Agro-alimentares” (14,9% e TVH +9,9%), “Material
de transporte terrestre e partes” (13,0% e TVH +10,6%) e “Energéticos” (11,8% e +58,4%).
Os maiores acréscimos, em Euros, couberam aos
grupos “Energéticos” (+959 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+525
milhões), “Minérios e metais” (+323
milhões), “Agro-alimentares” (+297
milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+274 milhões),
“Químicos” (+213 milhões de Euros). O único grupo em que se registou uma
quebra, de pouca monta aliás, foi “Calçado,
peles e couros” (-22 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em 2017 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (3ª posição), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,6%), a
Alemanha (11,2%), o Reino Unido (6,6%), os EUA (5,4%), os Países Baixos (3,9%)
a Itália (3,7%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,5%) e Marrocos (1,5%). Estes dez
países cobriram 76,0% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar também em
oito dos onze grupos de produtos, com 31,3% do total, sendo as excepções os
grupos “Energéticos”, em 2º lugar,
depois da Rússia, “Material de transporte
terrestre e partes”, 2ª posição, depois da Alemanha, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 5º lugar,
antecedida de Singapura, Canadá, Brasil e EUA.
Seguiram-se a Alemanha (13,8%), a França (7,6%), a
Itália (5,4%), os Países Baixos (5,2%), a China e o Reino Unido (2,8% cada), a
Bélgica (2,7%), a Rússia (2,6%) e o Brasil (1,7%). Estes dez países cobriram 76,0% das importações totais.