Comércio Internacional de Mercadorias
de Portugal com a Rússia
2014 a 2017
Janeiro-Abril de 2017 e 2018
2014 a 2017
Janeiro-Abril de 2017 e 2018
(disponível para download > aqui )
1 – Nota introdutória
A
Federação Russa, que designaremos aqui por Rússia, ocupou em 2017 e no período de
Janeiro a Abril de 2018 a 9ª e a 11ª posição entre os mercados de origem das
importações portuguesas de mercadorias, respectivamente com 2,3% e 1,4% do
total. Entre os mercados de destino das nossas exportações ocupou o 37º lugar
em 2017, com 0,3% do total e o 34º no período em análise de 2018, também com 0,3%
do total.
Depois de
se apresentarem alguns dados estatísticos sobre o comércio externo da Rússia
nos últimos quatro anos, de fonte International
Trade Centre (ITC) baseados em estatísticas COMTRADE da ONU, vai-se neste trabalho analisar a
evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e a
Rússia no período de 2014 a 2017 e primeiros quatro meses de 2017 e 2018, agora
com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em
8 de Junho de 2018.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo da Rússia
De acordo com os dados disponíveis, medidos em Euros, a Balança Comercial é
favorável à Rússia, tendo o seu saldo decrescido sucessivamente entre 2014 e
2016, de 158,9 para 93,3 mil milhões de Euros, para inverter essa tendência em
2017, atingindo +115,9 mil milhões de Euros, com um grau de cobertura (fob/cif)
das importações pelas exportações de 157,4%.
O principal parceiro da Rússia, em ambas as vertentes
comerciais, é a China, com 21,2% das importações e 10,8% das exportações, em
2017.
No mesmo
ano, Portugal representou apenas 0,2% das importações russas e 0,3% das
exportações, tendo ocupado respectivamente a 57ª e a 50ª posição no respectivo “ranking”.
3 – Comércio de Portugal com a Rússia
3.1 – Evolução do peso do Rússia nas importações
e nas exportações globais (2000-2017)
Embora com
expressão pouco significativa, não ultrapassando os 2,3% do total das
importações portuguesas de mercadorias em 2017 e 0,6% das exportações, em 2013,
as trocas comerciais com a Rússia desde o início do século são tendencialmente
crescentes nas duas vertentes.
3.2 – Balança Comercial
A Balança
Comercial de Portugal com a Rússia é desfavorável a Portugal, tendo o défice
aumentado ao longo dos últimos três anos, situando-se em -1,4 mil milhões de
Euros em 2017.
Nos
primeiros quatro meses de 2018, face a igual período do ano anterior, o saldo
negativo reduziu-se para cerca de metade, situando-se em -259 milhões de Euros.
3.3 – Importações por grupos de produtos
Nos
últimos quatro anos e período de Janeiro a Abril de 2018 as maiores importações
incidiram no grupo de produtos “Energéticos”
(ver conteúdo dos grupos em quadro anexo), que representou 73,7% do total no
período em análise de 2018 (91,0% em igual período de 2017), essencialmente
constituídos por petróleo bruto e alguns produtos refinados.
Seguiram-se,
em 2018, os grupos “Agro-alimentares”
(9,6% do total), principalmente peixe congelado, “Minérios e metais” (8,1%), com destaque para os laminados de ferro
ou aço, “Químicos” (5,7%),
principalmente compostos da função nitrilo e também alguns produtos da
borracha, adubos e fertilizantes, e “Madeira,
cortiça e papel” (2,1% do total), como madeira contraplacada ou folheada,
papel e cartão “kraft” e papel de jornal.
Na figura
seguinte os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo de
produtos no período em análise de 2017 e 2018, encontram-se definidos a quatro
dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-4) em uso na União Europeia, coincidente
a esse nível com o Sistema Harmonizado.
3.4 – Exportações por grupos de produtos
Nos
primeiros quatro meses de 2018 as principais exportações para a Rússia inseriram-se
no grupo de produtos “Agro-alimentares”
(25,0% do total), com destaque para as tripas, bexigas e buchos, produtos
hortícolas preparados, ovos, vinhos e tomate preparado.
Seguiram-se
os grupos “Madeira, cortiça e papel”
(21,5%), constituído principalmente por cortiça aglomerada e papel e cartão. e “Calçado, peles e couros” (15,9%), com destaque
para o calçado de couro.
Seguiram-se
os grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(10,9%), muito diversificado, com predomínio dos moldes e caixas de
fundição, “Material de transporte
terrestre e partes” (9,1%), principalmente veículos automóveis para 10
passageiros ou mais, que não se haviam exportado no mesmo período do ano
anterior, e “Produtos acabados diversos”
(8,3%), com destaque para os assentos mesmo transformáveis em cama e outro
mobiliário. De entre os restantes grupos de referir os “Químicos” (5,4%), “Têxteis e
vestuário” (4,6%) e “Minérios e
metais” (2,5%).
Na figura
seguinte encontram-se definidos, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada
(NC-4), os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo.