Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Abril de 2018
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 8 de Junho de 2018, nos quatro primeiros meses
de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,4% face ao mesmo
período do ano anterior (+1147 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações
de +8,2% (+1812 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +9,8% (+1312 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros decresceram -3,6% (-165 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +9,3% (+1552 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +4,9% (+260 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+16,5%, ao situar-se em -4683 milhões de Euros (um acréscimo do défice de 664
milhões de Euros, cabendo 240 milhões ao comércio intracomunitário e 425 milhões
ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 81,8%, em 2017, para 80,4%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que no conjunto dos quatro primeiros meses de 2017 se
situou em 366 Euros/Ton, subiu para 411 Euros/Ton em igual período de 2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,6% e 7,0%
do total no período Janeiro-Abril de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 80,4% para 84,6%, com
o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +16,5% para +16,0%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Abril de 2018, as exportações
nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,8% do total (74,4% em
2017), cresceram em valor +9,8%, contribuindo com +7,3
pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,4%. As exportações para o espaço
extracomunitário, que representaram 23,2% do total em 2018 (25,6% em 2017),
registaram um decréscimo em valor -3,6%, contribuindo com -0,9 p.p. para a taxa
de crescimento global.
Os
principais mercados de destino em 2018 foram a Espanha (25,2%), a França (13,4%),
a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,5%), os EUA (4,8%), a Itália (4,0%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (2,4%), o Brasil (1,6%), a
Polónia (1,3%), Marrocos (1,2%), a China (1,1%), a Suíça e a Suécia (1,0% cada), países
que no seu conjunto absorveram 81,7% das nossas exportações.
Angola, o
segundo mercado de destino entre os países terceiros depois dos EUA, registou no
período em análise uma quebra em valor de -18,8% (-108,7 milhões de Euros),
envolvendo nove dos onze grupos de produtos considerados, tendo as descidas mais
significativas incidido nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑30,7 milhões), “Agro-alimentares”
(-28,4 milhões de Euros), “Químicos”
(-18,7 milhões), e “Minérios e
metais” (‑13,8 milhões). Os acréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,2
milhões de Euros), essencialmente embarcações e estruturas flutuantes, e “Energéticos” (+612 mil Euros), principalmente
produtos refinados do petróleo.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+6,4%), couberam a França (+1,6 p.p.), Alemanha (+1,3 p.p.), Espanha
(+1,2 p.p.), Itália (+0,6 p.p.), Áustria e Brasil (+0,5 p.p. cada), e Reino
Unido (+0,3%). Os
maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,6 p.p.), China (-0,4
p.p.), EUA e Marrocos (-0,3 p.p. cada).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço comunitário, em termos homólogos, verificou-se em França, seguida da Alemanha,
da Espanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois o
Reino Unido, a Polónia, a Eslováquia, a Bélgica, a Hungria, a Suécia e os
Países Baixos.
Os maiores decréscimos couberam ao
Luxemburgo e à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para o Brasil, seguido da Tunísia. Com menor peso seguiram-se as Provisões
de Bordo, o Canadá e Israel.
Os maiores decréscimos couberam a Angola, China, EUA, Marrocos, Arábia Saudita, Costa do Marfim e Gibraltar.
Os maiores decréscimos couberam a Angola, China, EUA, Marrocos, Arábia Saudita, Costa do Marfim e Gibraltar.
3.2 - Importações
Em 2018,
no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que
representaram 76,5% do total (75,8% no mesmo período de 2017), registaram um
acréscimo de +9,3% e contribuíram com +7,0 p.p. para uma taxa de crescimento
global de +8,2%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,9%,
representando 23,5% do total em 2018 (24,2% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +1,2 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,6%), a Alemanha
(13,9%) e a França (8,2%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%),
a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,6%), o Brasil
e a Federação Russa (1,4% cada), países que representaram no seu conjunto 76,8%
das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+8,2%) destacam-se a
Espanha (+2,8 p.p.), a França (+1,3 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a Argélia (+0,6
p.p.), o Cazaquistão e os Países Baixos (+0,5 p.p. cada), a Bélgica, a China e a Itália (+0,3 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-1,2 p.p.), seguida
do Reino Unido (-0,3 p.p.) e da Colômbia e Brasil (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube ao Reino Unido (+642 milhões de Euros), seguido dos saldos da França (+606
milhões), dos EUA (+546 milhões), de Angola (+238
milhões) e de Marrocos (+177 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2706
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1047 milhões), dos Países Baixos
(-508 milhões), da Itália (-496 milhões) e da China (‑488 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos
de produtos (ver Anexo). Os grupos com
maior peso nas exportações de
mercadorias, representando 81,0% do total em 2018, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,6% do total e TVH -0,2%), “Material de transporte terrestre e partes”
(14,1% e TVH +41,2%), “Químicos” (12,0%
e TVH -2,1%), “Agro-alimentares” (11,7%
e TVH +4,3%) “Minérios e metais” (9,7%
e TVH +7,1%), “Têxteis e vestuário”
(9,5% e TVH + 2,6%), e “Produtos
acabados diversos” (9,4% e TVH +7,6%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+792 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+128 milhões), “Minérios
e metais” (+124 milhões) e “Agro-alimentares”
(+92 milhões de Euros).
Os
maiores decréscimos incidiram nos grupos
“Químicos” (-49 milhões) e “Energéticos”
(-41 milhões de Euros).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,2%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +13,6%) “Químicos” (16,5% do total e TVH de +8,2%), “Agro-alimentares” (14,2% e TVH de +3,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,5% e TVH de +13,3%)
e “Energéticos” (11,6% e TVH de +6,7%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra
de -42 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os
restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+492 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+380 milhões), “Químicos” (+300 milhões), “Minérios e metais” (+194 milhões), “Energéticos” (+175 milhões) e “Agro-alimentares” (+100 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro
a Abril de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,2% do
total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (3ª posição), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,4%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,5%), os EUA (4,8%), a Itália (4,0%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (2,4%), e Brasil (1,6%). Estes
dez países cobriram 76,0% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 31,6% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º
lugar, antecedida da França, EUA e Países Baixos).
Seguiram-se
a Alemanha (13,9%), a França (8,2%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a
China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,6%) e o Brasil
(1,4%).
Estes dez países cobriram 75,4% das
importações totais.
Alcochete, 10 de Junho de 2018.
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