Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2018
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), com última actualização em 10 de Julho de 2018, nos cinco primeiros meses
de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,2% face ao mesmo
período do ano anterior (+1420 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações
de +6,3% (+1798 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +9,4% (+1601 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros decresceram -3,1% (-181 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +8,1% (+1726 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +1,0% (+72 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+7,0%, ao situar-se em -5802 milhões de Euros (um acréscimo do défice de 378
milhões de Euros, cabendo 125 milhões ao comércio intracomunitário e 253 milhões
ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu uma décima, de 80,9%, em 2017, para 80,8%,
em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de
importação do petróleo, que no conjunto dos cinco primeiros meses de 2017 se
situou em 362 Euros/Ton, subiu para 418 Euros/Ton em igual período de 2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,1% e 7,4%
do total no período de Janeiro-Maio de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações em 2018 sobe de um total de 80,8% para 84,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Maio de 2018, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 76,6% do total (74,4% em 2017), cresceram em
valor +9,4%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,2%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,4%
do total em 2018 (25,6% em 2017), registaram um decréscimo em valor -3,1%,
contribuindo com -0,8 p.p. para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados em 2018 foram a Espanha (25,2%), a França (13,1%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,4%), os EUA (5,0%), a Itália (4,0%), os
Países Baixos (3,8%), Bélgica e Angola (2,5% cada), o Brasil (1,4%), Polónia e Marrocos
(1,3% cada), que representaram 78,3% das nossas exportações.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de -16,9% (-122,9 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos
de produtos, tendo as maiores descidas
incidido nos grupos “Agro-alimentares”
(-38,9 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑28,1 milhões), “Químicos”
(-27,6 milhões), “Minérios e metais”
(‑13,3 milhões) e “Produtos acabados
diversos” (-9,6 milhões de Euros). Os acréscimos
couberam aos grupos “Energéticos”
(+1,2 milhões de Euros), principalmente refinados do petróleo, “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,2 milhões),
essencialmente embarcações e estruturas flutuantes e “Material de transporte terrestre e partes” (+865 mil Euros), principalmente
veículos automóveis e tractores.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+6,2%), couberam a Espanha (+1,4 p.p.), França e Alemanha (+1,2
p.p. cada), Itália (+0,7 p.p.) e Áustria (+0,5 p.p.). Os maiores contributos
negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,4 p.p.) e Marrocos (‑0,2
p.p.).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço
comunitário, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguida da França,
da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a
Bélgica, a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a Hungria, a Roménia, a Eslovénia,
as Provisões de bordo, o Reino Unido e os Países Baixos.
Os maiores decréscimos couberam ao
Luxemburgo e à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para a Tunísia, seguida do Brasil. Com menor peso seguiram-se as Provisões
de Bordo, o Canadá e a Rússia. Os maiores
decréscimos couberam a Angola, China, Gibraltar, Marrocos, Arábia Saudita,
Costa do Marfim, Irão e Índia.
3.2 - Importações
Em 2018,
no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que
representaram 76,8% do total (75,6% no mesmo período de 2017), registaram um
acréscimo de +8,1% e contribuíram com +6,1 p.p. para uma taxa de crescimento
global de +6,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +1,0%,
representando 23,2% do total em 2018 (24,4% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +0,3 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,7%), a Alemanha
(13,9%) e a França (8,0%). Seguiram-se a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,2%),
a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,6%), a Federação Russa e os
EUA (1,6% cada), e o Brasil (1,5%), países que representaram no seu conjunto 77,4%
das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+6,3%) destacam-se a
Espanha (+2,5 p.p.), a Alemanha e a França (+1,0 p.p. cada), os Países Baixos,
a Itália e a Argélia (+0,4 p.p. cada), a China, a Bélgica e o Cazaquistão (+0,3
p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-0,8 p.p.), seguida
de Singapura (-0,6 p.p.) e da Colômbia e da Arábia Saudita (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif)
coube ao Reino Unido (+783 milhões de Euros), seguido dos saldos da França (+761
milhões), dos EUA (+737 milhões), de Marrocos (+252
milhões) e de Angola (+243 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3383
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1307 milhões), da Itália (-664
milhões), dos Países Baixos (-643 milhões) e da China (‑627 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos
de produtos (ver Anexo). Os grupos com
maior peso nas exportações de
mercadorias, representando 80,9% do total do período em análise em 2018, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do
total e TVH -1,2%), “Material de transporte
terrestre e partes” (14,2% e TVH +37,7%), “Químicos” (11,9% e TVH -3,0%), “Agro-alimentares”
(11,7% e TVH +3,2%) “Minérios e metais”
(9,9% e TVH +8,2%), “Produtos acabados
diversos” (9,5% e TVH +7,2%) e “Têxteis
e vestuário” (9,3% e TVH + 2,3%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+948 milhões), “Minérios
e metais” (+181 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+155 milhões) e “Agro-alimentares”
(+87 milhões de Euros).
Os
maiores decréscimos incidiram nos grupos
“Químicos” (-90 milhões) e “Máquinas,
aparelhos e partes” (-44 milhões de Euros).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,8% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +12,1%) “Químicos” (16,6% do total e TVH de +7,4%), “Agro-alimentares” (14,3% e TVH de +1,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,5% e TVH de +12,1%)
e “Energéticos” (11,1% e TVH de +1,7%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra
de -151 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os
restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+564 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+441 milhões), “Químicos” (+347 milhões), “Minérios e metais” (+251 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-102
milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre
os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro
a Maio de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do
total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, antecedida dos EUA, Brasil e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,4%), os EUA (5,0%), a Itália (4,0%), os
Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,5%), Angola (2,5%), e Brasil (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,9% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 31,7% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º
lugar, antecedida da França, EUA e Países Baixos).
Seguiram-se
a Alemanha (13,9%), a França (8,0%), a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,2%), a
China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,6%), a Rússia e os EUA (1,6%
cada).
Estes dez países cobriram 75,8% das
importações totais.
Alcochete, 12 de Julho de 2018.
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