1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 10 de Setembro de 2018, nos
primeiros sete meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +7,7%
face ao mesmo período do ano anterior (+2499 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +8,4% (+3361 milhões de Euros).
As exportações para o espaço
comunitário (expedições) registaram um aumento de +10,6% (+2539 milhões de
Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -0,5%
(-40 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes
dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +7,6% (+2325 milhões de
Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +10,8% (+1037 milhões de
Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+10,9%, ao situar-se em -8771 milhões de Euros (um acréscimo de 862 milhões de
Euros face a igual período do ano anterior, com uma redução de 214 milhões no
comércio intracomunitário e um aumento de 1076 milhões no extracomunitário). Em
termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações
desceu de 80,3%, em 2017, para 79,9%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente,
no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na
Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos sete
primeiros meses de 2017 se situou em 347 Euros/Ton, subiu para 436 Euros/Ton em
2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,0% e 7,4%
do total no período de Janeiro-Julho de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2018, de um total de 79,9% para 84,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,4%
do total (74,5% em 2017), cresceram em valor +10,6%, contribuindo com +7,9 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de
crescimento global de +7,7%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,6% do total em
2018 (25,5% em 2017), registaram um decréscimo em valor -0,5%, contribuindo negativamente,
com -0,1 p.p., para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados em 2018 foram a Espanha (25,5%), a França (13,0%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,1%), a Itália (4,2%), os
Países Baixos (3,9%), Angola (2,5%), a Bélgica (2,4%), 0 Brasil, Marrocos e a
Polónia (1,3% cada), e a China (1,1%), países que representaram 79,6% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –16,4% nos primeiros sete meses do ano (-171 milhões de Euros),
envolvendo dez dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑50,3 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑39,0 milhões), “Químicos”
(-34,5 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-21,5 milhões) e “Minérios
e metais” (‑13,5 milhões).
O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,3
milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações e estruturas
flutuantes.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+7,7%), couberam a Espanha (+2,1 p.p.), Alemanha (+1,4 p.p.), França
(1,3 p.p.), Itália (+0,9 p.p.) e Áustria (+0,5 p.p.).
Os
maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3
p.p.), Taiwan e Reino Unido (-0,1 p.p.
cada).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço
comunitário no período de Janeiro a Julho de 2018, em termos homólogos, verificou-se
em Espanha, seguido dos da Alemanha, da França, da Itália e da Áustria. Com
menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a
Bélgica, as Provisões de bordo, a Hungria, a Roménia, os Países Baixos, a
Dinamarca e a Eslovénia,
Os maiores decréscimos couberam à
Irlanda e ao Reino Unido.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para os EUA, seguidas das Provisões de Bordo, da Tunísia, do Brasil,
da Austrália e da Turquia. Os maiores decréscimos
couberam a Angola, China, Arábia Saudita, Líbano, Taiwan, Costa do Marfim,
Emiratos Árabes, Irão e África do Sul.
3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas)
com origem na UE, que representaram 75,6% do total (76,2% no mesmo período de 2017),
registaram um acréscimo de +7,6% e contribuíram com +5,8 p.p. para uma taxa de
crescimento global de +8,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +10,8%,
representando 24,4% do total em 2018 (23,8% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +2,6 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha
(13,9%) e a França (7,7%). Seguiram-se a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,1%),
a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Federação Russa (1,7%),
os EUA (1,6%) e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,4%
das nossas importações totais.
Entre os maiores contributos positivos para o crescimento
das importações (+8,4%) destacam-se a Espanha (+1,8 p.p.), a Alemanha (+1,4
p.p.), a França (+0,9 p.p.), o Cazaquistão (+0,7 p.p.), a China e os Países
Baixos (+0,4% cada), a Itália e a Turquia (+0,3 p.p. cada), e a Bélgica (+0,2
p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa (-0,5 p.p.), a
Singapura e ao Brasil (-0,4 p.p. cada) e à Colômbia (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam a França (+1164 milhões de Euros), EUA (+1071 milhões) e Reino Unido
(+1050 milhões) . Seguiram-se Angola (+380
milhões) e Marrocos (+355 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4725
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1954 milhões), da China (-944
milhões), da Itália (‑931 milhões) e dos Países Baixos (-897 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11
grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias em 2018, representando 80,6% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do
total e TVH -0,4%), “Material de
transporte terrestre e partes” (14,1% e TVH +40,1%), “Químicos” (11,8% e TVH -2,2%), “Agro-alimentares”
(11,6% e TVH +4,5%) “Minérios e metais”
(9,9% e TVH +9,7%), “Produtos acabados
diversos” (9,5% e TVH +7,4%) e “Têxteis
e vestuário” (9,4% e TVH + 2,4%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+1,4 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+303 milhões), “Energéticos” (+281 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+227 milhões) e “Agro-alimentares”
(+175 milhões) e “Madeira, cortiça e
papel” (+122 milhões de Euros).
O maiores
decréscimo incidiu no grupo “Químicos” (-90 milhões de Euros).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,8% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +11,1%), “Químicos” (16,3% do total e TVH de +8,1%), “Agro-alimentares” (14,3% e TVH de +2,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,9% e TVH de +11,4%)
e “Energéticos” (12,0% e TVH de +13,0%).
À
excepção do grupo “Aeronaves, embarcações
e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -93 milhões de Euros face ao
período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos
nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+751 milhões
de Euros), “Energéticos” (+603
milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+576 milhões), “Químicos”
(+534 milhões) e “Minérios e metais”
(+407 milhões de Euros). ~
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro
a Julho de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do
total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,0%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,1%), a Itália (4,2%), os
Países Baixos (3,9%), Angola (2,5%), a Bélgica (2,4%), e a Polónia (1,3%). Estes
dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º
lugar, antecedida da França, Alemanha, EUA e Países Baixos).
Seguiram-se
a Alemanha (13,9%), a França (7,7%), a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,1%), a
China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Rússia (1,7%) e os EUA
(1,6%).
Estes dez
países cobriram 75,1% das importações totais.
Alcochete, 11 de Setembro de 2018.