Exportações e importações de
Produtos Industriais Transformados,
Produtos Industriais Transformados,
por níveis de intensidade tecnológica
(2013-2017 e 1º Semestre 2017-2018)
(disponível para download > aqui)
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1 - Nota introdutória
A evolução do nível de
intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais
Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um
reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um
importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar,
a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE) para o período 2013-2017 e 1º Semestre de 2018, com última actualização em
9/8/2018, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na
óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade
tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com
base na Revisão-3 da “International Standard Industrial Classification”
(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia
- 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28,
351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
A partir da tabela correspondente ao ano de
2007, com recurso à “Classificação Tipo
do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos
em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas
alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o
período de 2007 a 2018, com algumas rectificações introduzidas à tabela
utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na
exportação global portuguesa oscilou, no período de
2013 a 2017, entre 94,8% e 94,3%, situando-se em 94,4% e 94,5% respectivamente
nos primeiros semestres de 2017 e de 2018.
Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do
conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2018 incidiu
na Baixa tecnologia (34,4%), seguido da Média-alta tecnologia
(32,0%), da Média-baixa tecnologia (25,0%) e da Alta tecnologia (8,6%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por
ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2018, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (34,7%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de
precisão” (33,4%), os “Produtos
farmacêuticos” (20,6%), os produtos da “Aeronáutica
e aeroespacial” (7,0%) e o “Equipamento
de escritório e computação” (4,3%).
A Média-alta
tecnologia engloba, ainda por
ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (46,2%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente
não eléctricos” (19,5%), os “Produtos
químicos, excepto farmacêuticos” (16,8%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (15,2%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento
de transporte” (2,3%).
Na Média-baixa
tecnologia perfilam-se, por
ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (27,9%),
os “Produtos da borracha e do plástico” (24,0%),
a “Fabricação de produtos metálicos,
excluindo máquinas e equipamentos” (18,3%), a “Metalurgia de base” (14,8%),
os “Produtos minerais não metálicos” (14,6%)
e, residualmente, a “Construção e
reparação naval” (0,4%).
Por fim,
na Baixa
tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (39,1%),
os “Produtos alimentares, bebidas e
tabaco” (27,7%), a “Pasta, papel,
cartão e publicações” (13,6%), as
“Manufacturas não especificadas e
reciclagem” (11,0%) e a “Madeira e
produtos da madeira e cortiça” (8,6%).
As exportações
anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram
sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos. Verificaram-se desacelerações,
face ao ano anterior, nas exportações dos produtos de Média-alta tecnologia em 2016 e de Média-baixa
tecnologia em 2014 e 2016.
4 – Mercados de destino das exportações
no 1º Semestre de 2017 e de 2018
As exportações, e
designadamente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal
destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2018 as
exportações para o espaço comunitário representaram 76,0% do Total destes
produtos (74,1% em 2017), contra 24,0% para os países terceiros (25,9% em
2017). O maior peso relativo da União Europeia, por níveis de intensidade
tecnológica incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (82,9%).
Seguiram-se a Baixa
tecnologia (76,9%), a Alta tecnologia (71,6%) e a Média-baixa
tecnologia (67,6%).
Os países
constantes do quadro seguinte representaram 71,9% das exportações globais
portuguesas no 1º Semestre de 2018 e a mesma percentagem nas exportações de Produtos
Industriais Transformados.
Entre estes oito países
destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,9%
do total), seguida da França (13,6%) e da Alemanha (12,2%). Com pesos menores
alinham-se o Reino Unido (6,4%), os EUA (5,2%), os Países Baixos (4,2%), a
Itália (3,8%) e Angola (2,6%).
No 1º Semestre de 2018 a
Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa
tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Entre os quatro níveis de
intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações
para Espanha, França, Itália e Países Baixos, a Média-baixa
prevaleceu nos EUA, a Média-alta em nenhum deles e a Alta
na Alemanha e em Angola.
Na figura seguinte encontra-se
representada a distribuição das exportações para cada um destes mercados por
níveis de intensidade tecnológica.
5 – Importação de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação
global portuguesa aumentou, no período de 2013 a 2017, de 77,1% para 84,0%, com
85,0% em 2016, situando-se em 84,3% e 83,6% respectivamente no primeiro
semestre de 2017 e de 2018.
Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2018 o maior
peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu
na Média-alta tecnologia (41,3%), seguida da Baixa tecnologia (26,6%), da Média-baixa
tecnologia (16,7%) e da
Alta tecnologia (15,4%).
Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por
ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2018, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (30,7%), os “Produtos farmacêuticos” (28,4%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de
precisão” (18,2%), o “Equipamento de
escritório e computação” (12,0%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (10,7%).
No mesmo
período, a Média-alta tecnologia
engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (39,0%), os “Produtos químicos, excepto
farmacêuticos” (28,6%), as “Máquinas
e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,8%), as “Máquinas
e aparelhos eléctricos n.e.” (10,0%) e
o “Equipamento ferroviário e outro
equipamento de transporte” (1,6%).
Na Média-baixa
tecnologia perfilam-se, por
ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, a “Metalurgia de base” (37,8%), os “Produtos da borracha e do plástico” (23,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo
máquinas e equipamentos” (17,3%), os “Refinados
de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (12,2%), os “Produtos minerais não metálicos” (8,8%)
e residualmente, a “Construção e
reparação naval” (0,2%).
Na Baixa
tecnologia alinham-se, por
ordem decrescente do seu peso, os “Produtos
alimentares, bebidas e tabaco” (43,0%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (33,4%), a “Pasta, papel, cartão e publicações”
(9,6%), as “Manufacturas não
especificadas e reciclagem” (9,4%) e a “Madeira
e produtos da madeira e cortiça” (4,6%).
As
importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram
sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos, bem como em todos os níveis de
intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se
verificaram desacelerações nos anos de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimentos
relativo com maior amplitude verificaram-se na Média-alta tecnologia (+44,6% em 2017, face a 2013)
e na Alta
tecnologia (+37,9% em 2017, face a
2013).
6 – Mercados de origem das importações
no
1º Semestre de 2017 e de 2018
À semelhança das exportações, as
importações portuguesas, e designadamente as de Produtos Industriais
Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2018 as importações
provenientes do espaço comunitário representaram 84,6% do Total destes produtos
industriais (83,4% em igual período de 2017), contra 15,4% das oriundas dos
países terceiros (16,6% no 1º Semestre de 2017).
No primeiro semestre do ano o
maior peso relativo da União Europeia, por níveis de intensidade tecnológica,
incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (87,5%).
Seguiram-se a Média-baixa
tecnologia (82,8%), a Alta tecnologia (82,6%) e a Baixa
tecnologia (82,3%).
Os países
constantes do quadro seguinte representaram 71,9% das importações globais
portuguesas no 1º Semestre de 2018 e 80,3% das importações de produtos
industriais transformados.
Entre estes oito países
destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (33,5%
do total), seguida da Alemanha (16,3%) e da França (8,8%). Com pesos inferiores
alinham-se depois a Itália (6,3%), os Países Baixos (5,8%), a China (3,5%), a Bélgica
(3,3%) e o Reino Unido (2,8%).
Neste 1º Semestre de 2018 a
Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologia, cabendo à Alemanha o
primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se
representada a distribuição das importações com origem em cada um destes
mercados, por níveis de intensidade tecnológica.
7 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade
tecnológica
Ao longo do período em
análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de Produtos
Industriais Transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de +828
milhões de Euros.
O saldo da balança comercial
dos produtos de Média-baixa tecnologia
e de Baixa tecnologia foi sempre positivo,
enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi sempre negativo.
Alcochete, 8 de Setembro de 2018.
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