terça-feira, 11 de setembro de 2018

Export/Import - níveis de intensidade tecnológica-1º Semestre 2018

Exportações e importações de 
Produtos Industriais Transformados,
por níveis de intensidade tecnológica
(2013-2017 e 1º Semestre 2017-2018)
(disponível para download > aqui)


1 - Nota introdutória
A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2013-2017 e 1º Semestre de 2018, com última actualização em 9/8/2018, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
 A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2018, com algumas rectificações introduzidas à tabela utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2013 a 2017, entre 94,8% e 94,3%, situando-se em 94,4% e 94,5% respectivamente nos primeiros semestres de 2017 e de 2018.


Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2018 incidiu na Baixa tecnologia (34,4%), seguido da Média-alta tecnologia (32,0%), da Média-baixa tecnologia (25,0%) e da Alta tecnologia (8,6%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2018, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (34,7%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (33,4%), os “Produtos farmacêuticos” (20,6%), os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (7,0%) e o “Equipamento de escritório e computação” (4,3%).
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (46,2%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (19,5%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (16,8%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (15,2%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,3%)

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (27,9%), os “Produtos da borracha e do plástico” (24,0%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (18,3%), a “Metalurgia de base” (14,8%), os “Produtos minerais não metálicos” (14,6%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,4%).
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (39,1%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (27,7%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (13,6%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (11,0%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (8,6%).
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos. Verificaram-se desacelerações, face ao ano anterior, nas exportações dos produtos de Média-alta tecnologia em 2016 e de Média-baixa tecnologia em 2014 e 2016.


4 – Mercados de destino das exportações
      no 1º Semestre de 2017 e de 2018
As exportações, e designadamente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2018 as exportações para o espaço comunitário representaram 76,0% do Total destes produtos (74,1% em 2017), contra 24,0% para os países terceiros (25,9% em 2017). O maior peso relativo da União Europeia, por níveis de intensidade tecnológica incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (82,9%).
Seguiram-se a Baixa tecnologia (76,9%), a Alta tecnologia (71,6%) e a Média-baixa tecnologia (67,6%).


Os países constantes do quadro seguinte representaram 71,9% das exportações globais portuguesas no 1º Semestre de 2018 e a mesma percentagem nas exportações de Produtos Industriais Transformados.


Entre estes oito países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,9% do total), seguida da França (13,6%) e da Alemanha (12,2%). Com pesos menores alinham-se o Reino Unido (6,4%), os EUA (5,2%), os Países Baixos (4,2%), a Itália (3,8%) e Angola (2,6%).
No 1º Semestre de 2018 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Entre os quatro níveis de intensidade tecnológica, a Baixa tecnologia predominou nas exportações para Espanha, França, Itália e Países Baixos, a Média-baixa prevaleceu nos EUA, a Média-alta em nenhum deles e a Alta na Alemanha e em Angola.

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para cada um destes mercados por níveis de intensidade tecnológica.


5 – Importação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, no período de 2013 a 2017, de 77,1% para 84,0%, com 85,0% em 2016, situando-se em 84,3% e 83,6% respectivamente no primeiro semestre de 2017 e de 2018.

Por níveis de intensidade tecnológica, no 1º Semestre de 2018 o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (41,3%), seguida da Baixa tecnologia (26,6%), da Média-baixa tecnologia (16,7%) e da Alta tecnologia (15,4%).

Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no 1º Semestre de 2018, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (30,7%), os “Produtos farmacêuticos” (28,4%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (18,2%), o “Equipamento de escritório e computação” (12,0%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (10,7%).
No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (39,0%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (28,6%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (20,8%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (10,0%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (1,6%).
Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 2018, a “Metalurgia de base” (37,8%), os “Produtos da borracha e do plástico” (23,6%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (17,3%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (12,2%), os “Produtos minerais não metálicos” (8,8%) e residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,2%).
Na Baixa tecnologia alinham-se, por ordem decrescente do seu peso, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (43,0%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (33,4%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,6%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (9,4%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,6%).

As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos cinco anos, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica à excepção da Média-baixa tecnologia, em que se verificaram desacelerações nos anos de 2015 e 2016.
Os ritmos de crescimentos relativo com maior amplitude verificaram-se na Média-alta tecnologia (+44,6% em 2017, face a 2013) e na Alta tecnologia (+37,9% em 2017, face a 2013).



6 – Mercados de origem das importações
      no 1º Semestre de 2017 e de 2018
À semelhança das exportações, as importações portuguesas, e designadamente as de Produtos Industriais Transformados, têm por principal origem o espaço comunitário.
No 1º Semestre de 2018 as importações provenientes do espaço comunitário representaram 84,6% do Total destes produtos industriais (83,4% em igual período de 2017), contra 15,4% das oriundas dos países terceiros (16,6% no 1º Semestre de 2017).
No primeiro semestre do ano o maior peso relativo da União Europeia, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (87,5%).
Seguiram-se a Média-baixa tecnologia (82,8%), a Alta tecnologia (82,6%) e a Baixa tecnologia (82,3%).


Os países constantes do quadro seguinte representaram 71,9% das importações globais portuguesas no 1º Semestre de 2018 e 80,3% das importações de produtos industriais transformados.

Entre estes oito países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (33,5% do total), seguida da Alemanha (16,3%) e da França (8,8%). Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (6,3%), os Países Baixos (5,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,3%) e o Reino Unido (2,8%).

Neste 1º Semestre de 2018 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologia, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia.
Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


7 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados
       por níveis de intensidade tecnológica
Ao longo do período em análise, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de Produtos Industriais Transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de +828 milhões de Euros.
O saldo da balança comercial dos produtos de Média-baixa tecnologia e de Baixa tecnologia foi sempre positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi sempre negativo.






              Alcochete, 8 de Setembro  de 2018.



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