Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com África
(2016-2017)
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1 - Balança
Comercial
De acordo
com dados de base veiculados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para
os anos de 2016 e 2017, em 2017, o comércio internacional de mercadorias de
Portugal com o conjunto dos 59 países africanos representou 8,0% das exportações
totais (8,3% em 2016) e 3,0% das importações (3,5% em 2016). Face ao conjunto
dos países terceiros, o seu peso foi, respectivamente, 30,7% (33,2% em 2016) e 12,6%
(15,9% em 2016).
Neste trabalho os países africanos estão agrupados em três componentes:
África do Norte (28,3% das
importações portuguesas de África e 31,7% das exportações em 2017), Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa (PALOP) (16,3% e 54,4%, respectivamente) e Outros África (55,4% e 13,9%).
A Balança
Comercial de mercadorias de Portugal com África foi favorável a Portugal nos
dois últimos anos, tendo sido positivo o saldo com os países da África do Norte
e com os PALOP e deficitária a balança com os Outros África.
Em 2017 o
maior saldo positivo verificou-se com Angola (+1508 milhões de Euros) e o maior
défice com a Guiné Equatorial (-382 milhões).
2 – Principais destinos e origens das trocas de mercadorias
entre Portugal e África
2.1 - Destinos das exportações
Entre os
países da África do Norte, que representaram
31,7% do total das exportações portuguesas para África em 2017, com uma taxa de
variações homóloga (TVH), face ao ano anterior, de -8,4%, as maiores exportações
incidiram em Marrocos (52,7% da região e 16,7% do conjunto dos países africanos,
com TVH de +2,6%), seguido da Argélia, da Tunísia e do Egipto. A quebra em
valor ficou a dever-se a decidas nas exportações para a Argélia (-36,2%) e para
a Líbia (-52,1%).
Entre os PALOP, que representaram 54,4% das
exportações para África em 2017 com uma TVH de +12,5% face ao ano anterior, o
destaque vai para Angola (40,9% das exportações para África, 75,0% dos PALOP e
TVH +19,0%), seguida de Cabo Verde e de Moçambique.
No
conjunto dos Outros África (13,9% do total do continente), destacaram-se, por ordem
decrescente de valor, a África do Sul, a grande distância dos restantes, o Gana,
a Costa do Marfim, o Senegal, os Camarões, a Nigéria, o Quénia, a Guiné, o Burkina
Faso, a Guiné Equatorial e a Mauritânia.
Do quadro
seguinte constam as quotas de mercado das exportações portuguesas nos principais
mercados de destino africanos, bem como a taxa de variação homóloga das
importações globais em cada um dos países entre 2016 e 2017 e correspondentes
taxas de variação das exportações portuguesas.
2.2 - Origens das importações
Entre os
países da África do Norte, que
representaram 28,3% das importações portuguesas oriundas da África,
destacaram-se em 2017 a Argélia e Marrocos, seguidas do Egipto e da Tunísia.
Nas importações
com origem nos PALOP, 16,3% do total
África, predominou Angola, a grande distância de Moçambique e de Cabo Verde. As
importações provenientes de Angola registaram em 2017 uma quebra de -65,6% face
ao ano anterior.
As
importações provenientes dos Outros
África cresceram +67,1% entre 2016 e 2017, tendo representado 55,4% do
total África, contra 31,6% no ano anterior. Os fornecimentos da Guiné
Equatorial saltaram de 87,6 para 394,5 milhões de Euros, ocupando a primeira
posição, que no ano anterior era ocupada pela África do Sul, apesar de as
importações com esta origem terem crescido +40,0%. Aumentos importantes
ocorreram também nos três países seguintes no “ranking”, os Camarões (+36,1%), o Congo (+1019,9%) e a Nigéria
(+654,7%).
Em anexo apresentam-se
quadros com os destinos e origens das exportações e importações dos 59 países,
em valor, TVH e estrutura, em 2016 e 2017 (Anexos
1 e 2).
3 – Exportações portuguesas
para África por grupos de produtos
Os grupos
de produtos (ver definição do conteúdo no
Anexo 3) com maior peso nas exportações portuguesas de mercadorias para o
conjunto dos países africanos foram, em 2017, “Máquinas” (19,1% do Total), “Agro-alimentares”
(16,7%), “Minérios e metais” (15,2%)
e “Químicos” (13,5%). Seguiram-se os
grupos “Energéticos” (9,8%), “Produtos acabados diversos” (8,2%), ”Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Material de transporte terrestre e partes”
(4,3%), “Têxteis e vestuário” (3,8%),
“Calçado, peles e couros” (1,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,2%).
Decresceram,
face ao ano anterior, as exportações de ”Aeronaves,
embarcações e partes” (-14,1 milhões de Euros) e praticamente estabilizaram
as de “Madeira, cortiça e papel”, tendo
aumentado nos restantes grupos de produtos.
Os maiores
acréscimos incidiram nos grupos “Químicos”
(+78,5 milhões de Euros), “Agro-alimentares”
(+60,6 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (+43,2 milhões de Euros).
África do Norte
Nas
exportações para o conjunto dos países da África do Norte os grupos de produtos
dominantes em 2017 foram ”Minérios e
metais” (22,4% do Total), “Energéticos”
(20,0%), “Madeira, cortiça e papel”
(13,5%), “Máquinas” (13,4%) e “Químicos” (10,3%).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário”
(5,5%), “Produtos acabados diversos”
(4,6%), “Material de transporte terrestre
e partes” (4,5%), “Agro-alimentares”
(3,3%), “Calçado, peles e couros”
(2,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,3%).
Para a
quebra global de -8,4% face ao ano anterior (-126,8 milhões de Euros), contribuíram
principalmente os grupos de produtos “Máquinas”
(-50,7 milhões), “Energéticos” (-48,7
milhões” e “Minérios e metais” (-47,0
milhões de Euros). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre”
(+24,2 milhões de Euros) e “Madeira,
cortiça e papel” (+9,2 milhões).
PALOP
Nas
exportações para o conjunto dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
destacaram-se, em 2017, pelo seu peso relativo, os grupos de produtos “Agro-alimentares” (26,3% do Total), “Máquinas” (23,4%), “Químicos” (16,6%), “Produtos
acabados diversos” (10,6%) e “Minérios
e metais” (9,9%). Seguiram-se os grupos “Madeira,
cortiça e papel” (4,3%), “Têxteis e
vestuário” (2,7%), “Energéticos”
(2,7%), “Material de transporte terrestre
e partes” (2,2%), “Calçado, peles e
couros” (1,2%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,1%).
Em três
dos onze grupos de produtos registaram-se quebras face ao ano anterior,
designadamente em “Madeira, cortiça e
papel” (-8,0 milhões de Euros), “Aeronaves,
embarcações e partes” (-1,7 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (-111 mil Euros).
Os
maiores aumentos ocorreram nos grupos “Químicos”
(66,1 milhões de Euros), “Agro-alimentares”
(56,5 milhões), “Máquinas” (54,4
milhões) e “Minérios e metais” (52,1
milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos”
(+22,1 milhões), “Têxteis e vestuário” (+14,9 milhões), “Energéticos (+5 milhões)
e “Material de transporte terrestre e partes” (+3,3 milhões).
Outros África
No
conjunto dos restantes países, as exportações por grupos de produtos, em 2017,
ordenaram-se da seguinte forma: “Minérios
e metais” (19,4%), “Máquinas”
(15,4%), “Energéticos” (14,9%), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,5%), “Agro-alimentares” (9,3%), “Químicos” (8,5%), “Produtos acabados diversos” (7,2%), “Madeira, cortiça e papel” (6,8%), “Têxteis e vestuário” (4,7%), “Calçado,
peles e couros” (0,7%) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,3%).
Decresceram,
face a 2016, as exportações dos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (-16,3 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-5,0 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-1,2 milhões).
O maior
aumento ocorreu no grupo “Energéticos”
(+58,0 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+15,7 milhões), “Máquinas” (+12,9 milhões), “Minérios e
metais” (+11,4 milhões), “Químicos” (+10,0 milhões), “Agro-alimentares” (+9,3 milhões), “Têxteis e vestuário” (+4,4 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+617 mil Euros).
4 – Importações portuguesas
de África por grupos de produtos
Mais de
metade das importações portuguesas provenientes do conjunto dos países africanos
reportam-se a produtos “Energéticos”
(57,8% do total em 2017 e 63,0% em 2016). O segundo grupo com maior peso foi,
em 2017, “Agro-alimentares” (20,9%).
Com menor expressão seguiram-se os grupos “Químicos”
(4,8%), “Têxteis e vestuário” (3,5%),
“Máquinas” (3,3%), “Minérios e metais” (2,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (2,5%),
“Madeira, cortiça e papel” (2,1%), “Calçado, peles e couros” (2,0%), “Produtos acabados diversos” (0,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,1%).
Decresceram
em 2017, face ao ano anterior, as importações dos grupos “Energéticos” (‑168,9 milhões de Euros), de “Máquinas” (-12,9 milhões), de “Madeira,
cortiça e papel” (-8,2 milhões), de “Calçado,
peles e couros” (-582 mil Euros) e de “Aeronaves,
embarcações e partes” (-172 mil Euros).
Os
maiores acréscimos verificaram-se mos grupos “Agro-alimentares” (+37,4 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+30,5 milhões), “Químicos” (+12,8 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (+4,4 milhões), “Produtos acabados diversos” (+4,0 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+2,7 milhões de Euros).
África do Norte
Nas
importações provenientes da África do Norte predominou o grupo “Energéticos” (53,3% do total em 2017 e
47,9% em 2016). Seguiram-se, em 2017, os grupos “Químicos” (12,0%), “Máquinas”
(9,4%), “Agro-alimentares” (8,1%), “Calçado,
peles e couros” (6,2%), “Têxteis e
vestuário” (5,6%), “Minérios e metais”
(5,5%), “Madeira, cortiça e papel”
(3,1%), “Produtos acabados diversos”
(1,2%), “Material de transporte terrestre
e partes” (1,1%) e “Aeronaves, embarcações
e partes” (0,1%).
Os maiores
decréscimos, entre os dois anos, ocorreram nos grupos “Energéticos” (-50,8 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (-4,8 milhões de Euros), “Madeira, cortiça e papel” (-3,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,3 milhões) e “Máquinas” (-1,4 milhões”). Por sua vez,
os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Minérios
e metais” (+19,9 milhões de Euros), “Produtos
acabados diversos” (+4,9 milhões) e “Químicos”
(+2,7 milhões de Euros).
PALOP
Também no
conjunto dos PALOP prevaleceu, nas importações, o grupo “Energéticos” (75,5% do Total em 2017 e 91,5% em 2016, seguido de “Agro-alimentares” (15,1%).
O peso
dos restantes grupos oscilou entre apenas 1,8% e 0,2%.
Nas
importações de produtos “Energéticos”
registou-se uma acentuada quebra de -530,9 milhões de Euros, centrada em
Angola.
Seguiram-se
descidas nos grupos “Máquinas” (-1,9
milhões de Euros), “Têxteis e vestuário”
(-1,7 milhões), “Material de transporte terrestre
e partes” (-784 mil euros) e “Minérios
e metais” (-116 mil Euros).
O maior
acréscimo nas importações ocorreu no grupo “Agro-alimentares”
(+10,5 milhões de Euros), seguido dos grupos “Madeira, cortiça e papel” (+2,1 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+813 mil Euros) e “Químicos” (282 mil Euros).
Outros África
Com o
grupo “Energéticos” ainda em destaque
(57,8% do Total), seguiu-se em 2017, nas importações portuguesas provenientes dos
países Outros África, o grupo “Agro-alimentares”
(29,1%).
Com pesos
muito inferiores, de referir os grupos “Material
de transporte terrestre e partes” (3,7%), “Têxteis e vestuário” (3,0%), “Químicos”
(2,5%), “Madeira, cortiça e papel” (1,9%)
e “Minérios e metais” (1,4%).
O maior
acréscimo nas importações ocorreu no grupo “Energéticos”
(+412,5 milhões de Euros), seguido dos grupos “Agro-alimentares” (+31,7 milhões), “Minérios e metais” (+10,8 milhões), “Químicos” (9,8 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (7,5 milhões” e “Têxteis e vestuário” (+4,6 milhões de Euros).
5 – Importações e
exportações de “Energéticos” por
mercados
Conforme
se verifica, as importações portuguesas dominantes em cada um dos três conjuntos de países
africanos considerados, incidem em sua grande parte no grupo de produtos “Energéticos”: África do Norte 47,9% em
2017; PALOP 75,5%; Outros África 57,8%.
Estas
importações centram-se nos óleos brutos de petróleo, que representaram
97,2% do total dos fornecimentos de produtos “Energéticos” em 2016 (1,3 mil milhões de Euros) e 94,8% em 2017
(1,1 mil milhões).
Em 2017,
as importações provenientes da África do Norte tiveram origem principalmente na
Argélia, as dos PALOP em Angola e as dos Outros África na Guiné Equatorial, nos
Camarões, no Congo e na Nigéria.
Estes
dois últimos países não haviam fornecido estes óleos em 2016, tendo por sua vez
o Gabão e o Gana deixado de os exportar para Portugal em 2017.
Parte
destes óleos, depois de transformados, são posteriormente exportados de
Portugal para África, agora principalmente na forma de refinados de petróleo
e óleos lubrificantes, que representaram 93,9% das exportações de produtos
do grupo “Energéticos” em 2016 (390,9
milhões de Euros) e 94,8% em 2017 (408,6 milhões).
Estas
exportações destinaram-se principalmente a Marrocos e à Tunísia, na África do
Norte, à Guiné-Bissau e a Angola, entre os PALOP, e a Gana, Costa do Marfim,
Tanzânia e Togo, entre os Outros África.
Alcochete, 23 de Dezembro de 2018.
Anexo 1
Anexo 2
Anexo 3