segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Série mensal Jan-Out 2018 - Comércio internacional



Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Outubro de 2018 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Dezembro de 2018, nos primeiros dez meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,5% face ao mesmo período do ano anterior (+2987 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,5% (+4347 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,4% (+3195 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,7 (-208 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +6,6% (+2886 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +10,5% (+1461 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +11,3%, ao situar-se em -13417 milhões de Euros (um acréscimo de 1359 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com uma redução de 309 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 1669 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,1%, em 2017, para 78,4%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos dez primeiros meses de 2017 se situou em 345 Euros/Ton, subiu para 452 Euros/Ton em 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,2% e 7,1% do total no período de Janeiro-Outubro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 78,4% para 83,0%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,0% do total (74,0% em 2017), cresceram em valor +9,4%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,5%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0% do total em 2018 (26,0% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,7% contribuindo negativamente, com -0,5 p.p., para a taxa de crescimento global. 


Os principais mercados de destino foram a Espanha (25,3%), a França (12,7%), a Alemanha (11,6%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), o Brasil (1,4%), a Polónia (1,3%), Marrocos (1,3%) e a China (1,2%), países que representaram 79,0% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –14,6% nos primeiros dez meses do ano (-218,9 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑62,1 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑60,2 milhões), “Químicos” (-40,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (-24,6 milhões) e “Minérios e metais” (‑15,9 milhões de Euros).
O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,8 milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações de pesca. 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+6,5%), couberam a Espanha (+1,7 p.p.), França (+1,1 p.p.), Alemanha (1,0 p.p.), Itália (+1,0 p.p.), Áustria (+0,4 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE (0,3 p.p.) e Polónia (0,2 p.p.).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.),  Brasil (-0,2 p.p.) e Taiwan (-0,1 p.p.).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no período de Janeiro a Outubro de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da França, da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, as Provisões de bordo, a Suécia, a Bélgica, a Hungria a Dinamarca, a Lituânia e a Finlândia. Os maiores decréscimos couberam à Irlanda e ao Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para Provisões de bordo, seguidas da Turquia, da Austrália, dos EUA, do Canadá, da Tunísia, do México, de Israel, do Chile e da Argentina. Os maiores decréscimos couberam a Angola, à China, ao Brasil, ao Líbano, a Ghana, a Gibraltar, à Arábia Saudita, a Taiwan, ao Irão e ao Bahrein.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 75,4% do total (76,0% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +6,6% e contribuíram com +5,0 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +10,5%, representando 24,6% do total em 2018 (24,0% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,5 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,3%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,2%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Federação Russa (1,8% cada), os EUA (1,7%) e o Brasil (1,3%), países que representaram no seu conjunto 76,4% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+7,5%) destacam-se a Espanha (+1,7 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França (0,7%), o Cazaquistáo (0,5%), os EUA e a China (+0,4 p.p. cada), seguidos da Turquia, Itália, Bélgica e Países Baixos (+0,3 p.p. cada) e da Argélia e Rep.Checa (0,2p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura e ao Brasil (-0,5 p.p. cada), à Federação Russa (-0,4 p.p.) e à Colômbia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1538 milhões de Euros), à França (+1518) e  aos EUA (+1397 milhões). Seguiram-se Angola (+1284 milhões) e Marrocos (+478 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7144 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2861 milhões), da China (-1403 milhões), dos Países Baixos (-1370 milhões), e da Itália (‑1285 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,8% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH -1,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,7% e TVH +35.8%), “Químicos” (12,2% e TVH +1,8%), “Agro-alimentares” (12,1% e TVH +4,9%) “Minérios e metais” (9,8% e TVH +8,0%), “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +6,3%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 2,5%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,8 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+355 milhões), “Agro-alimentares” (+274 milhões), “Produtos acabados diversos” (+271 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+214 milhões) e “Energéticos” (+144 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-117 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-92 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-37 milhões).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,6%), “Químicos” (16,3% do total e TVH de +8,6%), “Agro-alimentares” (14,7 e TVH +2,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH +9,1%) e “Energéticos” (12,2% e TVH de +12,9%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -179 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+948 milhões), “Energéticos” (+863 milhões), “Químicos” (+805 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+647 milhões), e “Minérios e metais” (+489 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Outubro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (11,6%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), e o Brasil (1,4%). Estes dez países cobriram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,3% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida dos EUA, da Alemanha, da França e dos Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,5%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,2%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Rússia (1,8%) e os EUA (1,7%).
Estes dez países cobriram 75,1% das importações totais.

Alcochete, 17 de Dezembro de 2018.


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