Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Novembro de 2018
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Janeiro de 2019, nos
primeiros onze meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,9%
face ao mesmo período do ano anterior (+2504 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +7,9% (+5026 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um
aumento de +7,5% (+2843 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações
para os países terceiros decresceram -2,6% (-339 milhões de Euros). Por sua
vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários
(chegadas) aumentaram +6,8% (+3319 milhões de Euros), com as importações originárias
dos países terceiros a crescerem +11,3% (+1707 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial
externo (Fob-Cif) aumentou +19,4%, ao situar-se em -15489 milhões de Euros (um acréscimo
de 2522 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com um aumento
de 476 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 2045 milhões no
extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 79,7%, em 2017, para 77,5%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos onze
primeiros meses de 2017 se situou em 349 Euros/Ton, subiu para 456 Euros/Ton em
2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,1% e 6,9%
do total no período de Janeiro-Novembro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 77,5% para 82,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,1%
do total (74,2% em 2017), cresceram em valor +7,5%, contribuindo com +5,6 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,9%. As exportações para o espaço
extracomunitário, que representaram 23,9% do total em 2018 (25,8% em 2017),
registaram um decréscimo em valor -2,6% contribuindo negativamente, com -0,7
p.p., para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino foram a Espanha (25,5%), a França (12,7%), a
Alemanha (11,5%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), o Brasil (1,4%), a Polónia
(1,3%), Marrocos (1,2%), as Provisões de Bordo Extra-UE (1,2%) e a China (1,2%),
países que representaram 80,1% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –15,3% nos primeiros onze meses do ano (-254,1 milhões de Euros),
envolvendo dez dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑81,8 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑63,8 milhões), “Químicos”
(-44,3 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-27,6 milhões) e “Minérios
e metais” (‑17,3 milhões de Euros).
O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,8
milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações de pesca.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+4,9%), couberam a Espanha (+1,5 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), França
(+0,8 p.p.), Alemanha (+0,6 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE (+0,3 p.p.), Áustria
(+0,3 p.p.), Provisões de Bordo Intra-UE (+0,2 p.p.), Polónia (+0,2 p.p.) e
Eslováquia (+0,2 p.p.).
Os
maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3
p.p.), Brasil (-0,2 p.p.) e Reino Unido
(-0,1 p.p.).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço comunitário
no período de Janeiro a Novembro de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha,
seguido dos da Itália, da França, da Alemanha e da Áustria. Com menor expressão
alinharam-se depois as Provisões de bordo, a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a
Bélgica, a Hungria, a Lituânia, a Finlândia, a Dinamarca, a Eslovénia, a
Bulgária e a Grécia. Os maiores
decréscimos couberam ao Reino Unido e à Irlanda.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para Provisões de Bordo, seguidas da Turquia, da Austrália, do
Canadá, de Israel, da Tunísia, da Argentina, dos EUA, do México, da Rússia, do
Chile e da Croácia. Os maiores decréscimos
couberam a Angola, à China, ao Brasil, ao Líbano, a Gibraltar, ao Ghana, à Arábia
Saudita, ao Irão, ao Bahrein e a Taiwan.
3.2 - Importações
Em 2018,
no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que
representaram 75,5% do total (76,3% no mesmo período de 2017), registaram um
acréscimo de +6,8% e contribuíram com +5,2 p.p. para uma taxa de crescimento
global de +7,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,3%,
representando 24,5% do total em 2018 (23,7% em 2017), com um contributo para o
crescimento de +2,7 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,3%), a Alemanha
(13,8%) e a França (7,7%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%),
a China (3,2%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,5%), os EUA e a Federação
Russa (1,8% cada), e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,9%
das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+7,9%) destacam-se a
Espanha (+1,6 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França (+0,9 p.p.), os EUA e o
Cazaquistáo (+0,5 p.p. cada), a China (+0,4 p.p.), seguidos da Bélgica, da Turquia
e da Itália (+0,3 p.p. cada), dos Países Baixos, da Argélia e da Rep. Checa (+0,2
p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura (-0,5 p.p.), à Federação
Russa (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.) e aos Países Extra-UE n.e. e à
Colômbia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam ao Reino Unido (+1638 milhões de Euros), à França (+1484) e aos EUA (+1452 milhões). Seguiram-se Angola (+589
milhões) e Marrocos (+497 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7973
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑3318 milhões), da China (-1565
milhões), dos Países Baixos (-1548 milhões), e da Itália (‑1421 milhões de
Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11
grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos
com maior peso nas exportações de
mercadorias em 2018, representando 81,0% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do
total e TVH -2,5%), “Material de
transporte terrestre e partes” (13,4% e TVH +25,9%), “Químicos” (12,4% e TVH +2,3%), “Agro-alimentares”
(12,3% e TVH +3,8%) “Minérios e metais”
(9,8% e TVH +6,0%), “Produtos acabados
diversos” (9,5% e TVH +6,0%) e “Têxteis
e vestuário” (9,3% e TVH + 1,8%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram
nos grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (+1,5 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+295 milhões), “Produtos acabados diversos” (+290 milhões), “Agro-alimentares” (+240 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+229 milhões) e “Químicos” (+147 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Máquinas,
aparelhos e partes” (-198 milhões), “Aeronaves,
embarcações e partes” (-86 milhões) e
“Calçado, peles e couros” (-50
milhões).
5.2 – Importações
No mesmo
período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,9% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6%,
com uma taxa de variação homóloga em valor de +10,1%), “Químicos” (16,3% do total e TVH de +9,6%), “Agro-alimentares” (14,6% e TVH +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH +7,8%) e “Energéticos” (12,1% e TVH de +12,3%).
Em todos
os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido
os mais significativos nos grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (+1,1 mil milhões de Euros), “Químicos” (+987 milhões), “Energéticos”
(+911 milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+615 milhões), e “Minérios
e metais” (+494 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (+286 milhões de
Euros), “Produtos acabados diversos”
(+256 milhões), “Têxteis e vestuário”
(+176 milhões), “Madeira, cortiça e papel”
(+155 milhões), “Calçado, peles e couros”
(+23 milhões) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (+9 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro
a Novembro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado,
peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), e o Brasil (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 31,3% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º
lugar, antecedida da França, da Alemanha, dos EUA e dos Países Baixos).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a
França (7,7%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,2%), a
Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,8%) e a Rússia (1,8%).
Estes dez
países cobriram 75,3% das importações totais.
Alcochete, 11 de Janeiro de 2019.
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