Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2018
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 8 de Fevereiro de 2019, em 2018 as
exportações de mercadorias cresceram em valor +5,3% face ao ano anterior (+2895
milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,0% (+5565 milhões
de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um
aumento de +8,1% (+3287 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações
para os países terceiros decresceram -2,7% (-391 milhões de Euros). Por sua
vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários
(chegadas) aumentaram +7,0% (+3738 milhões de Euros), com as importações originárias
dos países terceiros a crescerem +11,2% (+1827 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial
externo (Fob-Cif) aumentou +18,5%, ao situar-se em -17130 milhões de Euros (um acréscimo
de 2670 milhões de Euros face ao ano anterior, com um aumento de 451 milhões no
comércio intracomunitário e de 2219 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu
de 79,2%, em 2017, para 77,2%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial.
O valor médio
unitário de importação do petróleo, que em 2017 se situou em 353 Euros/Ton,
subiu para 452 Euros/Ton em 2018.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,0% e 7,0%
do total no período em 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações sobe, em 2018, de 77,2% para 81,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2018, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 76,0% do total (74,1% em 2017), cresceram em
valor +8,1%, contribuindo com +6,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de
crescimento global de +5,3%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0% do total em
2018 (25,9% em 2017), registaram um decréscimo em valor -2,7% contribuindo negativamente,
com -0,7 p.p., para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino das exportações foram a Espanha (25,3%), a
França (12,7%), a Alemanha (11,5%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália
(4,3%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%) e o Brasil
(1,4%), países que representaram 75,2% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –15,2% em 2018 (-272,3 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze
grupos de produtos. As maiores descidas
incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑95,2 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑62,3 milhões), “Químicos”
(-46,4 milhões), “Produtos acabados
diversos” (-28,6 milhões), “Minérios
e metais” (‑16,6 milhões de Euros) e “Têxteis e vestuário” (-10,1 milhões
de Euros).
O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+978
mil Euros), envolvendo essencialmente embarcações de pesca.
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+5,3%), couberam a Espanha (+1,5 p.p.), Itália (+1,0 p.p.), França
(+0,8 p.p.), Alemanha (+0,7 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE (+0,3 p.p.), Áustria
(+0,3 p.p.), Provisões de Bordo Intra-UE (+0,2 p.p.), Polónia (+0,2 p.p.),
Eslováquia (+0,2 p.p.) e Suécia (+0,1 p.p.).Os maiores contributos negativos couberam
a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.), Brasil (-0,2 p.p.) e Marrocos (-0,1 p.p.).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço
comunitário em 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido
dos da Itália, da França, da Alemanha e da Áustria. Com menor expressão
alinharam-se depois as Provisões de bordo, a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a
Hungria, a Lituânia, a Dinamarca, a Bélgica, a Finlândia, o Reino Unido, a
Grécia e a Eslovénia. Os maiores
decréscimos couberam à Irlanda e ao Luxemburgo.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas
exportações para Provisões de bordo, seguidas da Turquia, do Canadá, da
Austrália, do México, dos EUA, da Argentina, de Israel, da Rússia, da Croácia e
do Chile. Os maiores decréscimos couberam
a Angola, à China e ao Brasil, a que se seguiram o Ghana, o Líbano, a Arábia
Saudita, Gibraltar, o Irão, Marrocos, o Bahrein e Taiwan.
3.2 - Importações
Em 2018 as
importações com origem na EU (cgegadas), que representaram 75,7% do total (76,4%
em 2017), registaram um acréscimo de +7,0% e contribuíram com +5,4 p.p. para
uma taxa de crescimento global de +8,0%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,2%,
representando 24,3% do total em 2018 (23,6% em 2017), com um contributo para o
crescimento global de +2,6 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,5%), a Alemanha
(13,9%) e a França (7,6%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%),
o Reino Unido (3,1%), a China (2,9%), a Bélgica (2,5%), os EUA (1,8%) e a
Federação Russa (1,7%), países que representaram no seu conjunto 75,6% das
nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+8,0%) destacam-se a
Espanha (+1,7 p.p.), a Alemanha (+1,3 p.p.), a França (+0,9 p.p.), os EUA (+0,6
p.p.), o Reino Unido e a Rep. Checa (+0,4 p.p. cada), a China, a Itália e a
Suécia (+0,3 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam à Dinamarca e à Federação Russa
(-0,4 p.p. cada), ao Brasil (-0,3 p.p.) e à Argélia e Cazaquistão (-0,1 p.p.
cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam ao Reino Unido (+1775 milhões de Euros), à França (+1611) e aos EUA (+1495
milhões). Seguiram-se Angola (+586 milhões) e Marrocos (+531 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8935
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑3749 milhões), da China (-1692
milhões), dos Países Baixos (-1688 milhões), e da Itália (‑1525 milhões de
Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11
grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos
com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 81,0% do
total, foram “Máquinas, aparelhos e partes”
(14,3% do total e TVH -1,7%), “Material
de transporte terrestre e partes” (13,5% e TVH +27,9%), “Químicos” (12,2% e TVH +2,6%), “Agro-alimentares” (12,3% e TVH +3,7%) “Minérios e metais” (9,7% e TVH +5,8%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e TVH
+6,4%) e “Têxteis e vestuário” (9,3%
e TVH + 1,9%).
Cerca de
60% do acréscimo global de +2,9 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube
ao grupo “Material de transporte
terrestre e partes”.
As
exportações, que em 2017 haviam crescido em todos os grupos de produtos,
registaram em 2018 decréscimos em três dos grupos: “Máquinas, aparelhos e partes” (-144 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-91
milhões) e “Calçado, peles e couros”
(-44 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2018,
os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,9% do
total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,7%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +10,4%), “Químicos” (16,2% do total e TVH de +9,3%),
“Agro-alimentares” (14,6% e TVH +3,3%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,3% e TVH +8,6%) e “Energéticos”
(12,0% e TVH de +11,3%).
Em todos
os grupos de produtos, à semelhança do ano anterior, se verificaram acréscimos nas
importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,3 mil
milhões de Euros), “Químicos” (+1,0 mil
milhões), “Energéticos” (+914
milhões), “Material de transporte
terrestre e partes” (+732 milhões), e “Minérios
e metais” (+532 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em 2018 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição,
antecedida do Brasil, dos EUA e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (12,7%), a
Alemanha (11,5%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,3%), os
Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), e o Brasil (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,2% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez
dos onze grupos de produtos, com 31,5% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º
lugar, antecedida da França, da Alemanha, dos EUA e dos Países Baixos).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a
França (7,6%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a
Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,8%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez
países cobriram 75,6% das importações totais.
Alcochete, 12 de Fevereiro de 2019.
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