Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga em
Taxas de variação homóloga em
Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Março de 2019/2018)
(Janeiro a Março de 2019/2018)
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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor,
volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no
período de Janeiro a Março de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche,
utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos
correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base
elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Março de 2019, em versão preliminar, sendo também
ainda preliminar a versão dos correspondentes dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de
preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e às exportações com movimento no período em análise, foram
agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na
selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo
de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente
ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, e estes por sua vez
depois ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra
automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em
análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à
evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado
produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de
um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de
destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do
intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aquelas que apresentam um
comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2019
aumentou +51,9% face ao mesmo período do ano anterior, com o grau de cobertura
das importações pelas exportações a descer de 80,3% para 73,6%.
As importações (somatório das chegadas
de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações
originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +13,4%, terão
registado um aumento em volume de +17,2% e uma quebra em preço de -3,2%. Por
sua vez, o acréscimo em valor de +4,0% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +6,7%, com
o preço a decrescer -2,5%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente
atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos
produtos que integram o grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações,
com exclusão dos produtos “Energéticos”,
terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +14,6%,
+19,3% e -4,0%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento
em valor de +5,7%, em resultado de num incremento em volume de +8,7% e de um decréscimo
em preço de -2,8%.
Sem “Energéticos”, o défice da
balança comercial cresceu +65,1%, contra +51,9% em termos globais, com o grau
de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 85,1%
para 78,5% (em lugar de 80,3% para 73,6%).
A evolução em volume
das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se
verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +6,7%, e de
+8,7% se excluirmos os produtos “Energéticos”.
Em 2019, o saldo da balança
comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que
representaram 30,2% das exportações e 16,5% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e
vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.
4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas
importações de mercadorias foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,0% do total em 2019 e 17,2% em 2018), “Químicos” (16,5% e 16,4%
respectivamente), “Agro-alimentares”
(13,2% e 14,0%), “Material de transporte
terrestre e partes” (12,8% e 13,3%) e
“Energéticos” (11,1% e 12,0%).
Seguiram-se os grupos de produtos
”Minérios e metais” (8,5% em 2019 e
8,8% em 2018), “Produtos acabados diversos”
(5,8% nos dois anos), “Têxteis e
vestuário” (5,6% e 5,7%), “Aeronaves,
embarcações e partes” (3,5% e 1,2%) “Madeira,
cortiça e papel” (3,0% e 3,2%) e “Calçado,
peles e couros” (2,1% em 2019 e 2,4% em 2018).
À excepção do grupo “Calçadp, peles e
couros”, em todos os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para os
grupos “Máquinas, aparelhos e partes”
(+18,6%), “Químicos” (+13,9%), “Produtos acabados doversos” (+13,0%) e “Têxteis e vestuário” (+10,4%).
Em todos os grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para os
grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+24,0%),
“Têxteis e vestuário” (+20,1%), “Químicos” (+19,2%), “Produtos acabados diversos” (+19,1%) e “Minérios e metais” (+16,7%).
Na óptica da evolução em preço apenas
no grupo “Energéticos” se verificou em 2019 um acréscimo face
ao mesmo período do ano anterior (+3,3%).
Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Têxteis e vestuário” (-8,1%), “Minérios e metais” (-6,1%), “Calçado, peles e couros” (-5,9%), “Produtos acabados diversos” (‑5,1%), “Químicos” e “Máquinas, aparelhos e partes”
(-4,4% cada).
5 – Exportações
Nos primeiros três meses de 2019, os grupos de produtos com peso a dois
dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,4% do total em 2019
e 14,0% em 2018), “Máquinas aparelhos e
partes” (13,8% e 14,5% respectivamente), “Químicos” (12,5% e 12,2%) e “Agro-alimentares”
(11,6% e 11,7%).
Seguiram-se os grupos “Produtos
acabados diversos” (9,8% e 9,4%), “Minérios
e metais” (9,6% nos dois anos), “Têxteis
e vestuário” (9,2% e 9,6%), “Madeira,
cortiça e papel” (7,6% e 7,3%), “Energéticos”
(5,2% e 6,7%), “Calçado, peles e couros”
(3,6% e 4,1%) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (0,7% e 0,9%).
Verificaram-se decréscimos em valor,
face ao período homólogo do ano anterior, em cinco dos grupos de produtos: “Energéticos” (-19,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (-10,1%),
não constante do gráfico seguinte por, à semelhança das importações, não serem aqui
calculados índices de preço, “Calçado,
peles e couros” (‑8,8%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (‑0,8%) e “Têxteis
e vestuário” (-0,7%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes”
(+21,6%), a que se seguiram os grupos “Madeira,
cortiça e papel” (+8,1%), “Produtos acabados diversos” (+8,0%), “Químicos” (+6,5%), “Minérios e metais” (+3,9%) e Agro-alimentares”
(+3,6%).
Em volume, verificaram-se
descidas nos grupos “Energéticos” (-22,3%)
e “Calçado, peles e couros” (-2,1%). O
maior acréscimo ocorreu no grupo “Material
de transporte terrestre e partes” (+17,1%), seguido dos grupos “Químicos” (+10,1%), “Produtos acabados diversos” (+9,7%), “Minérios e metais” (+9,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+8,6%), “Agro-alimentares” (+7,8%), “Madeira, cortiça e papel” (+6,2%) e “Têxteis e vestuário” (+2,4%).
No âmbito do preço
verificaram-se quebras em sete dos grupos de produtos, designadamente “Máquinas, aparelhos e partes” (‑8,7%), “Calçado, peles e couros” (-6,9%), “Minérios e metais” (-5,2%), “Agro-alimentares” (-4,0%), “Químicos” (‑3,3%), “Têxteis e vestuário” (-3,0%) e “Produtos
acabados diversos” (-1,6%).
O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo
“Material de transporte terrestre e
partes” (+3,8%), seguido dos grupos “Energéticos”
(+3,1%) e “Madeira, cortiça e papel”
(+1,8%).
6 – Representatividade da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais,
que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2018 e
2019, de 90,8% e 89,6% nas importações e de 92,9% e 91,4% nas exportações.
No quadro em anexo encontra-se definido o conteúdo
dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura
Combinada em uso na União Europeia.
27 de Maio
de 2019.