terça-feira, 28 de maio de 2019

Índices do Comércio Internacional - Jan-Mar 2019


Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga em
Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Março de 2019/2018)

" Disponível para download > aqui"


1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2019, em versão preliminar, sendo também ainda preliminar a versão dos correspondentes dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, e estes por sua vez depois ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aquelas que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2019 aumentou +51,9% face ao mesmo período do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 80,3% para 73,6%.

As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +13,4%, terão registado um aumento em volume de +17,2% e uma quebra em preço de -3,2%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +4,0% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +6,7%, com o preço a decrescer -2,5%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +14,6%, +19,3% e -4,0%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +5,7%, em resultado de num incremento em volume de +8,7% e de um decréscimo em preço de -2,8%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +65,1%, contra +51,9% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 85,1% para 78,5% (em lugar de 80,3% para 73,6%).

A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +6,7%, e de +8,7% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 

Em 2019, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,2% das exportações e 16,5% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% do total em 2019 e 17,2% em 2018), “Químicos” (16,5% e 16,4% respectivamente), “Agro-alimentares” (13,2% e 14,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e 13,3%) e “Energéticos” (11,1% e 12,0%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,5% em 2019 e 8,8% em 2018), “Produtos acabados diversos” (5,8% nos dois anos), “Têxteis e vestuário” (5,6% e 5,7%), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,5% e 1,2%) “Madeira, cortiça e papel” (3,0% e 3,2%) e “Calçado, peles e couros” (2,1% em 2019 e 2,4% em 2018).



À excepção do grupo “Calçadp, peles e couros”, em todos os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+18,6%), “Químicos” (+13,9%), “Produtos acabados doversos” (+13,0%) e “Têxteis e vestuário” (+10,4%).
Em todos os grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+24,0%), “Têxteis e vestuário” (+20,1%), “Químicos” (+19,2%), “Produtos acabados diversos” (+19,1%) e “Minérios e metais” (+16,7%).
Na óptica da evolução em preço apenas no grupo “Energéticos” se verificou em 2019 um acréscimo face ao mesmo período do ano anterior (+3,3%).
Os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Têxteis e vestuário” (-8,1%), “Minérios e metais” (-6,1%), “Calçado, peles e couros” (-5,9%), “Produtos acabados diversos” (‑5,1%), “Químicos” e “Máquinas, aparelhos e partes” (-4,4% cada).

5 – Exportações
Nos primeiros três meses de 2019, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,4% do total em 2019 e 14,0% em 2018), “Máquinas aparelhos e partes” (13,8% e 14,5% respectivamente), “Químicos” (12,5% e 12,2%) e “Agro-alimentares” (11,6% e 11,7%).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,4%), “Minérios e metais” (9,6% nos dois anos), “Têxteis e vestuário” (9,2% e 9,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,6% e 7,3%), “Energéticos” (5,2% e 6,7%), “Calçado, peles e couros” (3,6% e 4,1%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e 0,9%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em cinco dos grupos de produtos: “Energéticos” (-19,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (-10,1%), não constante do gráfico seguinte por, à semelhança das importações, não serem aqui calculados índices de preço, “Calçado, peles e couros” (‑8,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑0,8%) e “Têxteis e vestuário” (-0,7%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+21,6%), a que se seguiram os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+8,1%),  “Produtos acabados diversos” (+8,0%), “Químicos” (+6,5%), “Minérios e metais” (+3,9%) e Agro-alimentares” (+3,6%).
Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-22,3%) e “Calçado, peles e couros” (-2,1%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+17,1%), seguido dos grupos “Químicos” (+10,1%), “Produtos acabados diversos” (+9,7%), “Minérios e metais” (+9,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+8,6%), “Agro-alimentares” (+7,8%), “Madeira, cortiça e papel” (+6,2%) e “Têxteis e vestuário” (+2,4%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras em sete dos grupos de produtos, designadamente “Máquinas, aparelhos e partes” (‑8,7%), “Calçado, peles e couros” (-6,9%), “Minérios e metais” (-5,2%), “Agro-alimentares” (-4,0%), “Químicos” (‑3,3%), “Têxteis e vestuário” (-3,0%) e “Produtos acabados diversos” (-1,6%).
O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+3,8%), seguido dos grupos “Energéticos” (+3,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (+1,8%).


6 – Representatividade da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2018 e 2019, de 90,8% e 89,6% nas importações e de 92,9% e 91,4% nas exportações.

No quadro em anexo encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

27 de Maio de 2019.




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