sábado, 11 de maio de 2019

Comércio internacional Portugal-China (2014-2018)



Comércio Internacional de Mercadorias
Portugal-China
(2014-2018)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Este trabalho incide sobre o comércio externo de mercadorias com a China continental, não incluindo portanto os contributos das Regiões Administrativas Especiais de Hong-Kong e de Macau, consideradas autonomamente para fins estatísticos no âmbito do comércio internacional. Encontra-se aqui reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo da China face ao mundo, para o que se utilizou a base de dados do International Trade Centre (ITC), por sua vez assente em estatísticas COMTRADE, da ONU, para o período de 2014 a 2017 e em “General Customs Administration of China Statistics” para 2018.

Analisam-se também, com algum detalhe, as trocas de mercadorias entre Portugal e a China continental ao longo dos últimos cinco anos, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2019.

2 – Alguns dados sobre o comércio externo da China
De acordo com os dados disponíveis para os anos de 2014 a 2018, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) da China é ‘superavitária’.

Após quebras das importações e das exportações em 2016 face ao ano anterior (‑5,2% e -7,5%), assistiu-se nos dois anos seguintes a uma recuperação em ambas as vertentes, com as importações a crescerem a um ritmo mais acelererado do que as exportações.
Segundo os dados disponíveis, em 2018 os principais mercados de origem das importações chinesas foram a Coreia do Sul (9,6%), o Japão (8,4%), Taiwan (8,3%), os EUA (7,3%) e a própria China (6,9%). Do lado das exportações a primeira posição coube aos EUA (19,2%), seguidos de Hong-Kong, uma das duas Regiões Administrativas Especiais da China (12,1%).
Conforme explica o ITC, as importações chinesas de produtos com origem na própria China explicam-se por operações de re-importação. Por razões geográficas e de logística, mais de 90% desses produtos são produzidos na China, exportados para Hong-Kong e depois re-importados. 

Os 25 países de cada uma das vertentes comerciais, constantes do quadro, representaram nos dois últimos anos mais de 80% das importações e das exportações chinesas.
Portugal, em 2018, pesou apenas 0,11% nas importações (0,08% em 2017) e 0,15% nas exportações (0,13% em 2017).
Os produtos transaccionados, definidos a dois dígitos do “Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias” (HS/SH-2), foram agregados em onze grupos de produtos (ver conteúdo dos grupos na tabela em Anexo).
Numa análise da evolução das importações por Grupos de Produtos, verifica-se que o grupo com maior peso em 2018 foi “Máquinas, aparelhos e partes” (33,9% do Total, com 34,0% em 2017),
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (respectivamente com 16,3% e 13,5%), “Minérios e metais” (14,6% e 15,9%) e “Químicos” (11,6% e 11,9%).
Com pesos inferiores a dois dígitos, alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (7,3% em cada um dos anos), “Agro-alimentares” (5,9% e 6,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,9% e 4,3%), “Madeira, cortiça e papel” (2,7% e 2,8%), “Têxteis e vestuário” (1,6% e 1,7%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,5% em cada um dos anos) e “Calçado, peles e couros” (0,6% em 2018 e 0,7% do Total em 2017).

Nas Exportações destacou-se também, em 2018, o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (43,9% do Total, com 43,4% em 2017), a grande distância dos restantes, em que se evidenciaram os grupos “Produtos acabados diversos” (12,2% e 12,7%), “Têxteis e vestuário” (11,3% e 11,9%), “Químicos” (9,6% e 9,1%) e “Minérios e metais” (8,5% e 8,3%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (3,5% em cada um dos anos), “Calçado, peles e couros” (3,3% e 3,6%), “Agro-alimentares” (3,1% e 3,3%),  “Energéticos” (1,9% e 1,6%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6% nos dois anos) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,2% em cada um dos anos).

3 – Comércio de mercadorias de Portugal com a China
As importações anuais de Portugal com origem na China, cresceram sustentadamente a partir de 2013, passando de 1370 milhões de Euros para 2350 milhões em 2018.
Por sua vez, as exportações, que haviam registado um crescimento significativo entre 2010 e 2012, de 233 para 788 milhões de Euros, têm mantido um comportamento algo irregular a partir de então, oscilando o seu valor numa faixa entre 650 e 840 milhões de Euros.

3.1 – Balança Comercial


A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com a China é fortemente deficitária. Ao longo dos últimos cinco anos o maior défice ocorreu em 2018, com ‑1,7 mil milhões de Euros, na sequência de uma quebra das exportações de ‑21,8%, com as importações a crescerem +14,6%.  
3.2 – Importações por grupos de produtos 

Ao longo dos últimos cinco anos, as principais importações portuguesas de mercadorias com origem na China incidiram no grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, que representou 35,5% do total em 2018 (36,2% em 2017).
Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário (14,2% em 2018 e 12,2% em 2017), “Químicos” (11,0% e 11,1%), “Produtos acabados diversos” (11,0% e 10,8%), “Minérios e metais” (9,8% e 9,9%), “Calçado, peles e couros” (7,4% e 7,0%), “Agro-alimentares” (5,8% e 7,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,9% e 4,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (1,3% em cada um dos anos).
Muito pouco expressivas as importações dos grupos “Energéticos” e “Aeronaves, embarcações e partes”.
Em 2018, face ao ano anterior, as importações com origem na China cresceram em nove dos onze grupos de produtos.
Os maiores aumentos verificaram-se nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+91,6 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (+82,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (+37,0 milhões), “Químicos” (+30,3 milhões) e “Minérios e metais” (+26,6 milhões de Euros).
Os decréscimos centraram-se no grupo “Agro-alimentares” (-11,0 milhões de Euros).
Nos gráficos seguintes pode observar-se o ritmo de evolução das importações em cada grupo de produtos no período de 2014 a 2018, face ao valor que detinham em 2014 (2014=100).

No quadro seguinte relacionam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados em 2018, definidos a 4 dígitos da Nomenclatura Combinada (coincidente com o Sistema Harmonizado a este nível), e o seu montante nos quatro anos anteriores.

3.3 – Exportações por grupos de produtos
O grupo de produtos dominante nas exportações portuguesas de mercadorias para a China ao longo dos últimos cinco anos foi “Material de transporte terrestre e partes”, que representou 23,1% do total em 2018, contra 34,2% no ano anterior. A redução do seu peso no total foi consequência de uma quebra de -47,2% verificada nas exportações de veículos automóveis.

Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (17,0% em 2018 e 15,0% em 2017), “Minérios e metais” (14,4% e 15,1%), “Agro-alimentares” (11,2% e 12,1%), “Máquinas, aparelhos e partes” (10,6% e 8,7%), “Têxteis e vestuário” (8,8% e 4,3%), “Químicos” (6,7% e 4,6%), “Produtos acabados diversos” (4,1% em cada um dos anos) e “Calçado, peles e couros” (3,9% e 1,9%).
À semelhança das importações, foram muito pouco expressivas as exportações dos grupos “Energéticos” e “Aeronaves, embarcações e partes”.
Para a quebra das exportações de -183,9 milhões de Euros verificada em 2018 face ao ano anterior, contribuíram decisivamente os grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (-136,0 milhões de Euros), “Minérios e metais” (‑32,6 milhões), “Agro-alimentares” (-28,3 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (‑14,0 milhões de Euros).
Ocorreram acréscimos nas exportações de “Têxteis e vestuário” (+21,9 milhões de Euros), de “Calçado, peles e couros” (+10,3 milhões) e de “Químicos” (+5,7 milhões de Euros).
Nos gráficos seguintes pode observar-se o ritmo de evolução das exportações em cada grupo de produtos no período de 2014 a 2018, face ao valor que detinham em 2014 (2014=100).

No quadro seguinte relacionam-se, por grupos de produtos, os principais produtos exportados em 2018, definidos a 4 dígitos da Nomenclatura Combinada (NC/SH-4), e o seu montante nos quatro anos anteriores.


Alcochete, 1 de Maio de 2019.





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