domingo, 12 de maio de 2019

Série mensal - Jan-Mar 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Março de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Maio de 2019, no período de Janeiro a Março de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,0% face a 2018 (+570 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +13,4% (+2398 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +5,2% (+576 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -0,2% (-6 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +12,7% (+1739 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +16,0% (+658 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +51,9%, ao situar-se em -5350 milhões de Euros (um acréscimo de 1827 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1163 milhões no comércio intracomunitário e de 664 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 80,3%, em 2018, para 73,6%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo bruto, que nos primeiros três meses de 2018 se situou em 413 Euros/Ton, desceu para 404 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,1% e 5,2% do total no período de Janeiro a Março de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 73,6% para 79,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Março de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 78,1% do total (77,2% no ano anterior), cresceram em valor +5,2%, contribuindo com +4,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,0%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 21,9% do total em 2019 (22,8% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -0,2%, contribuindo com uma taxa praticamente nula para o crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,9%), a França (13,1%), a Alemanha (12,4%), o Reino Unido (6,4%), a Itália e os  EUA (4,8% cada), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%), a Polónia (1,4%), o Brasil (1,3%), a Suíça (1,2%), a Áustria e a Suécia (1,0% cada), países que representaram 80,3% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –17,3% em 2019 no período em análise (-60,1 milhões de Euros), envolvendo sete dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑40,1 milhões de Euros), “Químicos” (‑15,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (-4,4 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,3 milhões), “Calçado, peles e couros” (-1,9 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-1,4 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-1,3 milhões). Verificaram-se acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+6,2 milhões de Euros), seguido de “Aeronaves, embarcações e partes” (+593 mil Euros),  “Têxteis e vestuário” (+542 mil Euros) e “Energéticos” (+48 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,0%), couberam à Alemanha e à Itália (+1,0 p.p. cada), à Espanha (+0,7 p.p.), à Finlândia e à Turquia (+0,4 p.p. cada), à França (+0,3 p.p.), à Suíça e aos EUA (+0,2 p.p. cada) e à Eslováquia e Provisões de Bordo Extracomunitárias (+0,1 p.p. cada). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Bélgica (‑0,2 p.p.) e à Argélia e aos Países Baixos (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Março de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Alemanha e na Itália, seguidos dos da Espanha, da Finlândia e da França. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslovénia, a Eslováquia, a Dinamarca, o Reino Unido, a Áustria, as Provisões de Bordo Intracomunitárias e a Polónia. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, seguida da Bulgária e dos Países Baixos.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram na Turquia, no Egipto, na Suíça, nos EUA e nas Provisões de Bordo Extracomunitárias, seguidos de Singapura, de Israel, da Índia, da Noruega, dos Emiratos e do México. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, a Angola e ao Brasil, seguidos da Argélia e de Gibraltar.

3.2 - Importações
De Janeiro a Março de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,4% do total (77,0% em 2018), registaram um acréscimo de +12,7% e contribuíram com +9,7 p.p. para uma taxa de crescimento global de +13,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +16,0%, representando 23,6% do total em Janeiro-Março de 2019 (23,0% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +3,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em Janeiro-Março de 2019 foram a Espanha (30,4%), a Alemanha (13,7%) e a França (10,2%). Seguiram-se os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,7%), a China (3,7%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%), a Turquia (1,3%) e a Polónia (1,2%), países que representaram no seu conjunto 77,5% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+13,4%) destacam-se a França (+3,5 p.p.), a Espanha (+2,7 p.p.), a Alemanha (+1,5 p.p.), a China (+1,3 p.p.), Angola e a Bélgica (+0,6 p.p. cada), os EUA (+0,5 p.p.), a Arábia Saudita (+0,4 p.p.), e a Índia, a Turquia, os Países Baixos e a Irlanda (+0,3 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Brasil (-0,6 p.p.), ao Cazaquistão (-0,4 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), ao Azerbaijão (-0,2 p.p.), à Suécia (-0,2 P.P.) e à Argélia (‑0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+472 milhões de Euros), aos EUA (+293 milhões), a Marrocos (+108 milhões), à Suíça (+98 milhões) e a Cabo Verde (+56 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2442 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑931 milhões), da China (-600 milhões), dos Países Baixos (-437 milhões) e da Bélgica (‑254 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro-Março de 2019, representando 82,9% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,4% e TVH +21,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% do total e TVH -0,8%),  “Químicos” (12,5% e TVH +6,5%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +3,6%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +8,0%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +3,9%) e “Têxteis e vestuário” (9,2% e TVH -0,7%).
O maior contributo para o acréscimo global de +570 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +433 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em quatro dos onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-191 milhões de Euros).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Março de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +18,6%), “Químicos” (16,5% do total e TVH +13,9%), “Agro-alimentares” (13,2% e TVH +7,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e TVH +9,3%) e “Energéticos” (11,1% e TVH +5,0%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma pequena quebra (-1 milhão de Euros), em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+572 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+492 milhões), “Químicos” (+407 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+220 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Março de 2019 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, antecedida da Finlândia, do Brasil, da França e dos Países Baixos).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,4%), o Reino Unido (6,4%), a Itália (4,8%), os EUA (4,8%), os Países Baixos (3,7%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,9%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações


Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 30,4% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Irlanda, dos EUA e dos Países Baixos.
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,7%), a França (10,2%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,7%), a China (3,7%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%) e a Turquia (1,3%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

Alcochete, 11 de Maio de 2019.



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