sexta-feira, 12 de julho de 2019

Série mensal - Jan-Mai 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Julho de 2019, no período de Janeiro a Maio de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +5,3% face a 2018 (+1294 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,6% (+3830 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +6,2% (+1150 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresceram +2,5% (+144 milhões de Euros), o segundo acréscimo em termos homólogos  desde Janeiro-Março de 2018. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,6% (+2697 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +16,2% (+1133 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +42,5%, ao situar-se em -8497 milhões de Euros (um acréscimo de 2536 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1546 milhões no comércio intracomunitário e de 990 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 80,3%, em 2018, para 75,1%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros cinco meses de 2018 se situou em 418 Euros/Ton, subiu para 436 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,3% e 6,0% do total no período de Janeiro a Maio de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 75,1% para 79,6%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Maio de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,2% do total (76,6% no ano anterior), cresceram em valor +6,2%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +5,3%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,8% do total em 2019 (23,4% em 2018), registaram um acréscimo em valor de +2,5% (o primeiro acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março de 2018), contribuindo com +0,6 p.p. para o crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%), Marrocos e o Brasil (1,2% cada), a Suíça e o Canadá (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,3% em 2019 no período em análise (-92,4 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑48,6 milhões de Euros), “Químicos” (‑19,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑10,1 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-9,5 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-2,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,4 milhões de Euros).
Verificaram-se acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+5,3 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (+2,1 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+630 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+5,3%), couberam à Itália e à Alemanha (+1,0 p.p. cada), à França (+0,8 p.p.), à Espanha (+0,6 p.p.), ao Canadá (+0,5 p.p.), aos EUA, Países Baixos, Turquia e Finlândia (+0,3 p.p. cada) e à Suíça (+0,2 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,2 p.p.) e à Argélia (-0,1 p.p).


Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Maio de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha França e Espanha, seguidos dos Países Baixos, Finlândia, Grécia, Polónia e Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, à Suécia e à Hungria.


Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram no Canadá, EUA, Turquia, Egipto e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo Extracomunitárias e do México. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, Angola e Brasil, seguidos de Argentina, Argélia e Taiwan.

 3.2 - Importações
De Janeiro a Maio de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total (76,9% em 2018), registaram um acréscimo de +11,6% e contribuíram com +8,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +16,2%, representando 23,8% do total em Janeiro-Maio de 2019 (23,1% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +3,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período de Janeiro a Maio de 2019 foram a Espanha (29,7%), a Alemanha (13,8%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,1%), a Rússia (1,7%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,5% das nossas importações totais.


Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros cinco meses de 2019 (+12,6%) destacam-se a França (+3,2 p.p.), a Espanha (+1,7 p.p.), a Alemanha (+1,6 p.p.), a China (+1,1 p.p.) e os EUA (+0,9 p.p.), seguidos da Bélgica (+0,5 p.p.), da Arábia Saudita e do Reino Unido (+0,4 p.p. cada), da Rússia (+0,3 p.p.) e da Turquia, Angola e Argélia (+0,2 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Guiné Equatorial e à Suécia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+681 milhões de Euros), aos EUA (+553 milhões), ao Canadá (+237 milhões), a Marrocos (+236 milhões) e à Suíça (+157 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3810 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1607 milhões), da China (-953 milhões), dos Países Baixos (-644 milhões) e da Rússia (‑502 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Maio de 2019, representando 82,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% e TVH +17,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -0,4%),  “Químicos” (12,5% e TVH +10,5%), “Agro-alimentares” (11,7% e TVH +5,2%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH +7,6%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +2,9%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH +1,1%).
O maior contributo para o acréscimo global de +1294 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +619 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-255 milhões de Euros).



5.2 – Importações
Em Janeiro-Maio de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,8%), “Químicos” (16,3% do total e TVH +10,9%), “Agro-alimentares” (13,6% e TVH +6,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e TVH +5,5%) e “Energéticos” (11,3% e TVH +14,1%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma quebra de um milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+925 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+829 milhões), “Químicos” (+548 milhões) e “Energéticos” (+479 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Maio de 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia, França e Países Baixos).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,6% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,7% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a França (10,0%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,1%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

Alcochete, 12 de Julho de 2019.




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