Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2019
( disponível para download >> aqui )
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 10 de Julho de 2019, no período
de Janeiro a Maio de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +5,3%
face a 2018 (+1294 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,6%
(+3830 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +6,2% (+1150 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros cresceram +2,5% (+144 milhões de Euros), o segundo
acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março
de 2018. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos
parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,6% (+2697 milhões de Euros),
com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +16,2% (+1133
milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+42,5%, ao situar-se em -8497 milhões de Euros (um acréscimo de 2536 milhões de
Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1546 milhões no
comércio intracomunitário e de 990 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu
de 80,3%, em 2018, para 75,1%, em 2019.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros cinco meses
de 2018 se situou em 418 Euros/Ton, subiu para 436 Euros/Ton em 2019.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,3% e 6,0%
do total no período de Janeiro a Maio de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 75,1% para 79,6%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Maio de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,2% do total (76,6% no ano anterior), cresceram
em valor +6,2%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +5,3%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,8% do total em
2019 (23,4% em 2018), registaram um acréscimo em valor de +2,5% (o primeiro
acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março de 2018), contribuindo com
+0,6 p.p. para o crescimento global.
Os
principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), a França (13,1%), a Alemanha
(12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%),
a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%), Marrocos e o Brasil (1,2%
cada), a Suíça e o Canadá (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do
total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –15,3% em 2019 no período em análise (-92,4 milhões de Euros),
envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑48,6 milhões de Euros), “Químicos”
(‑19,8 milhões), “Produtos acabados
diversos” (‑10,1 milhões), “Máquinas,
aparelhos e partes” (-9,5 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (-2,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-2,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,4 milhões de Euros).
Verificaram-se
acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+5,3 milhões de Euros),
“Têxteis e vestuário” (+2,1 milhões) e
“Aeronaves, embarcações e partes” (+630
mil Euros).
Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período
em análise (+5,3%), couberam à Itália e à Alemanha (+1,0 p.p. cada), à França
(+0,8 p.p.), à Espanha (+0,6 p.p.), ao Canadá (+0,5 p.p.), aos EUA, Países
Baixos, Turquia e Finlândia (+0,3 p.p. cada) e à Suíça (+0,2 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola
(-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,2 p.p.) e à Argélia (-0,1 p.p).
Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Maio
de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha França e Espanha,
seguidos dos Países Baixos, Finlândia, Grécia, Polónia e Provisões de Bordo. Os
maiores decréscimos couberam à Bélgica,
à Suécia e à Hungria.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
no Canadá, EUA, Turquia, Egipto e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo
Extracomunitárias e do México. Os maiores
decréscimos couberam à Tunísia, Angola e Brasil, seguidos de Argentina,
Argélia e Taiwan.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Maio de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2%
do total (76,9% em 2018), registaram um acréscimo de +11,6% e contribuíram com
+8,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,6%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +16,2%,
representando 23,8% do total em Janeiro-Maio de 2019 (23,1% em igual período de
2018), com um contributo para o crescimento global de +3,7 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período de Janeiro a Maio de 2019 foram a
Espanha (29,7%), a Alemanha (13,8%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália (5,0%),
os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%),
os EUA (2,1%), a Rússia (1,7%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu
conjunto 77,5% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros cinco
meses de 2019 (+12,6%) destacam-se a França (+3,2 p.p.), a Espanha (+1,7 p.p.),
a Alemanha (+1,6 p.p.), a China (+1,1 p.p.) e os EUA (+0,9 p.p.), seguidos da
Bélgica (+0,5 p.p.), da Arábia Saudita e do Reino Unido (+0,4 p.p. cada), da
Rússia (+0,3 p.p.) e da Turquia, Angola e Argélia (+0,2 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,4 p.p.), ao Brasil
(-0,3 p.p.), à Guiné Equatorial e à Suécia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+681 milhões de Euros), aos EUA (+553
milhões), ao Canadá (+237 milhões), a Marrocos (+236 milhões) e à Suíça (+157
milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3810
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1607 milhões), da China (-953
milhões), dos Países Baixos (-644 milhões) e da Rússia (‑502 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Maio de 2019, representando 82,1% do total,
foram “Material de transporte terrestre e
partes” (15,9% e TVH +17,9%), “Máquinas,
aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -0,4%), “Químicos”
(12,5% e TVH +10,5%), “Agro-alimentares”
(11,7% e TVH +5,2%), “Produtos acabados
diversos” (9,7% e TVH +7,6%), “Minérios
e metais” (9,6% e TVH +2,9%) e “Têxteis
e vestuário” (9,0% e TVH +1,1%).
O maior
contributo para o acréscimo global de +1294 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +619 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos
onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos”
(-255 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Maio
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6%
do total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,8%), “Químicos” (16,3% do total e TVH +10,9%),
“Agro-alimentares” (13,6% e TVH +6,7%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,6% e TVH +5,5%) e “Energéticos”
(11,3% e TVH +14,1%).
À
excepção do grupo “Calçado, peles e
couros”, em que se registou uma quebra de um milhões de Euros, em todos restantes
se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+925 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+829 milhões), “Químicos” (+548 milhões) e “Energéticos” (+479 milhões de
Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Maio de 2019 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida do
Canadá, Brasil, Finlândia, França e Países Baixos).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,1%), a
Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,8%), os
Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países cobriram 75,6% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 29,7% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas
e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França,
da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a
França (10,0%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a
Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,1%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
Alcochete, 12 de Julho de 2019.
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