A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros seis meses
de 2018 se situou em 427 Euros/Ton, subiu para 438 Euros/Ton em 2019.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,5% e 5,9%
do total no período de Janeiro a Junho de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,7% para 79,5%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período de Janeiro-Junho de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 77,4% do total (76,6% no ano anterior), cresceram
em valor +4,0%, contribuindo com +3,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +2,9%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,6% do total em
2019 (23,4% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -1,0, contribuindo negativamente
com -0,2 p.p. para o crescimento global.
Os
principais mercados de destino foram a Espanha (24,8%), França (13,3%), Alemanha
(12,2%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,0%), Itália (4,8%), os Países Baixos (4,0%),
a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), Polónia (1,4%), Marrocos (1,2%), Brasil e
Suíça (1,1% cada), e Provisões de Bordo Extra-EU (1,0%), destinos que
representaram 80,2% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –18,3% em 2019 no período em análise (-135,6 milhões de Euros),
envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑56,2 milhões de Euros), “Químicos”
(‑28,2 milhões), “Máquinas, aparelhos e
partes” (-20,7 milhões), “Produtos
acabados diversos” (‑16,8 milhões), “Energéticos”(‑5,2
milhões),“Madeira, cortiça e papel” (-4,3 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,5
milhões). Verificaram-se acréscimos nos grupos “Têxteis e vestuário” (+727 mil Euros), “Minérios e metais” (+686 mil Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+652
mil Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+2,9%), couberam à Itália (+0,9 p.p.), à
Alemanha (+0,8 p.p.), à França e ao Canadá (+0,5 p.p. cada), aos Países Baixos
(+0,3p.p.), à Turquia, Finlândia e EUA (+0,2 p.p. cada), e à Suíça e Espanha (+0,1
p.p. cada). Os maiores contributos
negativos pertenceram a Angola (-0,5 p.p.), ao Brasil e Marrocos (-0,2 p.p.
cada).
Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro
a Junho de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha e França,
seguidos dos Países Baixos, da Finlândia, da Espanha, da Grécia, da Polónia e das
Provisões de Bordo. Os maiores
decréscimos couberam à Bélgica, ao Reino Unido e à Suécia.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
no Canadá, Turquia, Egipto, EUA e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo, dos
Emiratos e do México. Os maiores decréscimos
couberam a Angola e à Tunísia, seguidos do Brasil, Marrocos, Gibraltar,
Argentina e Argélia.
3.2 - Importações
De Janeiro
a Junho de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2%
do total (76,0% em 2018), registaram um acréscimo de +9,6% e contribuíram com +7,3
p.p. para uma taxa de crescimento global de +9,3%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,6%,
representando 23,8% do total em Janeiro-Junho de 2019 (24,0% em igual período
de 2018), com um contributo para o crescimento global de +2,1 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações no período de Janeiro a Junho de 2019 foram a
Espanha (29,6%), a Alemanha (13,7%) e a França (10,2%). Seguiram-se a Itália (5,1%),
os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%),
os EUA (2,0%), a Rússia (1,8%) e Polónia (1,3%), países que representaram no
seu conjunto 77,6% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros seis
meses de 2019 (+9,3%) destacam-se a França (+3,4 p.p.), a Espanha e a Alemanha
(+1,1 p.p. cada), a China (+0,9 p.p.) e os EUA (+0,6 p.p.), seguidos da Bélgica
e da Argélia (+0,4 p.p. cada), da Arábia Saudita, Reino Unido e Rússia (+0,3
p.p. cada), da Polónia e Turquia (+0,2 p.p. cada).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,6 p.p.), à Guiné
Equatorial (-0,3 p.p.), ao Brasil (-0,2 p.p.) e à Suécia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança
comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+786 milhões de Euros), aos EUA (+686
milhões), a Marrocos (+257 milhões), ao Canadá (+251 milhões), e à Suíça (+191
milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4498
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1876 milhões), da China (-1128
milhões), dos Países Baixos (-738 milhões) e da Rússia (‑638 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de
mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2019, representando 82,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% e TVH +14,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7%
do total e TVH -2,7%), “Químicos”
(12,5% e TVH +9,3%), “Agro-alimentares”
(11,8% e TVH +3,7%), “Produtos acabados
diversos” (9,7% e TVH +5,2%), “Minérios
e metais” (9,6% e TVH +0,2%) e “Têxteis
e vestuário” (8,9% e TVH -1,4%).
O maior
contributo para o acréscimo global de +847 milhões de Euros, face ao ano
anterior, coube ao grupo “Material de
transporte terrestre e partes”, com +626 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos
onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos”
(-387 milhões de Euros), seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (-117
milhões).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Junho
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,4%
do total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +11,1%), “Químicos” (16,2% do total e TVH +8,3%),
“Agro-alimentares” (13,5% e TVH +2,8%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,6% e TVH +5,2%) e “Energéticos”
(11,5% e TVH +4,8%).
À
excepção do grupo “Calçado, peles e
couros”, em que se registou uma quebra de -17 milhões de Euros, em todos restantes
se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais
significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves,
embarcações e partes” (+1244 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+717 milhões) e “Químicos” (+506 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Junho de 2019 a primeira
posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição,
antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha
(12,2%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,0%), a Itália (4,8%), os Países Baixos
(4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países
cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta vertente
do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 29,6% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas
e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França,
da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,7%), a
França (10,2%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a
Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,0%) e a Rússia (1,8%).
Estes dez
países cobriram 76,3% das importações totais.
Alcochete, 11 de Agosto de 2019.