quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Comércio internacional de medicamentos e outros produtos farmacêuticos (2018 e 1º Sem 2019)


Comércio Internacional português
de medicamentos
e outros produtos farmacêuticos

(2017-2018 e 1º Semestre 2018-2019)

" Disponível para download > aqui "

1 – Nota introdutória
Neste trabalho vamos analisar a evolução das importações e das exportações de medicamentos e outros produtos farmacêuticos nos últimos dois anos (2017 e 2018) e 1º Semestre de 2018 e 2019, a partir de dados estatísticos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva para 2017 e preliminar para 2018 e 2019, com última actualização em 9-8-2019.
Recuando a 2008, verifica-se a partir de então um crescimento sustentado significativo das exportações destes produtos até 2016, com alguma desaceleração nos dois anos seguintes.
Por sua vez, o ritmo das importações praticamente que estabilizou até 2014, para crescer a ritmo moderado a partir desse ano.


Em 2009, as importações de medicamentos e outros produtos farmacêuticos representavam 4,4% das importações globais, perdendo peso a partir de então, situando-se em 2017 e 2018 em 3,5%.
Por sua vez as exportações destes produtos, que em 2008 pesavam 1,2% no total, viram o seu peso aumentar nos anos seguintes, atingindo 2,3% em 2016, caindo para 1,7% em 2018.

2 – Balança Comercial
A Balança Comercial do conjunto dos produtos em análise é deficitária, com saldos de -1,7 mil milhões de Euros em 2018 (+21,7% face ao ano anterior) e de -856 milhões no 1º Semestre de 2019 (+2,3% face ao semestre homólogo de 2018).

Cálculos dos índices de preço de Paasche efectuados para o conjunto destes produtos em 2018, a preços de 2017, apontam para taxas de variação em preço de -3,2% e -27,2% respectivamente nas importações e nas exportações, com correspondentes taxas de variação em volume de +11,4% e +24,3%.
No 1º Semestre de 2019, a preços do semestre homólogo do ano anterior, os índices de preço encontrados foram +0,5% e +0,4%, respectivamente para as importações e para as exportações, com correspondentes taxas de variação em volume de +4,0% e +7,8%.

3 – Principais produtos transaccionados
Os medicamentos predominam sobre o conjunto dos restantes produtos farmacêuticos.
Nas importações representaram 75,0% do total em 2018 e 74,0% no 1º Semestre de 2019. Na vertente das exportações o seu peso é ainda superior, 86,4% em 2018 e 85,1% no 1º Semestre de 2019. 

Nas duas figuras que se seguem encontram-se relacionadas as importações e as exportações dos medicamentos e restantes produtos farmacêuticos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura, para os anos de 2017-2018 e 1º Semestre de 2018-2019, ordenadas por ordem decrescente do seu valor no ano de 2018.
 3.1 – Importações

3.2 – Exportações

4 – Principais mercados de origem e de destino

Nas importações portuguesas de medicamentos e outros produtos farmacêuticos  prevalece o espaço intracomunitário (90,3% em 2018 e 91,7% no 1º Semestre de 2019). Na vertente das exportações é ainda a UE-28 o principal destino, mas com o conjunto dos países terceiros a representarem uma fatia já significativa (35,8% em 2018 e 34,5% no 1º Semestre de 2019).

Em 2018 os principais mercados de origem destes produtos foram a Alemanha (18,7% do Total), a Espanha (13,2%), os Países Baixos (10,8%), a Bélgica (9,7%), a Itália (8,0%), o Reino Unido (7,7%) e a França (7,1%).
Na vertente das exportações o principal mercado de destino foi alinda a Alemanha (15,3%), seguida do Reino Unido (13,5%), dos EUA (11,1%), de Angola (7,4%), da França, (6,1%), da Espanha (5,4%) e da Bélgica (5,3%).

No 1º Semestre de 2019 as principais importações incidiram na Alemanha (19,9%), Espanha (12,8%), Países Baixos (10,6%), Bélgica e Itália (9,8% cada), França (7,2%) e Reino Unido (6,8%).
As exportações tiveram por destinos dominantes a Alemanha (15,0%), os EUA (13,2%), o Reino Unido (13,0%), a Espanha (6,0%) a França (5,4%), a Bélgica (5,2%), a Irlanda e Angola (4,9% cada).


Alcochete, 29 de Agosto de 2019.


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Índices do Comércio Internacional - 1º Semestre de 2019


Comércio Internacional de mercadorias
- Taxas de variação homóloga em
valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(1º Semestre de 2019/2018)

" Disponível para download > aqui"


1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Junho de 2019, em versão preliminar, sendo também ainda preliminar a versão dos correspondentes dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade entre si, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, e estes por sua vez depois ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aquelas que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no primeiro semestre de 2019 aumentou +34,3% face ao semestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 79,4% para 74,7%.

As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +9,3%, terão registado um aumento em volume de +9,0% e um ligeiro acréscimo em preço de +0,3%. Por sua vez, o aumento em valor de +2,9% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +2,9%, com o preço estabilizado.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +9,9%, +10,2% e -0,2%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +4,5%, em resultado de um incremento em volume de +4,6% e de um decréscimo em preço de -0,1%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +37,7%, contra +34,3% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 83,6% para 79,5% (em lugar de 79,4% para 74,7%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +2,9%, ou de +4,6% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 


No 1º Semestre de 2019, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,6% das exportações e 16,2% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6% do total em 2019 e 17,3% em 2018), “Químicos” (16,2% e 16,4% respectivamente), “Agro-alimentares” (13,5% e 14,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e 13,1%) e “Energéticos” (11,5% e 12,0%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,4% em 2019 e 8,8% em 2018), “Produtos acabados diversos” (5,7% e 5,8%), “Têxteis e vestuário” (5,5% e 5,7%), “Aeronaves, embarcações e partes” (4,0% e 1,1%), “Madeira, cortiça e papel” (2,9% e 3,2%) e “Calçado, peles e couros” (2,0% em 2019 e 2,2% em 2018).



À excepção do grupo “Calçadp, peles e couros” (-2,0%), em todos os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,1%), “Químicos” (+8,3%), “Produtos acabados diversos” (+7,9%), “Têxteis e vestuário” e “Material de transporte terrestre e partes” (+5,2% cada) e “Energéticos” (+4,8%).
Em todos os grupos, excepto em “Madeira, cortiça e papel” (-0,3%), se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,1%), “Químicos” (+8,6%), “Têxteis e vestuário” (+8,2%), “Produtos acabados diversos” (+6,4%) e “Minérios e metais” (+5,8%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se acréscimos nos grupos “Energéticos” (+4,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (+2,0%), “Produtos acabados diversos” (+1,4%), “Madeira, cortiça e papel” (+0,7) e prática estabilização no grupo “Máquinas, aparelhos e partes”.
Os decréscimos incidiram nos grupos “Calçado, peles e couros” (-2,9%), “Têxteis e vestuário” (-2,8%), “Minérios e metais” (-2,3%), “Agro-alimentares” (-0,8%) e “Químicos” (-0,3%).


5 – Exportações
No 1º Semestre de 2019, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% do total em 2019 e 14,2% em 2018), “Máquinas aparelhos e partes” (13,7% e 14,4% respectivamente), “Químicos” (12,5% e 11,8%) e “Agro-alimentares” (11,8% e 11,7%).
Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e 9,5%), “Minérios e metais” (9,6% e 9,9%), “Têxteis e vestuário” (8,9% e 9,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5% e 7,4%), “Energéticos” (5,9% e 7,4%), “Calçado, peles e couros” (3,4% e 3,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1% e 0,7%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em quatro dos grupos de produtos: “Energéticos” (-17,7%), “Calçado, peles e couros” (‑6,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑2,7%) e “Têxteis e vestuário” (‑1,4%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+69,5%), não constante do gráfico seguinte por, à semelhança das importações, não serem aqui calculados índices de preço, a que se seguiram os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+14,9%), “Químicos” (+9,3%), “Produtos acabados diversos” (+5,2%), “Madeira, cortiça e papel” (+4,4%), Agro-alimentares” (+3,7%) e “Minérios e metais” (apenas +0,2%).
 Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-18,5%),  “Calçado, peles e couros” (-6,8%) e “Têxteis e vestuário” (-2,7%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+12,3%), seguido dos grupos “Químicos” (+10,8%), “Agro-alimentares” (+5,4%), “Produtos acabados diversos” (+2,3%), “Minérios e metais” (+1,8%), “Madeira, cortiça e papel” (+1,4%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,0%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras em quatro dos grupos de produtos, designadamente “Máquinas, aparelhos e partes” (‑3,7%), “Minérios e metais” (‑1,7%), “Agro-alimentares” (-1,6%) e “Químicos” (‑1,3%). O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo “Madeira, cortiça e papel” (+3,0%), seguido de “Produtos acabados diversos” (+2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (+2,3%), “Têxteis e vestuário” (+1,4%), “Energéticos” (+0,9%) e “Calçado, peles e couros” (+0,4%).

6 – Representatividade da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2018 e 2019, de 91,8% e 90,6% nas importações e de 92,7% e 92,3% nas exportações.

No quadro em anexo encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

19 de Junho de 2019.




domingo, 11 de agosto de 2019

Série Mensal - Jan-Jun 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Agosto de 2019, no 1º Semestre de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,9% face ao semestre homólogo de 2018 (+847 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +9,3% (+3468 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +4,0% (+915 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decrescido -1,0% (‑69 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,6% (+2705 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +8,6% (+763 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +34,3%, ao situar-se em -10265 milhões de Euros (um acréscimo de 2621 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 1789 milhões no comércio intracomunitário e de 832 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,4%, em 2018, para 74,7%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros seis meses de 2018 se situou em 427 Euros/Ton, subiu para 438 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,5% e 5,9% do total no período de Janeiro a Junho de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,7% para 79,5%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Junho de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,4% do total (76,6% no ano anterior), cresceram em valor +4,0%, contribuindo com +3,1 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +2,9%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,6% do total em 2019 (23,4% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -1,0, contribuindo negativamente com -0,2 p.p. para o crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,8%), França (13,3%), Alemanha (12,2%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,0%), Itália (4,8%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), Polónia (1,4%), Marrocos (1,2%), Brasil e Suíça (1,1% cada), e Provisões de Bordo Extra-EU (1,0%), destinos que representaram 80,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –18,3% em 2019 no período em análise (-135,6 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑56,2 milhões de Euros), “Químicos” (‑28,2 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-20,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑16,8 milhões), “Energéticos”(‑5,2 milhões),“Madeira, cortiça e papel” (-4,3 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,5 milhões). Verificaram-se acréscimos nos grupos “Têxteis e vestuário” (+727 mil Euros), “Minérios e metais” (+686 mil Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+652 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+2,9%), couberam à Itália (+0,9 p.p.), à Alemanha (+0,8 p.p.), à França e ao Canadá (+0,5 p.p. cada), aos Países Baixos (+0,3p.p.), à Turquia, Finlândia e EUA (+0,2 p.p. cada), e à Suíça e Espanha (+0,1 p.p. cada). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,5 p.p.), ao Brasil e Marrocos (-0,2 p.p. cada).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Junho de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha e França, seguidos dos Países Baixos, da Finlândia, da Espanha, da Grécia, da Polónia e das Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, ao Reino Unido e à Suécia.


Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram no Canadá, Turquia, Egipto, EUA e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo, dos Emiratos e do México. Os maiores decréscimos couberam a Angola e à Tunísia, seguidos do Brasil, Marrocos, Gibraltar, Argentina e Argélia.

3.2 - Importações
De Janeiro a Junho de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total (76,0% em 2018), registaram um acréscimo de +9,6% e contribuíram com +7,3 p.p. para uma taxa de crescimento global de +9,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,6%, representando 23,8% do total em Janeiro-Junho de 2019 (24,0% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +2,1 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período de Janeiro a Junho de 2019 foram a Espanha (29,6%), a Alemanha (13,7%) e a França (10,2%). Seguiram-se a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,0%), a Rússia (1,8%) e Polónia (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,6% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros seis meses de 2019 (+9,3%) destacam-se a França (+3,4 p.p.), a Espanha e a Alemanha (+1,1 p.p. cada), a China (+0,9 p.p.) e os EUA (+0,6 p.p.), seguidos da Bélgica e da Argélia (+0,4 p.p. cada), da Arábia Saudita, Reino Unido e Rússia (+0,3 p.p. cada), da Polónia e Turquia (+0,2 p.p. cada).


Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,6 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), ao Brasil (-0,2 p.p.) e à Suécia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+786 milhões de Euros), aos EUA (+686 milhões), a Marrocos (+257 milhões), ao Canadá (+251 milhões), e à Suíça (+191 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4498 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1876 milhões), da China (-1128 milhões), dos Países Baixos (-738 milhões) e da Rússia (‑638 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2019, representando 82,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% e TVH +14,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -2,7%),  “Químicos” (12,5% e TVH +9,3%), “Agro-alimentares” (11,8% e TVH +3,7%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH +5,2%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +0,2%) e “Têxteis e vestuário” (8,9% e TVH -1,4%).
O maior contributo para o acréscimo global de +847 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +626 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-387 milhões de Euros), seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (-117 milhões).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Junho de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +11,1%), “Químicos” (16,2% do total e TVH +8,3%), “Agro-alimentares” (13,5% e TVH +2,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e TVH +5,2%) e “Energéticos” (11,5% e TVH +4,8%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma quebra de -17 milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1244 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+717 milhões) e “Químicos” (+506 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Junho de 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,3%), a Alemanha (12,2%), o Reino Unido (6,0%), os EUA (5,0%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,6% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,7%), a França (10,2%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,0%) e a Rússia (1,8%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

Alcochete, 11 de Agosto de 2019.



domingo, 4 de agosto de 2019

Exportações da UE-28 para a China e quotas de Portugal (2017-2018)


Exportações de mercadorias 
da UE-28 para a China
e quotas de Portugal
(2017-2018)
(disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória 


De acordo com estatisticas alfandegárias chinesas, constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC), em 2018 as importações com origem no conjunto dos 28 países comunitários representou 12,8% do total, seguido da Coreia do Sul (9,6%), do Japão (8,4%), de Taiwan (8,3%), dos EUA (7,3%) e da própria China (6,9%), estas principalmente relativas a reimportações de produtos de origem chinesa “exportados” para Hong-Kong e reimportados através da província de Guangdong, por conveniência geográfica e logística. 

Neste trabalho vão analisar-se as exportações do conjunto de países que integram a UE-28 para a China em 2018, por grupos de produtos, desagregados pelos principais produtos definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (coincidentes a esse nível com o Sistema Harmonizado) e as correspondentes quotas de Portugal, com o objectivo último de identificar possíveis pistas para o incremento das exportações portuguesas com este destino.
São aqui utilizadas estatísticas do EUROSTAT para as exportações dos 28 Estados-membros para a China em 2018, que embora consentâneas, em termos globais, com as estatísticas chinesas de importação, divergem por vezes grosseiramente ao nível de país, a que não será alheia uma possível atribuição alfandegária do país de origem a partir do local de despacho ou embarque das mercadorias.
2 – Posição relativa dos fornecedores comunitários
As exportações da UE-28 para a China rondaram os 210 mil milhões de Euros em 2018, tendo registado um acréscimo de +6,2% face a 2017. O principal fornecedor foi a Alemanha (44,6% do Total em 2018), seguida do Reino Unido (11,1%), da França (9,9%), da Itália (6,3%), dos Países Baixos (5,3%), da Bélgica (3,3%), da Suécia (3,1%) e da Espanha (3,0%).
Portugal ocupou em 2018 a 19ª posição no “ranking” dos fornecedores comunitários, tendo as exportações registado uma significativa quebra de -21,8% face ao ano anterior.

3 – Exportações da UE-28 para a China 
por Grupos de Produtos
Por Grupos de Produtos (ver definição do conteúdo em quadro Anexo), as principais exportações comunitárias para a China em 2018 incidiram no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (30,3%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (16,9%), “Químicos” (14,3%), “Produtos acabados diversos” e “Minérios e metais” (9,7% cada), “Aeronaves, embarcações e partes” (5,7%), “Agro-alimentares” (5,0%), “Energéticos” (2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,4%), “Têxteis e vestuário” (2,0%) e “Calçado, peles e couros (1,1%).


No quadro seguinte encontram-se relacionadas, por grupos de produtos, as principais exportações do conjunto dos países comunitários para a China em 2018, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, sempre com uma representatividade superior a 85%, e as correspondentes quotas das exportações portuguesas.
Face à apetência do mercado chinês pela importação de diversos tipos de produtos oriundos do espaço comunitário e respectiva comparticipação actual portuguesa, poderão eventualmente ser identificadas pistas indicadoras da possibilidade de um futuro incremento das exportações nacionais com este destino.
No último ponto do trabalho, a par das quotas de Portugal nas exportações comunitárias para a China em 2018, apresenta-se a evolução nos dois últimos anos das principais exportações portuguesas por grupos de produtos, desagregadas a quatro dígitos da Nomenclatura.

4 – Exportações portuguesas para a China por Grupos de Produtos
Em 2018 a quota de Portugal no conjunto das exportações comunitárias de mercadorias para a China foi de apenas 0,31% do Total.
Ao nível dos grupos de produtos as maiores quotas incidiram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (2,19%), “Têxteis e vestuário” (1,40%), “Calçado, peles e couros” (1,10%) e “Agro-alimentares” (0,70%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (0,47%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,43%), “Químicos” (0,15%), “Produtos acabados diversos” (0,13%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,11%).


Em 2018, face ao ano anterior, as exportações portuguesas para a China registaram um decréscimo de -183,8 milhões de Euros, que envolveu oito dos onze grupos de produtos.
As quebras mais significativas incidiram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (‑136,0 milhões de Euros), essencialmente automóveis de passageiros, “Minérios e metais” (-32,6 milhões), principalmente minérios de cobre, que não se exportaram em 2018 (-43,6 milhões) e desperdícios, resíduos e sucata de cobre (-8,0 milhões), “Agro-alimentares” (-28,3 milhões), principalmente cerveja de malte (-27,0 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-14,0 milhões), com maior incidência nas pastas químicas de madeira à soda/sulfato ou de dissolução (-18,6 milhões de Euros).




ANEXO



Alcochete, 5 de Agosto de 2019.